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Mil Perrengues: Bolívia, Chile e Peru


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Nogy, tenho certeza que seu relato está trazendo lembranças cômicas na cabeça de quem está lendo.

 

Eu me lembro de uma viagem que fiz para a Argentina e que, de tanto vinho, começamos a falar em línguas também. De repente, só tinha brasileiro na roda de baralho e todos falando portunhol. Quase quebraram a hosteria de tanto rir, fazer danças esquisitas, chutar a porta, jogar pinha na lareira e por aí vai.

 

Está ótimo.

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17.03.2014 – Salar: 3º dia

 

Como no dia anterior, este também é tranquilo e cansativo, muitas horas andando por aí de 4x4.

 

A primeira parada é o lance dos geysers. Confesso que esperava mais, pois muita gente fala bem dessa experiência. O que ocorre, talvez, é que você já viu tanta coisa, já passou por tanto perrengue e ainda está no 6º dia de Trip! Então, a ansiedade por novos lugares, novos desafios, faz com que você fique um pouco mais exigente com algumas coisas, rs. Não que não seja legal, olha aí:

 

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Após os geysers, andamos horas, sobe e desce no deserto com pedras soltas, montanhas e tudo o mais. A paisagem muda a todo instante e você até esquece que está no final do Tour, infelizmente...

 

No meio do caminho, paramos na tal das águas termais. Olha, aqui vale um ponto de arrependimento. Como estava muito frio ainda, já que neste dia tudo rola no período da manhã, chegamos às águas termais meio “borocochôs”, como diria minha mãe. O Edwin tentou nos animar, dizendo que dentro da água faz mais de 40 graus (isso é animar?) e que o frio logo passa...As suíças decidiram entrar, o Nick queria ver alguma gringa pelada, a alemã desistiu e nós...também... ::putz::

 

Talvez tenha sido um dos poucos arrependimentos dessa trip, se estivesse lá hoje, certamente entraria na água, com frio ou sem frio. É um lance diferente, com poucas chances de acontecer de novo na sua vida, então: ENTRE NA ÁGUA! ::otemo::

 

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Enquanto a galera se banhava na água do inferno, ficamos lá comendo umas pringels, tomando Gatorade e caçando o que fazer. Nessa, a alemã sentou ao nosso lado e ficamos observando tudo ao redor, como isso tudo é maluco, as pessoas diferentes, o lugar que não sabemos até quando irá existir...Foi legal conversar com a alemã, ela era muita gente fina, se interessava pela cultura da América do Sul (ela faz faculdade de estudos latinos)...(sim, isso existe) e nossas ideias bateram. A Miriam se deu muito bem com ela, pareciam velhas amigas de escola...

 

Após cerca de 40 minutos, saímos das termas em direção às Lagunas Branca e Verde, última parada do nosso Tour.

 

Nós e as suíças, seguiríamos a San Pedro do Atacama. A alemã e o Nick voltariam a Uyuni.

 

O clima de despedida começou já no 4x4, trocamos e-mail e promessas de reencontros, o que nunca sabemos se realmente irá acontecer. É um sentimento ruim, você conhece pessoas legais, se liga a elas em 3 longos dias no meio do deserto, passa por situações inusitadas, todos juntos e, de repente, adeus. Esta é a sina do mochileiro.

 

A Laguna Verde é uma das coisas mais lindas que eu já vi na Vida. Impressiona de verdade, é enorme e perfeita. Nesta hora que rola a primeira parte da despedida, aquela foto tradicional da galera em frente à laguna, o guia diz algumas palavras legais, agradece por mais uma missão cumprida e seguimos, desolados, à fronteira.

 

Ninguém mais conversa, cada um lembrando das suas paisagens prediletas que as máquinas fotográficas teimam em querer registrar, mas que sua memória guarda para sempre...

 

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Chegamos na fronteira Bolívia x Chile, ainda no deserto e não tem jeito, é hora de dar Tchau.

 

A alemã quase chorou quando nos abraçou, disse que a casa dela está à disposição quando formos à Alemanha (quem sabe...) e que nunca irá se esquecer da gente...

 

O Nick foi pegar minha mochila e a tacou no meu peito lá de cima do 4x4! HAHAhahhaha, é o jeito dele de dizer que gostou da minha companhia, das histórias e momentos engraçados pelos quais passamos. Me abraçou e deu um tapa no meu pulmão esquerdo que chegou a murcha-lo, mas deu pra perceber que estava feliz em ter nos conhecido. Também ofereceu um quarto na sua fazenda, para quando formos à Austrália (quem sabe...).

