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1º dia

 

Sai de São Paulo dia 25 de dezembro chegando em Salvador por volta das 16:00. Comprei minha passagem por milhas, com 5 meses de antecedência.

Chegando em Salvador, peguei um ônibus para a Estação Mussurunga (R$ 1,40). De lá, faz integração, e peguei um ônibus com destino a Lapa (ou pode pegar o Barra 1) e pedir para alguém te avisar quando chegar na Rodoviária ou Estação Iguatemi. Tem um shopping do outro lado da avenida da Rodoviária. O ônibus entra dentro do ponto da Rodoviária, mas me disseram que um dos ônibus param no corredor de ônibus que fica fora da Rodoviária. Mas é fácil de descer em qqer um dos casos.

 

Acabei optando por pegar dois ônibus porque fiquei duas horas esperando o ônibus que sai do aeroporto e vai direto para a Rodoviária, mas este ônibus estava la, o motorista dentro do ônibus e dizia que não sabia que horas ia sair de lá. Nisso um monte de ônibus já tinha passado pelo ponto indo para Mussurunga. Ai que a galera me disse, pra nunca esperar por esse diretão até a Rodoviária porque eles saem a hora que eles querem.

 

Já havia comprado minha passagem para Lençóis pelo site da Real Expresso (http://http://www.realexpresso.com.br/). Peguei o ônibus das 23:00. Quando é fim de ano, pelo que soube, eles colocam ônibus extra, então tinha outros horários muito próximos de ônibus, tipo intervalo de 10 minutos entre esse ônibus das 23:00. Mas acho que fora de alta temporada só há um ônibus mesmo.

 

Como cheguei "cedo" acabei comendo na Rodoviária. Lá tem bastante opções, até as mais conhecidas como McDonalds e Subway.

 

Uma dica mega importante para quem não é acostumada com ar condicionado, levar cobertor ou algo para se cobrir ou ir bem agasalhado, pq os caras colocam o ar condicionado no negativo. F#d@. Ainda bem que a pessoa q sentou do meu lado compartilhou seu cobertor e consegui chegar viva a Lençóis.

 

2º dia

 

Cheguei em Lençóis as 5:15 da manhã. Assim que desce do ônibus vem um milhão de gente perguntando se vc tem reserva, se isso, se aquilo e tal. Eu estava afim de um passeio meio q na independência e tb tinha uma pré-reserva num hostel então estava lá esperando minha mochila, quando uma garota estava atras de mim meio perdida tb e eu perguntei: Vc está sozinha? Ela disse sim, então falei vamos andar pela cidade. Dai um cara tb pegou sua mochila olhou para nós e eu perguntei: Está sozinho? ele disse: Sim. Pronto nos juntamos e ficamos juntos até o último dia!

 

Andamos pela cidade, e eu era a única que tinha barraca exatamente para 3 pessoas. Então resolvemos que passaria no hostel que eu tinha reservado e cancelaríamos a reserva e procuraríamos um lugar para ficar ou acampar.

 

Resumindo bem a história de reserva, se vc tem uma barraca e não se importa em acampar todos os dias, leve sua barraca. No fim não acampamos, mas porque falei da barraca???? Não há tanta necessidade assim (ao meu ver) de fazer uma pré reserva, principalmente quando se está sozinho e não se sabe o que vai acontecer. Como foi meu caso. Encontrei os dois na Rodoviária e tivemos uma sintonia bacana que acabamos ficando juntos porque queríamos a mesma coisa, fazer um tour o mais independente possível. Se não achássemos nada tinha a barraca de casa. Tanto que no fim, alugamos um quarto numa casa, com cozinha compartilhada, por 25 reais a diária e o camping queria nos cobrar 20 reais. na casa conseguíamos cozinhar e tudo o mais. Quem nos indicou a casa foi o Zé (eu sei que esse nome é comum, mas vou nomear as pessoas para ficar mais fácil explicar) ele é guia de lá (todo morador tem um lado guia) e ele nos indicou a Rose que tem uma porrada de casa e sai alugando para as pessoas que não tem onde ficar. Mas dai fica aquela dica, saiba conversar e consegue um preço bom. Teve um casal que passou duas noites na mesma casa que nós e pegou o dobro cada um.

