Membros leandrocte Postado Junho 9, 2014 Membros Postado Junho 9, 2014 Antes que alguém já diga: "porra, já tem 1.388 relatos da Lapinha x Tabuleiro aqui no fórum e este viado vem escrever mais um", eu já digo de antemão que vou escrever mesmo!! Primeiro porque hoje é domingo e não tenho nada pra fazer (ter tenho, mas estou com preguiça de arrumar a casa hoje...) e segundo porque quase todos os relatos que tem aqui são de travessias realizadas em 3 dias. Eu vou encher o saco escrevendo sobre a mesma travessia mas com o diferencial que realizamos em apenas 1 dia, o que muda bastante quando o caminho é feito de forma tradicional. A travessia entre os vilarejos de Lapinha da Serra (município de Santana do Riacho) e Tabuleiro (município de Conceição do Mato Dentro) é sem dúvidas a mais famosa e tradicional travessia de Minas Gerais. Todo trilheiro/caminhante/trekkeiro esperto já realizou esta travessia pelo menos uma vez. Se todo muçulmano deve ir à cidade sagrada de Mecca pelo menos uma vez na vida, todos os mineiros que fazem caminhadas devem fazer esta travessia pelo menos uma vez antes de ir desta pra outra. Já havia realizado esta travessia em outras duas oportunidades. Em todas elas, andamos no estilo "passeio no bosque" mesmo, vencendo todo o caminho em 3 dias, que é o tradicional de se fazer lá (embora umas agências de "turismo de aventuras" de BH cobre caro para fazer o mesmo trajeto em longos 4 dias...). Há alguns meses eu conversava com alguns amigos sobre a possibilidade de fazer essa pernada em apenas 1 dia. Tentamos organizar outras vezes mas não deu por causa da logística. Aí, numa caminhada 7 dias antes em Lapinha mesmo conseguimos combinar tudo para a empreitada. Assim, organizamos tudo durante a semana para mandar ver no sábado, dia 07 de junho. A ideia era simples. Ir para Lapinha na sexta à noite, após o trabalho, pernoitar por lá, fazer a travessia durante todo o sábado e voltar para casa no sábado à noite. Para isto dar certo, teríamos de ir de carro (algo raro quando eu faço uma travessia, já que na maioria das vezes vou e volto de ônibus mesmo) e precisaríamos de pessoas que pudessem nos resgatar no final. Durante a conversa no fim de semana anterior, conseguimos duas anjas que se dispuseram a nos resgatar em Tabuleiro, a Lucinha e a Soraya! Salvadoras de nossa trip!!! Elas iriam com a gente para Lapinha, dormiriam com a gente lá e no outro dia seguiriam de carro com nosso equipamento de camping até Tabuleiro para resgatar o que estivesse sobrando de nós! Nossa outra amiga, a Ana, decidiu que não iria fazer a travessia e que iria apenas resgatar a gente junto às nossas salvadoras. De última hora, apareceu também a Emanuela que também iria só para curtir, passar a noite e se juntar às meninas que iriam nos resgatar no dia seguinte. Pronto, problema de logística resolvido, seria possível fazer a travessia apenas com mochilas de ataque e teríamos resgate ao chegar no ponto final. Para fazer a empreitada, juntamos 4 neguinhos bons de pernada mais uma mocinha para dar um toque feminino durante a travessia, uma vez que seria osso aguentar um monte de marmanjos falando bobagem durante um dia inteiro. Assim, juntamos eu, o Eroni, cafetão da turma, o R.Lelis, cabra macho, sem medo de nada, o Eloísio (uuuui) e a Luci, que havia sido incorporada ao grupo algumas semanas antes quando descobrimos que ela tinha uma linda cachoeira escondida no quintal de casa. Pronto, estava formada a gangue que iria fazer a travessia em apenas um dia. Todos nós já havíamos realizado essa pernada antes, exceto a Luci, mas nunca é tarde para fazer a lap/tab. Nos encontramos na sexta-feira às 19:30min em Belo Horizonte para a saída. Desta vez o atrasado foi o Lelis, mas não muito. Guardamos nossas bagagens e tocamos para a Lapinha. No caminho, uma parada rápida em Santana do Riacho só para esticar o esqueleto. Chegamos em Lapinha já às 23horas e todo mundo com fome. Paramos em um restaurantezinho, comemos, bebemos e nos divertimos um pouco. Em situações normais, a noite seria apenas uma criança, mas teríamos de acordar no outro dia cedo para iniciar a empreitada. Depois de forrar o estômago, arrumamos um lugar para acampar, montamos as barracas e fomos repousar, mas não antes de entornar uma garrafa de vinho oferecida pela nossa amiga Soraya. O Eloísio estava com "problemas" durante a semana toda devido a um salgadinho que ele jura de pé junto que comeu e estragou todo seu sistema digestivo, então estava passando mais tempo