Colaboradores fernandobalm Postado Junho 18, 2014 Colaboradores Postado Junho 18, 2014 Considerações Gerais: Não pretendo aqui fazer um relato detalhado, mas apenas descrever a viagem com as informações que considerar mais relevantes para quem pretende fazer um roteiro semelhante, principalmente o trajeto, preços, acomodações, meios de transporte e informações adicionais que eu achar relevantes. Nesta época eu ainda não registrava detalhadamente as informações, então preços muitas vezes vão ser estimativas e hotéis e meios de transporte poderão não ter informações detalhadas, mas procurarei citar as informações de que eu lembrar para tentar dar a melhor ideia possível a quem desejar repetir o trajeto e ter uma base para pesquisar detalhes. Sobre os locais a visitar, só vou citar os de que mais gostei ou que estiverem fora dos roteiros tradicionais. Os outros pode-se ver facilmente nos roteiros disponíveis. Os meus itens preferidos geralmente relacionam-se à Natureza e à Espiritualidade. Informações Gerais: Em toda a viagem houve bastante sol. O tempo só ficou chuvoso em um dia. As temperaturas também estiveram altas, chegando a mais de 30 C ao longo do dia. À noite, a temperatura ficava perto dos 20 C. A população de uma maneira geral foi muito cordial e gentil. :'> Os índios pataxós trataram-me muito bem quando estive na praia beirando suas terras e depois quando fui visitar o Monte Pascoal. As paisagens das praias também me agradaram muito (eu adoro praia). O comportamento do mar variava bastante de acordo com a praia, a maré e o tempo. De uma maneira geral, achei o mar bastante interessante para se brincar, pois em alguns casos tinha bastante ondas, mas não era muito bravo (mas recomendo cautela a quem não sabe nadar ou não está acostumado ao mar, principalmente nas praias mais bravas e próximas a barras de rios) e em outros casos era muito calmo, com piscinas naturais. Havia algumas praias com muitas pedras (nem sempre visíveis), como a do Espelho, de Barra Velha e a do centro de Cabrália, o que exigia cautela se fosse desejado entrar no mar. Na praia de Barra Velha uma onda jogou-me contra uma rocha submersa e eu machuquei a perna. Até que foi um pequeno revés perto do que poderia ter acontecido se a onda tivesse jogado minha cabeça ou meu tronco contra as pedras. Os rios próximos às praias também me agradaram muito e foram uma excelente opção para lazer e banho. Havia muitas pessoas pegando algo nas rochas das praias com maré baixa (provavelmente algum ser marinho). A caminhada pelas praias no geral foi tranquila. Os maiores problemas foram as travessias dos rios em locais desertos, principalmente com maré alta, o que nem sempre foi fácil devido à correnteza. Durante muito tempo estive só nas praias, que em boa parte estavam desertas. As pessoas que encontrei foram muito cordiais em sua maioria. Os moradores locais disseram-me para evitar as praias à noite porque poderia ser abordado por pessoas consumindo drogas, principalmente crack. Alguns estabelecimentos comerciais aceitaram cartão de crédito (principalmente supermercados), mas a maioria não aceitou. Usei pontos de milhagem para ir de SP a Porto Seguro pela TAM, pagando R$ 19,62 de taxa de embarque. Voltei pela Azul pagando R$ 124,62, incluindo a taxa de embarque. A Viagem: Minha viagem foi de SP (Guarulhos) a Porto Seguro em 21/09/2010 pela TAM (http://www.tam.com.br). O vôo saía às 7:30. A volta foi de Porto Seguro a SP (Congonhas) em 02/10/2010 pela Azul (http://www.voeazul.com.br/). O voo saía às 12:28. Ao chegar a Porto Seguro e sair do aeroporto fiquei maravilhado com a linda vista do mar e sua cor azul brilhante, que se podia ver a partir da rua em frente ao aeroporto (ele ficava em uma área elevada). Em Porto Seguro fiquei hospedado perto do Rio Butanhém, por R$ 20,00 a diária com banheiro no quarto, tv, ventilador e sem café da