Membros Cristiane Neres Postado Outubro 11, 2014 Autor Membros Postado Outubro 11, 2014 Na noite anterior eu praticamente desabei na cama de tanto cansaço, nem me preocupei em acordar muito cedo, afinal, era dia dar aquele rolé mais apurado em Antígua. Tomei o maravilhoso café do hostel (eles têm 5 opções de combinações), e fui para o passeio. Antígua é tão linda que só andar pelas ruas sem rumo certo, cercados por vulcões já é um programa bacana. Sem dúvidas, até agora foi uma das mais belas cidades coloniais que conheci, rivaliza de frente com Cartagena, por exemplo, além de ter uma vibe muito legal. A primeira parada foi na praça em frente a Iglesia La Mercede, queria comprar uma estola dessas artesanais pra enrolar na cabeça, bem ao estilo guatemalteco. A praça é bacana e a igreja muito bem conservada, mas a insistência incomum das ambulantes praticamente me colocou para correr dali! Depois segui no rumo do monumento que representa Antígua (Arco de Santa Catalina), tirei umas fotinhas e segui para a praça Central onde fiquei algum tempo sentada e observando as vendedoras de artesanato, as crianças saindo da escola, o vai e vem de turistas... Depois caminhei pelas calhes e passei por muitas ruínas da época em que a cidade sofreu com um forte terremoto, há muitas ruínas desse tipo na cidade e praticamente intocadas! Depois da pernada, parei para almoçar em um restaurante de comida tailandesa bem perto da praça. Depois do almoço e ainda com a pança cheia fui dar aquele rasante no Mercado de Artesanías pra comprar cartões postais e algumas lembrancinhas. Deixei para comprar mais regalos em Chichicastenango. Aliás, muito legal o mercado e os preços não são tão astronômicos. Ainda dei uma passadinha nas ruínas do Convento de San Jeronimo, que cobra a taxa de 40 QTZ a entrada. Antes disso passei no mercado popular, onde vendem de tudo! Pra fechar o dia, fui ver aquele por do sol maravilhoso do alto do Cerro de La Cruz (fui de táxi), de onde é possível ver a bela Antígua e toda sua beleza com o vulcão Água todo imponente... Fiz o caminho de volta a pé, isso já tarde da noite. Tomei um belo banho, me perfumei e caí na balada pra me despedir de Antígua!!! A cidade é muito charmosa, toda linda e bem estruturada com bons restaurantes, hotéis, hostels. Tive a sensação parecida como a que tenho em Cusco, me identifiquei muito com o lugar e seria maravilhoso passar uma temporada ali, sinto muitas saudades de Antígua! E para quem quer aprender mais sobre a língua espanhola, há muitas escolas de idiomas lá. 28/01 – ANTÍGUA – SAN PEDRO LA LAGUNA Nesse dia me programei para ir a San Pedro la Laguna, a trip estava chegando no final e eu precisava conhecer a região do Aititlán. Não me preocupei em levantar muito cedo, mas já tinha deixado tudo organizado no dia anterior. Tomei o delicioso café do hostel na companhia do inglês Tom e de seu amigo espanhol Ran, que viria a ser meu companheiro na aventura até San Pedro. Eu decidi ir de chicken bus ao invés das convencionais vans, queria uma experiência mais local e menos turística, o que foi prontamente aceito pelo amigo espanhol. Digo que foi uma aventura chegar a San Pedro porque pegamos o ônibus errado! Sim, tínhamos que ter dito San Pedro La Laguna, acabamos indo parar numa outra cidadezinha próxima e depois retornar ao terminal e pegar outro bus! Nessa viagem pude ter uma ideia dos apertos que esse povo vive, quanto mais se distanciávamos de Antígua, mais pudemos vivenciar o dia a dia dos guatemaltecos. Havia momentos que de tão lotado o bus, quando alguém do fundão tinha que descer no ponto, metade do bus saía pra dar espaço! Em cada banco, sentavam-se 3 ou mais pessoas, o mais incrível é muitos pegam no sono pesado e até roncam! No total foram três ônibus diferentes, apertos, diversão e uma paisagem muito bonita! De estrangeiros ali somente eu e o Ran. O trecho mais lindo da viagem é quando se chega a região do lago. San Pedro é um dos últimos povoados que o bus chega, então, passamos por vários antes. Em cada trecho o lago aparecia mais imponente. O engraçado é que durante um bom pedaço tocou umas músicas antigas do Leandro e Leonardo em espanhol, o motora curtia bastante porque