Membros Reginaldo Postado Março 2, 2014 Membros Postado Março 2, 2014 (editado) Este é o relato, um pouco minucioso, do que para mim foi uma incrível viagem, que pode ser considerada perfeita dentro de nossas limitações, a uma das regiões mais belas do continente americano. Acredito que pode em muito contribuir para os futuros viajantes que pretendem visitar os mesmos lugares por onde passamos Preliminares: Planejei a viagem com um ano de antecedência e foi oferecida por mim como presente de 15 anos de minha filha que dispensou festa e optou por conhecer o Peru. Comprei com antecedência todas as passagens aéreas e terrestres, de ida e volta, que foram possíveis comprar nos trechos de viagem dentro do Brasil. Isso faz uma enorme diferença tanto em evitar imprevistos, tais como não conseguir comprá-las em cima da hora ou ter de ocupar os lugares pior localizados nos transportes, como também na obtenção de descontos significativos. No caso das passagens aéreas pela TAM no trecho Manaus-Acre que custariam normalmente R$1750,00 cada se compradas às vésperas, adquiri quatro por apenas R$ 191,00 cada. Preparei e revisei também toda documentação necessária com meses de antecedência tais como passaporte, certificado de vacina internacional, autorização em cartório da mãe para que nossa filha fizesse viagem internacional. Uma semana antes de viajar, pesquisei pela internet e imprimi informações sobre as rotas e horários de saída e chegada das empresas de transporte pela e verifiquei os endereços dos hotéis em cada cidade onde provavelmente iríamos ficar. Saquei R$5.000,00 em dinheiro e comprei US$ 1500,00 dólares, sendo metade em espécie e a outra parte no cartão Multi Moeda Cash passaporte. Levei apenas R$1500,00 reais em nossa própria moeda e chequei a cotação da moeda peruana(Soles) que no dia era de 1.30 soles para cada 1 real pelo cambio oficial e também o praticado na fronteira. Início da viagem: Eu e minha filha saímos no dia 20 de dezembro de 2013 de Boa Vista de ônibus pela Eucatur, no primeiro assento bem à frente, com destino à Manaus onde ficamos dois dias visitando amigos e parentes. Lá recebi a visita de um amigo chamado Sergismundo, que já havia ido ao Peru no ano anterior e também viajou boa parte da América do Sul em sua moto com a filha. Ele nos deu informações importantes para seguirmos viajem. No dia 23/12 pegamos um vôo da TAM com destino a Brasília onde fomos recebidos por um casal de amigos meus, que viviam em Belém muitos anos atrás, que estavam agora morando em Brasília e dormimos em sua casa, colocamos o papo em dias e no dia seguinte, 24/12, partimos para Rio Branco no Acre onde chegamos por volta das 13h. Lá chegando, soubemos que o preço do táxi do aeroporto para a cidade era de R$90,00, fato que nos fez pegar o ônibus junto com outros passageiros que vieram no mesmo vôo para o terminal urbano da cidade. De lá fomos direto para rodoviária comprar as passagens para viajar no dia seguinte, 25/12, de Rio Branco para Cusco, trecho que é feito pela empresa peruana “Movil Tours” ao preço de 200 soles e pagamos, portanto, R$153,00 por cada passagem e como só podem ser compradas no dia anterior, pegamos o lugar de dois passageiros desistentes pois já não havia mais vaga . Depois fomos dormir em um hotel chamado Ouro Verde , próximo da rodoviária antiga, ao preço de R$,00 para nós dois. E assim dormimos a noite de natal em rio Branco ansiosos pelo dia seguinte. Viajem de Rio Branco para Cusco. : Embarcamos no ônibus da Movil Tours às 8:30 do dia 25/12 e seguimos viajem pelas estradas do Acre que são muito boas. O ônibus é novo mas demos o azar de pifar o ar condicionado. Almoçamos na cidade acreana de Plácido de Castro às 13h e seguimos para a fronteira com o Peru onde chagamos por volta das 15h. O percurso entre Añapari e Puerto Maldonado é tranqüilo e a estrada é muito boa. É uma região amazônica bem preservada, como árvores muito altas e muitas, mas muitas mesmo, castanheiras enormes. Ao longo do trecho passamos por vários e pequenos