Membros Felipe Ernesto Postado Outubro 2, 2013 Autor Membros Postado Outubro 2, 2013 (editado) # 6º dia - 10/08 - Arica/Tacna/Arequipa Já de manhã, umas 7h, chegamos a Arica, na fronteira com o Peru. Descemos do ônibus e fomos comprar passagens pra Arequipa. Compramos por 17.000 pesos, deixamos as malas no guichê e fomos tomar café na rodoviária. Voltamos pro guichê e o rapaz nos levou até a rua em frente a rodoviária, onde embarcamos numa van em direção a fronteira Chile-Peru. Meia hora depois chegamos a imigração chilena, onde carimbamos o passaporte de saída do país. Voltamos a van e em poucos minutos chegamos a imigração peruana. Novamente descemos, pegamos uma fila, passamos pelo raio-X, carimbamos a entrada no país e a van nos esperou do outro lado da fronteira. O detalhe é que ao passar pelo raio-X ele apitou. Então, eu voltei e passei de novo, por intuição, afinal ninguém mandou eu voltar. Novamente apitou e aí vi que os dois funcionários que estavam "cuidando" do raio-X estavam num bate-papo bem animado, ignorando as pessoas que por ali passavam. Voltamos a van e uma hora depois chegamos a Tacna. O motorista deixou as outras pessoas da van no centro de Tacna e levou nós três até a rodoviária. Chegando lá ele correu pra comprar passagens pra Arequipa e conseguimos embarcar num ônibus que estava saindo naquela hora. Isso eram 9h da manhã. Chegamos em Arequipa às 17h, depois de infinitas paradas no meio do caminho onde entravam vendedores de todos os tipos, e depois de assistirmos no ônibus dois filmes chineses dublados em espanhol. Desembarcamos no terminal de ônibus e um taxista nos cobrou 8 soles pra nos deixar num hotel barato. Como pedimos pra passar numa casa de câmbio ele acabou cobrando 10 soles. Por indicação do taxista ficamos num hotel a umas 4 quadras da Plaza de Armas, a 20 soles a diária por pessoa, num quarto pra 3 pessoas com banheiro privativo. Como estávamos mortos depois da viagem de quase 24 horas desde San Pedro de Atacama nem procuramos outro lugar e resolvemos ficar lá mesmo. Acomodamos as tralhas, demos uma esticada nas pernas e aí resolvemos sair pra primeira noite em Arequipa. Como bons brasileiros que somos resolvemos sair os três de bermuda e chinelo, e acho que éramos os únicos na cidade inteira vestidos desta forma a noite, porque fazia um frio razoável. Paramos pra comer em um restaurante afastado da Plaza de Armas, que nos cobrou 5 soles num prato gigantesco de talharim saltado (uma mistura de macarrão, carne, frango, batata, tomate, cebola e sabe-se lá mais o que, só sei que o prato daria pra alimentar umas 12 pessoas no mínimo). É claro que ninguém conseguiu terminar o seu prato, mas até que comemos bastante. Depois passamos na porta de uma boate que dizia ser grátis a entrada. Como ainda era cedo estava vazio, então decidimos voltar ao hotel colocar tênis e calça pra parar de passar frio, e depois retornar lá. Enrolamos um pouco no hotel e decidimos voltar na boate. Entramos e mais parecia um puteiro, pouca gente, música estranha e cerveja quente. Bebemos duas garrafas de Cuzqueña e fomos embora. Nisso lembrei que nas minhas pesquisas antes de viajar tinha cogitado de me hospedar no hostel Wild Rover em Arequipa, Cuzco e La Paz. Muita gente aqui do Mochileiros recomenda por conta das festas insanas que rolam lá todos os dias (literalmente). Porém, eu não sabia o endereço. Depois de perguntarmos pra umas 20 pessoas estávamos quase desistindo, até que um rapaz sabia onde ficava e nos indicou como chegar. Estando na Plaza de Armas é bem fácil, fica 2 quadras pra cima. Chegamos no Wild Rover e na