colocou o som nas alturas! Enfim, depois de longas horas chegamos! Caminhamos em direção ao Hotel Mikaso, a primeira opção do Lonely Planet e melhor escolha, o hotel é simplesmente maravilhoso! Cama confortável, banheiro limpo e uma bela jacuzzi em um deck de frente para o lago, tudo isso a preço de hostel (60 QTZ em dormitório com banheiro, sem café da manhã)! Encomendamos uma paella no restaurante do hotel e fomos curar o cansaço na jacuzzi de água quentinha... Mais patroa, impossível! Depois desse dia corrido, jacuzzi e jantar maravilhoso eu só queria mesmo dormir, o Ran saiu para conhecer as baladas locais! Antes de deitar, aproveitei e já deixei reservada a ida a Chichicastenango para a quinta-feira. 29/01 – SAN PEDRO LA LAGUNA Depois de algumas horas de molho na jacuzzi, dormi o sono dos inocentes para recuperar o cansaço da viagem Antígua – San Pedro la Laguna. Nesse dia minha intenção era circular pelo povoado, nadar no lago e conhecer San Marco. Chamei o Ran e prontamente fomos para outra parte do lago, pois perto do hotel não me pareceu muito legal pra nadar. O lago é maravilhoso, mas suas águas um gelo puro. É comum alugar caiaque ou participar de algum “cruzeiro”, eu preferi me jogar na água mesmo. O Ran não encarou a parada, ficou só tirando as fotos mesmo. Quando chegamos às pedras, uma figura bizarra estava lá, praguejando contra os turistas que estavam em um cruzeiro, dizendo que aquilo feria a pachamama e se dizendo peruano... Figuras que você encontra por aí! As ruas de San Pedro parecem labirintos e em alguns pontos são trilhas mesmo, mas adorei o clima roots e as mulheres com suas roupitchas típicas, sambando na cara do imperialismo! Almoçamos ao lado do píer no restaurante El Fondedero um delicioso peixe, depois tomamos um café expresso horrível (frio e fraco) também ao lado do píer. Rumamos a San Marco, a travessia demora uns 20 minutos. San Marco também conserva essa atmosfera roots e o povo vive em clima de “paz e amor”, há muitas casas de experiências esotéricas, pirâmides, incensos e essas coisas, o que dá um certo charme ao povoado. Lá também tem um parque, que se paga 15 QTZ pra entrar, fazer uma trilha e ficar saltando de um deck no lago. Como já estava no final de tarde, não encarei porque a água deveria estar gelo puro. A noite fomos jantar em um restaurante bacana, mas tinha uma galera fumando maconha e incomodando as pessoas, não tenho nada contra quem faz uso desses expedientes, desde que não fique incomodando os outros! Tem estrangeiro que eu acho que vive preso em seu país e quando se liberta faz cada presepada! Depois do jantar e vinho, fomos dormir porque no dia seguinte era dia de conhecer a famosa feira de Chichicastenango! Citar
Membros Luhnbs Postado Outubro 21, 2014 Membros Postado Outubro 21, 2014 Que delícia de relato! Esperando a continuação Citar
Membros Cristiane Neres Postado Novembro 13, 2014 Autor Membros Postado Novembro 13, 2014 30/01 – SAN PEDRO – CHICHICASTENANGO Como eu disse, esse foi o dia destinado a famosa feira de variedades de Chichicastenango, que acontece somente as quintas-feiras e domingo. Eu esperava mesmo ver mais sobre os costumes do povo e comprar umas lembranças da Guatemala, mas acabei causando quando resolvi usar uma roupa típica guatemalteca, daqui a pouco conto esse causo! Antes de ir as compras, tomamos um delicioso café da manhã em uma lanchonete legal que não lembro o nome, um lugar muito limpo, organizado e com várias opções de combinação ao preço de 22 QTZ! Desde quando eu comecei a pesquisar sobre a Guatemala, as vestimentas típicas chamaram muito a minha atenção e quando vi a variedade delas fiquei mais encantada ainda! Acho lindo um povo que luta pra preservar seus traços culturais, o mais interessante é que dependendo da região, os bordados dos uypil (batas/blusas) e a forma de amarrar/tamanho da saia variam de povoado para povoado. Desde que cheguei a feira estava procurando as roupas, mas depois chegamos em uma parte (depois da igreja) em que há muitas bancas com vestimentas. A primeira que experimentei já gostei, negociei o preço e já saí da banca com ela no corpo. Os locais ficavam olhando, eu diria que quase me fitando e isso já