 

Bom resolvido o lance casa, fomos no centro de informações e decidimos que iríamos conhecer tudo que estivesse ao nosso alcance por Lençóis. A outra era francesa e ela tinha aquele guia Lonely Planet do Brasil, que tinha dicas da Chapada mega úteis, tanto que usamos ele para fazer esse e outros passeios.

 

Fomos então para Serrano, é um dos passeios mais próximos de Lençóis. Há dois caminhos para chegar a Serrano, fomos pelo caminho que fica atras da Rodoviária. Quando se chega, já sente o cheiro de sabão de roupa e se vê as inúmeras lavadeiras lavando suas roupas, com aquela criançada e aquele colorido das roupas. Tirando o charme de alguma das lavadeiras. O lugar é fantástico, simbora subindo pelas pedras. Andando mais um pouco chegamos no Salão de Areias Coloridas. Lindo!!! Saindo de lá, tem acesso a Cachoeirinha (+/- 15 minutos), seguindo a trilha ainda tem a Cachoeira da Primavera, 7 metros, (+/-) 20 minutos com uma lagoa natural. Muita gente até já para por ai, masss seguindo adiante (+/-) 30 minutos tem a Cachoeira do Paraíso. Dai, vc tem a opção de voltar por onde veio ou de seguir pela trilha sempre acima pela esquerda e ir sentido Mirante. No meio desse caminho encontramos um alemão muito louco correndo e ele tb estava sozinho, combinamos de nos encontrar a noite em Lençóis. Até o Mirante, leva em torno de 20 a 30 minutos. É bem legal, é possível ver Lençóis e uns pedaços das Chapadas das montanhas. Lindo, Lindo, Lindo. Na volta se atentar na saída pela esquerda do mirante, logo saindo do mirante tem uma trilha por baixo da pedra a esquerda. Em menos de 20 minutos chega-se a Cachoerinha novamente. Dai descendo pega-se a esquerda depois de um encanamento gigantesco (nem sei se aquilo é um encanamento) tem uma passagem para sair do Serrano que cai no centro de Lençóis (este é o outro caminho que comentei), quando quase está saindo desse caminho tem uma parada quase obrigatória, de um senhor que vende Filtro dos Sonhos o Sr. Elói. Figurasssssa. Mas quem vende e faz os filtros na verdade é o filho dele e sua nora, que tem uma lojinha em Lençóis dentro de casa. Eles tb ensinam a fazer os filtros e são bem diferentes dos outros que vendem por lá. Vale a visita.

 

Chegamos em Lençóis fizemos umas compras para cozinhar para o jantar e fazer comida pra levar na trilha do dia seguinte.

 

A noite fomos andar por Lençóis e paramos num bar para beber um pouco e curtir a noite. Encontramos o alemão e já combinamos de no dia seguinte fazermos algo, porque já era 12ª vez dele na Chapada e ele conhecia quase tudo. Então ok, nos vemos depois. Fora que ele falava mais português que eu, enfim ....

 

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3º dia

 

Tínhamos combinado que iríamos para Ribeirão do Meio com o alemão. Fomos até uma lanchonete, na Rua das Pedras, a lanchonete da Renata, não lembro o nome, mas perguntar por Renata e vão falar. Foi o café da manhã mais em conta que encontramos e delicioso, principalmente o cuscus com ovo e queijo por 4 reais. Dai estávamos lá conversando e esperando o alemão, que encontramos uma menina sozinha que perguntou o que iríamos fazer, agente só falou: Vem com agente. Pronto, fechamos em 5. Os 5 sozinhos não sozinhos.

 

Para chegar ao Ribeirão do Meio é bem tranquilo. Leva em torno de 1 hora ou mais dependendo da sua disposição de ficar parando pra n coisas. Masssé perto, trilha bem tranquila. O alemão já sabia como chegar, mas é só perguntar como chegar no Ribeirão do Meio que o pessoal vai indicando, ali, segue ai, mais um pouco e tal.

 

Adorei o Ribeirão do Meio. Dá pra nadar, dá pra escorregar no tobogã natural e dá pra curtir bem o visual. Ficamos quase que o dia inteiro lá. Fomos tanto no Ribeirão do Alto como no do Meio. Levamos o nosso rango da janta e ele nos alimentou muito bem. Macarrão que rendeu a fome da trilha!!!!