povoados que em muito se assemelham as peqenas vilas do interior da Amazônia, com casas precárias e grande carência de infra-estrutura. Chegamos em Puerto Maldonado às 19h e lá fizemos uma para de meia hora, lanchamos, trocamos de ônibus e seguimos para Cusco por noite a dentro. O segundo ônibus do trecho era muito bom e os funcionários muito atenciosos. Como era noite e não dava para ver quase nada, apenas dormimos, lemos , e aguardamos a chegada pela manhã. Ainda dentro do ônibus conhecemos Chaty, uma alemã simpática de 28 anos que estava cruzando a Amazônia de Belém à Cusco, que se tornou nossa amiga por boa parte de nossa viagem. Chegada e estadia em Cusco Chagamos a Cusco às 7h da manhã do dia 26/12, que nos pareceu uma cidade moderna e bem estruturada. Nós três começamos a andar pelo centro histórico de Cusco, onde sentimos o impacto da altitude nos causar grande cansaço para poucos esforços, e fomos procurar algum lugar para almoçar. Como não conhecíamos nada ainda, entramos em algumas lanchonetes e comemos alguns sanduíches com sucos. Minha filha, Brenda, sentiu pela primeira vez o efeito da altitude e ficou tonta e com náusea. Fui á farmácia comprar um medicamento sobre o qual havia lido indicado para o “saroche”, mal da altitude, e logo ela melhorou. Em Cusco fazia muito frio, em média 5 à 10 graus. Fomos comprar uns agasalhos e acessórios para frio, pois minha filha congelava. Compramos jaquetas de lã de alpaca por uns 40 soles, gorros, luvas e cachecol, também de lã de animais andinos, por 10 soles cada. São roupas baratas, mas eficientes contra o frio que aumentava com o cair da noite. A noite na cidade de Cusco é deslumbrante, tudo é muito limpo, iluminado e detalhadamente edificado para impressionar. As luzes se refletem nos edifícios coloniais, nos monumentos, nos jardins e também se espalham pelas montanhas ao redor da cidade. À noite o centro histórico é muito mais movimentado que de dia e o comércio funciona até por volta das 22h. Detalhe, somente depois de andarmos bastante pela cidade é que descobrimos uma enorme feira, ao lado do mercado municipal, que vende quase todos os artigos vendidos nas lojas do centro histórico pela metade do preço. Depois de tirarmos muitas fotos fomos à procura de um lugar para jantar e entramos em um pequeno restaurante próximo do hotel e comemos uma trutha com sopa de milho na entrada por 10 soles. Cansados de tanto andar, fomos para o hotel dormir num clima congelante. No dia seguinte andamos mais por Cusco até localizarmos uma agência (Inti Explorers Travel Agency, sito a calle cuesta de San Blas n. 522) Tel-084 254929) que oferecia pacote de passeio de 2 dias para Machu Picchu, incluindo o transporte de van, um almoço e uma pernoite e um café da manhã na cidade de Águas Calientes por 108 dólares por pessoa e ainda com desconto para portador de carteira de estudante, o mais barato até então, mas com boa dose de atividade física com uma caminhada de aproximadamente 5 horas ente ida e vinda mais a subida nas escadarias de Machu Picchu. Viagem para Machu Picchu Com uma imensa montanha à sua frente, separada por um rio de corredeiras violentas, Águas Calientes é uma cidade turística dotada de toda infra-estrutura para receber visitantes tais como hotel 5 estrelas, pousadas, restaurantes, lojas, praças e etc. Tudo arquitetado em fino acabamento. Depois de tirarmos algumas fotos, fomos ao hotel tomar banho e saímos para jantar. Novamente eu e minha filha comemos trutha com sopa de milho na entrada. Havia outras opções como carne vermelha e frango também, sendo que era um jantar incluído no pacote e por isso nem tão bom assim. Visita às ruínas de Machu Picchu Em fim, estávamos às vésperas do grande dia que seria à subida a Machu Picchu e após o jantar o guia de nosso grupo, Alex, começou a dar as instruções para a subida que iríamos fazer pela manhã bem cedo. Sugeriu que quem não estivesse em boa condições físicas pegasse um ônibus na mini-estação que leva os turistas até a entrada do sítio arqueológico