estava me deixando zoada, porque onde eu passava as pessoas apontavam e sorriam pra mim! E assim virei a sensação da feira, mas depois descobri que era uma roupa um pouco mais festiva, esse era um dos motivos da curiosidade. Tem muita, mas muita coisa interessante na feira, os preços são um pouco mais baixos que em Antígua, mas não era essa barateza toda que eu achava. Comprei mais algumas lembrancinhas, comemos um lanche e já era hora de voltar a San Pedro. O Ran decidiu de lá mesmo já voltar para o México, pois o povoado fica um pouco longe, aí ele ia dar muitas viagens se tivesse que voltar a San Pedro e depois ir de novo. O passeio dura até às 13:00 horas, depois mais três horas no retorno a SPL. No geral acho melhor ir de Antígua mesmo, achei a viagem muito cansativa! Cheguei umas 16:00 horas de volta a San Pedro, cansada e faminta. Voltei para o hotel, tomei banho e quem disse que eu conseguia amarrar a saia guatemalteca direito! Saí para comer alguma coisa, encontrei uma senhorinha que vendia laranja e pedi para ela me ajudar a amarrar a minha saia, por gentileza acabei comprando as laranjas, mais aí a véia se aproveitou e me extorquiu e ainda se não bastasse ainda disse que eu estava “muy gordita”... Ser chamada de gorda no exterior é flórida! Fiz um lanche no Hummus (restaurante e lanchonete israelense), um kebab que tava uma delícia. Não posso deixar de dizer que fiquei impressionada com a quantidade de restaurantes israelenses na ilha, aliás, há muitos restaurantes internacionais por lá. Depois voltei para o hotel e encontrei o inglês Tom no hotel e bebemos uma cervejinha, papeamos, combinamos o passeio do dia seguinte e depois fomos para a jacuzzi. 31/01 – SAN PEDRO Nesse dia fomos dar uma voltinha de caiaque pelo belo lago. O preço foi de 15 QTZ por hora (por cabeça), utilizamos um para duas pessoas. Olha fazer isso de manhã cedo é espetacular, vale muito a pena! Ficamos bem umas duas horas passeando e depois fomos caminhar mais pela ilha, até encontrar um restaurante que servisse um bom bife, já tinha um par de dias que não comia carne e tava na vontade! Almoçamos no Dnoz, que fica ao lado do píer, dois pratos generosos de bife com uns acompanhamentos deliciosos. Depois pegamos um barco para conhecer Panajachel e eu procurar uma bolsa ou mochila grande, porque na farra de troca de chicken bus na ida a San Pedro, minha bolsa rasgou e não tinha jeito para arrumar. Esse povoado é muito bonito e organizado, há muitos hostels e restaurantes legais. Caminhamos bastante pela rua principal, cheia de banquinhas com camisas e souvenirs. Comprei uma camisa da seleção da Guatemala de presente pro meu pai (nem sabia que lá tinha uma seleção nacional) e outras besteirinhas. Depois caminhamos por um calçadão muito bonito, tiramos umas fotos e curtimos o finalzinho de tarde. Retornamos já tarde para San Pedro, mais quebrados que arroz de quinta de tanto cansaço. Jantamos pelo hotel mesmo e capotamos! 01/02 – VOLTA PARA CIUDAD DE GUATEMALA Eu já tinha deixado toda a mala arrumada, então nesse dia fui fazer meu último passeio pelo povoado e tirar algumas fotos. Andar no entorno do lago nunca é um programa chato, a beleza da região compensa tudo. Meu transfer tava marcado para às 13:00 horas rumo a Ciudad de Guatemala. Então foi só voltar, tomar banho, trocar de roupa e despedir do bofe! Esse dia inteiro foi de viagem, primeiro a Antígua, onde peguei o outro transfer a Guate City. Lá pernoitei em um hotel bacaninha chamado Los Volcanes, bem pertinho do aeroporto e com traslado até lá incluso. A reserva nesse hotel foi uma gentileza que a atendente do hotel onde fiquei em San Pedro fez! A essa altura eu já tava com o coração mega apertado porque essa super trip estava nos seus momentos finais, com saudades de tudo e curtindo até os últimos momentos. Fui atrás de algum bar para assistir o UFC mas acho que a galera lá não curte muito isso, comprei uns tacos para jantar e uma lata dupla de Gallo pra me despedir da Guatemala e das minhas super férias! Ah e claro, pra fechar, nesse dias umas várias vezes puxaram conversa comigo sobre a Copa do Mundo pra variar e o no táxi tocou Michel Teló (é de lascar!) Apesar da saudade e daquele