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Parque Nacional Sete Cidades, Pedro II e Teresina


mcm

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Três anos depois de deflagrada a campanha para conhecer o que for possível do Brasil nos fins de semana, coloquei os pés no estado nordestino que me faltava: Piauí. Terra de Parques Nacionais pouco visitados. Terra do delta do Parnaíba. Terra da única capital nordestina não litorânea. Nome da revista (carioca) de textos imperdíveis.

 

Foi no esquema de sempre: rolou promoção, recuso não.

 

Cheguei na sexta-feira à noite a Teresina, peguei o carro e fui direto saborear uma carne de sol no Favorito Comida Típica. Os pratos são para dois ou três, então fiquei nos petiscos. Muito bons! E com cajuína pra acompanhar!

 

No sábado de manhã cedo, fui explorar um pouco do centro histórico de Teresina. Avenida principal (Frei Serafim) estava enfeitada para o Natal. Fui até a Igreja São Benedito, passei pelo Palácio Karnak (acho que não há visitação, estava fechado), cheguei na pracinha Dom Pedro II, com o belo Teatro 4 de setembro à frente. Muito pouca gente. A pracinha continha moradores de rua ainda tirando um sono. O centro de artesanato ainda tava abrindo as lojinhas. Rodei um pouco por lá e voltei para o hotel (fiquei no Ibis, era perto).

 

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Igreja São Benedito

 

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Palácio Karnak

 

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Teatro 4 de setembro

 

De lá, fui até o encontro dos rios Poty e Parnaíba. No caminho tem uma região de artesanato de Poty Velho (mas não parei, só passei). O encontro dos rios é bacaninha, tem visual legal. Tem algumas barraquinhas também. Como era cedo, ainda estavam abrindo. Tem um centro de informações turísticas, mas que não tinha mapa (êêê, Brasil!), só um livro cheio de propagandas. As meninas foram simpáticas e me deram as dicas que eu queria saber.

 

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O encontro dos rios

 

Como eu estava do lado do Maranhão, decidi cruzar a ponte – pelo barato de cruzá-la, pelo barato de estar sobre o Parnaíba e pelo barato de ir a outro estado. Salvo engano meu, Teresina é a única capital brasileira que é vizinha de outro estado. Só cruzei e voltei mesmo. Em alguma área adiante, vi um exército de guardadores/lavadores de carro. Acho que a galera vai ali para lavar o carro. São vários.

 

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Sobre o Parnaíba, entre o Piauí e o Maranhão!

 

Calor? Muita gente fala do calor que faz em Teresina. É calor mesmo. Mas não é tão diferente assim do calor de verão de algumas cidades do Brasil (tem dia de verão no Rio, Blumenau, Porto Alegre, por exemplo, que não fica nada a dever a Teresina). Na semana seguinte a esta viagem, o Rio estava até pior.

 

Segui para a Ponte Estaiada, uma atração nova na cidade. Tinha visto a ponte de longe, na noite anterior. Fica muito bonita iluminada, mas não tinha como registrar. Soube que tinha como subir até o mirante dela e lá fui eu. R$ 3 para subir, com direito a ficar 10 minutos por lá. Belos visuais da cidade lá do alto.

 

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A ponte estaiada

 

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Debaixo dela

 

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Do alto dela

 

Desci e parti para Piripiri.

 

No caminho, um pouco depois de cruzar a cidade de Campo Maior, tem o Monumento à Batalha do Jenipapo. Tinha lido sobre essa batalha em algum livro recente. Era hora do almoço, não tinha ninguém no lugar. Sol de rachar sobre a cabeça. Achei a área meio abandonada, com mato crescendo sobre o cimento. Havia um guarda tomando conta do local e descansando na sombra – ninguém é de ferro. Aproveitei para ir ao banheiro.

 

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Monumento à Batalha do Jenipapo

 

Causo

Aí... assim que entro no banheiro masculino, deparo-me com uma cobra! A coitada tava tentando subir o azulejo, sei lá. Passei por ela e fui para o pipi. Quando termino e dou a descarga... pluft, pluft, pluft! Três pererecas saltam de dentro do vaso (estavam escondidas). Uma delas, coitada, foi água abaixo. As outras se salvaram. E a cobrinha seguia lá, onde estava. Avisei ao guarda sobre a cobra. Ir ao banheiro foi uma aventura.