no banheiro do camping do que em qualquer outro lugar. Terminado o vinho, cada um em sua barraca ou em seu carro. Particularmente eu não dormi tão bem esta noite não sei porquê!! O sábado amanheceu ótimo! Não estava tão frio e levantei antes do sol aparecer para ajeitar minhas coisas. Pouco a pouco, os amigos também foram acordando e levantando acampamento. Tomamos nosso café da manhã reforçado (exceto o Eloísio, que temia um furo de escampamento ao longo da travessia) e às 07:00h começamos nossa empreitada. O sol já anunciava que iria fazer calor, embora ainda estivéssemos sob a sombra do Espinhaço. Mas já nos primeiros metros eu notei que não iria precisar da camisa com mangas longas porque iria fazer bastante calor e já fui em meu estilo tradicional mesmo. Tomamos a decisão de fazer a travessia sem passar pelos picos da Lapinha e do Breu (há dois caminhos no início, passando pelos picos ou passando por baixo). Pegamos o caminho "de baixo", que é menos montanhoso, mais simples, mas que iria nos economizar um desgaste com subidas em picos logo cedo, já que o dia seria longo. Logo no início tem uma subida por pedras, que não é complicado e como estávamos só com mochilas de ataque, não tivemos nenhum problema em vencer a primeira subida. Quase em seu final, parada obrigatória para fotos de todo o visual de Lapinha da Serra com a represa em destaque. A pernada seguiu tranquilamente com o ar da manhã maravilhoso. Pra mim, foi a primeira vez que fiz esta travessia sem tomar chuva (das outras vezes foi só temporal em pelo menos um dos dias). Seguimos firme descendo a trilha e tirando nossas fotos, exceto o Lelis que conseguiu a proeza de esquecer o cartão de memória em casa. O Eroni também vacilou com máquina fotográfica, mas ainda tinha o celular para salvar. Restou ao Lelis lamentar durante todo o dia (e deve estar se lamentando até agora). Logo após a descidinha, o Pico do Breu, ponto mais alto da travessia, aparecia ao nosso lado. Imponente, foi possível contemplar ele durante alguns bons quilômetros e deu pra recordar da última travessia quando estive lá. Até tivemos a ideia de voltar lá qualquer dia para fazer uma caminhada em circuito, subindo pelo pico da Lapinha, pelo Breu, indo até a prainha e voltando para Lapinha pelo caminho mais fácil. Cenas de próximos capítulos! Ás 9 da manhã em ponto, após pouco mais de 8km de caminhada, chegamos à prainha que se forma no rio Parauninha, que ali naquele alto de serra tem águas cristalinas. É um excelente local para banho, mas apenas tiramos fotos dele e seguimos em frente, já que ainda tinha muito para percorrer. Após o rio há uma pequena subida, mas nada de mais. Para os que fazem a caminhada "tradicional", este é aquele ponto onde você pode pegar uma trilha à direita e ir em direção à casa da dona Ana Benta e acampar por lá. Seguindo em frente, passamos por uma porteira nova que há no caminho e seguimos depois passando por um colchete onde eu acareciei a cerca de arame farpado e consegui em belo e sangrento corte próximo ao pulso. Mais 3 cm de erro e o corte seria bem em cima de uma veia, dei sorte. Ah, o colchete estava errado e ao confirmar no GPS tivemos de voltar um pouco. Passagem pelo colchete de novo, mas desta vez sem cometer a mesma burrice de me cortar outra vez. Reencontrando o caminho normal, pernada em frente e, ao alcançar uma sombra, fizemos nossa primeira parada do dia para descanso e lanche. Neste momento, o Eloísio ainda resistia bravamente ao seu perrengue da coxinha envenenada que ele comeu durante a semana e que estava fazendo uma revolução em sua vida. Entre um lanche e outro, descansávamos e falávamos bobagem. Até esquecíamos que não era só de peão que esta travessia estava sendo feita, havia uma mocinha conosco, mas bobagem era dita a todo momento mesmo assim!! Fim de lanche e de volta ao batente. A trilha segue bonita e bem demarcada ao lado de um lindo paredão do espinhaço. Neste ponto há mais uma subida ingrime, mas nada de desafiador. Subimos sem problemas e alcançamos um platô que é o ponto mais alto de toda a travessia. O tempo estava ótimo e foi possível avistar vários outros picos distantes. Perna pra frente, seguindo o caminho e parada rápida no riacho que tem no meio do caminho para abastecimento de água, pelo menos pra mim, que levei pouco líquido já que sabia que iria encontrar diversos riachos de água potável pelo caminho. O fresco do Lelis, que só bebe água de purificador ou então engarrafada por empresas com certificado ISO 