Membros afonsosolak Postado Janeiro 26, 2014 Membros Postado Janeiro 26, 2014 Segue o link do relato no theworldbyfon.blogspot.com http://theworldbyfon.blogspot.com.br/20 ... html#links San Pedro, no norte do Chile, está situada no meio do deserto mais árido do mundo, o Atacama. Quase todos os veículos que circulam por suas apertadas e empoeiradas ruas são de aventureiros ou agencias que partem todos os dias para as expedições rumo à Bolívia. Tive a oportunidade de embarcar em uma dessas expedições e é disso que falo hoje. Saímos em um grupo de três veículos 4x4, num total de 18 pessoas. Comigo estavam quatro argentinos, uma inglesa e o nosso guia boliviano. Saímos de San Pedro às seis da manhã para atravessar a fronteira e entrar na Bolívia. Eu mal sabia que estava partindo para as mais belas paisagens dentre todos os lugares que já havia conhecido. Após um simples café da manhã oferecido pela agência, adentramos ao Parque Nacional da Bolívia. Não existia uma estrada ou um caminho. Em meio a areia existiam vários rastros deixados por os outros aventureiros que passaram ali. Mas tínhamos Guido, nosso guia que realmente sabia o que estava fazendo. Por algumas vezes passamos com o carro por dentro d´agua e aos poucos fomos percebendo a fauna local. Já de início eu me sentia num momento de extrema empolgação. Com o vulcão Likamkabur e seu topo nevado sempre a nossa esquerda, não tardou até as primeiras paradas aconteceram. A primeira foi a paradisíaca Laguna Verde, que tem esse nome por sua cor verde esmeralda, que segundo Guido, são pela presença de carbonato de cálcio, magnésio e arsênio. O que me surpreendeu mesmo foi a Laguna Blanca, que de acordo com a direção do vento variava entre branco e azul claro. Continuando pelos rastros no deserto, fomo até os Gêiseres Sol da Mañana, onde podíamos ver as fumarolas expelindo um vapor de enxofre, e para os que podiam suportar o cheiro, e chegar perto das bocas, havia um líquido acinzentado borbulhando. Continuando a subir, fizemos uma única parada nas Aguas Termales, onde a água atingia naturalmente 39 graus. A recomendação eram que não ficasse muito mais que vinte minutos na água, pois os efeitos da altitude, aliados com a temperatura poderiam me fazer sentir mal. A última parada do dia foi a Laguna Colorada. Dona de um vermelho intenso e lar de milhares flamingos é a lagoa que mais me chamou atenção. Vermelha devido aos pigmentos oriundos de algas faz um par perfeito com o pôr do sol da região. Ficamos lá por mais de três horas! Acomodamo-nos na primeira noite no deserto em um refúgio próximo a Laguna Colorada. Era simples, com paredes de pedra e teto baixo. Comemos uma simples, porém deliciosa, refeição boliviana, consistia em abacates, algo que parecia uma salsicha e sopa de quinoa. A noite foi fria. No dia seguinte, saímos ao nascer do sol. O percurso era longo. Ao fim do dia chegaríamos ao povoado de Culpina K. Já no deserto de Siloli, a primeira “atração” da manhã nos surgiu: Era a “árbol de piedra”, um monólito de formação natural esculpido pelo vento, que como o nome sugere, tem formato de árvore. Durante o dia, passamos por mais lagunas, dentre elas a Canapa, Hedionda e Honda e por um hotel que se situa em meio ao deserto. Por quase duas horas viajamos pelo leito de um rio seco, que exigia grande perícia dos motoristas. O almoço ocorreu nas laterais de um rochedo e tivemos a agradável presença de algumas lebres cobiçando nossa comida. Passamos pelo Vale dos Champignons, que com suas formações rochosas em forma de cogumelos nos leva até a Laguna Negra. Depois pela formação chamada de “El Condor”, que me impressionou muito! Chegamos ao povoado de Culpina K, ao entardecer. Nos acomodamos nos simples quartos, e durante à noite nos reunimos para o jantar. Ofereceram-nos carne e batatas. E os chilenos que nos acompanhavam nos ofereceram um Concha y Toro. Foi um momento muito legal, em que pudemos interagir bastante. O terceiro dia, o mais importante a meu ver, amanheceu meio nublado. Havia chovido durante a noite e o motorista tinha alguma dificuldade de seguir pela trilha. Por três vezes paramos para esperar a comitiva que se atrasara. O destino era Uyuni! Uyuni foi o primeiro povoado boliviano a escutar um apito de um trem. A mais de um século atrás eles percorriam a primeira ferrovia do país carregando a prata oriundas da região. Hoje o que resta é um depósito de ferro oxidado e retorcido onde foi depositado todo o maquinário que já não servia mais. Este lugar é conhecido como “O cemitério de trens”. Fotos fantásticas saíram dali! No início da tarde, saímos para o último destino da “expedição”. Era o mais esperado, o mais desejado! Seria nosso “gran finale”! O Salar de Uyuni! Atingimos o maior deserto de sal do mundo as 14:05 daquele 20 de fevereiro de 2012. E afirmo, com toda a certeza, que aquele foi o lugar mais lindo que já conheci! Fomos até o turístico Hotel de Sal onde está a Plaza de Las Banderas. Almoçamos no meio do Salar e num raio de 20 quilômetros não se via nada além de um grande branco. Ao fundo, as montanhas pareciam “flutuar” no horizonte devido às ilusões ótica causadas pelo calor. O ápice da jornada foi enquanto nos movíamos pelo Salar, e eu me estava sentado sobre teto do 4x4 com a bandeira brasileira esticada pelo vento. Chegamos a um lugar onde havia uma camada de mais ou menos dez centímetros de água, que formava o maior espelho do mundo! O céu azul podia ser visto acima da minha cabeça e abaixo dos meus pés. A linha do horizonte era o eixo de simetria. Que perfeição da natureza! Saí do Salar pensando que aquela última imagem me valia por toda a viagem. Independente de tudo que havia passado, aquilo tinha sido a grande recompensa! Estava feliz e satisfeito! Agora o meta era chegar em La Paz e me preparar par o Downhill na Estrada da Morte! Obrigado Guido, foi um ótimo guia! Aos meus novos amigos argentinos Bruno, Luis, Erika e Romi um grande abraço! Ainda vos espero no Brasil! Mais fotos aqui. Por hoje seria isso! Citar
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