manhã. Não aceitaram cartão. Jantei em restaurantes e o café da manhã comprei em supermercados (http://www.rondelli.com.br,'>http://www.rondelli.com.br, Chame Chame e outros), padarias ou lojas. Para as atrações de Porto Seguro veja http://www.portosegurotur.com e http://www.bahia-turismo.com/porto-seguro/turismo.htm. Os pontos de que mais gostei foram as praias, a Cidade Histórica e as barracas. No primeiro dia, 3.a feira, como havia chegado à tarde, aproveitei para conhecer a Cidade Histórica, que engloba os locais mais antigos ainda preservados da época do descobrimento do Brasil. Logo na minha chegada na Cidade Histórica, quando estava observando a entrada, um homem que acredito estava alcoolizado, ao passar por mim, tentou dar-me um soco na barriga, mas como eu estava atento, consegui defender o soco com um dos braços e me esquivar. Acho que não era assalto, apenas ele estava em estado alterado de consciência. Quanto à Cidade Histórica, achei-a muito interessante, com suas igrejas, museu e prédios históricos. Além disso, a vista do mar azul lá de cima agradou-me muito. À noite fui até a Passarela do Álcool, que, além de vender muitas bebidas alcoólicas, vendia também muitos outros produtos e serviços, como alimentos (típicos ou não), artesanato, pacotes turísticos, etc. E também havia artistas que faziam exposições ou tocavam músicas e uma igreja que podia ser visitada. No segundo dia, 4.a feira, decidi ir conhecer as praias, porém antes passei por um condomínio onde ficavam as ruínas da primeira igreja do Brasil. Depois de ver as ruínas, a vista do mar agradou-me muito, pois era um local elevado. Caminhei pelas praias até um pouco depois da divisa com Santa Cruz de Cabrália. Perto da divisa (antes e depois) havia um trecho deserto. Achei as praias muito belas, principalmente depois de alguns quilômetros do centro. Várias barracas estavam tendo programação de música e dança, mesmo sendo uma 4.a feira. Havia vários atrativos para diversão e cultura, como toboáguas, museus dentro de barcos (como o Memorial da Epopeia do Descobrimento), locais para dança, etc. Depois do ocorrido no primeiro dia, fiquei atento nos trechos mais desertos, mas não tive nenhum problema de segurança. Acabei o dia novamente dando um passeio na Passarela do Álcool. Em 23/09, 5.a feira, fui para Arraial D'Ajuda. Peguei a balsa, fiz a travessia e fui caminhando pela praia, que achei bela e boa para caminhar. Havia várias pessoas caminhando ou passeando com seus cachorros. A vista do povoado, que era em local elevado, ao longe a partir da praia pareceu-me bela. Quando subia em direção ao povoado passei pela fonte que alguns diziam ser de água milagrosa e que sanou os problemas de abastecimento do povoado no passado. Fiquei hospedado na praça central, perto da igreja histórica. Paguei cerca de R$ 25,00 pela diária, sem banheiro privativo nem café da manhã. Não aceitou cartão. Jantei num restaurante próximo ao centro e comprei o café da manhã no Supermercado Cambuí (http://www.cambuisupermercados.com.br) Para as atrações de Arraial D'Ajuda veja http://www.arraialdajuda.org.br, http://www.arraialdajuda.tur.br e http://www.feriasbrasil.com.br/ba/arraialdajuda. Os pontos de que mais gostei foram as praias, a Igreja Histórica de Nossa Senhora D'Ajuda e a lua cheia no oceano vista a partir dela. Inicialmente visitei a igreja e o centro comercial. Depois caminhei pelas praias em direção a Trancoso por cerca de 2 horas. Passei pela Lagoa (que estava pequena) e pela lama na Praia de Pitinga (até me "banhei" um pouco com a lama). Fui até o Club Med e fiquei lá ao lado apreciando o mar e as falésias. Havia bastante hóspedes na praia, vários dos quais pareciam estrangeiros. Gostei das praias e seu mar, algumas com enormes falésias. Na volta, no fim do dia, com a maré alta, a faixa de areia praticamente desaparecia em alguns locais. Ainda