Membros engand.andre Postado Fevereiro 14, 2014 Membros Postado Fevereiro 14, 2014 Compartilhando o relato da minha postagem no blog. As fotos estão todas disponíveis no link da minha assinatura. Há alguns dias atrás postei um texto sobre o diferencial de viajar de motocicleta. Após a viagem, principalmente após o último dia de viagem, onde rodamos 932km durante mais de 12 horas com muitas paradas em virtude do calor intenso, é possível constatar que todas aqueles pensamentos permanecem presentes de nossa viagem a cada quilômetro percorrido. Nem o cansaço, nem o desafio das estradas nem sempre perfeitas e das temperaturas que assolaram o Brasil nesses últimos dias prejudicaram essa deliciosa experiência. Foi uma viagem mista, para conhecer lugares então inéditos e para reencontrar grandes amigos. Uma viagem onde o percurso é tão importante quanto o destino. DSC00487 No caminho para Pirenópolis Partimos com o mínimo de bagagem possível, mas mesmo assim no limite de peso para a MaryLou. Os alforges e acessórios já dão sua cota de contribuição. Com duas libras a mais em cada pneu e amortecedor na regulagem mais alta, ela partiu inicialmente de Campinas para Sertãozinho, onde passamos o final de semana na casa de meu irmão. Infelizmente – ou felizmente, pois não pegamos um dia sequer de chuva na estrada, a viagem deu-se historicamente em um dos momentos mais quentes de São Paulo. Mantendo o uso da jaqueta e luvas pela segurança, sofremos com o calor, atestando um vigor que faz com que não duvidemos de nossa própria existência, como havia escrito anteriormente. Posteriormente fizemos uma perna maior, de pouco mais de 450km até Caldas Novas saindo bem cedo de forma que pudemos presenciar o nascer do sol na estrada, ainda no Estado de São Paulo. Grande espetáculo! Após a travessia para Minas Gerais, a estrada, apesar de duplicada, piora um pouco, principalmente na faixa da direita, mais utilizada por caminhões, e após Araguari, seguimos em pista única. DSC00519 Paisagens sinistras nas cidades históricas Caldas Novas como cidade não tem nada de interessante. Um comércio aqui e acolá, um empadão goiano muito bom e só. O destaque da cidade fica por conta dos parques aquáticos, isso é, a cidade se destaca basicamente pela iniciativa privada. Fiquei imaginando o quanto a prefeitura da cidade deve arrecadar de impostos dos parques, dos proprietários dos belos edifícios, do comércio e não retorna praticamente nada para a cidade. A igreja matriz em más condições de conservação, a falta de infraestrutura no mercado da Lua, o completo abandono do antigo Balneário Municipal atestam a já conhecida incompetência estatal. Mas melhor seria, claro, que ela abstivesse desse impostos tornando o investimento de particulares ainda mais viável. Como comentei nesse artigo, a maior fonte de corrupção é o poder que a sociedade entrega ao Estado. Enquanto nossa sociedade tiver esse pensamento, não nos livraremos dela. DSC00479 A cidade de Goiás De Caldas Novas, fomos à Goiânia e presenciamos seu trânsito infernal, com semáforos completamente dessincronizados e motoristas que viram à direita cruzando na sua frente com uma naturalidade incrível. O calor de rachar não ajudava os percursos urbanos torrando tanto nossas cabeças quanto a paciência. Visitamos dois amigos na cidade, fiz uma pequena revisão na Mary e partimos em seguida para Goiás, a primeira capital do Estado, também conhecida como Goiás Velho. O centro da cidade possui seu charme, mas o calçamento das ruas foi um terror em duas rodas. Paramos na pousada e só tirei a moto de lá quando saímos da cidade. Tombada como Patrimônio Histórico Mundial pela UNESCO, a cidade possui igrejas cujas construções começaram na primeira metade do século XVIII, tornando-se um dos primeiros núcleos urbanos do Estado em virtude da descoberta de ouro nas proximidades. DSC00527 Pirenópolis e sua igreja de 1728 De Goiás até Pirenópolis, fizemos um caminho um pouco mais longo para evitar estradas de terra, passando por Itaberaí, Itaguari, Itaguaru e Jaraguá, em um total de seis estradas diferentes. Pistas simples, sem acostamentos, mas em geral com boa conservação do asfalto. Pirenópolis guarda alguma semelhança com a cidade de Goiás em virtude da história de desenvolvimento semelhante gerada pela corrida ao ouro. O calçamento das ruas de pedras é melhor do que em Goiás, a cidade é muito mais movimentada e hospeda a primeira igreja católica construída no Estado de Goiás, em 1728. Outra atração da cidade é a natureza ao redor. Optamos por ir com um grupo no Parque Estadual dos Pireneus, parando em algumas cachoeiras, visitando vegetações rupestres em locais rochosos do cerrado e culminando no Pico dos Pireneus (que dá nome à cidade, e segundo o guia, o segundo ponto mais alto do Estado) para ver o pôr do sol. Uma pena que o céu nesse dia estava nublado e não nos proporcionou uma visão tão bela quanto imaginávamos. DSC00594 No topo do Parque Estadual Saindo de Pirenópolis fomos a Alexânia encontrar grandes amigos de meu antigo emprego e fizemos uma visita à Brasília no Eixo Monumental. Brasília não me impressiona tanto como a outras pessoas. Acho a catedral muito bela, mas as outras construções me passam uma frieza incrível. Talvez esteja ligada à própria ideia de enaltecer e hospedar indivíduos que utilizam afáveis argumentos para tornar a minha e a sua vida melhor mas utilizando do expediente de tirar nosso dinheiro à força e de permitir cada vez menos liberdade de escolhas, como comentou Fernando Pessoa. Dormimos novamente em Alexânia e voltamos de lá, perfazendo no último dia, 932Km. Apesar do conforto da Mary, claro que voltei quebrado, mas feliz por mais uma oportunidade de viver algo diferente. Mais fotos dessa viagem aqui. Mais relatos de viagens, aqui. Citar
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