desejo que tudo retorne ao primeiro dia, fui dormir feliz, pois a minha sensação era de total felicidade por ter conseguido realizar mais esse sonho! Ah, e como na Guatemala tava tudo tão bom, acabei esticando minha estada por lá e cortei Copan do roteiro, tenho certeza que vou ter outra oportunidade de ir lá! Mas mochilão é assim, o grande presente é o inesperado, é a surpresa, aquilo que te faz sentir a pessoa mais feliz do mundo, por isso eu amo viver isso tudo! 02/02 – CIUDAD DE GUATEMALA – TEGUCIGALPA- PANAMÁ CITY Acordei umas cinco da madruga e meu transfer para o aeroporto já estava esperando. Fiquei impressionada com a organização do aeroporto de GC, grande, moderno e com ótimo atendimento. O avião saiu pontualmente, às 7:00. Houve uma conexão em San Salvador e mais ou menos às 10:00 eu estava em Tegu para pegar o vôo para Panamá City, onde eu fiz um stop over de 23 horas. Cheguei moída a Panamá City e como se não bastasse, enfrentei quase duas horas na fila da imigração! Deixei a mala maior no locker pago, retirei só o que ia precisar e quando saí já estava escuro, nem tive muitas forças pra negociar o táxi, paguei 25 USD até o Casco Viejo onde ia ficar hospedada. No caminho (que é bemm longe) bati um papo legal com o taxista, ele foi me mostrando alguns pontos turísticos da cidade e falando um pouquinho de história. Fiquei no Lunas Castle hostel, bem pertinho do famoso Mercado de Mariscos. Quando vi, pensei em me acomodar, tomar um banho e jantar o ceviche baratíssimo de lá, mas quando cheguei e deitei na caminha macia não quis mais levantar! Ainda troquei algumas palavras com um colombiano que estavam por lá e desabei! Acordei uma hora da madrugada, mas quando olhei o relógio, preferi voltar a dormir! 03/02 – PANAMÁ CITY – MANAUS Depois de todo o estresse e cansaço, tive uma noite de sono muito boa. Meus planos pra esse dia era dar uma voltinha no causeway, no Casco Viejo e ir ao Albrook Mall comprar uma mochila de roda. Dei uma caminhadinha no entorno do mercado de mariscos, uma região muito linda e com muita gente se exercitando. Como não ia ter muito tempo, resolvi cortar a ida ao causeway e seguir pro shopping. Peguei um taxi (5 USD) e o taxista falava um pouquinho de português, porque atendia sempre os brasileiros que moram lá, como o shopping só abre as 10:00, me deixou em uma área que tem um supermercado com uma cafeteria dentro. Quando abriu, fui correndo procurar pela mochila e encontrei uma a 47 USD (aqui não compro uma dessas por menos de trezentas pilas). Experimentei alguns tênis, vi alguns perfumes e só, tive que seguir para o aeroporto pegar meu voo. E depois de algumas longas horas, cheguei a Manaus, onde dormi e de manhã cedo embarquei a Rio Branco de volta, cheia de saudades e fazendo mil planos para as próximas férias! Pode parecer clichê mochileiro, mas voltei amando mais a vida, mas tolerante, mais paciente, mais disposta a me "desarmar" e me colocar mais no lugar do outro, menos egoísta e mais humilde, afinal, o que temos mesmo nessa vida a não ser nossas experiências? A América Central foi deslumbrante, foi mágico ver pessoas que lutam para preservar suas raízes, quando ouvi pessoas dos povoados falando língua protomaia por um momento me senti no passado e vi que apesar do processo violento de colonização pelo qual passaram a luta continua, a luta contra a miséria, contra o imperialismo, contra o preconceito, enfim, esses são os verdadeiros guerreiros maias! Eu amei mesmo a AC, espero que tenha conseguido passar um pouco para vocês sobre essa mega experiência! Bom foi isso, espero que esse relato possa ajudar quem queira conhecer esse pedaço de paraíso chamado América Central! Qualquer dúvida é só deixar um recadinho, terei muito gosto em responder! Citar
Membros CricaJornalista Postado Janeiro 5, 2015 Membros Postado Janeiro 5, 2015 Uau...guardando o link pra ler com calma. farei america central agora em maio. ta punk montar o roteiro muita coisa pra 30 dias e dinheiro entao. obrigada Citar
Membros Cristiane Neres Postado Fevereiro 5, 2015 Autor Membros Postado Fevereiro 5, 2015 Chryca no que precisar estamos aí"! Abração! Citar
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