tive tempo de voltar pela praia até a foz do rio na divisa com o centro de Porto Seguro. À noite fui passear pelo centro comercial, tomar sorvete e apreciar a lua. No dia seguinte, 6.a feira, peguei uma van para Trancoso pela manhã. Em Trancoso fiquei hospedado há cerca de 2 Km do quadrado central. Paguei cerca de R$ 30,00 por um quarto com banheiro e sem café da manhã, nos fundos da casa de uma família. Quando procurava por local para ficar, perguntei a uma mulher que me deu algumas indicações e me disse para falar para os donos que foi a baiana que indicou. Perguntei-lhe se lá não eram todos baianos, ao que ela respondeu que o que mais havia por ali eram gringos. Jantei num restaurante no centro. Fiz compras no Supermercado Dunando (http://www.apontador.com.br/local/ba/porto_seguro/alimentos/C407458813560E5608/supermercado_dunando.html), que aceitou cartão de débito. Para as atrações de Trancoso veja http://www.trancosobahia.com.br, http://www.trancosobahia.net.br, http://www.guiatrancoso.com.br e http://www.feriasbrasil.com.br/ba/trancoso. Os pontos de que mais gostei foram as praias, o Quadrado de Trancoso (continha a igreja, lojas típicas e um campo de futebol) e o nascer da lua cheia no oceano visto a partir dos fundos da igreja. No primeiro dia de Trancoso fui em direção a Arraial d'Ajuda, até o Clube Med, onde havia estado no dia anterior. Neste trecho havia muitas praias com falésias, que fizeram uma vista de que muito gostei. No meio do caminho havia um pequeno curso d'água que precisei atravessar sem grandes dificuldades. No meio da tarde o tempo fechou e choveu um pouco, mas nada que comprometesse. No período da chuva mais forte eu me abriguei sob alguns coqueiros e do lado de uma cerca. Quando estava voltando um cachorro de médio para grande porte começou a me seguir. Eu gosto muito de animais, particularmente de cachorros, mas me lembrei de uma vez que um cachorro me seguiu até a cidade e depois não sabia andar nas ruas com carros. Aí tentei despistar o cachorro, pensando no seu bem-estar, para que ele não se perdesse nem fosse para a cidade, onde poderia ser atropelado. Mas não surtiu efeito e ainda apareceu um outro amigo dele. Ambos acompanharam-me por quilômetros, até a chegada ao curso de água perto da entrada de Trancoso. Como a maré estava alta, para atravessar teria que nadar em um trecho ou dar a volta e procurar uma ponte. Decidi nadar para tentar fazer com que os cachorros desistissem. E não é que os cachorros atravessaram o curso de água nadando também! Fiquei com medo que eles se afogassem quando começaram, pois o mar estava um pouco bravo, mas eles conseguiram. Agora não tinha mais jeito, eu voltei para a vila e um deles me seguiu, mas lá nós nos separamos. Fiquei pensando sobre qual seria o destino dele, talvez morto embaixo de um carro, pois era notório que não sabia andar nem se comportar na cidade. No dia seguinte fiquei muito feliz ao vê-lo pela manhã na praça. Ele havia sobrevivido à noite movimentada na vila. Talvez não tivesse sido a primeira vez. No segundo dia, sábado, fui em direção a Caraíva. Também gostei muito de todas as praias. No caminho havia uma tartaruga marinha morta, já cercada por urubus. Encontrei um pescador e um outro rapaz andando, que me disseram que em Caraíva havia um rio que eu não conseguiria atravessar a nado (ele disse que morava lá há anos e nunca tinha ouvido falar que ninguém havia atravessado aquele rio nadando). Depois, no fim da conversa perguntou-me se eu não tinha um pouco de baseado, pois ali todos usavam. Disse que não podia satisfazê-lo, embora respeitasse as escolhas de cada um. Pouco depois encontrei um curso de água, que com maré baixa, não foi difícil atravessar. Depois da travessia fui até a Praia do Espelho. As formações rochosas das Praia do Espelho que criavam pequenas piscinas naturais de água morna agradaram-me muito , além de permitirem usar estas piscinas como banheiras. Porém, para natação não me pareceu indicada, devido ao número de rochas. Fiquei lá por um tempo, aproveitando as "banheiras" naturais. Para mais detalhes e fotos veja http://www.praiadoespelho.net.br. No retorno, ao atravessar o mesmo curso de água com maré cheia tive uma surpresa. Como todos os anteriores tinham tido travessia fácil, inclusive aquele na ida, achei que desta vez também teria, mas me enganei. Depois de começar a travessia, vi que não dava pé e que a correnteza era forte. Levei um susto, pois não estava preparado para nadar. Precisei rapidamente prender os chinelos nos braços e acabei molhando toda a camisa. À noite, assim como na anterior, depois do jantar, fui apreciar o nascer da lua cheia atrás da igreja do Quadrado de Trancoso, o que muito me agradou. No dia seguinte, domingo, peguei um ônibus para Caraíva. Em Caraíva fiquei hospedado antes do rio, em um quarto alugado, por cerca de R$ 25,00. Enquanto estava procurando por locais para ficar encontrei 2 policiais a quem pedi informações sobre onde ficar e disse que tinha decidido ficar antes do rio, pois seria mais barato. Quando lhes falei que era de São Paulo, um deles sacou a arma e pediu para que eu encostasse na parede e foi revistar-me. Pediu para que eu abrisse a mochila, vasculhou tudo, pediu para que eu abrisse a carteira e também vasculhou tudo. Disse que tinha suspeitado de mim porque eu não tinha querido ir para a parte turística da vila, do outro lado do rio e porque eu era de São Paulo (provavelmente ele assistia muitos programas sobre crimes em São Paulo ou já havia tido experiências negativas com paulistanos - talvez minhas roupas simples de praia e minha mochila velha tenham colaborado para esta abordagem, que até hoje, foi a única deste tipo que sofri). Lamento somente por ter-me apontado a arma, o que poderia ter ocasionado um acidente fatal (por exemplo, no caso de um movimento involuntário ou brusco meu). Depois de me estabelecer no quarto, fui para o outro lado do rio. Atravessei-o sem problemas, pois a maré estava baixa. Antes de ir para as praias fui informar-me sobre transporte para o Monte Pascoal com os índios, que disseram que era possível ir de bugue por dentro da aldeia, mas o preço para ir sozinho não me pareceu interessante (R$ 180,00). Depois fui andar pela praia em direção a Barra Velha, que é uma reserva Pataxó. Novamente gostei das praias. A partir da Praia de Barra Velha é possível ver o Monte Pascoal, provavelmente numa cena semelhante a que Cabral teve há mais de 500 anos. Lá conheci um índio pataxó, já com certa idade, chamado Filó. Ele me falou da vida dos pataxós ali na aldeia, levou-me a um ponto de observação do Monte Pascoal privilegiado perto da sua casa, ofereceu-me alimentos (que educadamente recusei), falou-me de sua família e depois despedimo-nos. Continuei andando um pouco mais rumo a Ponta do Corumbau. Mas não cheguei até lá e parei um pouco para usufruir da paisagem e ficar um pouco na sombra. Enquanto apreciava e descansava passou por mim um índio pataxó de bugue e me cumprimentou cordialmente. Na volta, pouco depois da casa do índio com quem eu havia conversado anteriormente, resolvi entrar no mar. Como a maré já estava alta, não percebi que havia rochas por ali. Também não havia ninguém a quem perguntar. Quando estava com a água perto do peito, uma onda jogou-me para frente e eu bati a perna numa rocha, o que me machucou um pouco e sangrou. Saí então do mar e percebi como era perigoso aquele litoral, pois se tivesse sido a cabeça e não a perna talvez eu não estivesse mais aqui. Retornei andando e decidi não entrar mais no mar naquela tarde. Quando cheguei a Caraíva passeei um pouco pela vila turística. Achei-a bem interessante, com suas ruas de terra e seu ar pacato. Após o passeio, perto do pôr do sol, decidi atravessar