 

Saímos de lá e paramos num bar no meio do caminho, aqueles bares com sinuca e cerveja muito mais barata que no centro de Lençóis. De lá, fomos para um outro bar no centro de Leçóis, cheio de neons e ninguém entrava porque só tocava arrocha e essas paradas, entramos e pedimos umas cervejas e enfim, dançamos como se não houvesse o amanhã, aos passos da francesa, enfim, voltamos pra casa e nessa noite comemos mais macarrão que sobroudonte! Ainda assim demos um rolê na night de Lençóis.

 

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4º dia

 

Combinado a ida para o Pai Inácio e fazer a trilha de volta de 25 km. Pois bem foi isso que fizemos.

No dia anterior compramos nossas passagens na Rodoviária para Seabra (R$ 3,50). Pegamos o ônibus as 7 horas da manhã e em menos de uma hora descemos no meio da estrada na base do Pai Inácio. Na verdade, o motorista para no Posto de Gasolina Pai Inácio. Esperamos o posto abrir, tomamos café da manhã lá (não é caro) e começamos a ir sentido cume do Pai Inácio. Leva em torno de 1 hora e meia ou até menos pra chegar, anda em torno de 2 km pela estrada de asfalto até chegar no começo da estrada de terra. Dai no fim dessa estrada tem a trilha até o cume do Pai Inácio. Não é cobrado nada para entrar, mas eles pedem uma ajuda para colaborar com a manutenção da via e tal. Acho legal a proposta se realmente for destinada a isso. Masss enfim, dá quem quer. O Morro do Pai Inácio foi uma das coisas que mais me impressionou na Chapada. Ele é lindo e único. De repente ele aparece do nada. Eu me apaixonei por ele. Ficamos lá um bom tempo, mas o tempo não estava muito a nosso favor. Estava fechado e vinha aquelas garoas de vez em quando, que não conseguíamos lá de cima ter aquela vista surpreendente, nem dos outros morros. E quando estávamos em baixo tb não conseguia ver o cume. Mas valeu muito ver e sentir tudo aquilo.

 

Descemos até o Posto de Gasolina, compramos água e iniciamos nossa volta a Lençóis pela trilha de volta do Capão.

O alemão nunca tinha feito essa trilha, ou seja, arriscamos e tivemos sorte como vou falar, mas não se pode ter tanta confiança assim nos sentidos trilheiros de cada um. Cada um tinha analisado o mapa antes de começarmos. Então, nós sempre seguíamos e acreditávamos em cada rumo que um traçava. Acho que nem adianta eu explicar como fizemos, mas só quero relatar que, depois de andarmos em torno de 2 horas, cerca de 12 km. Nos perdemos feio. Pegamos todas nossas rotas que tínhamos feito e estávamos decididos a voltar, porque o tempo estava ficando cada vez pior. Dai, ouvimos uns franceses se aproximando e a francesa entendeu e seguimos eles. Nisso eles estavam voltando do Capão e o guia nos indicou como voltar. Resumindo, a independência pode virar uma grande burrada. Nós nunca queríamos ser os fodas de fazer tudo sozinhos, tanto que só fazíamos o que era de alcance. Essa trilha foi, eu diria, uma tentativa de grande chance de nos perdermos na mata. Massss enfim, um guia nós sabemos é sempre a melhor pedida, mas cada um se responsabilize por aquilo que faz. Enfim, enfim, depois de quase 5 horas chegamos a Lençóis. Podressss. Mas foi lindo. Mesmo com o pé d'água que caiu no lombo.

 

A noite fomos no Café Ba-cana (superrr recomendo), tomamos uma cerveja e comemos a deliciosa porção de bolinho de queijo e coxinha. Combinamos de jantar juntos porque a francesa iria embora na manhã seguinte.

 

Jantamos num restaurante bem legal, que esqueci o nome, pagamos em torno de 25 reais cada um. Mas era bem no centro mesmo.

 

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5º dia

 

Restou eu e o paraibano e acordamos ainda podres da caminhada do dia anterior que decidimos andar por Lençóis, ir lavar nossas roupas no Serrano e de quebra conhecemos a Dona Antônia e sua cachorrinha Serena. Passamos um bom tempo na casa dela, que forneceu o varal para estender a roupa e ficamos conversando e conversando.

 

Depois resolvemos ir no Ribeirão de Baixo com o alemão, pois esse era o último dia dele.

