Colaboradores wagnerponce Postado Maio 19, 2014 Colaboradores Postado Maio 19, 2014 Para onde viajar na Argentina? Buenos Aires, Bariloche, Mendoza e a Patagônia são os destinos mais procurados nas terras de nossos hermanos, como eu já havia passado por todos esses lugares, resolvi mudar um pouco minha rota em meu último Mochilão pela América do Sul e resolvi ainda conhecer uma região pouco explorada por brasileiros, mas muito visitado por turistas de diversos lugares do mundo, o Noroeste argentino. Escolhi a cidade de Salta para ser a minha base na região e partir para os diversos passeios e atrativos dessa minha estadia pela Argentina. Trata-se de uma das maiores cidades da região, o que facilitaria muito meu deslocamento para as outras cidades menores, e também por ser a única cidade argentina na região com ônibus que chegam direto de San Pedro de Atacama, cidade onde eu estava anteriormente. Salta é a capital da província homônima, fica localizada próxima a Cordilheira dos Andes o que favorece um visual belíssimo para quem está vindo desde o Chile. La linda, como é conhecida a cidade de Salta, conta com uma boa infraestrutura para viajantes, tem um grande quantidade de hostels com os mais diversificados valores, bons restaurantes e bem variados e diversas agências de turismo, tudo no entorno da Plaza 9 de Julio, na região central da cidade. Fiquei na cidade por 5 dias, no primeiro dia resolvi dar aquele boa volta a pé para fazer o reconhecimento de área, aproveitei para fechar alguns passeios para os dias subsequentes e provar um pouco da culinária local, leia-se, Parrilhada! Sinceramente, segunda-feira às 11:00 e eu estava andando bem no meio do Centro da cidade e mesmo assim pude ver o quanto bonita é Salta, não é a toa que seu apelido é “la linda”. Ok, a primeira vista ela realmente é muito bonita, mas se você percorrer um pouco mais os quarteirões mais afastados do Centro, nota-se que a cidade cresceu de forma desordenada, mas nada que vá assustar a nós brasileiros que moramos em metrópoles com prédios imensos para todos os lados. Em meu primeiro tour pela região fui conhecer a cidade de Cafayate, muito famosa por produzir o melhor vinho da região. A cidade é bem pequena, mas conta com alguns hotéis e hostels, assim como restaurantes, todos no entorno da Praça Central. A vinícola que visitamos foi a Bodega Domingo Hermanos. O passeio começa com um dos funcionários da fazenda nos apresentando os tipos de uvas, depois mostra como é feito o processo de moagem da uva e mostrando onde se armazena, mas sinceramente, o que todos nós queríamos era partirmos para a última fase, a degustação! Pude experimentar três tipos de vinho, dois brancos e um tinto, todos muito bons por sinal, acabei aprendendo a apreciar mais os vinhos brancos depois dessa visita. Uma coisa que me chamava atenção antes de chegar a fazenda onde localiza-se a vinícola, era imaginar como numa região de deserto eles seriam capazes de produzir uvas de boa qualidade para se ter um bom vinho… Apesar do solo arenoso da região, o local onde fica a fazenda tem um solo de muita qualidade e a região tem bastante umidade, o que acabou desenvolvendo uma uva perfeita para a produção. Incluso no passeio a Cafayate, tivemos algumas paradas para apreciar a riqueza geológica da região. Todo o Noroeste argentino, é envolvido por uma grande cadeia de montanhas, todas muito antigas e bem desgastadas, formando imensas “quebradas” ou vales, como falamos em português, e formações fantásticas. Nesse dia fomos para a Quebrada de Cafayate e a Quebrada de las Conchas. Os lugares que eu mais destaco é a visita a Garganta del Diablo e o Anfiteatro, simplesmente algo único. Durante toda a viagem até Cafayate, paramos diversas vezes para apreciarmos as geoformas esculpidas pela natureza por toda essa região, como El Fraile, El Sapo, las Ventanas, Los Castillos e tantos outros. No outro dia resolvi explorar a Quebrada de Humahuaca, essa região se encontra dentro de um grande vale, com uma altitude muito maior do que Salta. Humahuaca foi um ponto importante para toda a história