o rio de volta. A maré estava alta e aí eu me lembrei do que havia dito aquele rapaz na praia perto de Trancoso, sobre não ter visto ninguém atravessar aquele rio. Quando cheguei na margem vi que a maré estava indo em direção ao rio e era necessário nadar. Um rapaz fazendo exercícios disse-me para não atravessar nadando e chamar o barco. Mas, avaliando as condições, eu decidi tentar e lhe disse que se não conseguisse, voltaria. Eu estava tão concentrado depois do susto perto de Trancoso e depois do que o rapaz da praia e o de agora haviam dito, que até achei a travessia tranquila. Consegui fazê-la em linha quase reta, sem grandes sobressaltos. Após acabá-la olhei para trás e vi que o rapaz que estava fazendo exercícios havia parado para vê-la (provavelmente para chamar socorro caso eu precisasse ou me afogasse). Após a travessia, precisava voltar para a vila, mas não havia prestado atenção direito nas instruções que me haviam dado e perdi a entrada da trilha. Acabei andando pela praia até quase o completo escurecer. Aí decidi voltar e entrei numa fazenda onde dois moços, que acho que estavam assistindo televisão, receberam-me e me ensinaram detalhadamente a entrada da trilha. Voltei em direção ao rio e a achei. Fui por ela, mesmo na escuridão quase completa e consegui chegar à rua. À noite fui jantar num restaurante. Ao caminhar sozinho para ele, homens que estavam sentados num bar acharam que eu era gay e começaram a assobiar e fazer gracinhas. Procurei ignorá-los e fui jantar, onde conheci uma cooperativa de trabalhadores que procurava preservar o meio ambiente. No dia seguinte, 2.a feira, dei uma passada na beira do rio e vi como era bravo com maré alta indo para o oceano. Provavelmente foi nesta situação que disseram que nunca tinham visto ninguém atravessá-lo. Depois fui pela praia em direção à Praia do Espelho. Como sempre, adorei as praias. Na Praia do Espelho, ao contrário da minha visita anterior, havia muita gente, provavelmente de alguma excursão (percebi sotaques paulistanos). Aproveitei novamente as banheiras naturais, porém como o tempo não estava tão ensolarado neste dia, a água não estava tão quente como anteriormente. No fim do dia retornei para Caraíva. Havia chegado uma nova hóspede de manhã para um dos quartos, mas quando voltei à noite já havia saído. Acho que o namorado ficou com medo de deixá-la passar a noite lá comigo. Na 3.a feira, 28/9, fui rumo ao Monte Pascoal. Peguei o ônibus até Itabela. De lá peguei outro ônibus até o começo de uma estrada local para a entrada do Parque Nacional do Monte Pascoal. A estrada tinha cerca de 14 Km até a entrada. Porém, após andar cerca de meia hora (3 Km), passou um carro de um prestador de serviços que me deu carona até o parque. Para maiores informações sobre o parque veja http://www.icmbio.gov.br/portal/o-que-fazemos/visitacao/ucs-abertas-a-visitacao/194-parque-nacional-do-monte-pascoal.html. Lá na entrada havia casas de alguns índios pataxós (não eram ocas típicas, mas iguais às de camponeses). Conversando com eles, disseram-me que era obrigatório um guia para realizar a subida. Para um grupo (creio que era de até 8, 10 ou 11 pessoas), o preço creio que era R$ 40,00. Depois de conversar com vários e ver quais eram as diversas possibilidades para a subida e se havia alguém disponível, entrei em acordo com o índio pataxó chamado Caxiló, de cerca de 16 anos, para que eu fosse até lá com ele, por R$ 30,00. Andamos pelas várias trilhas que existiam, primeiramente pela principal, que ia até o cume do Monte Pascoal, antes passando pelo local sagrado de cerimônias e eventos comunitários deles. A trilha de subida era muito larga (dava para passar um caminhão) e Caxiló comentou comigo que achava interessante que no futuro fizessem trilhas semelhantes às dos índios, que são como picadas na mata, com largura para só uma pessoa. Lá de cima pude