Membros brvcosta Postado Dezembro 28, 2013 Membros Postado Dezembro 28, 2013 Boa noite! Pessoal, quero agradecer o pessoal do Mochileiros.com que ajudaram muito nas minhas pesquisas para elaborar este roteiro. Esta viagem foi incrível. Me proporcionou sensações indescritíveis, ao se deparar com paisagens belíssimas, situações inusitadas, e tudo mais que estes países te proporcionam... o que você terá que ir para senti-las de perto. Quero deixar um trecho deste texto, o qual se enquadra perfeitamente ao mundo mochileiro - Improvável, incerto, cheio de aventuras, descobertas e desafios. “Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver” Amyr Klink Chile - Santiago - 30 de Nov. Partimos de São Paulo com Destino a Santiago. O voo tem duração de 3h em média, porém o fuso horário de Santiago é -1. Chegamos, passamos pela alfândega e imigração. Em uma casa de cambio, trocamos dólar pelos pesos chilenos. Dentro do aeroporto eles pagam um pouco menos, mas a diferença não é tão grande assim. Ao sairmos, pegamos um táxi no aeroporto para que nos levasse até a Rodoviária, a qual compraríamos as passagens de ônibus para o San Pedro de Atacama. Este nos cobrou 15.000 pesos chilenos. Chegando na rodoviária, havia somente passagens para as 19h da noite. Compramos pela TurBus (CLP 33.000) . Excelente empresa. Os ônibus são novos, tem cinto de segurança, velocidade e localização controlada e segundo motorista. Servem uns lanchinhos durante a viagem. Fomos de semicama, mas vale a pena pagar um pouco mais por leito. A viagem é longa, são 24 horas direto, muitas paradas. Recomendo pegar um táxi fora do aeroporto, o trecho é pequeno (em torno de 15 minutos). Você economizará alguns pesos chilenos. Enquanto isso, saímos para conhecer a cidade. Me lembrou o Brás hahahhaha . Cheio de gente querendo fazer compras, um sol de lascar. Conhecemos a estação de trem e um shopping - Mall Plaza. Tem de tudo. Mas não podíamos comprar nada, pois as mochilas já estavam pesadinhas. Preferimos comprar no retorno. Minha mochila foi com 11Kg e voltou com 17kg rs. O ônibus saiu com pontualidade. A noite não chegava nunca. rs ... 21h e ainda estava claro. Começou a escurecer quase 22h , e amanheceu em torno das 5h30 da manhã. A estrada é linda. Cheia de montanhas, curvas, montes, morros, ah, e muitas cruzes, em memória dos que morreram, o que assusta um pouco no início. As estradas são muito bem conservadas, a sinalização é muito boa. Entra no meio do deserto e outra parte vai beirando o oceano Pacífico.O motorista vai até 100 Km/hr. Compre algumas coisas antes de embarcar. Pois no caminho, não há muitas opções para comprar. Se tiver, pode estar fechado ou ser um lugar meio duvidoso. Em torno das 13h do dia seguinte, o ônibus fez a parada mais longa (15 min) para almoçarmos em Antofogasta. Hahahah... parecia um oásis no meio do deserto, depois de muito ver "nada" e areia e estrada, ou , cidadezinhas pequenas nas conexões. Você dorme, vê deserto. Acorda, vê deserto... dorme e acorda e continua no deserto... hahaha... isso se repete por inúmeras vezes. Nesta hora tudo é válido: uno, dominó, ipod, iqualquer coisa para fazer passar o tempo. Chegando em Calama, aaahhh.. faltam só 5hrs para chegar em San Pedro! Ótemo. Uma animada básica. Pudemos ver o aeroporto. Muitas pessoas desembarcaram e outras subiram. SPA, estamos chegando!!! Chile - San Pedro de Atacama - 01 de Dez. 19H e chegamos a SPA. Sem saber para onde ir rs.... o hostel que tínhamos selecionado não tinha vagas. Aliás, não fiz nenhuma reserva de hostel ou passeios. Pode-se ver tudo lá. Escolhia uns três hostels na cidade anterior que estava. E assim com os seguintes. Você