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Camping e hiking na Serra do Tepequém - Roraima - Brasil


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Olá galera da mochila, tudo bem? Depois de ler alguns dos poucos relatos de viajantes para Roraima e as dificuldades de se obter maiores informações a respeito da Serra do Tepequém, resolvi relatar a trilha que fiz com amigos no final de 2013 e neste feriado de Páscoa de 2015 para a serra e assim contribuir com aqueles que pretendem vir a Roraima e conhecer lugares paradisíacos como a Serra do Tepequém.

 

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A Serra do Tepequém é um dos grandes pontos turísticos de Roraima. Visitar Tepequém é lançar um olhar sobre a história humana, geológica, geográfica e mística de Roraima. Logo, ao chegar o visitante percebe as modificações sofridas pela natureza devido à exploração de diamantes ao longo dos anos. Inclusive, foi a atividade garimpeira uma das responsáveis pelo surgimento das vilas da serra. Hoje, os poucos moradores do local, que sobrevivem do turismo e artesanato, concentram-se na Vila do Paiva, onde há pousadas e restaurantes, que oferecem serviços satisfatórios.

 

A serra tem uma altitude média de 1.500 metros e fica localizada a mais de 200 km da capital Boa Vista. O acesso inicial é feito pela BR-174, sentido Pacaraima. São 91 km até a Vila Três Corações, localizada no Amajari. Neste local, dobra-se à esquerda e, pela RR-203, percorre-se mais 103 km, até a base da serra. Deste ponto à Vila do Paiva são mais 7 km de subida íngreme. O percurso, que totaliza aproximadamente 201 km e pode ser feito em cerca de 3 horas, está totalmente asfaltado desde Boa Vista. Existe uma linha de ônibus intermunicipal que faz linha para a sede do município de Amajari e outras localidades próximas, com saídas regulares da rodoviária da capital. Para a Serra do Tepequém, vans e taxis-lotação fazem o transporte para quem pretende subir a serra em dias específicos. Porém, muitos visitantes costumam ir de carro próprio para facilitar o acesso às cachoeiras, o que justifica a pouca demanda de linhas de transporte alternativo para a serra.

 

A Serra do Tepequém é ideal para a prática do hiking (caminhada de curta duração) até as cachoeiras do Paiva, Sobral, do Barata e do Funil. O visitante também pode se aventurar numa subida ao platô, ponto culminante de toda a Serra, onde terá uma das vistas mais sublimes do vale e da cadeia montanhosa que delimita as fronteiras entre o Brasil e a Venezuela. Outro atrativo da serra é a pedra-sabão, um mineral rosado, característico da Serra, que é a matéria-prima do artesanato produzido pela comunidade local. A qualidade das técnicas, a consciência sobre a importância da extração controlada e o trabalho coletivo são marcas da produção artesanal em pedra-sabão.

 

Nos dias 07 e 08 de dezembro de 2013, eu, uma amiga e dois amigos saímos de Boa Vista, por volta das 11 horas da manhã, em carro próprio, rumo à Serra do Tepequém. Após cerca de 3 horas de viagem mais ou menos, chegamos à Vila do Paiva, já no topo da famosa serra. Almoçamos peixe num restaurante que serve comida caseira por 20 reais por pessoa, que por sinal estava uma delicia!

 

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Como já conhecíamos a serra, dispensamos o serviço de guia e lá pelas 16h, fomos acampar na Cachoeira do Paiva distante cerca de 10-15 minutos mais ou menos do restaurante. A trilha é boa e é fácil chegar. Aliás, para chegar a nela há duas opções de trilha. A mais rápida, que tem descida mais íngreme, e conta com apoios e trilhas de chão batido, com escadas para o acesso. E uma mais plana, porém, é mais longa, com acesso um pouco mais fácil e também possui apoios para locomoção. Essa cachoeira é bem caudalosa e tem bastantes pedras. Nela, existe um platô que pode-se admirar o visual da planície até onde enxergar a linha do horizonte. Quando chegamos no local, um grupo de estudantes de turismo do Instituto Federal de Roraima estava acabando de deixar o local e assim, ficamos apenas nós quatro desfrutando da bela cachoeira! Rsss. Montamos as barracas na área aberta com terra e, sob um céu estrelado, passamos parte da noite numa conversa descontraída e agradável junto a uma discreta fogueirinha de gravetos.