apreciar uma vista privilegiada da mata e do mar. Caxiló inclusive mostrou-me fumaça no mato e tentou ver detalhes com seu binóculo. Além da vista, mostrou-me um local que os índios usavam no topo para se reunirem, pernoitarem e onde haviam feito um churrasco alguns dias antes. Falou-me também de um raio que havia caído lá durante uma tempestade. Na descida passamos por outras duas trilhas, em que havia várias árvores nativas. Ele mostrou-me cada uma delas e falou de como eram usadas pelos índios, em casos de dor de barriga, como anticoncepcional, etc. No fim do dia, como havia um ônibus da prefeitura que levava os índios para a escola, esperei para pegar carona até Itamaraju e pernoitar lá. Peguei o ônibus com eles quando já estava escurecendo, mas eis que após cerca de 5 Km o ônibus começou a falhar. Na realidade havia acabado o óleo diesel. Com isso os índios ficaram sem ir à escola. Caxiló disse-me então que eu poderia passar a noite na casa dele. Embora não quisesse incomodá-lo, eu decidi aceitar, pois não havia opções de hotéis, pousadas ou qualquer outra forma por perto. Voltamos caminhando. Chegando em sua casa seus pais concordaram, mas creio que ficaram um pouco chateados. Perguntaram-me se eu aceitava frango no jantar, ao que respondi que aceitava com prazer qualquer coisa. Disseram-me então que iriam preparar. Aí perguntei para sua mãe se ela iria matar a galinha que estava no quintal, ao que ela respondeu que sim. Eu não como carne justamente para não matar animais. Abro exceções para não ofender pessoas, mas neste caso iria assassinar uma galinha. Disse a ela que não queria a galinha, tentando explicar sem ofendê-la. Bastava arroz e feijão que estava muito bom. Foi o que ela fez, acompanhado de um ovo e que, realmente, estava muito bom. Depois aproveitei e saí para ver o céu com estrelas num local sem iluminação artificial e fui dormir numa cama que existia no mesmo quarto do Caxiló. Ele não queria aceitar mas eu fiz questão de pagar R$ 10,00 ou R$ 15,00, que, pelo que entendi, acabaram indo para por créditos no celular do seu pai. No dia seguinte, 4.a feira, peguei o outro ônibus escolar até a estrada principal (creio que era a BR 101), para pegar o ônibus para Santa Cruz de Cabrália. Saí cedo, cerca de 8 horas e cheguei à estrada antes das 9 horas. Esperei mais de meia hora pelo ônibus. Peguei-o e fui diretamente para Cabrália. Cheguei em Cabrália no começo da tarde e passei no supermercado Rondelli (http://www.rondelli.com.br), no centro, para comprar o café da manhã e o almoço que eu não havia comido. Aceitou cartão. Fiquei hospedado num quarto alugado na esquina das ruas Campos Tourinho com Peró Vaz de Caminha, na primeira rua à direita após a Farmácia Vida Nova, cujo proprietário era o dono da farmácia, que ficava na Rua Campos Tourinho, 205, no centro. Paguei R$ 30,00 ou R$ 35,00 a diária de um quarto grande, com banheiro e ventilador, sem café da manhã. Jantei em restaurantes no centro e comprei o café da manhã e a sobremesa do jantar numa padaria na Rua Campos Tourinho, uma esquina depois de onde estava hospedado. Achei os bolos muito bons e baratos. :'> A filha dos donos estava grávida e atendia muito bem. Para as atrações de Santa Cruz de Cabrália veja http://www.feriasbrasil.com.br/ba/scruzcabralia/oqueverefazer.cfm. Os pontos de que mais gostei foram as praias, a Cidade Histórica e o Complexo de Coroa Vermelha (Local da 1.a missa no Brasil, cruzes, Museu do Índio, artesanato, estátuas, etc). Na 4.a feira à tarde aproveitei para ir conhecer a Cidade Histórica. Não havia cobrança de ingresso. Era menor do que a de Porto Seguro e não tão bem cuidada, mas gostei dela. A vista para o mar a partir dela também agradou-me muito, pois ela ficava numa área elevada. Depois de descer aproveitei para conhecer os outros pontos históricos e culturais da cidade, como o porto, as construções