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Dia 22 de Novembro - 8º dia de viagem.

Lagunas Altiplanas

 

Acordamos um pouco depois das 05:00hs, despertados pelo relógio do celular, rapidamente nos trocamos e antes das 06:00hs estávamos em pé no frio do lado de fora do hostel esperando a van que nos levaria ao passeio, nosso roteiro seria. A partir de san Pedro conhecer a Laguna Chaxa (Leia-se Tcháqsá), onde tomaríamos café e depois as Lagunas Miscanti e Miñisque de onde retornaríamos com parada no povoado de Tocanao, deveríamos estar de volta a San Pedro por volta da hora do almoço.

Nos fomos informados que deveríamos estar a postos esperando nosso transporte às 06:00hs, a fim de não atrasar o passeio, estávamos meio que na expectativa pois se nosso transporte não aparecesse perderíamos mais um dia, então pontualmente às 06:40 nosso micro ônibus voltando de ré na rua parou e nos chamou, ufa... estávamos a caminho.

 

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Vulcão Lascar, fotografado de dentro do onibus

 

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Salar de Atacama

 

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Percorremos pouco mais de 100km, até chegar a Laguna Chaxa em pouco mais de uma hora. Nosso guia foi um peruano com cara de índio que passava as informações em espanhol e depois em inglês, figura bem humorada.

 

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Laguna Chaxa

 

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O micro ônibus ficou quase cheio, alguns europeus, argentinos e brasileiros.

Permanecemos na Laguna Chaxa, mais ou menos uma hora e depois tomarmos café da manhã, seguimos ao próximo destino.

 

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Café da manhã

 

As Lagunas Miñiques e Laguna Miscanti estão localizadas na comunidade Atacameña de Socaire e fazem parte da Reserva Nacional Los Flamencos. Além do frio há outro desafio, a altitude de 4.195m. O visual dessas lagunas é incrível, sem dúvida o melhor passeio da região, palavras e fotos não podem definir a beleza do lugar.

 

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Vista do vulcão a partir da Laguna Miscanti

 

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Laguna Miscanti

 

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Chegada a Laguna Minscanti

 

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Marshal e Carlos Mendes, tomando posse do local

 

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Marino, tomando posse também, só para garantir.

 

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Laguna Miñisque ao lado da Minscanti

 

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Retornamos a San Pedro com a uma parada no povoado de Socaire e depois a Tocanao, para tomar um refrigerante e bater umas fotos.

 

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Agricultura modesta, nos arredores dos povoados, irrigação com água do degelo.

 

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Povoado de Socaire

 

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Povoado de Tocanao

 

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Igreja em Tocanao

 

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Chegamos em San Pedro a tempo para o almoço.

  • 3 semanas depois...
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Chegamos em San Pedro por volta das 13:30hs. Estávamos pensando e em voltar e almoçar no mesmo restaurante do dia anterior, mais os colegas já estavam enjoados da comida local e queriam encontrar um lugar que oferecesse arroz com feijão. Achei que não encontraríamos, mais ao passar em frente a um pequeno restaurante, lemos numa lousa que indicava no menu, arroz com feijão.

 

Entramos, o Marino e o Carlos pediram e veio um feijão preto com o caldo bem grosso acompanhado de arroz e bife acebolado, eu pedi uma empanada de frango, comemos empurrando tudo para baixo com um litro de coca cola.

 

Voltamos ao hostel e fizemos a tradicional siesta, lá pelas 15:00hs, acordamos e partimos de moto para o passeio no Vale de La Luna.

 

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Vale de La Luna

 

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Cordilheira do Sal

 

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Não é gelo e sim sal!

 

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As "três" Marias???

 

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Em Sam Pedro todos os parques são pagos. No micro ônibus o guia recolhe o dinheiro dos turistas e acerta a entrada, no Vale nós acertamos diretamente no caixa que fica na portaria. O preço do ingresso é bem baratinho, tendo em vista a limpeza e organização do local, vale muito a pena pois é um dinheiro bem gasto.

 

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Fui lá de moto!

 

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A Honda tinha que nos pagar um cascaio...olha como ficaram lindas

 

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Saudade de casa.

 

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Uma funcionária nos indicou os pontos de interesse no parque utilizando um mapa que posteriormente nos foi entregue, entramos com as motos e seguimos o roteiro indicado. Devido ao fato desse ser o passeio mais perto da cidade, menos de 10km, tinha gente até de bike. Tornando dessa forma (na minha opinião) desnecessária a contratação de um pacote para esse passeio, acho que é muito mais legal para quem estiver sem veiculo, alugar uma bike e curtir o caminho.

 

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Meu amigo Carlos no "topo do mundo".

 

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Seguimos o roteiro e realmente se tivéssemos entrado no dia anterior teria sido corrido. Lá tem bastante coisa para se ver e como boa parte se faz a pé, leva bastante tempo. É importante levar água e um agasalho, pois no final da tarde dá uma esfriada. O tempo passou logo e rapidinho já estávamos curtindo o que na opinião do povo de lá, seria o por do sol mais bonito do mundo. - Sei não em!?!?