dessa região, tem uma forte influência dos Incas, o que se pode notar logo que você conhece o povo nativo. No caminho passamos por outras cidades muito importantes como Purmamarca, onde se destaca o Cerro de los Siete Colores, Maimará e Tilcara, onde se encontra o Pucará de nome homónimo. Por essa região eu sugiro que se possa ficar pelo menos 2 dias, indo de ônibus mesmo partindo da rodoviária de Salta e contratando um guia na cidade mesmo. Tentei ser mais prático e rápido, além de econômico, pois estava na minha última semana de viagem e deveria tentar poupar o máximo possível de dinheiro, então optei por ir num passeio de um dia. Infelizmente esse escolha me fez conhecer muita coisa, porém nem tudo, acabei ficando muito tempo dentro de um ônibus e descendo sempre de forma muito corrida, o que me fez perder também fotos bem legais! Como eu expliquei anteriormente, eu estava em fim de viagem, então me desculpem… infelizmente eu não pude conhecer o Trem das Nuvens, porém eu recomendo muito, pois depois de conversar com os alemães que estavam em meu hostel, me arrependi muito de não ter feito esse passeio. Para quem não conhece, o Trem das Nuvens passa pela linha férrea mais alta do mundo, é uma viagem longa, partindo de Salta ao longo de mais de 400 km de viagem, passando por diversas paisagens, desde as planícies infinitas da região aos vales e montanhas que por muitos anos foram percorridos pelos Incas, incluindo um dos maiores viadutos já construidos para passagem de trem. O valor é um pouco salgado, principalmente se comparando aos outros passeios. Tive mais um dia livre na cidade antes de seguir viagem, dei a sorte de poder ir num show do Mano Chao que iria acontecer, e o preço era muito barato! Acho que todos os estrangeiros que estavam na cidade foram ao concerto, pois não lembro de ter visto nenhum argentino por lá. No geral, gostei muito mesmo de conhecer essa região e seu povo. Sinto que ficou faltando muita coisa, merecia mais planejamento para estar por lá, mas não me arrependo de ter sido dessa forma. Eu tinha minha última semana livre da trip e decidi entrar na argentina na véspera de embarcar, me surpreendi demais com o que eu encontrei, além de fazer e dar um sentido um pouco mais aventureiro para essa viagem. Rapidinhas: * Hostel Prisamata: Calle Bartolomeu Mitre, 833. Fica a 8 quadras da Plaza 9 de Julio (60 pesos quarto coletivo). * Comer um Super Pancho na Av. San Martin * Tente fechar os passeios turísticos todos pela mesma agência e peça sempre um desconto. Lembre-se de pesquisar em várias, pois cada uma dá o seu desconto a sua maneira. Consegui passeios pela metade do preço. Fechei os meus pela Salta Connection, mas existem muitas opções. Valores entre 180 e 220 pesos por dia de passeio, depende da sua escolha. * Visitem também o Teleférico San Bernardo, nos dias que eu estava por lá ele estava em manutenção, mas já iria reabrir. *A Cerveja Salta é boa, na verdade, bem ao nível das nossas famosas do Brasil. * Não precisa se arriscar fazendo câmbio na rua, na Plaza 9 de Julio existe uma grande casa de câmbio, que mais parece um banco, onde encontrei uma cotação melhor do que a dos cambistas de rua, sem contar que é bem mais seguro. 1 Citar
Membros mmClarissa Postado Maio 30, 2014 Membros Postado Maio 30, 2014 Legal o relato, esse roteiro de NE argentino + atacama é show mesmo, uma parte da Argentina completamente fora do circuito turistão mas também incrível! abraços! Citar
Membros recostaferreira Postado Julho 20, 2014 Membros Postado Julho 20, 2014 Olá Wagner, tenho 10 a 12 dias pra fazer uma viagem pelo Noroeste da Argentina. Você acha que consigo aproveitar bem o passeio saindo por Foz e com esse tempo disponível? Citar
Colaboradores Trota Nando O Ateu Postado Julho 20, 2014 Colaboradores Postado Julho 20, 2014 Parabéns pelo relato, me deu saudades dos dias em que passei por esta região. Em 2009 eu Fiz Salta Jujui e Tucumã. Citar
Posts Recomendados
Participe da conversa
Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Se você tem uma conta, faça o login para postar com sua conta.