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Galera, acabamos de voltar de Lençóis – BA. Vou escrever um relato curto, o intuito é dar dicas para quem vai de carro e o que vale ou não vale a pena fazer (segundo nossa visão, claro).

 

A ida.

 

26/12/2013

Um dia antes de viajar o carro que eu usaria na viagem quebrou, arrumei um carro emprestado e a desconfiança já começou, eu iria de Troller e acabei indo com um Peugeot 306 SW (Aliás agradecerei meu tio pelo resto da vida).

27/12/2013

Primeiro dia efetivo de viagem e já cometemos um erro, paramos para dormir em BH, isso acabou nos atrasando como vocês verão mais a frente. Esse trecho da viagem não tem segredo, saímos de São Paulo pela Rodovia Fernão Dias e vamos direto por ela até Belo Horizonte, vale muito a pena esticar até Montes Claros a estrada continua muito boa e a cidade tem alguns hotéis, inclusive um Ibis que apesar de caro, é garantido.

Nós acabamos ficando em BH mesmo em um Hostel chamado Laranja Mecânica, eu achei bastante bom, são duas casas em uma área “nobre” da cidade uma em cada lado da rua, tudo novo e limpo, inclusive uma das casas está em reforma. É próximo de bares, restaurantes, shopping e agencias bancárias. Para quem vai de carro tem garagem e eles cobram a pernoite (R$ 15).

28/12/2013

Saímos de BH às 06:45 e rumamos para Montes Claros pela BR-135. A maior parte do trecho não é duplicada, mas, o asfalto é bom e tem bastante pontos de ultrapassagem segura. Postos de gasolina também não são uma preocupação e o preço do litro gira em torno de R$ 3,00. Chegamos a Montes Claros por volta de 11:30 e acabamos perdendo um pouco de tempo pois resolvemos almoçar no shopping da cidade, fica no lado oposto à saída que pegaríamos para seguir viagem.

E foi na segunda metade do dia em que cometemos nosso maior erro, por insistência minha resolvemos ir para Lençóis através da BR-122, passaríamos por Bom Jesus da Lapa e então acessaríamos Lençóis pela BR-242 chegando pelo lado oeste da cidade. Acontece que as estradas no interior da Bahia estão IMPRATICÁVEIS, fazia muito tempo que eu não passava tanto medo dentro de um carro, a BR-122 à partir da cidade de Janaúba se transforma em uma buraqueira impressionante e depois que passamos por Guanambi o estado da pista piorou bastante além do sol que se põem cedo (18:00 já está escurecendo), chegamos a levar DUAS HORAS para percorrer um trecho de 50 km. Por sorte encontramos a cidade de Igaporã e dormimos em uma pousada bem baratinha, encima de um posto de gasolina. Notemos que entre Montes Claros e Igaporã são apenas 450 km de estradas, nós levamos cerca de 10 horas para percorrê-los, recomendo muito que ninguém faça o mesmo caminho.

 

29/12/2013

Acordamos às 05:00 e partimos rumo a Bom Jesus da Lapa pela BA-430, caminho tranquilo entre as duas cidades, apenas alguns buracos, como vocês podem ver se usarem o Google Maps, rodamos 100 km à mais apenas para evitar as estradas secundárias. De Bom Jesus da Lapa pegamos a BA-160, e seguimos rumo ao norte, no final da estrada entramos a direita na BR-242 e a partir daí basta chegar a Lençóis, a estrada é muito bonita e no geral bem conservada, demanda apenas um pouco de atenção na serrinha que começa um pouco antes de Seabra e vai quase até Lençóis. É bem fácil encontrar a entrada para a estrada de Lençóis e a partir daí são 12 km por uma estradinha cheia de curvas e asfalto bom até a entrada da cidade.

 

Lençóis.

 

29/12/2013 à 02/01/2014

Ficamos no Hostel Chill Out, o dono, Mikael, Israelense criado na Suíça e que acabou vindo viver no Brasil é uma figura e muito atencioso, fiquem de olho nas dicas dele que são valiosas. Deixamos as malas e almoçamos em um dos inúmeros restaurantes da cidade, os preços variam de R$ 10 à R$ 50 e praticamente qualquer lugar é gostoso, o que muda normalmente é o serviço ou a sofisticação do lugar. Recomendo 3 lugares que eu gostei muito, a Pizzaria da Gente que fica na Rua das Pedras*, O “Cozinha Aberta” que fica em frente ao Banco do Brasil e o “Quilombo” ou “Quilombola”, não me recordo muito bem o nome. A pizzaria e o quilombola têm preços camaradas, da pra comer muito bem com bebida e 10% por uns R$ 30, na pizzaria gastasse até menos e o “Cozinha Aberta” é mais requintado, uma chef de SP abriu o restaurante por la que serve comida de vários lugares, inclusive local, com umas técnicas diferentes de preparo, comi duas vezes nesse e me custou uns R$ 60 – R$ 70.

*Rua das Pedras é a rua que atravessa a cidade e tem um monte de restaurante e loja de souvenir, mesmo sem ver uma placa você vai saber que está nela.

O Mikael nos arrumou um guia o qual pagamos R$ 150 por dia, acabamos ficando com ele apenas um dia, pois na maioria dos lugares da pra ir sem guia tranquilamente, a vantagem é que ele tem carro e poderíamos optar por ir no carro dele. Fomos ao Poço Encantado e Poço Azul em ambos a estrada está horrível, quando não é totalmente esburacada é de terra cheia de erosões, muito cuidado quem estiver dirigindo. No morro do Pai Inácio* fomos por conta própria, pagamos R$ 5 pra subir ao topo, não cheguei a pesquisar mas algumas agencias cobram bem caro para te levar lá, ou seja, se estiver de carro não vá em agencia, arrume um guia autônomo ou vá sozinho mesmo, é muito fácil, todos os pontos turísticos são demarcados, os guias são mais para quem for fazer Trekking longo e atravessar o parque à pé.