 

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Fiquei decepcionado por não encontrar um promontório de pedra que se destaca sobre o abismo, que vi em muitas fotos tiradas no local.

 

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Esse é o Lugar.

 

Voltamos ao Hostel no escuro. Depois de tomarmos banho, o Marino não quis sair para jantar. Dessa vez foi o Carlos quem comeu empanada e eu comi arroz com feijão. Demos umas voltas na cidade, gastamos um tempo em uma Lan House e voltamos ao hostel para dormir, pois sairíamos às 03:00hs na madrugada seguinte.

  • 1 mês depois...
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Dia 23 de Novembro - 9º dia de viagem.

Gêiseres Del Tatio

 

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Nos reunimos na noite anterior após voltarmos da rua a fim de discutir o itinerário da volta. Nossa disposição meio que derreteu após o passeio às lagunas e tendo em vista esse fato discutimos duas alternativas.

 

A primeira seria descer até Santiago e voltarmos cruzando o túnel Cristo Redentor, essa alternativa aumentaria a nossa viagem em mais de mil quilômetros e consequentemente no mínimo mais dois dias. A segunda alternativa seria retornar pelo caminho da vinda, cruzando novamente a cordilheira pelo Paso Jama. Como batia forte a vontade de voltar para casa, a segunda opção foi uma escolha natural e unânime.

 

Na madrugada seguinte quando o micro ônibus chegou, já estávamos esperando na porta do Hostel, a noite estava gelada e escura, sem lua. Nem havíamos deixado o vilarejo e eu já havia pegado no sono, acordando somente na hora que paramos na entrada do parque dos gêiseres, não vi nem a hora em que um dos meus amigos pagou a minha entrada.

 

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Nosso guia no passeio

 

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Poças de água congeladas

 

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Fomos informados pelo guia que a temperatura externa estava em torno de -8ºC e que o dia ainda levaria alguns minutos para começar a clarear. Como estávamos espertos, todos fomos bem agasalhados.

 

Lá o ar rarefeito torna qualquer esforço bem difícil e se você não estiver com o espírito preparado, com certeza vai azedar o seu dia. Particularmente achei o passeio as Lagunas bem melhor, de modo que hoje eu recomendo fazer primeiro o passeio dos gêiseres, deixando o melhor para o fim.

 

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Demos umas voltas por ali, batemos umas fotos e fomos tomar o café da manhã que foi devidamente aquecido com energia geotérmica. Depois nos encaminhamos a piscina de água termal, que oferecia águas a 35ºC, resolvemos não arriscar a entrar, pois encarar uma semana sobre a moto com gripe não seria fácil.

 

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Melhor não arriscar...hehe...

 

Como o passeio é “curto” os chilenos inventaram uma parada no meio do caminho da volta, em um vilarejo chamado Machuca, na minha opinião esse é o maior “Fake” da viagem.

 

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Churrasquinho de lhama...

 

Lá uma dúzia de casinhas de adobe trancadas e uma igrejinha com cara de antiga, recebem os turistas, oferecendo churrasquinho que dizem ser de lhama e empanadas com coca cola. Acho que quando os turistas vão embora, os chilenos fecham tudo aquilo e vão para S. P. de Atacama, retornam no dia seguinte.

 

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Igrejinha de "San Fake" em Machuca

 

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Quebrada do Rio "Putana"

 

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Antes das 13:00 hs, já estávamos na cidade, fomos almoçar e depois da cochilada da tarde arrumamos as coisas para a partida do dia seguinte. Aproveitamos para dar uma revisão e fazer a manutenção nas motos, trocar o óleo do motor, lubrificar correntes e completar os tanques de combustível.

 

Eu o Marino trocamos o lubrificante de nossas motos sem problemas, mas o Carlos não conseguiu soltar o parafuso do bujão da moto dele e após maldizer o nome do mecânico que fez a revisão, saiu a procura de uma oficina mecânica. Uns 40 minutos depois voltou sem conseguir fazer o serviço, ficamos preocupados pois se no sábado não trocou, no domingo muito menos. Logo ele teria que seguir viagem sem trocar o óleo e tentar achar alguém em Calama ou Antofagasta.

 

À noite Eu e o Carlos saímos afim de tomarmos umas cervejas e ao chegar ao boteco, fizemos sinal ao garçom que queríamos uma mesa o mesmo nos respondeu em português que teríamos que esperar pois estava lotado.

 

Pedimos uma Corona e começamos os trabalhos meio que do lado de fora do boteco encostados na ponta do balcão, havia ali também um senhor já bem maduro que estava tomando uma cerveja e roendo as unhas e como nós a espera de uma mesa, acompanhando o jogo de futebol pela TV do bar.

