Membros palomadenaro Postado Maio 28, 2014 Membros Postado Maio 28, 2014 Texto: Paloma Denaro / Fotos: André Landin - link facebook no fim do relato para ver as fotos Para abrir a temporada de trekking no Brasil, escolhemos a travessia carinhosamente apelidada de Petê-Terê (o contrário também pode ser feito, começando em Teresópolis) que, além de ser considerada uma das mais charmosas do país, oferece infraestrutura de abrigo para que pessoas “comuns” (não apenas montanhistas profissionais) também possam se aventurar numa trilha um pouco mais desafiante como essa e experimentar a sensação de se propor um desafio e sair vencedor. A travessia Petrópolis-Teresópolis São necessários três dias para completar a empreitada de 30 quilômetros, além, é claro, de muito fôlego, disposição e uma dose de desprendimento para compartilhar quarto (ou dormir em barracas), preparar a comida que conseguir carregar (o que não será nenhum banquete), lidar com vestimentas e calçados sujos e molhados muitas vezes, entre outras adversidades que surgem pelo caminho, como a neblina e chuva que nos acompanharam ao longo de todo o primeiro dia, contrariando a estação seca e nos levando a repensar se seguiríamos ou voltaríamos para curtir a encantadora cidade de Petrópolis, o que era tentador, mas fugia do nosso objetivo. Para nossa surpresa, às 5h30 da manhã seguinte, fomos agraciados com um lindo amanhecer, que não apenas nos convidava, senão nos intimava a continuar, o que fizemos, com muita vontade e alegria. O primeiro dia O início de um trekking longo costuma ser penoso. É nesta parte que o corpo se adapta ao novo peso, já que foi acoplado a ele uma mochila de 10kg a 15kg. No caso da Petê-Terê, os 8km da primeira etapa são praticamente uma longa e íngreme subida, a ladeira da Isabeloca, assim batizada em homenagem à princesa Isabel, que, segundo relatos, tinha verdadeiro fascínio pela região e, no início do século 19 já percorria essas mesmas trilhas, carregada pelos escravos, mais tarde libertados por ela (1888). Em média leva-se de cinco a seis horas para chegar ao Morro do Açu, onde está o primeiro abrigo do Parque. No meio do caminho, algumas paradas para água, comida e, se o tempo ajudar, curtir o visual do vale do Bonfim. Abrigo 1 – Castelos do Açu Depois de fazer o “check-in” no abrigo ou montar a barraca na área de camping, é hora do merecido banho, roupa seca e quente para apreciar as belezas que rondam o abrigo. Dicas - Certifique-se de pagar pelo banho de água quente quando fizer a inscrição pelo site do PARNASO (http://parnaso.tur.br/)... Você agradecerá os 5 minutos debaixo da ducha quentinha, eu garanto. – no pôr do sol ou no amanhecer, suba até o Cruzeiro e aprecie toda a formação que se pode ver dali, inclusive o Dedo de Deus e os castelos do Açú. Segundo dia A caminhada no segundo dia pode ser considerada mais difícil. Não se trata mais de subir, apenas, mas alcançar a altimetria de 2000 metros e descer várias vezes. O que conforta é saber que este sobe e desce se dá em paisagens esplêndidas, como o visual do garrafão, por exemplo (foto ao lado). Alguns trechos dão à travessia o direito de ser chamada de “aventura”, como o elevador – placas de ferro chumbadas nas pedras, formando uma escadaria quase a 90 graus – e o temido “cavalinho”, em que é preciso transpor uma pedra bastante exposta, sem proteção, com um abismo ao lado. Ao passar de um lado para outro da pedra, é preciso ficar numa posição como se estivesse montado em um cavalo, daí o nome. Não é fácil, realmente, mas é sensacional. Esta parte tornou-se tão mítica que, caso esteja sem guia e tenha um pouco de receio do que virá, você pode assistir a vídeos no youtube previamente, para saber o que fazer na hora. Se você é do tipo destemido, deixe a montanha surpreendê-lo! Ao avistar este monte de pedras em um local estreito, você terá a certeza de ter chegado ao cavalinho e ficará feliz em montar sua própria estratégia para ultrapassá-lo. Guias recomendam o uso de cordas. Não acho imprescindível, mas, seguramente, mais cauteloso. Abrigo do Sino Depois de vencer o cavalinho, a caminhada está praticamente concluída. Definitivamente você já terá passado por todas as dificuldades que a