 

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No dia seguinte, após o desjejum com frutas, biscoitos, pães e sucos, desmontamos o acampamento e fomos para outra cachoeira, a do Funil, uma das mais belas da região. Para chegar até essa cachoeira, tivemos que fazer o percurso a pé, pois não tem como nenhum tipo de carro prosseguir. Assim, resolvermos fazer o hiking de mais de 2 km de caminhada por essa trilha, muito íngreme e cansativa debaixo de sol forte, com subida constante e uma beleza indescritível do lugar. Passamos pelas antigas trilhas abertas por garimpeiros e casebres abandonados no meio da mata, num silêncio arrepiante! Rsss. Ouvíamos de vez em quando o som das aves, em especial das araras, muito comuns na região. ::otemo::

 

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Ao chegarmos à cachoeira, ficamos admirados com sua altura e com a ação dos garimpeiros sobre ela. Cachoeira do Funil não estava tão caudalosa, mas tivemos uma noção de como seria no inverno: exuberante e majestosa. A beleza do lugar é espetacular!

 

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Porém, a cachoeira me pareceu ser perigosa, pois é muito alta e uma queda dela pode ser fatal. Diferentemente das cachoeiras do Paiva e da Barata, em que os carros chegam praticamente dentro das cachoeiras (rsss), a do Funil parece que não é muito visitada, talvez pelo longo trajeto a pé e sem sombra. Estávamos apenas nós quatro visitando esta cachoeira, nesse dia. Há outra alternativa de trilha em que os turistas podem chegar pela parte inferior dela, saindo de uma estradinha próxima à cachoeira do Barata, numa caminhada de mais ou menos 1 hora.

 

Após desfrutarmos da bela cachoeira, resolvemos ir para a cachoeira do Barata, que tem esse nome porque um antigo garimpeiro a batizou com seu apelido. O acesso a ela é feito por meio de degraus de pedra que leva as corredeiras. A cachoeira não é muito alta, a temperatura da água é um pouco gelada e em sua base forma uma piscina natural que agrada a quem chega ali.

 

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Não demoramos muito nessa cachoeira, pois pretendíamos retornar cedo para Boa Vista. Por volta das 14h fomos almoçar em outro restaurante de comida caseira, pois o primeiro que fomos no dia anterior já estava fechado, e em seguida, começamos nossa descida da serra de volta para casa.

 

 

 

O relato acima foi de 2013. Agora, para atualizá-lo, conto agora como foi o passeio na serra na semana santa. Para começar planejamos nosso roteiro para os lugares pouco visitados. Chegamos na serra na manhã da quinta-feira da semana santa de 2015 e montamos acampamento no fundo do quintal da residência do seu Estevão por 10,00 reais a diária por pessoa. Na parte da tarde, fomos para a cachoeira do Barata e por sorte não havia visitantes e, assim, pudemos desfrutar melhor do lugar.

 

À noite fomos comer uma pizza num restaurante bem aconchegante que fica logo na chegada da Vila do Paiva, que também serve sopa e refeição. A pizza estava muito boa. Em seguida, fomos à procura do jovem conhecido por Fred, que trabalha como vigia na escola municipal da serra, para ele nos guiar para o Tilin do Grindo, a Cachoeira do Funil e a Cachoeira Laje Preta e Laje Verde. Fred cobrou 50 reais pelo serviço.

 

No dia seguinte, às oito horas da manhã seguimos nossa aventura para os lugares mencionados. Fomos por uma trilha bem diferente que fui em 2013, que relatei no início deste texto, pois seguimos pelas margens do rio que foi devastado pela prática garimpeira.

 

O ponto de partida foi pela vila Cabo Sobral e após uma longa caminhada que durou quase duas horas (uma amiga levou a filha de quatro anos), chegamos no Tilin do Gringo. Ficamos admirados com a ação dos garimpeiros na natureza e o impacto dessa prática ao meio ambiente. O local conhecido como Tilin do Gringo é um canal que foi aberto por meio de explosivos no meio de uma serra rochosa nos tempos do garimpo.