 

Alguns minutos depois dois rapazes com cara de europeus levantaram e desocuparam uma mesa, o garçom nos fez sinal. Eu me dei conta que o Sr. estava na nossa frente e conseqüentemente teria preferência à mesa, então disse para ele sentar-se, ele fez sinal de negativo com a mão e nos deu a preferência. Virei para mesa do lado e pedi uma cadeira que estava vazia, peguei o camarada pelo braço e sob protestos de “no, no, gracias” arrastei o mesmo para se sentar conosco.

 

O camarada que já não me lembro o nome é um advogado de Santiago e estava de férias com a família e havia fugido para o bar para acompanhar o jogo de futebol. Ficamos ali umas boas horas, desfrutando da cerveja e da companhia do nosso amigo chileno que se declarou apaixonado pelo Brasil e assíduo freqüentador de nossas praias.

 

Voltamos meio “borrachos” para o hostel.

  • 1 mês depois...
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10º Dia de viagem

San Pedro x Antofagasta

440km

 

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Nosso roteiro para esse dia foi, sair de San Pedro e seguir até a cidade de Tocopilla e a partir daí, pela Ruta 1 chegar até Antofagasta, encerrando o dia percorrendo pouco mais de 440 quilômetros.

 

Partimos do Hostel Intipara pouco depois das 08:00hs, deixamos reservado um quarto para o dia seguinte, quando já estaríamos voltando e nos despedimos de nossa amiga Consolação.

 

Como as motos já estavam preparadas, carregadas e de tanque cheio, nossa partida foi rápida, em minutos já estávamos na estrada passando pelo “Vale de la Muerte” rumo a cidade de Calama.

 

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Nesse trecho o que nos chamou a atenção além da paisagem desolada do deserto foi um imenso parque eólico poucos quilômetros antes da cidade de Calama.

 

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Ao chegarmos na cidade, notei um carro da policia estacionado atrás de uma placa, como nos filmes americanos. Parei tirei o capacete e perguntei ao policial se havia um posto de combustível na estrada, de modo a abastecermos sem precisar entrar na cidade. O policial conversou algo com o parceiro e ambos desceram do carro, nos cumprimentaram de forma muito simpática, fizeram as perguntas rotineiras, tipo, de onde vem? Para onde vão? E nos disseram que nos acompanhariam até um posto de combustível.

 

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Foi meio maluco, nós três seguindo em comboio a viatura dos carabineiros de giroflex aceso. Ao chegarmos ao posto de gasolina que era um BR os policiais desceram novamente do carro para conversar conosco, batemos um papinho motociclistico, então eu pedi para tirar uma foto com eles e eles ficaram muito contentes.

 

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Um táxi com placas da Bolívia cheio de garotas (?) parou do nosso lado buzinado, eu achava que era para nós, mais não era, era só para o Marino, as mulheres queriam porque queriam bater uma foto com ele (nada de novo)... hehe ...

 

Terminamos o abastecimento e os guardas perguntaram se queríamos escolta para fora da cidade, agradecemos e recusamos e eles foram embora. Essa atitude legal dos policiais é a imagem que eu guardo do povo chileno.

 

Tocamos viagem e logo estávamos descendo a serra, já quase chegando a Tocopilla. Eu na minha ingenuidade achava que ao nível do mar estaria mais quente que na montanha, que contava naquele momento com uma temperatura em torno de uns 20 ou 23ºC. Ledo engano e desagradável surpresa descobrir que ao nível do mar a temperatura estava uns 10ºC mais baixa.

 

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A descida da serra é abrupta, em poucos quilômetros despenca-se mais de dois mil metros. Em curvas bem legais, tocamos com cuidado, pois apesar de ser domingo havia um forte movimento de caminhões, provenientes das minas na região. Então após a última curva chegamos ao Oceano Pacifico.

 

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Encostamos em um refugio à beira da estrada bem próximo ao portal da cidade para bater fotos, comemoramos e nos parabenizamos. Para o Carlos o gostinho era ainda mais especial, pois ele havia cruzado o continente de um litoral ao outro.

 

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Já era hora do almoço e decidimos procurar um lugar para almoçar e depois tentar achar alguém para trocar o óleo da Falcon do Carlos e só então seguir viagem.

 

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Entramos na cidade e achamos um restaurante bem simples, mais com uma bela vista para o mar, entramos e fomos muito bem recebidos pelo proprietário que fez questão de se sentar a mesa conosco para conversar sobre a viagem.

 

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Do lado de fora do restaurante.

 

Pedimos uma sugestão de peixe e nos foi sugerido um tipo de cação a milanesa que realmente não decepcionou. Ficamos ali conversando com o proprietário que nos deu uma série de dicas e conselhos e foi aí que demos a maior mancada da viagem.

 

O nosso amigo entre outras sugestões nos orientou de forma veemente que não seguíssemos até Antofagasta, pois a cidade era grande e muito perigosa, que nós deveríamos pernoitar em um balneário chamado Mejillones que fica uns 20km antes de Antofagasta, pois lá era muito bonito e encontraríamos com facilidade um lugar para se hospedar, seria muito mais proveitoso para nós! Bem o conselho entrou por um ouvido e saiu pelo outro.