9002, disse que minha barriga tem aumentado muito pela quantidade de água que bebo de riachos. É por este motivo que sou adepto a uma boa rodada de cerva no final de cada caminhada, para matar todos os possíveis intrusos que possam entrar em meu corpo vindos das águas de riachos! Frescuras Lelísticas a parte, a caminhada seguia em frente e após passar pela famosa ponte de árvore (que até hoje resiste no meio do caminho), andamos por mais uns 2km e finalmente chegamos à famosa casa do seu Zé de Olinta. Este é um outro ponto tradicional desta travessia, onde todo mundo já acampou um dia. Aliás, foi aí que minha barraca alagou uma vez com um dilúvio que caiu durante minha primeira travessia. Resolvemos fazer uma parada por lá a pedido do Eloísio que estava se sentindo bem, mas prevendo que um desastre de grandes proporções poderia ocorrer em breve, decidiu parar para fazer uma checagem em sua delicada situação. Enquanto o Eloísio pensava na vida, descansávamos e batíamos papo com seu Zé, que nos presenteou com uma penca de bananas hiper maduras. Aquilo foi uma beleza para a reposição de energia. Entre um papo e uma banana e já com o Eloísio de bem com a vida, despedimos de seu Zé e seguimos pelo nosso caminho. Logo após a casa dele, há uma trilha à direita e tomamos essa direção porque o nosso intuito não era apenas fazer a travessia em um dia, mas também ir na parte alta da cachoeira do Tabuleiro, outro ponto tradicional do caminho. E lá fomos nós. Após a parada, o caminho tem uma pequena elevação, nada de mais. Seguíamos tranquilamente e neste ponto ainda era pouco mais das 12 horas. Já havíamos caminhado mais de 17km em pouco tempo e ninguém dava sinal de cansaço, o que era bom. Estávamos felizes que tudo corria bem. Porém, neste ponto que tive o meu perrengue. Para chegar até os poços da parte alta da cachoeira, há uma parte da trilha que se anda uns 3,5km em descida forte (e que se transforma em subida na volta). A trupe resolveu descer de forma mais acelerada que o normal, e mais ou menos no meio da descida eu notei que meu joelho direito começava a doer. Não era uma dor forte, mas uma dor constante. Continuamos a descida acelerada. O Eroni e o Eloísio estavam uns 200m mais a frente e no fundo estavam a Luci, o Lelis e eu. O Lelis também sentiu o esforço da descida rápida. Bom, por volta das 13horas chegamos ao rio na parte alta da cachoeira do Tabuleiro e começamos a descer pelos tradicionais poços e quedas que tem lá. Antes da descida, avistamos 3 motoqueiros detonando uma trilha que tem do outro lado do rio, indo em direção ao mesmo. É foda, motoqueiros estão por todos os lados já, e onde eles passam, a trilha desaparece... Em um ponto do rio, o Lelis resolveu parar e ficar descansando lá mesmo enquanto nós seguimos até a cabeceira da cachoeira do Tabuleiro. Particularmente, já havia estado na parte alta mas nunca havia ido até a cabeceira porque da outra vez que estive lá em cima estava chovendo e escorregadio, portanto, por segurança, não fomos até a pontinha do rio. A vista lá de cima é um espetáculo! Tiramos algumas fotos, cumprimentamos os motoqueiros que chegaram por lá e voltamos para nadar nos poços. O Eloísio e a Luci nadavam nos poços mais abaixo, eu fui nadar no poço maior e o Lelis pirava em uma ducha natural que tinha mais acima. A água estava excelente! Até o Eroni que não gosta de água entrou desta vez! Nadamos, descansamos, lanchamos e hora de voltar para a trilha de novo. Fizemos uma rápida discussão para decidir qual caminho a seguir. Alguém sugeriu que poderíamos descer pela trilha da direita do rio que leva para a parte baixa da cachoeira e depois sai na portaria do parque. Este seria o caminho mais curto e iria nos economizar uns 4km de penada. Porém, desistimos de seguir por ele porque a descida é extremamente ingrime, o que poderia não ser bom. Assim, decidirmos que iríamos voltar por onde viemos até encontrar o caminho de descida tradicional, mais longo, porém menos ingrime. Na saída do rio, encontramos uma calça nova, com alguns trocados no bolso e algumas bugingangas. Algum trilheiro nadou ali, e voltou para a trilha só de cueca mesmo, deixando a calça para trás. Fico imaginando quando ele notar que estava andando sem suas partes de baixo!! Trilha de novo e agora a descida que fudeu meu joelho e se transformou em subida. Embora meu joelho não doesse mais, eu resolvi que iria subir devagar porque eu não queria me quebrar nesta travessia. A subida foi bem tranquila e eu fui num ritmo