ao preço de 9,5 dólares. Uma parte optou por fazer a subida a pé e tinham que levantar as 4h da manhã para enfrentar mais 3h de escadarias acima. Eu, a Brenda e a Cathy optamos por pagar o ônibus e evitar o cansaço da subida. Nessa ocasião também ficamos sabendo que o ingresso de meia-entrada estudantil da Cathy à Machu Picchu não tinha sido liberado ao preço combinado de 64 soles porque ela não havia levado a carteira de estudante, pois pensava que a agência já havia cuidado disso na hora da contratação do pacote. Também ficamos sem o café da manhã combinado (desayuno) que foi entregue em forma de um kit, contendo um sanduíche e um suco, naquele momento. Discutimos com o guia Alex, mas ele não deu muita atenção dizendo que somente poderia conseguir o ingresso para Cathy se pagasse a diferença de 64 soles e que o café não contava no pacote. A Cathy pagou a diferença e compramos um lanche para manhã cedo e às 6h do dia 28/12 compramos a passagem e entramos no ônibus para Machu Picchu. Chegamos à entrada do sítio arqueológico às 6:30 ficamos esperado o guia e os colegas do grupo que estavam subindo as escadarias. Passamos por eles no caminho, mais ou menos pela metade do percurso, e pareciam bem exaustos. O guia chegou alguns às 7h e não quis aguardá-los, pediu para que nos reuníssemos em um bloco e o seguíssemos olhando para uma pequena bandeira que cada um dos guias portava nas mãos que os identificava. Ele revezada suas explicações sobre o lugar em espanhol e em inglês. Trata-se de uma verdadeira aula de história in loco. Como prestei atenção no trabalho dos guias com outros grupos, notei que há certa padronização nas narrativas e uma preocupação em destacar somente os aspectos positivos do antigo Império Inca, evitando assuntos como a escravidão praticada por eles contra outros povos. Também há, como já tinha ouvido falar, uma prática de associar alguns aspectos da paisagem local a imagem animais considerados sagrados como o puma e condor, que eram supostamente visto no formato de algumas rochas e outros elementos, numa forma de chamar mais atenção para as coisas que estavam sendo observadas e que, talvez, não houvesse necessidade pelo tamanho da beleza do lugar. O passeio encerrou pelas 10h e ficamos mais uns 40min tirando fotos e então encerramos. Começamos a descer as escadarias às 11h e chegamos em Águas Calientes às 12h, pois pra descer é muito mais rápido e, partir de então, lanchamos na cidade e iniciamos a caminhada de 2:3h pelo trilho do trem até a hidrelétrica onde a van nos esperava as 14:30 quando chegamos em cima da hora. Retorno à Cusco foi tranqüilo e chegamos por volta das 19h, sendo que fomos ao hotel Andes de San Blas para nos hospedar novamente pois o mesmo guardou nossa bagagem gratuitamente em seu depósito nos dois dias em que fomos para Machu Picchu. No dia 29 fomos a agência onde compramos os pacotes para o passeio reclamar das falhas e percebemos que se tratou apenas de desorganização, pois a mesma devolveu sem problemas o dinheiro referente as pequenas perdas que tivemos. Os serviços não foram especificados na nota repassada para o guia que nos acompanhou em Macchu Picchu, o que aconselho a quem contratar tal serviço exija a nota especificando detalhadamente as rotas de transporte, a alimentação, hospedagem e tudo mais. Viajem para Puno Por volta da 15h, já há uns 50km de Puno, ocorreu uma forte chuva de granizo que cobriu toda a estrada de gelo atrasando um pouco nossa chagada. Ao lado da estrada só víamos gelo, sem toda a campina coberta pela geada como se fosse um grande campo nevado. Chegamos em Puno por volta das 17h no terminal terrestre, que fica às margens do Titicaca, e pegamos um táxi por 5 Soles e fomos para o hotel Manco Capac, na calle Tcna nº 277, no centro da cidade, próximo ao Mercado Central, indicado por uma turista portuguesa que tinha um catálogo de hotéis e que viajava no mesmo ônibus que nós. O taxi barato e hotel também muito bom para o preço de apenas 25 Soles por pessoa. Por mais 5 Soles