 

O nome dessa cidade “Antofagasta” estava a uns bons anos martelando na minha cabeça e eu não iria deixar de passar por lá!

 

Conseguimos o endereço de uma oficina de motos e talvez daríamos sorte de encontrar o dono por lá, mais nada feito. Decidimos então tocar viagem, foi quando vi um posto da Shell muito grande e estruturado, aí pensei, com as ferramentas do posto conseguiríamos trocar o óleo!

 

Entrei com a moto e fui falar com o frentista, os colegas ficaram para trás. Todo simpático expliquei ao frentista o nosso problema e que tínhamos o óleo e só precisávamos das ferramentas, ele sem cerimônias disse não e virou as costas, eu toquei a moto e insisti. O dito cujo virou par mim e disse em voz alta. NO! VÁ PARA TU CASA!

 

Foi a primeira vez que fui tratado assim na viagem, fiquei meio chocado, mais pensei que enquanto ele estava trabalhando no domingo talvez por um salário pífio eu estava ali desfrutando do país dele, curtindo minhas férias, fazendo algo que ele provavelmente jamais faria. Então dei de ombros e fui embora.

 

Os meus amigos estavam sem fôlego de tanto rir, acabei rindo também.

 

Seguimos o GPS e rapidinho estávamos curtindo a Ruta 1, com o Oceano Pacifico de um lado e a Cordilheira dos Andes do outro. Na verdade a cordilheira acaba no mar a estrada é escavada na encosta da cordilheira. Pilotar naquelas curvas foi inesquecível o visual é incrível.

 

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Na minha cabeça ficou a pergunta. Como eles conseguem fazer uma estrada tão boa sobre a areia? Deveriam ser contratados para ensinar nossas autoridades a fazer estradas...

 

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Não demos sorte, pois o dia que estava lindo e ensolarado, foi fechando e antes de chegarmos a Antofagasta já estava nublado e cinzento. Passamos direto pela entrada do Balneário de Mejillones, e em poucos minutos estávamos rodando em Antofagasta.

 

Apesar de ser domingo à tarde a cidade estava bem movimentada com bastante gente na rua e um forte movimento no transito. Não havíamos feito reserva, então marcamos alguns hotéis no GPS e saímos na captura.

 

Fomos a uns quatro ou cinco e não demos sorte, todos lotados. Encontramos até o Hotel Marsal que deve ser de algum parente...hehehe...A noite já estava chegando e nada de acharmos, já estávamos preocupados. Então encontramos lugar em um Apart Hotel com vaga de garagem, num precinho razoável e pegamos.

 

Quando entramos para ver o quarto, não era um quarto e sim um apartamento de três dormitórios, sala cozinha e lavanderia com dois banheiros. Beleza dormir sem nego roncando na cama do lado.

 

Os amigos não gostaram nada-nada da cidade e resolvemos não sair a noite, então eu e o Carlos fomos a um supermercado que ficava a umas duas quadra e compramos mantimentos para fazer na cozinha do apartamento uma macarronada acompanhada por um garrafão de vinho Gato Preto.

 

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Meu sonho de ver o por do sol no Oceano Pacifico morreu assim...Literalmente na praia. Phoda é que se tivéssemos ficado em Mejillones como o amigo do restaurante sugeriu teríamos aproveitado muito mais, talvez até com banho de mar.

 

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Lembrança de Antofagasta.

 

Poderíamos ter aproveitado também um pouco mais, descendo no dia seguinte, até algum balneário mais para frente, mais no momento, nenhuma ideia surgiu, só a vontade de voltar.

 

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Essa foto não é minha, peguei em um site turístico do Chile. Se quiser uma foto do por do sol no Pacífico tenho que voltar lá!

  • 4 semanas depois...
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11º Dia de viagem

Antofagasta x San Pedro de Atacama

360km

 

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Após tomarmos nosso café da manhã, partimos do apart-hotel, a manhã de segunda estava movimentada. Nosso plano foi seguir para o sul em busca de La Mano del Desierto, depois retornar a San Pedro por outro caminho (o caminho mais curto).

 

Seguimos brigando com o GPS que nos deu umas três indicações furadas, até conseguirmos pegar a rodovia. Em um dado momento o Marino emparelhou comigo levantou a viseira e falou que um chileno havia me xingado até, pois eu havia cortado a frente obrigando o mesmo a brecar e desviar, confesso que nem vi. Mais valeu o aviso do amigo para eu ficar mais esperto.

 

Rapidamente subimos novamente a montanha pela Ruta 28, rodovia movimentada que lembra a Rodovia dos Imigrantes em São Paulo, com muito movimento de carretas que transportam minério das minas da região.

 

Paramos em um posto para abastecer as motos e tomar um café, isso já na famosa Ruta 5 ou Ruta Panamericana. Perguntamos sobre o monumento mais estranhamente as pessoas do posto não conheciam o lugar, tocamos e minutos depois chegamos ao nosso destino. Esse foi o ponto mais distante da viagem.