*A subida para o topo do Morro não é fácil, mas também não é impossível. Com calma e cautela qualquer um sobe.

 

 

O ano novo foi bem legal, todo mundo estava na praça central, rolaram uns fogos de artifício e alguns shows em um palco que provavelmente a prefeitura mesmo montou. Passamos o dia 01 de bode por causa da festa de Reveillon e durante a tarde fomos para o Ribeirão do Meio por uma trilhazinha de 3 km que saia da frente do nosso Hostel, da uma meia hora de caminhada. Tem uma cachoeira que da pra descer escorregando que termina em um poço de pedra bem fundo em alguns pontos mas com pedras que quase saem da água por todos os lados, não rola mergulhar se você não souber exatamente onde você está pulando, a água é quase preta, mas é limpa, a cor se deve ao excesso de Tanino e de materiais orgânicos diluídos na água. Bom lugar pra ficar tranquilo, tem uns ambulantes vendendo bebida e espetinho por lá.

 

A volta.

 

02/01/2014

Acordamos as 05:00 e já saímos de Lençóis, subimos a estradinha que dá acesso à BR-242 e viramos à direita, rumo a Vitória da Conquista. Fizemos o caminho pela BA-142 que passa pelas cidades de Mucugê, Barra da Estiva e Tanhaçu. Ao chegar à Vitória da Conquista basta acessar a BR-116 e seguir em direção ao Sul. Depois de alguns quilômetros haverá uma bifurcação para a BR-251. Aqui cabe um aviso, a BR-251 tem um trecho em péssimo estado, muitos caminhões e carros zigue zagueando pela estrada, é perigoso e demanda atenção, além do risco de danificar o carro nos buracos (a suspensão do meu carro voltou com alguns barulhos novos). Até chegar em Montes Claros você passa por Salinas (Paramos em um restaurante na beira da estrada que vendia todo tipo de cachaça da região) e depois por Francisco Sá, e então chega em Montes Claros, outro aviso sobre essa estrada é que como você segue quase todo o tempo para o Oeste o sol sempre estará na sua frete, é impossível dirigir sem óculos escuros e protetor solar, sofri muito com o sol e no final do dia estava enxergando mal.

03/01/2014

A viagem estava ótima mas a vontade de chegar em casa estava enorme, saímos de Montes Claros às 06:30 e seguimos rumo à BH, chegamos por volta de 11:30. Como era o ultimo dia continuamos andando o máximo possível, paramos para almoçar em um posto de gasolina na estrada e abastecemos o carro, curiosamente depois deste posto o carro passou a consumir muito combustível e a aquecer mais do que antes, vou verificar depois no meu extrato o nome do lugar para vocês não abastecerem por lá, depois de quase esgotar o tanque abastecemos novamente e o carro praticamente voltou ao normal. Chegamos em São Paulo por volta de 19:00 sem nenhum contratempo que esperávamos ter com o carro .

 

 

 

Em suma, é uma viagem tranquila desde que feita pelas estradas certas, eu não citei os pedágios mas são cerca de 7 ou 8 entre BH, todos custam R$ 1,50, ida e volta. Recomendo que não viagem durante a noite depois de BH e principalmente na Bahia, as estradas são ruins e nenhuma é duplicada. Levar um GPS é bom, o Waze fez praticamente todo o trabalho para nós, mas um mapa impresso é imprescindível, em muitos lugares não tem sinal de Celular e por vezes nem o de GPS. Água e coisas para comer são uma boa pedida para o caso do carro quebrar no meio do nada, mas dificilmente você passa mais de 100 km sem cruzar com um posto de gasolina e o principal, e que já foi dito mais de uma vez, não peguem a BR-122.

Quanto a Lençóis recomendo ter pelo menos 5 dias inteiros para conhecer os principais locais: Morro do Pai Inácio, Poço Encantado e Azul, Cachoeira da Fumaça e Gruta da Torrinha além dos inúmeros lugares menos conhecidos, e por consequência mais tranquilos, que um bom guia pode te indicar. Os locais dizem que é bastante seguro caminhar à noite ou então deixar o carro na rua, não parece haver muito problema com relação a esse tipo de violência por lá.

  • 3 semanas depois...
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Olá, tudo bem? Seu relato está bem legal, parabéns! Pretendo fazer essa viagem, de SP para Chapada, em Abril/14. Ainda estou desenvolvendo a idéia por uma série de fatores que vou te perguntar aqui para ver se me convence de vez ou desito! (risos). Qdo você falou que seu carro quebrou e teve que ir com um Peugeot, ficou desconfiado. Apesar das estradas ruins, em algum momento ficou na mão ou o carro fez muita diferença? Tenho um Corsa 1.4 (2011) e nunca fiz uma viagem tão longa. Vou com minha esposa que não dirige, mas gosto de dirigir. Estou em dúvida quanto ao tempo na estrada. Minha esposa tem dores na coluna quando muito tempo sentada, pensei em dividir o trajeto com consciencia, tipo de SP a BH no 1o dia, dormindo 1 ou 2 noites e partindo para Montes Claros. Talvez dormir e ficar 1 dia em Mtes Claros. A partir daí tenho dúvida do restante, se dá para encarar tudo num dia só...seria isso. 3 trajetos de 600km, mais ou menos. Estou certo? Seria o mais racional no nosso caso? A estradas que vocês pegaram, muito ruins, tem melhores opções ou somente razoáveis... Aguardo suas respostas quando possível, agradeço desde já! Abraços. Fábio

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