pagamos por um aquecedor para a Brenda e a Chaty que sentiam muito frio. Puno é uma cidade localizada na margem peruana do Titicaca, que é o lago navegável mais alto do mundo, com cerca de 4000m de altitude, por isso o clima é bem mais frio que Cusco e a temperatura chega até ser negativa nessa época. Contudo, é uma cidade bonita e barata para se visitar, pois sua atração turística principal e bem mais em conta que o passeio par Machu Picchu. Fomos em busca da ilhas flutuantes do Titicaca, que são imensas jangadas contruídas com base de blocos de raízes de uma fibra da flora local do lago. Os blocos de raízes flutuantes, de aproximadamente 1metro quadrado, são amarrados uns aos outros formando grandes plataformas sobre as quais colocam palhas de outro vegetal que existe em abundância no lago. Assim, os poucos habitantes vivem, além das subvenções do governo, da pesca da trutha, da caça de algumas aves, da venda de serviços turísticos e de artesanato. Neste jantamos alpaca ao molho madeira, trutha e guarnições a base de legumes e abacate. Embora muito boa comida e requintado o restaurante, nós três pagamos apenas 60 soles. Eu e a Chaty deixamos a Brenda no hotel, pois estava cansada e não gosta de fogos de artifício, e fomos ver a comemoração nas ruas. Tomei duas cervejas e voltei para o hotel muito cansado. A Cathy encontrou um grupo de turistas com quem ficou conversando e voltou um pouco mais tarde. O passeio as ilhas flutuantes do Titicaca :'> :'> :'> No dia 01/01/2014 saímos para o passeio, que foi agendado pelo próprio hotel junto a uma agência de turismo. Saímos por volta da 7:30h do porto de Puno em direção as ilhas de flutuantes e a ilha de Taquiles, que é uma ilha natural onde haveria uma festa tradicional e íamos almoçar. Ao longo da viagem, o guia fazia observações geográficas sobre o lago, destacando os aspectos que considerava mais relevante. Novamente, dizia que o lago tinha o formato de um puma, coisa que eu não consegui ver. Mas o lago é bonito e tem aspecto de água do mar e ao longo da viagem dar para apreciar muita coisa. Chegamos a primeira ilha flutuante, que se tratava de uma ilha onde de fato os habitantes viviam nela. Há uma ilha pré-fabricada, grande e muito bonita por onde passamos pela frente na volta, porém é somente para visitação turística e não habitada de fato. Na primeira ilha tivemos uma pequena aula sobre suas origens e o modo de vida das pessoas. Depois fomos dar um passeio em sua volta nas barcaças artesanais feitas de palha que, para minha surpresa, tratava-se de um bote sintético coberto com as palhas no formato de um navio viking, pois alguns pontos descobertos deixavam à mostra o material sintético, mesmo assim pagamos 10 soles cada um por um passeio de 5 minutos. Chegando a Puno fomos ao hotel, andamos um pouco e decidimos os rumos da viagem. Eu e a Brenda desejávamos ir para Arequipa,a segunda maior cidade do Peru localiza mais ao leste à 200 km do litoral. A Chaty como não tinha mais tempo decidiu ir para La Paz. Assim fomos ao terminal terrestre comprar passagens para esses destinos e seguir em frente. Tanto nossa passagem para Arequipa como a passagem da Cathy para La Paz custaram somente 25 soles. Viagem para Arequipa Arequipa fica também cerca de 200km do litoral do Oceano Pacífico, próximo a cidade de Mollendo, que tem a praia mais bela de todo o Peru e que se pode ir e voltar no mesmo dia a partir de Arequipa. Chegamos a Arequipa às 15h e pegamos um taxi no terminal terrestre por 10 soles e fomos ao centro, que é bem distante, à procura de hotel. Eu havia visto na internet o hotel Sta Catalina, mas falei com dois taxistas e nenhum deles dizia conhecer o hotel e nem a rua onde ficava. Hospedamo-nos, por indicação do taxista que nos levou, no hotel Pícola de Daniele, no centro da cidade a três quadras da Praça das Armas. Logo depois de nossa chegada, saímos para conhecer o centro histórico da cidade, principalmente as ruas próximas da Praça das Armas. Nosso plano era ficar somente um dia em Arequipa, mas