 

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Vibramos bastante, batemos as fotos, curtimos bem o lugar e depois começamos nosso retorno.

 

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Nessa parte da viagem achei bem interessante o fato da rodovia (Ruta Panamericana) ser cercada de ambos os lados por uma cerca de tela interminável, como o lugar é estéril não tem plantas ou animais, acredito que a cerca sirva para manter as pessoas fora.

 

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No deserto observei muitas ruínas abandonadas, de casas e de projetos econômicos. Penso que com exceção das minas qualquer outra atividade econômica ali é inviável e a manutenção de população lá seja um desafio para as autoridades.

 

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A estrada seguia reta e com bom asfalto e um pouco de vento lateral tornava a motocada muito agradável. Seguia na frente do grupo quando observei uma pedra bem grande no meio da pista, não tive tempo nem de sinalizar, só vi pelo retrovisor o Marino pulando do banco da Shadow, passando por cima do único obstáculo na pista neste dia. Por sorte não houve maiores conseqüências, a não ser por uma roda amassada.

 

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Chegamos a Calama antes do meio dia, abastecemos as motos tomamos um refrigerante e decidimos almoçar e San Pedro. Lá conheci um motociclista local que se dirigia para Iquique, pilotando uma V- Max 1.200 o mesmo estava enchendo um galão azul característico da rede de postos Copec, pois segundo ele o tanque não dava autonomia para chegar porque ele andava muito forte.

 

Batemos um pouco a cabeça para sair da cidade, novamente o GPS deu umas duas ou três dicas furadas. Vimos uma cena horrível, onde um caminhão basculante fazendo uma conversão proibida quase passou sobre um carro de passeio, só por Deus para não sair uma desgraça dali. Pois é lá também tem idiotas no transito.

 

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Seguimos pelo caminho já conhecido da ida e não batemos mais fotos, chegamos pouco depois das 13:00hs em San Pedro A nossa amiga consolação queria nos colocar no mesmo quarto, mais como o hostel estava vazio, demos uma chorada e ela nos instalou no maior quarto da casa, um que dispõe de seis camas, então sobrou espaço. Saímos para almoçar e fomos comer arroz com feijão e bife acebolado.

 

À noite eu e o Carlos fomos tomar cerveja o Marino ficou no hostel.

  • 1 mês depois...
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12º Dia de viagem

San Pedro de Atacama X Salta

 

Como nós já havíamos nos tornado motociclistas estradeiros veteranos, Saímos bem cedo e agasalhados de San Pedro, para chegar o mais cedo possível em Salta. Sabíamos que a travessia não era brincadeira e não cometeríamos os erros da vinda.

 

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Aos pés do Vulcão Licancabur

 

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Carlos e sua Falcon

 

Saímos de San Pedro contentes por não termos de fazer os tramites aduaneiros ali e depois de rodar uns vinte quilômetros já havíamos subido bastante e estávamos aos pés do vulcão Licancabur, onde paramos para bater umas fotos. O frio da vinda persistia mais dessa vez o vento soprava a nosso favor e não sei se por conta disso ou pelo fato de contarmos com um combustível de melhor qualidade a viagem foi outra, as motos rendiam bem e raramente eu reduzia a marcha mantendo uma velocidade constante de 100km/h. Talvez os dois fatos juntos combustível e vento, tenham se associado.

 

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Chegamos à fronteira e fizemos os tramites para deixar o Chile e sem complicações entramos na Argentina. O oficial da Gendarmeria argentina conferiu os papeis e nos abriu a cancela sem problemas. Paramos no YPF para abastecer e tomar um café além de comer um salgado.

 

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A fronteira de um lado.

 

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A fronteira do outro lado.

 

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Complexo fronteiriço de Paso Jama.

 

 

Conversamos com uma brasileira do sul do país, bem jovem e bonita que carregava uma menina de uns 5 ou 6 anos meio desfalecida nos braços. Elas estavam acompanhando o marido que junto com outro motorista pilotavam duas carretas transportando enormes tratores que se destinavam a alguma mina no Chile.

 

Ela nos contou que havia passado a noite ali, esperando o dia clarear para atravessar para o Chile e que estavam sofrendo muito com a altitude, particularmente a menina que havia chorado muito devido ao mal estar. Ficou admirada com nossa viagem e nos chamou de loucos por estarmos ali, pensei mais não falei, que louca e desinformada era ela em expor uma criança tão nova aquela situação, passar a noite naquela altitude.

 

Antes do meio dia estávamos almoçando no posto YPF de Susques o mesmo da vinda, detalhe é que eu vinha na frente dos amigos, entrei e fui abastecer. Como os amigos estavam demorando um pouco fiquei na beira da pista para sinalizar para eles, se tivesse guardado a moto na garagem do restaurante, com certeza teriam passado direto.