 

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A eventual habitante do banheiro

 

Segui viagem para Piripiri. Estradas muito boas. Acima da média brasileira.

 

O plano original era seguir direto para o Parque Nacional Sete Cidades. Mas o plano original não envolvia ter passado a manhã em Teresina, então decidi mudar. Fui catar um hotel em Piripiri. Tinha referências do California Hotel e lá fui ver. 70 pratas pelo pernoite, com ar (imprescindível!), TV e café. Ainda pedi um check-out estendido no dia seguinte, para tomar um banho depois de encarar o circuito das cidades no PN. Ok, sem problemas. Achei mais que honesto e fechei.

 

Parti então para conhecer a cidade de Pedro II. Até rodei um pouco por Piripiri, mas não vi muitos atrativos.

 

Pedro II fica a uns 50 km de Piripiri. Novamente em estrada muito boa, parecendo nova. Animais pela estrada, geralmente nos cantos, mas sempre ensejando uma redução de velocidade. Alguns assentamentos.

 

Pedro II é cidade famosa pelas opalas. Consta que lá é onde fica a única reserva de opalas do Brasil. Mas, sinceramente, opalas não são a minha praia. Compras não são a minha praia. Até vi alguma coisa, mas meu foco era outro.

 

Fui conhecer o centrinho histórico da cidade, mas logo embiquei para o Morro do Gritador. Como o acesso não é bem sinalizado (padrão Brasil), acabei entrando numa estrada de roça local. Divertido ver porquinhos e cabritos pelas ruas. Mas logo consertei o caminho, perguntei informações e peguei a estrada correta – que foi recentemente asfaltada. Pela estrada correta também tem bichos pelo caminho, melhor ir devagar. Muitos moradores descansando na porta de casa, ou na varanda também.

 

O Morro do Gritador tem fama de fazer com que sua voz “retorne”, daí consta que quem vai lá em cima grita alguma coisa para ver se a voz retorna. Quando fui, não tinha ninguém, somente eu. Eu e as pessoas que trabalham nas poucas lojinhas que lá tem – uma delas felizmente vendia bebidas. Uma cajuína para celebrar! E água, porque ninguém é de ferro. O carro foi acumulando garrafinhas de água.

 

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MIrante do Morro do Gritador

 

Achei visual do mirante do morro extraordinário, belíssimo. Curti um bom momento por lá.

 

De volta à cidade, curti um pouco o centrinho histórico. A igreja estava em reforma e parecia estar rolando alguma festa na cidade à noite. Depois de um tempo dando uma volta pela área, parti de volta para Piripiri.

 

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Casinhas do centrinho de Pedro II

 

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A vida mais tranquila do interior

 

Em Piripiri, saí para passear nos arredores da igreja, beber e comer, bem do lado da igreja (Julius, se não me engano). Cerveja muito gelada, carne de sol honesta. Dormi cedo.

 

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Piripiri

 

Dia seguinte era dia de encarar o Parque Nacional Sete Cidades, a principal atração da viagem.

 

Saí cedo, mas errei o caminho – segui para Piracuruca, em vez de Fortaleza. Parei, reli minhas anotações, voltei e peguei o caminho certo (ou melhor, mais curto).

 

Chegando no Parque, uma moça foi relatando o roteiro que eu seguiria (avisei que queria o completo). No fim, falei que queria ir a pé. “A pé??” “Sim, a pé.” Notei um certo espanto. Depois fiquei sabendo que é incomum as pessoas chegarem de carro e quererem fazer o circuito a pé. Mas ela logo designou um guia para mim. R$ 80 pratas (qualquer outra opção que não seja a pé e roteiro completo sai mais barato). Depois soube que meu guia foi meio que escalado porque ninguém mais queria ir a pé.

 

Tinha lido antes no ótimo post da nnaomi para evitar os meses do BRO (setemBRO a dezemBRO), porque são bem quentes e secos. Diante disso, e provavelmente por algum gosto de sofrer um perrengue, decidi que iria num BRO. E que faria o circuito a pé. Assim fui.

 

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Pedra da Tartaruga

 

Meu guia, o Bruno, era novo e bem tímido. Mas foi se soltando com o tempo. Garoto legal, mora e foi criado num assentamento por lá por perto. Foi legal trocarmos ideias sobre como é a vida num assentamento. Além, é claro, de passear por toda aquela maravilha que é o Parque.