pode tomar um café para usar o wifi, mas geralmente os hostels possuem. Então fomos ao mercado e um senhor nos viu com as mochilas nas costas e ofereceu-nos um hostel. Topamos conhecer. O nome do hostel é Tuyasto. Bem simples e bacana. Eles oferecem os passeios lá, você pode até fazer pela comodidade, mas eles sempre colocam um pouquinho no preço. O ideal é ir na rua Caracoles ( principal). Lá tem um monte de agencias, e você pode escolher a vontade. Sabe como é turista né. Comenta tudo que fez, onde fez, quanto pagou... e acho que os donos nos ouviram comentando que os preços dos passeios do hostel estavam salgados, e no dia seguinte, disseram que não tinha mais vaga para gente ... Tenso... rs... mas fazer o que, bola para frente. No final, ficamos em um melhor ainda. Chile - San Pedro de Atacama - Vale de La Muerte - 02 de Dez. Fomos a avenida Caracoles, direto na Colque Turs - Recomendadíssima, embora tivemos um imprevisto que contarei a frente. Compramos os passeios para: Vale de la Muerte, Laguna Cejar, Lagunas altiplânicas e 3 dias de SPA para o Salar de Uyuni o que ficou em torno de 200.000 pesos chilenos. Precisa pagar uma taxa para entrada no parque no valor de 2000 pesos. A agencia avisa antes. Use o banheiro, porque depois, só na volta poderá ter acesso. O passeio do vale de la Muerte fizemos no mesmo dia (a tarde). Muito legal. Ótima entrada para começar a mostrar as riquezas do deserto e o que estava por vir. Nos leva a uns montes, com direito a caverna (leve bolsas pequenas, porque é muito estreito, aliás, o motorista pede para deixar no carro) e escalada, de onde se pode contemplar uma combinação de rochas, sol amarelo, céu azul, nuvens ... A segunda parte do passeio nos leva a uma duna imensa. Tem um caminho demarcado e você tem que subir um montão... rsss .. roupas confortáveis, muita água... eu disse muita? Não, muuuuita mesmo. O problema é que não tem banheiro nestes lugares. Só na entrada do parque como mencionei, então você tem que fazer um equilíbrio básico entre sede, matar e vontade de fazer pipi. rs. Depois passamos pelas 3 marias. São três rochas, esbranquiçadas de sal. Bacana, mas sem muita coisa. Por último vamos ao Vale de la Muerte. Fantástico. Um monte de pedregulhos, com penhasco, e depois vamos para a Pedra do Coyote para ver o por do sol. Prepare-se para muitas fotos legais! Chile - San Pedro de Atacama - Lagunas Altiplânicas e Laguna Cejar - 03 de Dez. O passeio para as lagunas parte as oito da manhã e a van te pega no hostel. Este foi o passeio que mais me impressionou. É fascinante. É lindo demais. Primeiro vamos ao deserto do Atacama efetivamente. É uma mistura de sal com rochas. Essa é a diferença do deserto do Atacama para Uyuni. O Uyuni é plano, já o atacama não por conta da vaporização. O caminho é demarcado e você pode ver muitos flamingos. Tem uma lagoa, que fede muuuuuito. hahaha.. É o banheiro dos flamingos. Mas, o reflexo deles na água é perfeito. Parece um espelho. A vista é bela, e temos uma parada para o café da manhã. Bolachas, pão, geléia e queijo, e alguns danones. Depois vamos em direção a Lagunas Miñiques e Laguna Miscanti . O caminho é uma atração a parte. A subida para atingir os 4300 mts acima do mar é coisa linda demais. As estradas, as curvas, os vulcões, tudo é lindo. E não para de subir. hahahah... Leve muita água. Não há vendinhas, e o recomendado é 1lt de água por 1000 mts de altura. Ou seja, 4 litrinhos de água para não ter problemas com soroche. Eu particularmente não tive nenhum problema, exceto o cansaço nítido pela falta de folêgo. Este passeio é diferente de tudo que já vi na vida. As fotos parecem montagem. Muita terra, pedras