bem mais lento do que é o meu comum, mas, como já escrevi, estava poupando equipamento! Na subida, o Eroni jurou que viu uma pequena cobra passar rápido em sua frente e entrar no mato. Foi uma travessia sem encontrar nenhum animal peçonhento. Antes do fim da subida, pegamos uma trilha alternativa à direita que iria nos atalhar uns 2km até chegar ao nosso caminho normal e seguir em direção ao final da travessia. Parada rápida e início da descida final. É uma descida não muito ingrime, mas constante. Devido às dores que senti nas juntas durante a descida do rio, resolvi que não ira forçar agora e que iria poupar meus joelhos. Assim, fiquei mais ao fundo, mantendo um ritmo mais leve que os outros. Mas de pouco em pouco, fomos descendo a serra. Particularmente, acho a vista nessa descida muito bonita porque dá pra ver o arraial do Tabuleiro lá embaixo e vários outros picos nos arredores. Parada tradicional desta descida é no mirante para a cachoeira do Tabuleiro. É um lugar agradável e tradicional, de onde se tem a vista mais bonita da terceira maior cachoeira do país. Com a proximidade do inverno e como este ano choveu pouco no verão, o volume de água nela está bem abaixo do normal. Tanto que as fotos bonitas que tradicionalmente fazemos ali nem ficaram tão boas. Mas nada que faça com que ela perca seu charme. Paradinha obrigatória para fotos e descida final. Poucos metros antes de chegarmos à portaria da cachoeira, nossas anjas de resgate já nos avistaram e começavam a gritar saudando nossa chegada! Às 16:30min, 9:30min após o início da caminhada (fomos mais rápidos do que pensávamos) chegávamos à portaria da cachoeira do Tabuleiro com uma calorosa recepção por parte de nossas mocinhas do resgate. Enquanto fazíamos a travessia, as mesmas aproveitaram para conhecer a cachoeira do Tabuleiro e tomar um banho de poção! Para nós, foram 32km de pernada e evidente que ninguém chegaria ao final pulando como se estivesse atrás de um trio elétrico. Não tem como terminar uma caminhada nesta distância e chegar em perfeitas condições! Eu mancava um pouco por causa do meu joelho que mesmo poupando na última descida, voltou a doer após a parada no mirante. Mas poderia ter sido pior! Ao chegar, tomamos um merecido e refrescante banho lá no parque (até porque a Emanuela já havia nos avisado que não iríamos entrar no carro se não tomássemos banho no final, rs) que fez recarregar as energias. Procuramos um lugar para comer em Tabuleiro mas o único restaurante disponível não tinha nada comestível. Na verdade, eu mesmo não estava com fome, mas queria beber algo doce, o que foi feito em Conceição do Mato Dentro (não é sempre que dispenso a cerveja no final da trilha em troca de um suco em lata). Sem encontrar nada para comer em Conceição, beliscamos qualquer bobeira para disfarçar e seguimos de volta para BH. A volta foi feita tranquilamente, sem nenhum problema! E assim terminamos a travessia. Matei a vontade de realizar a mais famosa travessia de Minas em apenas um dia, diferente dos 3 dias tradicionais que eu havia feito em duas outras oportunidades. Agora é preparar a mochila para a próxima! RESUMO TRAVESSIA LAPINHA X TABULEIRO EM 1 DIA PARTICIPANTES Grupo Supertramp - Leandro - Eroni - Eloísio - Luci - R.Lelis - Emanuela - Soraya - Lucinha - Ana (resgate) DISTÂNCIA PERCORRIDA 32km - total de 9:30min - incluindo as paradas LOGÍSTICA Transporte de carro próprio de BH para Lapinha da Serra e depois de Tabuleiro para BH GASTOS Gasolina rateada para 5 pessoas: R$30,00 para cada Camping em Lapinha: R$15,00 Caldo e cerveja em Lapinha à noite: R$14,00 Lanche de trilha normal: vai de acordo com o que cada pessoa costuma levar. Comida no final em Tabuleiro: apesar de não termos comido lá, acredito que fica em torno de R$20,00 Total aproximado: R$80,00 Citar
Membros Luks02 Postado Agosto 1, 2015 Membros Postado Agosto 1, 2015 Fala Leandro, tudo bem? Cara, estava aqui procurando informações sobre essa travessia e por acaso encontrei vocês. Explico melhor. Estive com o Eroni e mais uma galera do Grupo Supertramp no dia 11.09.2015 no Pico da Bandeira. Não me recordo se você estava lá, mas lembro que conversamos e tomamos umas boas garrafas de vinho. Eu estava lá com o Lucas, meu xará, a Paula, namorada dele, e o Morete, outro camarada que conheci lá. Enfim, estou querendo fazer essa travessia da Lapinha-Tabuleiro no feriado de 7 de setembro. Você conhece algum guia lá? Obrigado, Lucas. Citar
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