e praças antigas, a orla e seus rochedos, etc. Interessante que novamente ouvi numa propaganda política para prefeito um pedido para que se votasse no candidato chamado "baiano". E ali era Bahia, onde teoricamente quase todos eram baianos. Na 5.a feira fui caminhando pelas praias em direção a Porto Seguro. No caminho, ainda na orla da cidade parei para apreciar um enorme monumento com uma cruz no meio, um altar à frente, rodeada por uma espécie de templo a céu aberto. Gostei das praias, porém em algumas delas a inclinação era acentuada, o que dificultava a caminhada. Parei em Coroa Vermelha para apreciar o local, com seus monumentos à Primeira Missa no Brasil, suas estátuas com temas da vida indígena, suas barracas com artesanato indígena, etc. Não havia levado dinheiro, assim sendo não pude visitar o Museu do Índio, que custava R$ 1,00 (só o visitei 3,5 anos depois e gostei muito). Depois segui até perto da divisa com Porto Seguro, onde havia estado antes. Ali as praias ficavam desertas e havia um casal aparentemente fazendo algum tipo de ensaio fotográfico ou simplesmente brincando de encenar poses. Quando voltei a maré já havia subido e precisei atravessar um pequeno curso de água depois de Coroa Vermelha. O tempo estava mudando para vento e chuva, mas ainda foi possível tomar um banho de mar. Á noite, após o jantar perguntei a moradores se havia problemas de ir até a Cidade Histórica e eles disseram que não era aconselhável naquele horário devido à possibilidade de assalto. NO último dia completo, 6.a feira, fui em direção a Santo André, com o objetivo de alcançar a praia mais distante que conseguisse. Atravessei a balsa, caminhei por uma estrada lateral ao mangue e cheguei à praia, onde ainda só havia alguns trabalhadores e comerciantes. Voltei para andar pela lateral do rio até o começo do mangue, depois caminhei rumo às praias do norte. Novamente elas agradaram-me muito. Andei cerca de 2 a 3 horas e parei em algum lugar antes de Santo Antonio. Fiquei sentado lá por cerca de 2 horas, apreciando a praia e tomando banhos de mar. Aproveitei e peguei 3 cocos de árvores da praia, 2 dos quais com razoável quantidade de água e um com água e massa. :'> Não foi muito fácil abri-los somente com paus. Após o meio da tarde comecei a voltar e cheguei à balsa perto do pôr do sol. Foi muito belo ver o pôr do sol durante a travessia. :'> NO sábado, 02/10, antes de ir pegar o voo para São Paulo, que saía perto de meio dia e meia, fui aproveitar uma ida final à praia. Afastei-me um pouco das barracas do centro, pois lá havia pedras grandes no mar. Não estava muito sol, mas deu para ser uma boa despedida. Após a praia e me arrumar, peguei um ônibus urbano regular que me deixou próximo ao aeroporto de Porto Seguro (o trajeto durou cerca de 20 minutos). Aproveitei para dar uma última olhada naquele lindo mar, a partir da rua em frente ao aeroporto. De lá peguei o voo para SP. Citar
Membros dri! Postado Março 18, 2015 Membros Postado Março 18, 2015 Que bonito relato. Parabéns principalmente pela sensibilidade.. não é para qualquer um! Citar
Membros Ana .macedooo Postado Junho 1, 2016 Membros Postado Junho 1, 2016 Adorei o seu relato, estou indo esse mês para Porto Seguro e seu relato me ajudou bastante. Fiquei preocupada com os cachorros, mas que bom que eles ficaram bem heheheheehe Citar
Membros Hercilio_Jr Ramos Postado Agosto 10, 2016 Membros Postado Agosto 10, 2016 Adorei o seu relato, estou indo esse mês para Porto Seguro e seu relato me ajudou bastante.Fiquei preocupada com os cachorros, mas que bom que eles ficaram bem heheheheehe Tudo bem Ana? Fez a sua viagem? Estou querendo passar por lá agora em novembro, mas procuro passeios como cachoeiras, trilhas e monumentos, sair um pouco da loucura das praias. Você tem alguma dica que possa me passar? Citar
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