vulcânicas, pouca vegetação, laguna azul profundo e os vulcões ao fundo. É sensacional, eu super recomendo. Até me emociono nesta escrita hahahah... Na volta passa-se por um povoado, a cidade é bem simples mas dá para comprar um sorvetinho, afinal, o estômago já está roncando nessa hora. Chegamos a SPA novamente, e as 16h inicia-se o passeio da Laguna Cejar. Todas as empresas saem no mesmo horário. E eu notei que, tem agências específicas para os passeios. Por ex, este não foi com a equipe da Colque . Então acho que há algumas especialidades e outros eles vendem para outras agências. Ou seja, você pode comprar com a agência X, mas no final, acabar indo com a Y. Este passeio é bem bacana. Você paga a entrada no parque e eles te levam a Laguna. Ela é tão salgada, que é como o mar morto: você não afunda. Embora tenha até 27 mts de profundidade. Você só consegue boiar e esse é o ideal. Quando se fica em pé, a água muda drásticamente de temperatura hahahah (muito gelada), e quando você sai, aquele sol e calor do deserto. Logo você seca e fica todo branco, com muuito sal no corpo. Meninas, cuidado com os cabelos! Melhor nao imergir rsss... Depois eles levam um pouco de água doce para tirar um pouquinho do sal. Mas não é um banho. Levem muito protetor. O sol ainda está bem forte e com o sal no corpo, é como você fosse uma carne preparada para o churrasco. Hahshsha... Após fomos a laguna Tebenquinche, aonde você pode dar uns tibuns também. Muito linda. Bem verdinha. Esta já não é tão salgada. Parece um buraco no meio do deserto. Ela fica mais profunda na terra. E assim termina mais um dia, fomos ao novo hostel e preparamos as coisas para a viagem rumo a Uyuni. Chile - De San Pedro de Atacama ao Salar de Uyuni - 04, 05 de Dez. Ok, nosso passeio era de 3 dias. O que normalmente as empresas fazem. Recibos nas mãos, desayuno tomado, e vamos rumo a aduana, efetivar a saída do Chile. No meio do caminho um cara nos pede o recibo e nos diz: Tenho que devolver a vocês 10.000 pesos. Porque o grupo que vocês estão, farão o mesmo trecho só que em dois dias. Ah, nessa hora, a Vânia chata entra em ação. Como assim? Pagamos por 3 dias e vocês nos avisam somente agora? Quero os 3 dias. O senhor tentou de todas as maneiras nos convencer a fazer os dois dias. E eu insisti. Então ele disse: Calma, é no meio do caminho que a carga se ajeita. Então, esperei. E nada da carga se ajeitar. Fiquei com raiva, mas depois pensei: Tô aqui mesmo, (nesta hora já estavamos na fronteira com a Bolívia), se ele achar algo, pode ser qualquer coisa e o deserto não é para qualquer um. Ouvi muitas histórias de acidentes, carros que se chocaram, motorista que se perdeu ou foi sucumbido pelas dunas nas subidas. E no final, ganharia um dia. Mas, insisti para que nos devolvesse o proporcional a um dia e nos pagasse uma diária em Uyuni o que nos ajudou muito, para descansar e tomar um banho antes da longa e eterna viagem a La Paz. Ele disse: Veja, eu não quero te enganar. Ali, minha raiva passou, ele concordou com as nossas condições e fomos em dois carros, cheio de coreanos. Os coreanos eram umas figuras. Comiam umas algas, e mastigavam uns negócios estranhos com cheiro de peixe o tempo todo. Pior: Eles nos ofereciam tudo. rsss... até que peguei um negócio que ao mastigar, virou uma gosma na boca.. (éeca), mas para não fazer desfeita, engoli a seco. Daí, me ofereceram uma bala: Uffaa! Até que enfim algo normal. rsss ... ledo engano, a bala era de Gynseng, e umas outras coisas ... essa não teve como... tive que dar uma disfarçada e jogar fora... engraçado foi quando olhei para o motorista, que reagiu da mesma forma que eu rsss... Bom. As primeiras