 

Bem fácil chegar no Ribeirão de Baixo, leva em torno de uns 40 minutos andando na maciota. Lá é bem mais calma que todos os outros Ribeirões. Nesse sim, dá pra nadar bem mesmo. As quedas d´água não são tantas como nos outros.

 

Na volta, café Ba-cana e mais tarde jantar de despedida do alemão e um barzinho.

 

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6º dia

 

Combinamos com a menina de Natal que iríamos para Cachoeira do Sossego o nome não condiz com a trilha, que é de médio acesso.

Muita, mas muita pedra mesmo. Vimos o mapa, pegamos informações e fomos. São cerca de 2 horas e meia. É a mesma trilha do Ribeirão do Alto, mas em vez de parar continua a trilha até chegar na Cachoeira do Sossego. Vale muito, muito, muito a pena. A queda d'água é muito boa. E tem os guias q ficam dando o show da graça pulando de alturas diversas fazendo salto e mais saltos. Enfim, ficamos um bom tempo lá.

 

Na volta decidimos parar um pouco antes do Ribeirão do Meio, numa pequena via de acesso a umas pequenas quedas d'água e ficamos lá até quase o início do sol baixar.

 

Voltamos e paramos no Ba-cana pra só finalizar aquele lindo dia rsrs

 

Jantamos e fomos assistir a bateria da escola de Lençóis.

 

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7 º dia

 

Véspera de Ano Novo, hoje seria meu último dia para fazer alguma coisa, porque no dia seguinte iria embora no ônibus da tarde. Então decidimos ir para Morro do Pai Inácio novamente já que o céu estava limpo. Compramos passagem e fomos, pensamos que se caso não conseguíssemos voltar no mesmo ônibus que nos levou pegaríamos um taxi (sai por volta de 50 reais). Chegamos no mesmo Posto e lá estava o Morro do Pai Inácio todinho a vista. O céu azul, azul!!!!

 

Subimos no mesmo esquema da primeira vez e uauuuu que visão. Vi o morro dos Três Irmãos lindo, lindo. O morro do Camelo, lindo, lindo e a vontade de voltar pra lá pra seguir pro Capão e fazer o Pati.

 

Depois de tudo voltamos e conseguimos uma carona até a base do Morro do pai Inácio. Andamos até o Posto e ficamos lá tentando uma carona e também esperando o ônibus no qual o motorista tinha avisado mais ou menos a hora que ele passaria. Depois de mais de uma hora de atraso o ônibus apareceu, ninguém quis nos dar uma carona, mas pagamos os mesmo R$3,50 da ida.

 

Chegamos em Lençóis, cedo até eram 16 horas mais ou menos. Encontramos nossa amiga de Natal e fomos novamente para Ribeirão do Meio. Ficamos lá até o fim da tarde.

 

Voltamos e fomos curtir o Reveillon de Lençóis. Foi bem bonito e bem proveitoso naquelas primeiras água do ano!!!

 

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8º dia

 

Acordei já meio tarde, fui me despedir da Dona Antônia e de Serena.

 

Me despedi dos meus novos amigos que continuariam para seguir pro Capão ::love::::love::::love:: . Mas fui embora feliz da vida, com um amor imenso por Lençóis e pelo que pude ver da Chapada.

 

Peguei o ônibus da 13:30. Na Rodoviária acabei fazendo amizade com uma também paulista e combinamos de ir juntas para o aeroporto.

 

O ônibus chegou em Salvador por volta das 19:30 e lá saímos da Rodoviária, atravessamos a passarela, até a pista do meio, onde tem um ponto de ônibus gigantesco, que passa o ônibus para o Aeroporto. Não esperamos muito. Logo veio o ônibus. Ele dá uma vira volta danada, mas chegamos por volta de uns 40 minutos depois.

 

Peguei meu voo e vortei pra Sá Paolo.

 

Enfim, de resumo dessa viagem: encontrei pessoas extremamente boas e que compartilhavam da mesma sintonia que a minha, não tive nenhum problema em relação a perrengue, tirando a perdida na trilha, infelizmente não explorei o mais que a Chapada pode me mostrar, massss na maioria das vezes não planejo nada e deixo ver o que vai acontecer e foi isso que pude ter e sei lá valeu muito. Volto com certeza pra Chapada pra explorar o mais que tem!!! Quanto a gastos foram poucos, na verdade foram gastos com alimentação.

 

Espero que ajude alguém!!!

 

Renata

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