 

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Não perdemos tempo ali comemos rapidamente um lanche e nos mandamos. Gozado ver as paisagens no sentido contrario, parece outra viagem. Vimos muitos animais silvestres nesse trecho o que mais gostei foi um pequeno lobo que comia um resto de carcaça na beira da pista, mais que por ser muito tímido não ficou esperando eu pegar a maquina fotográfica.

 

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Lhamas selvagens

 

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Cruzamos o restante da cordilheira praticamente sem paradas e consequentemente sem fotos. Lá pelas 16:00hs já estávamos na Encuesta Lipan. Descendo a cordilheira do lado argentino.

 

O Carlos vinha liderando o grupo a uns 200 metros na minha frente, eu vinha curtindo as curvas fechadas deitando a moto e “viajando” nas curvas. Quando ao entrar em uma dei de cara com uma faixa de uns 50 metros de terra solta, profunda e fofa como talco. Perdi o equilíbrio e a moto balançou de um lado para o outro, sem brecar meti os pés no chão para tentar estabilizar. Sai do outro lado todo sujo de poeira, ao chegar em Purmamarca parei ao lado do Carlos que nos esperava e fui espanar um pouco da poeira. O Marino perguntou o que tinha sido aquilo e eu disse que estava pensando em terminar a descida voando, mais mudei de idéia. Esse foi o meu primeiro grande susto da viagem, mais infelizmente não seria o último.

 

Conversamos e decidimos tocar até San Salvador de Jujuy onde abasteceríamos. No trecho entre Purmamarca e San Salvador o tempo fechou rapidamente e juntamente com a neblina começou a cair uma chuva fininha, paramos e colocamos nossas capas. Pelo retrovisor vi algumas motos que se aproximavam e rapidamente varias motos grandes todas de brasileiros nos ultrapassaram e foram embora e nem sequer se deram ao trabalho de nos cumprimentar (espírito de motociclista??).

 

Chegarmos em San Salvador,.a chuva já estava parando, como não encontramos posto de gasolina na estrada entramos na cidade, que por sinal é bem grande.

 

Enquanto abastecíamos, fui conversar com um taxista que dirigia um Uno Mile igual ao que eu dirigia quando era taxista e pedi informação sobre uma concessionária Honda, para trocar o óleo da Falcon do Carlos, note que eu estava mais preocupado que ele, hehe...

 

Combinamos e o motorista nos levou lá pelo preço de alguns Pesos. A oficina da concessionária era muito bem equipada e a galera ficou bem feliz de nos ajudar, se interessaram pela viagem e particularmente pela XRE, que era uma novidade na Argentina. Além de trocar o óleo e o filtro, regularam a corrente e o preço foi uma merreca, se comparado com a facada que tomaria se fosse no Brasil.

 

Quando terminaram o serviço já era mais de 18:00hs, eu queria procurar um hotel e ficar ali, mais os colegas queriam tocar até Salta, para comemorar o aniversário do Carlos no Paseo Balcarce. Seguimos pela auto pista RN 66 que realmente se mostrou muito mais rápida para fazer o caminho até Salta. Então digo novamente, se for para San Pedro a partir de Salta, ou sai bem cedo para ir pela RN 9 ou vai pela autopista.

 

Apesar do movimento intenso, chegamos em Salta ainda com luz do dia, no horário pico da tarde, havíamos resolvido não voltar ao Hostel Coloria, então marcamos alguns hotéis no GPS e saímos na captura. Já no primeiro hotel na avenida Entre Rios, Hotel Pacha encontramos qualidade e preço, como dispunha de garagem e estava mais perto do “Paseo” não pensamos duas vezes.

 

Havia no estacionamento duas XRE argentinas, com configuração de cores bem diferentes das nossas, montadas para viagem e bem sujas. Infelizmente não consegui conversar com os proprietários.

 

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Á noite saímos e fomos comemorar o aniversário do amigo no Paseo Balcarce, tomando Cerveja Salta e comendo uma dozena de empanados de lhama.

  • 1 mês depois...
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13º Dia de viagem

Salta x Presidencia Roque Sanz Pena

 

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Seguindo a rotina, acordar, tomar café, arrumar as coisas e partir. Abastecemos as motos e seguimos rumo ao Chaco. Antes da primeira abastecida o mesmo grupo de motos do dia anterior passou novamente por nós, novamente sem nos cumprimentar.

 

Mesmo com o GPS comemos bola e perdemos a entrada para a rodovia RN 16, que nos levaria a Presidência Roque Sanz Pena, quando demos conta estávamos chegando a cidade de Metan, resolvemos abastecer e nos informar. Entramos na cidade e encontramos as BMW da estrada, o motociclista que estava na bomba abastecendo, olhou para mim com desprezo quando encostei atrás dele, observei a placa e vi que era do Rio Grande do Sul.

 

Depois que o frentista completou o tanque e se afastou para pegar o troco o sujeito puxou conversa e perguntou de onde éramos eu respondi e perguntei se vinham de San Pedro e ele me respondeu que vinham de Matchu Pitchu via Acre e que estavam a quase um mês na estrada, perguntei se iam via Cafayate e ele me respondeu que perderam a entrada para o Chaco que ficara a uns 10km para traz e que teriam que voltar e que teriam que andar muito pois hoje iriam dormir em Corrientes. Desejamo-nos boa viagem e não nos vimos mais.

