Membros Gefferson Styfler Postado Janeiro 24, 2014 Membros Postado Janeiro 24, 2014 Acredito que deveríamos andar sempre com a cabeça aberta a novas experiências, novas experiências no sentido de aprender algo sobre o novo, sobre o mundo e as coisas, pode ate soar estranho, mas é um ponto de vista diferente menos bitolado a certos assuntos. Limitamo-nos pelo medo, por preguiça e ate mesmo por não conhecer nada além do pequeno universo que foi criado ao redor de si próprio, são poucos os que tomam iniciativa de começar um projeto diferente ou criar uma nova idéia, algumas coisas esperamos alguém fazer antes para termos coragem de fazer depois, as vezes precisamos de um exemplo para acreditar no possível. Eu tive essa experiência, planejei durante muito tempo uma viagem de mocheileiro, porém sempre me pareceu distante dar um passo a mais (meu pai é caminhoneiro e eu viajo desde meus 6 anos conheço muitos lugares e aprendia apreciar isso de uma forma particular), acho que não tive a informação correta de que poderia ser feito por alguém de verdade sempre achei que só acontecia em filme ou sei lá. Decidi que faria uma viagem a baixo custo na verdade tinha muito pouco dinheiro e um pouco de receio de ir sozinho, receio de algo que não conhecia, fiz muitas viagens, mas nunca para fora do país. Na sexta feira chamei um amigo que topou fazer isso, no domingo partimos. Na minha opinião, o primeiro mochilão de qualquer pessoa deveria ser para o peru, é mágico e da vontade de continuar viajando sempre. 1º No primeiro dia paramos em Cuiabá para agilizarmos questões necessárias referentes a carteiras de vacinação internacional e vacinas necessárias (é uma boa pesquisar isso porém em nenhum momento precisei disso, é mais uma questão de segurança) logo após tentar uma carona decidimos pegar um buzão para Campo Grande, o tempo é uma questão fundamental para quem viaja, principalmente para quem tem um objetivo. 2º dia; Em campo grande pegamos uma conexão para Corumbá onde seria a última cidade antes de sair do país, nossa pouca experiência fez com que nos perdêssemos no tempo e conseqüentemente perdêssemos o trem que sairia de Puerto Quijarro, com isso resolvemos ficar em na simpática cidadezinha boliviana ate o próximo dia para pegar o Trem, já que teríamos que ficar uma noite aproveitamos para ir para o cabaré para comemorar o aniversário do companheiro de viagem (isso não é habitual, mas era uma questão de resoluções), não vou falar muito sobre isso mas foi uma noite frustrada com algum prejuízo, o Hotel que pegamos saiu em média 35 reais por pessoa, acredito que era o melhor hotel da cidadezinha depois descobrimos que pagamos muito caro para o padrão de hotéis que encontramos (com um ou dois dias você se adapta com esta parte de cambio financeiro). 3º dia; resolvemos pegar o segundo trem mais barato, isso para não esperar mais um dia para pegar um mais confortável, este saia no inicio da tarde e chegava em Santa Cruz somente no dia seguinte cerca de 800km de distancia, a opção do trem é justamente parte do pacote em pegar o trem da morte que leva esse nome por conta de suas várias lendas, algumas pessoas falam sobre o surto de febre amarela que mato muitas pessoas e utilizavam para transportar pessoas doentes e corpos, outra fala sobre o trafico de drogas e corpos recheados de cocaína e outras drogas, tem também uma que fala das pessoas que viajavam sob o trem e durante a noite acabavam caindo na estada conseqüentemente os corpos eram encontrados no dia seguinte sob o trilho,”ATENÇÃO” esses relatos não são oficiais são contados por pessoas que conversei e muitos eram mochileiros, existem alguma coisa na internet. Eu realmente achei que se chamava trem da morte por causa da trilha sinuosa que contornava montanhas e passava por pontes estreitas, realmente não tem nada disso é um trilho super tranqüilo, realmente tranqüilo porém a noite é muito fria e precisa estar preparado adequadamente. 