como o dia em que chegamos estava muito nublado e atrapalhou a visão do vulcão decidimos ficar mais um dia. Fomos procurar outro hotel pois o primeiro que nos hospedamos era muito desconfortável. Localizamos o hotel Sta. Catalina que, para nossa surpresa, ficava a apenas uma quadra de onde estávamos hospedados calle Santa Catalina 500, centro. Este hostal é simples mas bem espaçoso, confortável e limpo. Possui um terraço bem amplo que é excelente mirante para os vulcões ao redor da cidade e de onde se pode tirar boas fotos se o tempo estiver bom. Pagamos somente 25 soles por pessoa e a cozinha é livre para preparar o alimento que quiser. Transferimos nossa bagagem para lá e dormimos mais cedo para nos preparar para viagem a Mollendo. Viagem para Mollendo Por volta das 8h do dia 04 de janeiro saímos do hostal Sta Catalina com destino a Mollendo. Pegamos um táxi e, por sugestão do taxista, ao invés de pegarmos ônibus no terminal terrestre fomos para o local de saiam as vãs para lá. O preço nas vãs é de 30 soles, o dobro do ônibus, mas é bem mais rápido e confortável. A viagem dura cerca de 2:30h e cruzamos um grande deserto antes de começar a descer a cordilheira em direção ao litoral. É uma região de mineração e de ocupação por habitações minúsculas pelos trabalhadores mineiros. Quando nos aproximamos de Mollendo avistamos o Oceano Pacífico ainda do alto das montanhas, numa visão espetacular. É um ponto em que a descida é bem abrupta, pois se trata de uma área de encontro entre uma zona montanhosa de elevada altitude e a zona litorânea de altitude zero. Chegamos em Mollendo por volta das 11h e pegamos um taxi próximo ao terminal para procurarmos um hotel. Os hotéis da cidade estavam lotados e cobravam preços absurdos comparados aos que pagamos em várias outras cidades do Peru. O taxista nos informou que a cidade estava em festa exatamente naquele dia, pois era o dia da criação do município de Mollendo, por isso os preços dos hotéis estavam tão altos e que normalmente dobram de preço aos fins de semana por causa dos banhistas vindos de outras áreas. Conseguimos vaga em um hotel que foi ao mesmo o pior de comparado a todos os quais nos hospedamos e o mais caro que custou 80 soles a diária. O Hotel não tem nome na fachada e funcionava nos fundos de uma loja de móveis em uma das ruas do centro da cidade, tão ruim que nem ventilador havia e, agora, já estávamos em clima tropical novamente em altitude zero na beira do mar. A única vantagem era que estava a apenas 1km da praia e dava para ir a pé tranquilamente. O povo que freqüenta praia parecia muito comportado, inclusive nos trajes bem discretos. Frustrei-me quanto aos alimentos vendidos lá que eram quase todos fritura e o tal do pollo broaster pra todo lado, não vi nenhum petisco de fruto do mar. Lá pelas 18:30, após o por do sol, retornamos ao hotel quando estava se iniciando um desfile civil na cidade em homenagem a seu aniversário. Depois do banho fui assistir e conheci um pouco mais do Peru sendo ali representado. No desfile havia vários grupos de pessoas divididos entre estudantes, trabalhadores mineiros uniformizados, as autoridades locais e blocos fantasiados. Havia muito barulho de uma banda e um trio elétrico, mas quase nada de bebida. As famílias ficavam gritando das calçadas pelo nome de seus filhos, irmãos e pais, todos pareciam bem afeiçoados a cidade que aniversariava. Viajem de retorno a Puno e para La Paz. Em função da precariedade do hotel onde estávamos e do tempo que se encurtava, decidimos seguir viagem com destino à La Paz. Para isso, tínhamos que retornar a Arequipa e depois para Puno e então pegar um ônibus para La Paz. Saímos de Mollendo às 10h do dia 05/01/14 e chegamos a Arequipa por volta de 12h, almoçamos e pegamos um ônibus para Puno às 14h. A maioria das empresas estava sem vaga e o único ônibus disponível não havia banheiro e eram 6h de viajem a Puno e fazia algumas paradas, por isso, um pouco de aperreio. Chegamos a Puno por volta das 20h e nos hospedamos em um