 

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Depois, seguimos para a cachoeira do Funil, cujas características já descrevi no início deste relato. Depois de algumas horas decidimos retornar e fomos conhecer as corredeiras do cabo Sobral. Muito lindas as piscinas naturais deste riacho. Ali fizemos nosso almoço num minifogareiro que quebra um galho danado!! rss.

 

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E para finalizar o passeio na maravilhosa Tepequém, após o almoço fomos nos aventurar na trilha para a cachoeira Laje Preta e Laje Verde. O acesso não é fácil, seque-se pela cachoeira do Paiva, subindo e descendo em pedras, atravessando a queda d'água para continuar o percurso pelas margens dentro da floresta. É preciso bastante cuidado. Mas, toda a atenção vale a pena. A cachoeira é um espetáculo. Ela tem esse nome porque quando a cachoeira está com pouca água, as pedras verdes ficam pretas, por causa de uma espécie de limo. E quando o fluxo de água está mais caudaloso tira o limo das pedras, deixando a cachoeira verde. Assim nos explicou o guia.

 

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Para finalizar este relato convém contar a lenda do Tepequém:

 

Conta uma antiga lenda indígena que um vulcão furioso jorrou suas chamas e lavas a longas distâncias destruindo a tudo que encontrava pelo caminho. O fogo derramava suas chamas serra abaixo, as roças de macaxeira, banana e as palmeiras de buriti, tucumã e coco babão viravam cinza e carvão. O fogo varria tudo o que via pela frente, inclusive animais. Na maloca, o Tuxaua, preocupado com a sobrevivência de sua tribo, consultou o Pajé e se reuniram em volta da fogueira. Num gesto de renúncia, as três mais belas índias virgens da tribo se ofereceram em sacrifício e se lançaram no fogo do vulcão, que aplacou sua ira. Suas lágrimas viraram diamantes e até hoje estas lágrimas são encontras na serra do Tepequém.

 

Maiores informações: http://www.turismo.rr.gov.br/index.php/serra-do-tepequem.

Editado por Visitante
  • 9 meses depois...
  • Membros
Postado

Legal o relato

 

Estive no Tepequém há poucos dias (passei o Natal e a virada de ano lá) e também fiz um pequeno post tepequem-t106669.html

 

Gostaria de colaborar no seu complementando que dá para descer na parte baixa da Cachoeira do Funil de forma bem tranquila. Existe uma trilha do lado esquerdo (de quem olha do alto da cachoeira para baixo). Essa trilha é pouco utilizada mas está bem visível - é pela mata.

 

Há um outro acesso para a Cachoeira do Funil que é através do Igarapé do Sobral. A grande vantagem desse acesso é que não há subidas nem descidas....você consegue andar da Cachoeira do Sobral até o Tilim do Gringo e depois até o Funil somente pela borda do Igarapé do Sobral...muito tranquilo.

 

Por fim, deixo a idéia de a galera visitar as cachoeiras da Laje Preta e Laje Verde - é só descer o igarapé da Cachoeira do Paiva...visuais lindos e pouco visitados.

A outra paisagem muito bonita é descer além da Cachoeira do Barata...corredeiras maravilhosas.

 

abc PH

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Postado

Valeu Paulo Henrique!!! Estou com planos de ir a Tepequém ainda neste mês para aproveitar os últimos dias de férias e vou seguir suas dicas para chegar na parte da cachoeira do funil viu! Não conheço as cachoeiras Laje Preta e Laje verde e nem a do Sobral quero conhecê-las. Feliz 2015 pra você.

  • 2 meses depois...
  • 4 meses depois...
  • 5 meses depois...
  • 2 meses depois...
  • Membros
Postado

Bom dia

Mês que vem, na segunda quinzena de maio, viajarei para Roraima para subir o Monte Roraima pela Venezuela.

Como ficarei duas semanas, estava à procura de outras opções de passeios.

Os relatos aqui postados me interessaram muito.

Obrigado pelas dicas. Se conseguir ir, posto algo aqui.

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