travessia reserva. Em menos de 30 minutos chegamos ao abrigo para mais um banho, chá quente e uma refeição reforçada, podendo desfrutar da companhia dos guias e guardiães dos abrigos e suas histórias, que dão um tempero mais do que especial à viagem. Cume da travessia A 1270 metros de altura está a Pedra do Sino, pertinho do abrigo de mesmo nome. Você pode optar por assistir ao pôr do sol nesse mesmo dia ou a alvorada, no dia seguinte. Desta vez optamos pelo amanhecer, pois no entardecer do segundo dia estávamos bastante cansados. Levantamos cedinho e subimos ao alto do morro para desfrutar deste visual incrível, de onde é possível ver a cidade do Rio de Janeiro com total nitidez. Terceiro dia Para quem fez toda a travessia, o terceiro dia é uma farra… São 11 km, mas você nem percebe. É uma descida não muito íngreme, com bastante zigue-zague e mata fechada, mas com a trilha bem demarcada. Um deleite para alguns, um martírio para outros que, já cansados, só querem mesmo chegar. Em um ritmo bom, levamos três horas neste trecho e, finalmente, a saída. Chegamos à sede em Teresópolis. Não deixe de assinar e dar baixa em sua saída, para controle do Parque. Transporte para resgate em Teresópolis Como voltar de Teresópolis? A #dicatrustme é: Ao sair de Petrópolis, deixe agendado um táxi ou um resgate com algum conhecido, para buscá-lo na sede de Teresópolis. Leve em consideração as três horas que levará para descer e marque a hora com precisão. Contratamos a Disk Taxi Correas. Recomendo. Os telefones para contato são (24) 99257-4828 / (24) 98839-3268. Filosofando… Não tem saída… Esses lugares nos levam a filosofar um pouco sobre a vida. O importante é saber que, se você estiver realmente preparado e quiser viver momentos raros, fazer a travessia o fará sentir-se pleno, forte e capaz de encarar qualquer desafio. Lá do alto, caminhando sobre as cristas das montanhas, pare a mente e abra o coração por um momento e terá a certeza de que a vida vale a pena e que ainda há muito para ser explorado mundo afora. Você chegará cansado e, talvez, com algumas dores musculares, mas tão cheio de energia, que se sentirá capaz de mudar, senão o mundo, pelo menos iniciar uma mudança em seu Universo particular. Está começando na arte de trilhas? Veja mais dicas para iniciantes e todas as trilhas que mapeamos para vocês em http://revistatrustme.com.br/dica-para-quem-esta-comecando-na-arte-de-trilhar-o-mundo/. Importante: planejar, organizar e só aí se lançar numa aventura como esta. Lembre-se que, se você não é um expert em trilhas, desconhece termos como tracklog ou carta topográfica, deve contratar um guia. A trilha não chega a ser fechada, mas há muitos que se perdem por falta de conhecimento da área. Para ver a lista de profissionais, acesse: http://www.parnaso.tur.br/montanhismo/local/petropolis/1/ Palavra de quem entende do assunto Há 30 anos trabalhando como guia, Luciano Gonçalves Lopes (http://lucianomateiro.com.br/), conhecido como Mateiro, já realizou mais de mil vezes o trajeto e carrega também a experiência de outras tantas travessias Brasil afora. Ele alerta que não é necessário ser atleta para completar o percurso, mas o ideal é que a pessoa tenha um certo preparo físico e emocional. Além disso, “é preciso gostar e, acima de tudo, respeitar a natureza e ter muita força de vontade para vencer os obstáculos”, aconselha. “Importante lembrar que não se trata de um simples passeio no parque… Em um dia você pode enfrentar as quatro estações e será preciso manter a calma e o equilíbrio quando as dificuldades vierem, sabendo que, se o tempo abrir, só quem persistir será presenteado com uma das paisagens mais belas e recompensadoras”, completa. DICA ONDE FICAR EM PETRÓPOLIS – É importante se planejar para dormir uma noite na cidade, caso você não more perto de Petrópolis, onde começa a trilha. VEJA NOSSA SUPER #dicatrustme de um lugar lindo, aconchegante e onde é possível tomar um café da manhã reforçado, o que garantirá as primeiras horas de caminhada - clique em: http://revistatrustme.com.br/onde-ficar-em-petropolis/ VEJA O ÁLBUM COMPLETO (NO FACEBOOK) - - COM AS FOTOS tiradas NA TRAVESSIA. Citar
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