 

Abastecemos e seguimos os gaúchos. Lá pela hora do almoço quando estávamos chegando à cidade de Taco Pozo, já dentro da região do Chaco, tomei o segundo grande susto da viagem. O Carlos vinha liderando o grupo uns 100 metro na frente, olhei e vi um rebanho de ovelhas soltas ao lado da pista na sombra de uma arvore e antes de reduzir a velocidade vi que elas levantaram a cabeça aí pensei...Phodeu! as infelizes partiram em disparada na direção da pista e faltando um metro para entrar na frente da moto inexplicavelmente pararam e eu passei por elas são e salvo. O Marino que vinha atrás emparelhou comigo abriu a viseira e ficou me olhando eu fiz para ele o sinal de que foi por pouco ele concordou, na seqüência paramos para almoçar e repercutimos o ocorrido.

 

Se as ovelhas não tivessem parado a viagem teria acabado para mim e para minha moto e a conclusão que chegamos foi que Deus havia me ajudado naquela situação. Almoçamos e tocamos, com muito cuidado, com medo dos animais soltos, durante a tarde fiquei pensando no ocorrido e no perigo que eu passei e dei graças a Deus por ter escapado ileso.

 

Chegamos a Presidência no começo da noite. Ficamos no mesmo hotel da vinda e fomos jantar na mesma lanchonete.

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14º Dia de viagem

Presidencia Roque Sanz Peña x Monte Carlo

 

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De minha parte eu já estava satisfeito com a viagem, queria chegar logo em casa e de preferência inteiro. De modo que esses últimos dias não passaram de deslocamento.

 

Na vinda esse trecho é sem graça na volta então nem se fala. Mal tínhamos saído de Presidência demos com um comando da Policia Camineira, com suas características fardas azuis. Os policiais estavam parando carros e motos e fazendo um pente fino de causar inveja aos Carabineiros da aduana Chilena.

 

O responsável por mim foi um jovem policial que não devia ter nem 20 anos de idade. O mesmo ficou visivelmente agitado ao ver as motos, mais não desviou o assunto e foi muito profissional, pediu para abrir todas as malas, desdobrar as roupas e abrir os frascos de xampu, olhou a moto de todas as formas e pediu até para abrir o tanque de combustível. Acredite se tivesse drogas ali ele teria achado! O rigor foi igual para todos inclusive para os carros argentinos. Ao termino da “geral” o jovem policial pediu desculpas pelo incomodo e me desejou boa viagem.

 

Passamos pela maldita ponte de Corrientes onde fomos extorquidos, ficamos rogando praga nos guardas que estavam na guarita do outro lado da pista, com certeza esperando para roubar mais algum motociclista brasileiro. Para evitar problemas saímos à direita e atravessamos a cidade pela “via coletora” que seria a nossa via local.

 

Como não parávamos para fotos a viagem seguiu rendendo bem, em um determinado ponto, parei no acostamento à sombra de uma arvore, pois achei que havia me distanciado muito dos amigos, fique ali esperando mais de meia hora, vi uma kawazaki Versys 1000cc com piloto e garupa que passou e acenou, depois os amigos passaram. Montei na moto e quando ia sair notei o “rolão de cobra” que estava bem do meu lado e eu não tinha visto. Como estava de botas possivelmente não daria nada mais teria tomado um baita susto se tivesse pisado na “zoiuda”...

 

Chegamos em Monte Carlo ainda com a luz do dia. Nos hospedamos no mesmo hotel e jantamos no mesmo restaurante.

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15º Dia de Viagem

Monte Carlo x Astorga - PR

 

Esse deveria ser o nosso último dia de viagem, seguimos juntos até El Dourado. A partir daí o Carlos seguiu rumo à cidade de Dionísio Cerqueira – SC e nós Seguimos rumo a Foz do Iguaçu - PR.

 

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O dia amanheceu nublado prometendo chuva e essa não demorou a cair de forma abundante. Chegamos a El Dourado e nos despedimos de forma melancólica sem descer das motos. Mais adiante paramos abastecemos e seguimos direto até Puerto Iguazu, onde finalmente entramos no Brasil, chegamos à cidade e rapidamente estávamos na Aduana que estava bem movimentada, fizemos os tramites e saímos da Argentina.

 

Nos congratulamos por termos chegado no Brasil e seguimos, Antes de sair do complexo aduaneiro do lado brasileiro, vi o Marino ser arremessado da moto ao passar sobre uma lombada, o mesmo pulou no ar e quase caiu firmando a moto com a força da perna, logo em seguida mesmo antes de ter recuperado o equilíbrio tinha outra lombada que jogou o amigo para cima novamente. O cara é muito forte pois agüentou a Shadow duas vezes e não deixou a mesma cair.