hotel bem próximo ao terminal terrestre para pegar ônibus das 7h da manhã para La Paz, cuja passagem era vendida somente na hora anterior ao embarque. Após pegar informação sobre a saída dos ônibus para La Paz fomos jantar em um restaurante no próprio terminal e pedimos carne de alpaca para os dois. De repente a Brenda começou a passar mal e se queixar de tontura e assim que a comida foi servida começou a ter vontade de vomitar e deu sinais de que iria desmaiar. Nem triscamos na comida na mesa e saí correndo para pegar um táxi e levar a menina para o hospital da cidade. Lá chegando havia vários médicos e quase nenhum paciente. Ela foi atendida prontamente e ficou internada durante aquela noite tomando oxigênio e alguns medicamentos. O médico perguntou de onde vínhamos e depois explicou que era sintoma do “saroche” pois naquele dia variamos de altitude zero à 4000m em Puno, uma mudança abrupta de altitude em que o cérebro não se adaptou à escassez de oxigênio. Fomos atendidos muito bem, com toda atenção do mundo, pois vários médicos iam até a enfermaria medir os sinais vitais da Brenda e checar sua recuperação. Saímos do hospital as 6h da manhã do dia 06/01/14 e paguei somente cerca de 20 soles pelo oxigênio inalado pela Brenda durante quase toda noite. Como a Brenda se sentia muito bem e disse que queria seguir viagem, fomos ao hotel pegar nossa bagagem e partimos para La Paz em um ônibus bem confortável por 25 soles a passagem. Por volta das 9h chegamos a fronteira com a Bolívia onde carimbei o passaporte e obter a permissão de ingresso da Brenda com o documento de identidade e a cópia da autorização da mãe para viagem de menor de idade que eu imaginava que não seria pedido fora do Brasil. Próximo ao posto de controle de imigração há casas de câmbio, que na ocasião estava de 6 Bolivianos para 1 Dólar, e lá troquei uma nota de 100 dólares e também vi que nessas casas de câmbio aceitavam o Real com a cotação de 2,95 bolivianos para cada 1 Real. Depois da imigração, em mais ou menos 45 minutos, chegamos a belíssima cidade de Copacabana, às margens do Titicaca. Lá é necessário fazer a troca do ônibus por outro que nos leva até La Paz. No caminho para La Paz é onde passamos a ver a maior quantidade de picos nevados, pois parece que há uma pequena cordilheira sobre a região que é contornada pela estrada que nos leva a capital do país. Chegamos a La Paz às 16h e enfrentamos um engarrafamento muito grande. Ao entrr pela periferia nota-se que quase todas as casas são de tijolos nus, sem reboco, mas nada de pobreza extrema como ouvimos falar. O ônibus nos deixou em um ponto distante do terminal e do centro e pegamos um táxi para o centro da cidade à procura de um hotel. O taxista foi muito atencioso e nos deu informação sobre hotéis e sobre as companhias aéreas que operam na Bolívia e a corrida de mais de 30min foi somente 20 Bolivianos e eu dei a ele mais 10 pela presteza. Ficamos no hotel Savoy, um hotel 3 estrelas localizado na calle Chuquisaca n.675, Zona San Sebastian, bem no centro de La Paz. O hotel muito bom para o preço de 240 bolivianos, ou seja, 80 reais para duas pessoas. Nosso objetivo ao ir para La Paz, além de conhecer a cidade, era pegar um vôo saindo de lá para a cidade de Cobija na fronteira com o Acre e fazer nosso caminhão de volta. Tínhamos passagem marcada para o dia 11/01/14 de Rio Branco para Manaus. Consegui comprar as passagens somente para o dia 09/01/2014 e ficamos do dia 06 até o dia 9 em La Paz, que foi o nosso maior tempo em uma única cidade durante toda viagem. Impressões da cidade de La Paz A Brenda já estava cansada de viajar de um lado para o outro e ficou a maior parte do tempo no hotel, descansando, pois estávamos viajando há mais de 20 dias sem parar e também falava bastante em voltar para casa. Contribuiu para isso o fato de que em La Paz cada dois passos que damos parecem que equivale a 10 e o cansaço é triplicado mesmo que esteja bem fisicamente como no nosso caso. Mesmo assim, andei bastante e sozinho pelas ruas