imagens foram deslumbrantes. Lugunas azul-claros, brancas, azul-escuros rodeadas de sal e uma combinação de vulcões e montanhas com picos cobertos de neve, pedras de lavas endurecidas, e desertos, que faziam e fazem um espetáculo a parte. Você entra em um surto momentâneo para tirar fotos em todas as posições. Chegamos as águas termales. Na boa, não tive coragem de entrar. Além de estarmos com o horário apertado, devido ao nosso roteiro ter que ser cumprido em dois dias, a temperatura começara a cair. E aí é que começou a cair uns floquinhos de neve... que sensação legal. Lembro-me de não ter percebido, quando o André me chamou e com a mão estendida me mostrou o floquinho, que em questão de segundos, se derreteu. Depois de horas com estradas maravilhosas, cortando vales, desertos, áreas vulcânicas, é chegada a hora do almoço. Um lugar perdido, no meio do nada. Comemos uma comida sem tempero, arroz, peixe, uns vegetais cozidos. Na boa, não deu para não fazer uma careta. Fiquei imaginando como aquele pessoal sobrevive. Não há civilização por lá. Preparem-se para pagar todos os banheiros que precisarem. Acho que é um dos poucos meios de ganhar dinheiro deles. Custou 1 boliviano. Barriga cheia, pé na areia. A caminho do deserto de Sioli, o mercador de temperatura externa variava entre 8, 6, 3 graus, depois subia novamente 14, 16, 24, e novamente caia... Essa foi a hora em que a minha ficha caiu: Não há nada por aqui. Nem sinal de celular, nem água, nem casa, nem mercado, nem posto, nem banheiro .... Nada além de areia e dunas. Simplesmente um horizonte infindável, o céu cinzento e lá fora uma chuva melancólica. Me perguntava como o Mario, nosso motorista, tinha referências de direções, que não fosse da bússola. E ele respondeu que aprendeu o roteiro com a vida, indo algumas vezes, sozinho. E que tinha que ter muita experiência neste percurso, já que os carros andam em velocidade, e para subir as dunas. Ele até contou um caso de um que ficou preso entre umas dunas por alguns dias. Penseee ... Estávamos em dois carros, mas o primeiro sumiu de nossa vista. Aí é quando o Mario fala: Não tenho uma boa notícia. A gasolina está acabando, e a minha reserva está no carro da frente! Tento alcança-lo? ... Ai é que meu coração gelou. Já pensou ficar a deriva? Enfim, coração acelerado, e nada do outro carro aparecer. Até que chegamos a uma cidadezinha perdida, e encontramos o outro carro. Uffaaa! Que alívio! ... Pena, ledo engano mais uma vez. O Mario me vira e disse: Vamos logo, não podemos ficar aqui. O outro carro só tem gasolina para ele chegar. Não tem para nos emprestar! Ahhhh.. essa hora eu já estava suando frio. Já faziam mais de 14 horas que estávamos na estrada, saculejando para lá e para cá. Num sobe e desce incontável. O que eu mais desejava naquela hora, era ficar de pé um pouquinho, um banho quente, uma cama fofinha e uma comida quentinha temperada rsss. Foi aí que encontramos um amigo deles que nos emprestaram combustível. Problema resolvido. Retornar a estrada novamente. Já era noite. E o caminho que já é perigoso e delicado durante o dia, a noite era pior, porque a visibilidade era limitada, os animais costumam entrar nas demarcações, e etc etc etc... Horas depois, chegamos ao hotel de sal. Bem exótico. O chão é cheio de sal. Até mesmo nos quartos. Dá uma impressão que tudo está sujo, mas ao mesmo tempo vc está limpo. Pq as pedras de sal são bem branquinhas. Dormimos e no dia seguinte acordamos cedo. Finalmente chegando ao maior Salar de Sal do Mundo: Uyuni. Uma imensidão sem fim, branca. Lembra gelo, clima quente. Uma sequidão total. Citar
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