 

As suíças iriam a San Pedro conosco, então só demos um “até logo”, pois San Pedro é minúscula e esperávamos encontrá-las por lá, o que não aconteceu...

 

O Nick ainda levou nossas mochilas até a guarita da fronteira, como um bom fazendeiro australiano que é.

 

Na fronteira é o seguinte: Se for gringo, paga de 20 a 30 dólares. Se for brasileiro, 15 BOB (Viva o Mercosul). ::hãã2::

 

A polícia boliviana da fronteira é muito mal educada, te olham feio o tempo todo, andam com as metralhadoras em punho como se fôssemos terroristas, são grossos e tudo mais. O cara que verificou meu passaporte ainda rasgou uma folha sem querer, porque eu havia grampeado o papelzinho da imigração. Putz, fiquei preocupado se isso me traria problemas mais pra frente...

 

DICA: Quando você entra no país, eles te entregam dois papéis, geralmente um amarelo e um azul. Observe que um deles é o papel da imigração. Pelo Amor de Deus! Guarde esse papel e o proteja com a própria Vida! Dá um trabalhão se perder essa porcaria, tem que entrar em contato com a embaixada brasileira, paga-se uma taxa, olha...Então, se achar conveniente, grampeie esse papel na última folha do seu passaporte (caso esteja viajando com ele) ou guarde-o muito bem, junto aos seus documentos pessoais (caso esteja viajando somente com o RG).

 

DICA 2: Esteja preparado para o frio nesse momento. Eles te deixam, no mínimo, meia hora esperando para os trâmites. Já li relatos aqui no mochileiros que a galera ficou HORAS na espera. Isso não é legal, faz MUITO FRIO NESSA FRONTEIRA, venta que é um absurdo. Então, esteja preparado com boas roupas de frio, gorro e luvas.

 

Após cerca de meia hora, tudo resolvido, fomos ao micro que nos levaria a San Pedro, já que o transfer estava incluso, quando da contratação na Andrea Tours.

 

Esperamos mais um pouco, entramos e a ansiedade foi aumentando, estávamos prestes a conhecer o deserto mais árido do mundo! Nessas horas você esquece os perrengues, as dores musculares e as roupas sujas, você só quer conhecer um lugar novo com pessoas diferentes...

 

Próxima parada: San Pedro do Atacama.

 

Notas:

Taxa da fronteira Bolívia x Chile: 15 BOB

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Nogy, você escreve fantasticamente! Quase participei da festa do vinho lendo aqui! E espero encontrar vc e Miriam em qualquer mochilão (quem sabe... rs). Parecem com minha galera de amigos e amigas loucas e ultra simpaticos (as), fazendo amizade em qqr esquina! Transforme as viagens de vcs num livro! Vou continuar acompanhando, viajo em 28/09 ate 18/10! Abraço!

 

PS: pra quem está lendo pra montar roteiro, achei um site que está me ajudando: todas as formas e tempos de transporte de um lugar pro outro, em qualquer lugar do mundo... http://www.rome2rio.com/pt/

::otemo::

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Olá Rafa, obrigado pelos elogios. Poxa, seria legal toparmos por aí num mochilão qualquer, eu e a Miriam curtimos esse lance de fazer amizade do nada.

 

Bem interessante o site sobre os meios de transporte, certamente ajudará muitos mochileiros por aí...

 

Abraço.

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Oi Nogy, assim como todo mundo que eu vi aqui, eu achei seu relato sensacional, dei muita risada e cada dia que passa fico mais ansiosa pela minha viagem em outubro.

Eu queria uma ajuda:eu reli e acredito que você não disse que horas parte a excursão para o Salar. Eu chego em Uyuni bem de manhã e queria nesse mesmo dia ir fechar a excursão e ir direto para o Salar. Você acha que é possível? Outra coisa: Que horas você acha que o Nick (achei esse cara sensacional) e a alemão chegaram em Uyuni no terceiro dia do Salar? Obrigada!!! =)

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Olá mariameiroz,

 

O 4 x4 parte por volta das 10h30 de Uyuni. Se você chegar cedo, pode até ser que consiga um lugar em alguma agência, mas não é garantido, porque quase todo mundo chega à tarde e pesquisa para sair no outro dia de manhã. Vimos alguns que conseguiram vaga em jipe que faltava um ou que alguém desistiu, mas não é certeza. Outro problema é que você não terá muito tempo para pesquisar preço e agência, então, se tiver como chegar num dia para sair no outro, melhor, mas se não tiver como, vale a pena a tentativa, claro. ::otemo::

 

Sobre o horário que o Nick e a alemã chegaram de volta a Uyuni, creio que já ao anoitecer, pois a viagem é longa...

 

Espero ter ajudado.

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