Travessia Reserva Ecológica da Joatinga, Paraty/RJ

[Patrícia Mandaglio]

A vontade de fazer uma boa caminhada, conhecer a trilha de Laranjeiras até o Pouso da Cajaíba e ir um pouco mais adiante fez com que eu e meu namorado planejássemos essa travessia. Ele, como sempre, cuidando da logística da viagem, encontrou um tracklog muito útil, o qual nos guiou de Laranjeiras (Vila do Oratório) até a Praia do Cruzeiro, no Saco do Mamanguá. Chegando nesse último ponto, descobrimos como voltar para Laranjeiras e completar nossa travessia.

 

Começamos nossa caminhada na Vila do Oratório, em Laranjeiras. Fizemos a trilha para a Praia do Sono, linda... Lá reencontramos moradores caninos de outras viagens. Seguimos em frente para Antigos e Antiguinhos. A próxima etapa era chegar até a Praia da Ponta Negra. Foram uns 9Km de trilha de fácil localização em 3 horas e meia. A praia é pequena e tem um número razoável de moradores. Lá acampamos para no dia seguinte seguir em frente.

 

A caminhada até a praia de Martin de Sá foi mais puxada, com um morro de uns 600 metros de altitude. Na saída da Ponta Negra há várias trilhas, é importante se informar ou seguir o tracklog para não perder tempo. Depois deste início, há várias indicações em árvores, indicando Cairuçu, uma praia antes da Martin. Esse trecho da trilha é mais pesado, mais depois dele, a trilha para Martin é tranquila, além de ter belas paisagens. Foram uns 10km em 5h e meia até Martin de Sá, uma praia muito bonita, com um camping relativamente grande e mais frequentado por pessoas que partem do Pouso da Cajaíba.

 

No dia seguinte, queríamos chegar até a praia do Cruzeiro, no saco do Mamanguá. Foram 20km de caminhada. Passamos pela praia do Pouso da Cajaíba, de Ipanema, de Calhaus e chegamos até a Praia Grande da Cajaíba. Esse trecho é muito bonito, essas praias são lindas! Decidimos almoçar na Praia Grande e descansar um pouco. Esse trecho durou umas 3 horas e meia.

 

A trilha para a praia do Cruzeiro foi mais cansativa, com um morro de uns 500 metros de altitude. Além disso, qdo chegamos ao final de sua descida, para chegar até a praia do Cruzeiro foi outra caminhada: não há indicações, é preciso passar praticamente dentro do quintal de várias casas e é muito fácil errar o caminho. Foram umas 5 horas de trilha. Chegamos cansados, mas satisfeitos por estar lá. Dormimos na casa de uma moradora para ter um pouco mais de conforto depois dessa longa caminhada.

Na manhã seguinte subimos o pico do Pão de Açúcar, que dá uma visão ampla da região. Foram 45 minutos de trilha para chegar lá. O saco do Mamanguá é surpreendente e é possível avistar outras regiões abrigadas de Paraty. Além de admirar a região, dá vontade de ir pra água e explorar tudo!

 

Para completar nossa travessia, precisamos pegar um barco e seguir por 5km até a Ponta da Foice, para pegar uma trilha, que mais parece uma estrada, e retornar à Vila do Oratório. Uma hora e meia de trilha.

No total, foram 50km de trilha e 5km de barco. Há outros pontos interessantes para conhecer, mas queríamos fazer essa volta e ter uma visão geral da região para depois voltar e explorar melhor o que mais nos interessou.

 

Bem, para quem se interessou pela travessia, é importante saber algumas coisas:

- Há restaurantes em vários pontos: Sono, Ponta Negra, Martin de Sá, Pouso da Cajaíba, Cruzeiro. Isso já diminui o peso da sua mochila;

- O bastão de caminhada faz muuuuuita diferença, use!;

- Cuidado com cobras, encontramos uma coral, use perneiras;

- A água é abundante no caminho, exceto no trecho entre Praia Grande e final da descida para o Saco do Mamanguá;

- Informe-se sobre o uso de carboidratos e aminoácidos, ajudam muito na disposição e recuperação muscular.

Boa trilha!