das áreas centrais da cidade e conheci o comércio local muito falado. À princípio me preocupei com a grande movimentação de pessoas comum em toda cidade grande, com cerca de 2,8 milhões de pessoas, e tive medo de roubos, mas depois de três dias andando muito sem sequer presenciar uma única discussão no meio de toda aquela multidão de gente, posso dizer que é uma cidade não perigosa de se andar. O centro é um vale cercado de montanhas habitadas por todos os lados onde ficam as periferias. As avenidas principais são bonitas e bem organizadas e o comercio muito intenso. Fui até a Rua Buenos Aires e ao redor onde funciona um grande comércio de eletrônicos importados, aliás, quase todo produto industrializado na Bolívia é importado. Os preços dos artigos eletrônicos são muito baixos, mas são imitações chinesas de grande perfeição, principalmente celular. Comprei 2 celulares Sansung equivalente ao Galaxi III mini, com todas as funções por apenas 350 Bolivianos, ou seja, 120 reais que uso até agora sem nenhuma anormalidade. Todo tipo de produto se vende nas ruas, cujo comércio é muito mais barato que nas lojas. Pelos meus cálculos, roupas, calçados, bolsas, transporte e alimentação quase tudo era a metade do preço que paguei no Peru, que já achava muito barato. Como nossa bagagem já estava no limite de volume e de peso, não pude comprar muita coisa que tive vontade de trazer. Retornava ao hotel próximo ao meio dia para levar a Brenda para almoçar e à noite eu saíamos para jantar em uma praça de alimentação próximo ao hotel e passear pela área do centro histórico, e na praça em frente o palácio do governo. O passeio noturno também é bem tranqüilo e nessas áreas sempre tem policiamento No dia 09/01/2014 pegamos um táxi as 8h que custou 50 boliviano até o aeroporto e embarcamos em uma vôo para a cidade de Cobija pela companhai boliviana chamada TAM ( Transporte Aéreo Militar) que saiu as 9:30. Cada passagem custou 597,00 bolivianos, ou seja, 202,00 reais, mas o avião era muito bom e tinha serviço de bordo melhor que os nossos e nos poupou de uma longa viajem de ônibus se fôssemos voltar por Cusco. Chegamos à cobija às 12h e fomos procurar um hotel para passar mais um dia. Cobija é uma cidade pequena na província de Pando e faz fronteria com o Acre. É possível ir andando de Cobija até a cidade acreana de Epitaciolândia, que fizemos ao ir comprar as passagens de volta para Rio Branco e para registar nossa saída do país. Depois, voltamos e passamos o dia e mais uma noite em Cobija, que nos pareceu pouco inóspita principalmente quanto ao que comer, com poucas opções e comida bem ruim. A cidade também tem um comércio movimentado no qual muitos brasileiros vão à procura de artigos eletrônicos principalmente celulares com pouca diferença em relação aos preços que vimos em La Paz. No dia 10/01/14, enfim, regressamos ao Brasil via Acre e à noite pegamos um avião de Rio Branco para Manaus. Antes de ir para Rio Branco, matamos a saudade da comida brasileira em um bom restaurante em Epitaciolândia onde nos fartamos. Aqui termina nosso percurso e voltamos para casa. Editado Março 14, 2014 por Visitante Citar
Membros A.Montelo Postado Março 10, 2014 Membros Postado Março 10, 2014 Oi Reginaldo , tbm sou de Boa Vista, quando vi seu relato tava prestes a comprar minha passagem pela Copa Air super cara, daí fui pesquisar esse trajeto pelo Acre e vi que saía bem mais barato, passagem comprada! Valeu pelo relato, continue postando suas trips! E boas andanças! Citar
Membros Reginaldo Postado Março 12, 2014 Autor Membros Postado Março 12, 2014 Fico feliz que tenha lhe a tomar essa decisão. Se precisar de qualquer outra dica entre em contato comigo aqui em Boa Vista, meu celular é 9145-9232. Lembre-se de levar dólares ao invés de Real para cambiar na fronteira, saíra muito mais em conta. Abraços. Citar
Colaboradores hlirajunior Postado Março 18, 2014 Colaboradores Postado Março 18, 2014 muito legal seu relato reginaldo, Citar
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