 

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Paço da Biblioteca

 

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Panorâmica do alto da Segunda Cidade (se não me engano)

 

O Parque Nacional Sete Cidades está em área entre o cerrado e a caatinga. Nesses meses de BRO é uma secura danada. Além do sol escaldante sobre as cabeças. E boa parte do percurso, se você optar por ir a pé, é exposto ao sol. Mas, sinceramente, achava que seria o sol seria muito mais impiedoso. No fim das contas, achei que foi tranquilo fazer tudo a pé.

 

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Furna do índio

 

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São sete “cidades” visitáveis espalhadas pelo parque. As chamadas “cidades” são, na prática, amontoados de espetaculares formações rochosas. Todas elas com suas peculiaridades. Além disso, o parque preserva pinturas rupestres e conta com umas duas dezenas de olhos d’água. Nos meses fora da seca uma cachoeira completa o circuito -- não conheci porque estava seca. Mas, numa das paradas, pude esfriar o corpo num olho d’água – que não estava seco.

 

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Wilson!

 

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Beijo dos Lagartos

 

Dizem que o roteiro completo a pé dura 5-6 horas, o meu durou quase 4. Sem deixar de admirar cada formação pelo caminho. E sem a cachoeira.

 

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Mapa do Brasil

 

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Cabeça de D. Pedro e os Três Reis Magos

 

Acho que é um parque menos conhecido no espectro nacional – como praticamente todo o Piauí. É pena, porque é belíssimo. Bem característico de um Brasil que o Brasil não conhece.

 

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Pausa para refrescar na piscina do olho d'água dos milagres

 

Ao fim do passeio, já no começo da tarde, retornei ao hotel e tomei meu banho. Depois segui viagem de volta a Teresina.

 

Dias antes da viagem, li uma postagem do Ricardo Freire falando do parque Nova Potycabana. Fui para lá assim que cheguei a Teresina. O parque é muito bacana, está novinho. Consta que foi inaugurado em maio deste ano. Cheio de quadras (tem até de badmington, mas não vi ninguém jogando isso), cheio de gente de bicicleta, patins, skate (lá estava escrito “skyte”) e etc. Ou seja, cheio de opções de lazer para a população curtir num domingo. Fica em frente a um shopping. Curti um bom momento e o fim de tarde por lá.

 

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Nova Potycabana

 

De noite fui jantar a famosa carne de sol do São João, mas na filial que fica na região badalada da cidade (na Avenida Nossa Senhora de Fátima). É mesmo muito boa, mas também muito cara. De lá, aeroporto e a longa jornada de volta ao Rio, via Fortaleza.

 

E assim foi mais um fim de semana desbravando o Brasil.

 

Considerações Gerais:

Flamengo: Muita gente de camisa do Flamengo nas ruas. Eu também estava. E fui cumprimentado várias vezes quando me viam com ela.

 

Saneamento: Tanto em Teresina quanto em Pedro II e Piripiri, vi esgoto rolando pelas canaletas das vias.

 

O interior é das motos: Pelo que vi, é o principal meio de transporte nas cidades de Piripiri e Pedro II.

  • Membros de Honra
Postado

valeu mcm, mais um relato que demonstra como é possível conhecer o Brasil !!

...pra mim só faltam o piauí e o amapá eheheh

quanto vc gastou?

falou, boas viagens !!

  • Membros de Honra
Postado

Fala, Pedrada! Espero chegar lá ("completar" o Brasil em termos de colocar os pés nos estados).

 

Os gastos, a grosso modo:

Rio - Teresina saiu por menos de 200 pratas (não lembro quanto exatamente, tem muito tempo). A volta foi de milhagem.

Carro: 200 (com ar; Avis via rentcars) + 150 de combustível.

Ibis Teresina: 100

California Hotel: 70

Parque (guia): 80

 

Fora isso tem 3 jantas na conta, que foram carinhas (acima de 50 pratas cada), e um monte de garrafinhas de água.

 

Mas a questão de gastos é coisa que eu sempre relativizo: depende de por quanto vc consegue uma passagem, de onde vc quer ficar, de onde vc quer comer, de como vc quer se locomover, etc.

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