4º dia, Santa Cruz; conhecemos o terminal bimodal da cidade, me pareceu muito interessante freneticamente movimentado, fiquei um pouco em duvida sobre fazer turismo na cidade me pareceu um pouco perigoso (na verdade tem os mesmos perigos que qualquer outra cidade de mais de um milhão e meio de habitantes, nós que fomos medrosos) então ficamos somente pelas redondezas, como o ônibus para o próximo destino (La Paz) saia no final da tarde ficamos por perto, visitamos alguns centros comercias fizemos cambio monetário e só neste dia. 5º dia, La Paz; chegamos cedo, bem cedo. Fica aproximadamente 800km de distancia também, são trechos longos é interessante pegar condução durante a noite que pode-se economizar em alojamento, a temperatura no terminal marcava 2 °C normal para a capital mais alta do mundo cerca de 3600 metros de altitude e com temperatura média de 8°C, ideal para quem gosta de um arzinho fresco, visitamos o centro da cidade alguns miradores, somente a parte urbana de lá paz, certamente é um lugar que deixa qualquer um de queixo caído, é muito diferente estranhamente charmoso, pois fica em uma espécie de cratera no topo de uma montanha as casa não são pintadas pelo menos as que estão nas encostas da montanha, da um clima de favelas brasileiras porém como já mencionado estranhamente charmoso, pois contrastas com a beleza geográfica do local, fim da tarde pagamos uma vanzinha para cidade de Copacabana última cidade antes de chegar no Peru, grande parte do percurso passamos costeando o lago Titicaca (lago trafegável mais alto do mundo). 6ºdia, Copacabana é realmente lindo e muito conhecido para os mochileiros que estão neste roteiro, não ficamos muito tempo em Copacabana partimos logo para Puno onde faríamos baldeação para Cuzco mais 7 ou 8 horas de viagem grande parte margeando o lago Titicaca, chegamos a noite em Cuzco, só deu tempo de pegar um taxi para o hostel mais próximo e descansar. Ah em algum trecho conhecemos dois paulistas que estavam fazendo viagem juntos, pai e filho. Aproveitamos a compania e nos juntamos para fazer um grupo maior. Chegamos a noite em Cuzco, resolvemos pegar um taxi e ir direto para um hostel que fora indicado na rodoviária, a essa altura do campeonato não tínhamos animo para procurar pelos preços mais baixos, no entanto de primeira já nos hospedamos por um preço muito bom a duas quadras da Plaza de armas rodeado de construções históricas, exatamente o que precisávamos e o que estávamos procurando. 7º dia, fomos cedinho procurar as entradas para irmos a Macchu Picchu, ainda na fila conhecemos o Javier, um maluco chileno que chegou sozinho em Cuzco, nessa mesma hora ficamos amigos e aumentamos o grupo, essa altura do campeonato erra dois paulistas dois mato grossenses e um chileno simpaticíssimo. Conseguimos entradas só para três dias depois, a procura é muito grande, o pacote tem vários opções de trilhas e montanhas, nosso caso pegamos a visita a cidadela e escalar a montanha Macchu Picchu, (se puder escale a montanha Macchu Picchu e a Huayna Picchu que é ótimo porém cansativo, mas vale cada gota de suor). 8º dia, se o negócio é esperar então vamos ao turismo, a cidade velha é toda majestosa, para quem gosta é um prato cheio, Cuzco foi a capital do império inca e ate hoje podemos encontrar traços da cultura e como muitos dizem, os incas não desapareceram, eles foram absorvidos pela civilização moderna, é fácil encontrar pessoas falando Qechua, a língua que os incas falavam, em várias construções podemos comparar a arquitetura inca com os povos o que sucederam seu império, por exemplo, em conversas com locais descobri que a catedral de Cuzco foi construída sob as bases de um templo/ palácio inca Wiracocha. A noite fomos para a balada, não é muito meu perfil mas fui, Mama áfrica é a balada mais famosa da região e uma das mais badaladas da America do sul em virtude da grande quantidade de turistas é bem legal para fazer um intercambio cultural em algumas noites pegamos temperaturas a baixo de zero ate -15 ºC. 9º dia, dia de conhecer a culinária regional e mercado de San Pedro, é incrível como podemos encontrar coisas nesse lugar (da cultura peruana/andina), tudo que possa imaginar, ate mesmo produtos alucinógenos e é claro que não deixei passar em branco, mais um tur pela city e a noite balada novamente, brasileiro estava com entrada 0800. 