México/Oaxaca/Huatulco/Zipolite

brebes_ · Dezembro 10, 2013

Bom, essa foi uma viagem que inicialmente era a trabalho, mas como meu namorado topou ir comigo acabou virando uma viagem incrível e muitos mais por lazer.

E foi um congresso acadêmico que me fez descobrir Huatulco, no estado de Oaxaca, no México. E fico feliz por isso.

Viajamos de Belém para Huatulco de avião, pela péssima logística tivemos que descer para São Paulo e depois subir, totalizando mais de 20h de vôo.

HUATULCO, LA CRUCECITA

Huatulco ou Bahías de Huatulco fica no estado de Oaxaca e, segundo definição de um taxista, é um "povoado", já que não é reconhecida oficialmente como cidade. Lá existem várias bahias, praias e o centro urbano fica concentrado em La Crucecita e Santa Cruz. O clima é muito agradável (no parâmetro de quem mora na estupidamente quente Belém), variando entre 27ºC e 19ºC no período de outubro, que foi a nossa viagem.

Ficamos hospedados no Hotel Flamboyant Huatulco bem no centro de La Crucecita, ótimo custo x benefício. 5 dias da diária ficou por aproximadamente R$ 300,00, sendo que era um hotel muito bom. Não cheguei a encontrar na internet nenhum albergue, tem muitos outros bem mais acessíveis, mas pela confiabilidade optamos por esse.

CULINÁRIA MEXICANA/OAXAQUEÑA

Eu e meu namorado somos apaixonados por culinária e essa viagem, COM CERTEZA, foi um deleite gastronômico. Não lembro de ter tido uma refeição ruim ou mais ou menos. Chegando fomos logo batizados ao pedir uma Tlayuda (uma espécie de taco gigante, típica do estado de Oaxaca) com guacamole que, não foi nada mole, faltei passar mal com o excesso de chilli. Depois nos disseram que às vezes exageram mesmo pra poder render mais, então, desde esse dia toda vez eu pedia com pouco e perguntava se "picava" muito. Nesse lugar, que não me lembro o nome, mas era SUPER simples, a tlayuda era 30 pesos e tinha um taco FENOMENAL de porco que saia 3 por 20 pesos.

Por esse nosso interesse em culinária fizemos uma aula na Chiles & Chocolate que agendamos por email mesmo. Bem, até hoje fazemos pelo menos uma vez por semana tacos. A prática e teoria foram ótimas, além de ser tudo muito fácil, até quem só sabe fazer miojo pode aprender.

Vou deixar uma sugestão aqui específica sobre um lugar para comer em La Crucecita, ainda que ao redor da praça tenham MUITOS restaurantes, desde sushi até sorvete frito (isso mesmo). É o bar/pizzaria/restaurante La Crema, esse lugar incrível ficava bem em frente ao hotel e apesar da vontade de desbravar outros lugares comemos três noites lá. A pizza é SENSACIONAL, incrível. O preço também é ótimo (na verdade, todo preço de comida é muito bom em Huatulco). Nossa janta que incluía uma pizza grande de mariscos e outra à moda casa, mais duas micheladas (bebida mexicana com cerveja escura, suco de limão, molho inglês e chilli) não passava de 140 pesos (aprox. uns R$ 20 e pouco, por ai). Além do preço/comida, o lugar é um achado. A decoração e as músicas. Ouvir Pink Floyd (Até a versão em reggae), The Doors, Hendrix e Bob Marley no interior do interior do interior do México não tem preço.

AS PRAIAS DE HUATULCO

A alta temporada em Huatulco começa em novembro e termina em agosto, fomos justamente no período de baixa temporada que, a meu ver, maximizou a nossa experiência. Huatulco tem várias bahías e praias, mas fomos em apenas três das mais famosas: La Entrega, Santa Cruz e El Maguey. Eu, que não sou fã de praia, mudei totalmente de opinião. Lá não é sinônimo de bagunça, farofada, música alta ou sujeira. Chegar nas praias é muito fácil, mas o principal transporte é táxi. E eles são baratos. La Entrega, por exemplo, é cerca de 15 pesos. A propósito, todos os destinos têm preços fixos para todos os táxis, o que ajuda muito a você não ser ludibriado.

Como eu não sou fã de praia vou destacar o que me apaixonou: a água não é muito salgada, é SUPER limpa e as ondas não são muito altas. Quase uma praia de rio. Perfeito pra mim, não muito para os surfistas.

ZIPOLITE

Olha. O que dizer sobre Zipolite? Vou repetir tudo o que li antes de ir pra lá e mesmo assim não vou conseguir passar pra vocês o que é esse lugar. Zipolite foi na década de 60/70 o maior destino hippie no México e tem uma praia nudista. Fica a 1h30 de Huatulco e você pode ir de táxi (na proposta que nos fizeram sairia por 100 pesos), mas preferimos ir de ônibus (27 pesos até Pochutla, uma cidade que dá um choque pra quem tava acostumado com a linda e bela Huatulco) e de lá pegamos uma camioneta (uns 10 pesos) até Zipolite. Com emoção: camioneta. Sem emoção: táxi.

Deixamos as malas no hotel em Huatulco e fomos só com o básico pra Zipolite, chegamos lá e era tudo aquilo e muito mais que eu havia lido. Sempre lia "você não precisa fazer nada em Zipolite, apenas relaxar". E é isso mesmo. Até tem várias opções pra fazer como mergulho, passeios a outras praias, mas a grana curta e a magia do lugar (e as redes disponibilizadas na beira da praia) fizeram com que ficássemos sábado quase o dia todo só deitados apreciando Zipolite e entendendo o motivo de tanta gente ter largado tudo pra ficar lá. A comida lá também é boa e barata, em qualquer lugar. Conseguimos uma suíte de frente pra praia e com redes na sacada pela bagatela de R$ 32,00 a diária (NUNCA NO BRASIL!).

Zipolite, não existe e acho que a estadia lá foi uma ilusão da minha mente, até fomos agraciados com uma cortesia muito generosa de um senhor de 60 anos americano que largou tudo pra ficar por lá de boas-vindas bem "zipolitanas". A praia não é adequada pra banho pelas ondas muito altas e agitadas (tem até o apelido de praia dos mortos), mas pra surf é muito bom.

Em suma, recomendo esse destino para apreciadores de lugares alternativos. Os preços são acessíveis e gastei bem menos em toda a viagem do que gastei numa viagem que fiz duas semanas depois pra Recife. O México é incrível, Huatulco em especial (segundo a opinião de outras pessoas, não representa o resto de Oaxaca que é o estado mais pobre).

E se alguém se inspirar e quiser conhecer, talvez a gente se esbarre por lá, pois vamos voltar com certeza.