 

Encostei do lado dele e ele me falou. - Cara meu joelho deu um estalo feio acho que machucou. Ele tentou ficar em pé mais não deu, realmente tinha machucado, ficamos ali uns minutos decidindo o que fazer.

 

Ele tem amigos em Foz e decidiu tocar a moto até um lugar melhor e ligar pedindo ajuda, paramos em um posto de gasolina. Telefonamos para o amigo que é fisioterapeuta, explicamos o ocorrido o mesmo falou para ligarmos para o SAMU e que depois ele nos encontraria no hospital, mas o SAMU não tinha viaturas disponíveis por conta de vários acidentes naquela manhã.

 

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" game over"

 

Retornamos a ligação e em minutos o amigo estava lá, deu uma olhada na perna do parceiro e falou “game over” tem que ir para o hospital fazer exames, acho que não vai terminar a viagem de moto.

 

Tocamos até a casa do amigo e lá, ponderando os fatos, decidi então deixar o Marino que estava muito bem alojado e terminar a aventura sozinho naquele mesmo dia, pois a saudade era muita.

 

Ao deixar Foz já era mais de 11:00hs e eu teria que andar muito para chegar em Rancharia naquele dia. Rapidamente me arrependi da decisão, pois chuva começou a cair forte e o transito estava intenso, a viagem não rendia.

 

Reduzi o tempo das paradas e não almocei, mais mesmo assim cheguei em Maringá lá pelas 20:00hs, de baixo de chuva com o sol se pondo. Levei uma hora para cruzar a cidade que tinha um transito de sexta feira, típico de São Paulo.

 

A noite caiu e ficou escuro, como não chegaria em Rancharia antes das 23:00hs, decidi parar no primeiro hotel que encontra-se, pois não estava mais aguentando o cansaço. Em Astorga fiquei no melhor hotel da viagem o Astorga Park Hotel.

 

Liguei para casa dando noticias e informando a minha chegada no dia seguinte de manhã, tomei banho e fui jantar no restaurante em frente ao hotel.

 

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Pensa num arroz e feijão gostoso.

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16º Dia de viagem

Astorga – PR X Rancharia – SP

 

Acordei muito feliz, finalmente estaria chegando em casa para poder matar a saudade da família, dei uma conferida no Face e lá o Carlos informara que havia chegado em casa no começo da noite do dia anterior, sem nenhum contratempo.

 

Rapidamente arrumei toda a tralha que estava espalhada no quarto, para secar pela ação do ar condicionado que ficara ligado a noite toda. Montei pela última vez a moto que passou a noite acorrentada na frente da portaria do hotel. O tempo havia mudado e o céu estava azul e o vento soprava forte.

 

Entrei e fui tomar café, fiquei em uma mesa que tinha uma visão perfeita da moto. Na mesa do lado quatro rapazes bem grandes com sotaque diferente puxaram conversa, pois me viram arrumando os baús na moto. Contei-lhes nossa viagem e eles ficaram bem admirados e um até comentou... Há, há, há. E nós se achando os “fodôes” por termos vindo de Brasília para lutar no Paraná! (Eram lutadores de Jiu Jitsu).

 

Enquanto conversávamos vimos a moto dar uma chacoalhada e antes que tivesse qualquer reação a mesma deitou de lado sobre o baú, um dos rapazes comentou...Caracas ela caiu sozinha!

A essa altura eu já havia levantado e já estava correndo para erguer minha companheira, que tombara sob a ação do vento. Dei um tapa em minha cabeça por não ter previsto isso. Pois deveria ter virado a moto contra o vento para ela ficar apoiada no pezinho.

 

Como a queda não teve maiores consequências, terminei meu café acertei a conta e parti. Percorri os 168km finais da viagem, bem devagar. Curtindo cada curva, cada paisagem já relembrando os momentos que havíamos vivido nos dias anteriores.

 

Cheguei em Rancharia antes do meio dia e fomos todos almoçar fora para comemorar meu retorno. Naquele dia ainda encontrei vários amigos da cidade e conversamos bastante sobre a viagem, mas nossa preocupação era com o amigo que havia ficado em Foz do Iguaçu.

 

No dia seguinte de manhã o Marino entrou em contato e disse que estava a caminho e que chegaria em casa na hora do almoço. Pois o ferimento não fora tão grave e que depois de tomar uns analgésicos e colocar uma joelheira estava conseguindo pilotar.

 

Muito do que planejamos na viagem não aconteceu e outras coisas que nem sequer sonhávamos acrescentaram muito. Conhecemos pessoas e lugares, cheiros e sabores, contemplamos paisagens e cidades, vimos outras culturas e quando voltamos já não éramos as mesmas pessoas.

 

De minha parte digo que valeu muito a pena!

 

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Moto suja, alma lavada.

 

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Início da viagem.

 

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Final da viagem. 6.488km mais rico.

 

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Dedico esse relato para você meu querido filho Samuel Chesini.

 

Acabou.

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