10º mais um dia de turismo local e sair para o povoado para Macchu Picchu,fomos de buzão e no caminho encontramos algumas manifestações ao indagar alguns turista que estavam mais atualizados descobrimos que era uma manifestação popular contra o governo e as privatizações dos recursos naturais (lembro que me passaram mais informações porém não lembro bem) houveram manifestações também sobre a valorização dos professores plano de carreira e reajustes prometidos que não rolaram. Chegamos fim da tarde ao ponto final porém tivemos que cumprir um percurso a pé eram uns 9 ou 10 km na calada da noite, a fins de socialização conheci um grupo de equatorianos que estavam indo para o mesmo lugar o grupo passa agora a ter 11 pessoas, existem poucas formas de chegar ao povoado de Macchu Picchu , uma é andando outra é de trem pois vai contornando as montanhas, chegamos quase meia noite no povoado que realmente é uma beleza natural, uma das coisas mais incríveis que já vi, procuramos um hostel para descansar e finda o dia. 11º dia, dormimos três horas apenas e começamos a peregrinação a montanha esse com certeza era o objetivo da viagem, deixamos os equatorianos para trás e saímos bem cedo, ate chegar a entrada da cidadela poderíamos ir de ônibus porém resolvemos ir a pé, escalar desde baixo ainda sem sol, pegamos o nascer do sol na cidadela, não ficamos muito na cidadela queríamos escalar logo a montanha, a principio parece fácil porque é cheio de degraus e quanto mais chega próximo do pico mais difícil fica (altitude), em algum momento me desprendi do grupo para conquistar sozinho a pico da montanha demorou mais ou menos uma hora para chegarem depois, realmente foi “hard”, a montanha Macchu Picchu é super espiritual, consegue fazer qualquer pessoa ficar em paz consigo próprio. Voltamos para cidadela onde novamente ficamos impressionados com a grandiosidade da arquitetura inca, em muitos momentos tentei me imaginar vivendo num sistema tão complexo e isolado, realmente deve ter sido incrível, na volta conhecemos mais um grupo de brasileiros que assim como nós se encontram na viagem, valorosas amizades são feitas em condições inesperadas. 12º dia; Ficamos a noite no povoado e voltamos na manha seguinte para Cuzco, novamente alguns km de caminhadas, como pegamos bem o dia pudemos apreciar as maravilhas geográficas do local, estradas da morte (porque são sem acostamento, passa somente um veiculo por vez nas curvas é nas margens de morros/montanhas) e muito mais, ao final da tarde em Cusco, pegamos uma carona dessa vez para não voltar de buzão, a noite liguei pra casa para dizer pra minha mãe onde eu estava, ate então não tinha idéia de onde eu estava, nessa converso descubro que coincidiram os horários da minha escalada com a morte de avô num acidente fatal de carro, por instantes perdi o chão pois meu avo ate ai me criou como filho durante 12 anos correspondente a metade da minha vida terrena, daí então toda a viagem foi em uma espécie de luto, onde optei em não falar muito por conta do abalo psicológico. 13º dia, pegamos um buzão novamente para voltar para casa, essa parte não lembro de muita coisa, voltamos pelo mesmo caminho. 14º 15º 16º dia, Brasil, conhecemos um pessoal em Puerto quijarro a qual resolvemos pegar uma carona de Corumbá ate Rondonópolis, em algum momento os federais param o carro para fazer algumas perguntas, ainda bem que não revistaram a gente eu estava com quase um kg de folhas de coca, não são proibidas porém, não é legal estar portando matéria prima de cocaína, a folha de coca é inofensivo o nome é forte e as pessoas acreditam que seja droga assim como o pó que é extraído da folha em processos químicos, muito pelo contrário, a folha de coca é ate medicinal, o cara que nos deu a carona não era muito bom no volante, passei mais medo aí do que toda a viagem e os perigos externos enfrentados, percebi logo que entrei no carro =/ felizmente chegamos bem, quase tive um treco. 17º dia carona ate Cuiabá, pegamos carona com um freteiro que fazia entregas nas cidade ate chegar em Cuiabá, para agilizar o processo resolvemos ajudar a fazer as entregas para terminar mais cedo, foi estranho mas resolvemos não falar que um advogado e um bacharel em administração estava fazendo entregas de mercadorias para um rapaz que aparentemente tinha pouca instrução educacional, conversei muito com o motorista, foi bem produtivo pois meu pai é caminhoneiro então tivemos papo para muito tempo, não mencionei da viagem para ele, falei que éramos estudantes somente. Chegamos a noite em Cuiabá. 18º dia Cuiabá e buzão pra casa, lar doce lar. ___________________________________________________________________________________ Citar
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