Travessia Lençóis Maranhenses

[andersonnilton]

Eu e minha esposa fizemos a travessia de 7 a 10 de Outubro de 2013. Início do período considerado seco, apesar de muitas lagoas secas encontramos muitas lagoas com água na cintura e lindas paisagens.

 

Decidimos realizar a travessia no sentido leste-oeste ou seja Canto de Atins para Santo Amaro do Maranhão, desta forma fomos a favor do vento que nesta época é muito forte e subimos as dunas pelo lado de areia firme descendo na areia fofa.

 

O calçado que escolhemos foi papetes, acreditamos que para esta época do ano foi a melhor escolha, ao descer as dunas pela parte fofa seu pé afunda uns 30 cm com papete é só virar o pé que a areia cai. No meu caso usei meias para proteger os pés. Considerando a travessia e mais alguns passeios andamos cerca de 80km e apesar das dores nos pés pela falta de costume não tivemos nenhuma bolha.

 

O que levar?

Usei um chapéu daqueles que vem com um pano protegendo pescoço e orelhas.

Protetor solar a cada 2 horas, ninguém quer andar com uma mochila nas costas queimadas.

Papete com meia

Mochila de trilha (joga o peso na cintura ao invés dos ombros)

Água, 2 litros por dia, você consegue comprar água mineral nos vilarejos onde for dormir.

Clorin, caso precise beber água das lagoas

Kit de primeiros socorros, eu cortei meu dedo no primeiro dia da viagem, se não tivesse levado o kit teria desistido.

Curativo para bolhas nos pés, não usei mas acho bom prevenir, você encontra em lojas para cuidados dos pés.

Alguma comida para comer durante a caminhada.

Pouca roupa, de preferência uma para caminhar que será lavada antes de dormir e outra para dormir. A roupa de caminhada pode ser uma camisa de manga longa e uma bermuda comprida ou calça capri, o vento não te deixará sentir calor.

Lanterna, as caminhadas começam as 3h da madrugada e o sol só aparece as 5h30. As de LED não gastam quase nada de pilhas.

Óculos de sol, preferência a modelos bem fechados para não entrar areia nos olhos.

Eu tirei todas as fotos com meu celular dentro de uma caixa estanque para mergulho. Sem isso a areia destrói qualquer eletrônico.

Também levei um carregador solar, usei só um dia pois fiquei constrangido de pedir para ligarem o gerador só para carregar meu celular.

Minha recomendação é não ultrapassar 10% do seu peso.

 

Logística:

Chegando no aeroporto de São Luís, entregamos uma mala para o Sr. Tomás (faz viagens levando e trazendo pessoas até Santo Amaro do Maranhão) que ele entregou dois dias depois na Pousada Paraíso em Santo Amaro, dessa forma não precisamos carregar algumas roupas que iríamos usar só na volta da viagem. Ele cobrou R$50 e nos deu carona até a rodoviária.

Na rodoviária pegamos um ônibus da Cisne para Barrerinhas (R$26), dormimos lá.

Em Barrerinhas escolhemos usar as Toyotas de linha para Canto de Atins, elas saem às 9h00 e custam R$20.

Ficamos hospedados no restaurante da Luzia, pois tem a melhor comida e fica mais próximo do início da trilha. Ela e o Zé (marido) são pessoas maravilhosas, não os julgue antes de sentar para uma prosa. O quarto ficou R$50 por noite e mais comida. Peça para o Zé te ensinar a dormir na rede isso será muito útil.

A Luzia nos indicou um guia que mora lá conhecido como Grandão, ele realmente conhece todos os lençóis pois anda por lá desde os 6 anos de idade. O preço acertado foi R$150 por dia.

Ela liga o gerador todos os dias para assistir novela, aproveita para carregar os eletrônicos.

As dormidas na rede durante a caminhada variaram de R$ 20,00 a R$25,00 por noite.

 

Ficamos na casa da professora Losa em Baixa Grande e na casa da dona Maria em Queimada dos Britos, ambas tem famílias muito agradável e são ótimas cozinheiras.

 

Acho que não vou contar mais para não estragar as surpresas, mas é uma viagem fantástica onde além do desafio da travessia e as belas paisagens você irá conhecer um povo fantástico que vive de maneira simples, saudável e honesta. Nos acolhe muito bem em suas casas e muito interessante em saber um pouco da história deles.

 

Se você sempre morou em cidades e puder, leve seus filhos para conhecer este modo simples de vida.