recepção já ouvimos o som da balada rolando lá dentro. Pedimos pra entrar pra dar uma olhada mas pelas regras do hostel quem não está hospedado só pode entrar até às 22h30. Como já havíamos pago o outro hotel em que estávamos decidimos dormir nele mesmo esta noite e voltar no dia seguinte pra se hospedar no Wild Rover. Na saída do Wild Rover encontramos sem querer uma rua cheia de bares e baladas. Da rua ouvimos um rock vindo de um bar e decidimos subir. Uma banda de adolescentes tava tocando e parecia que só tinham os amigos deles no bar. Tomamos umas duas jarras de cerveja, ouvimos um pouco a música e fomos procurar outro lugar. Paramos em frente ao Frog's, perguntei quanto era pra entrar e ao ouvir que era grátis não pensamos duas vezes. Entramos e a balada é bem grande, tinha uma banda tocando ao vivo, um outro ambiente mais tranquilo com sofás e uns puffs e uma pista tocando música eletrônica, música peruana, música brasileira (adivinhem qual), enfim, tava bem animado. O melhor eram umas jarras de 1 litro de cerveja a 11 soles. Perdi a conta de quantas bebemos. Ficamos lá até umas 4 da manhã e saímos um pouco embriagados. É óbvio que não sabíamos o caminho pro nosso hotel, então andamos meio sem rumo e encontramos uma barraquinha vendendo hambúrguer. Comemos um lanche praticamente cru, mas que naquela hora tava uma delícia. Finalmente encontramos a rua do hotel, chegamos lá e capotamos. Editado Novembro 24, 2013 por Visitante Citar
Membros Felipe Ernesto Postado Outubro 6, 2013 Autor Membros Postado Outubro 6, 2013 # 7º dia - 11/08 - Arequipa Acordamos umas 10h da manhã com o estômago destruído pelo hambúrguer cru da noite anterior. Fizemos um pacto de sangue e prometemos não comer lá nunca mais. Saímos procurar algo pra comer, porque o hotel não tinha café da manhã. Compramos pão, queijo, presunto e um suco sabor indefinido e voltamos pro hotel pra comer. Arrumamos as malas e fomos pro Wild Rover. Como o check-in lá só é feito depois das 14h, deixamos as malas e fomos dar uma volta pelos arredores da Plaza de Armas. Andamos, tiramos fotos, tomamos sorvete e quando deu 14h voltamos pro Wild Rover pra guardar as tralhas no quarto. Pagamos 28 soles a diária num quarto pra 4 pessoas. Pausa pra falar do Wild Rover. Tanto em Arequipa como Cuzco e La Paz há quartos de diversos tamanhos, pra 4, 6, 8, 12 ou 16 pessoas. Quanto mais pessoas mais barato fica. Apesar de ser conhecido pelas festas, a parte onde ficam os quartos é bem tranquila. Durante a noite, enquanto a bagunça tá rolando no pub do hostel você não ouve nada do quarto, então pra quem quer dormir é sossegado. As camas e travesseiros são excelentes e os quartos tem armários pra você guardar suas coisas e trancar com cadeado. Os banheiros e chuveiros também são muito limpos, as vezes até "incomodava" de tanta limpeza, porque toda hora em que eu ia usar o banheiro tinha uma mulher limpando. O chuveiro é quente 24h. Também tem wi-fi grátis e café da manhã incluso na diária, além de uns computadores que podem ser usados pelos hóspedes. Tudo isso sem falar no bar, que tem cerveja gelada, comida boa (até às 21h), sinuca, pebolim (ou totó, se você for carioca) e festas malucas todos os dias, com free shots a todo momento. Depois de arrumar as malas fomos pro bar da piscina. Arequipa é o único Wild Rover que tem dois bares, um na piscina e um pub fechado. O da piscina fica aberto até às 18h e aí depois todo mundo vai pro pub. Logo que chegamos conhecemos o Diego, um peruano que trabalhava lá e vivia bêbado. Como boas vindas ele nos fez duas Brahmas (sim, Brahma!) pelo preço de uma, a 10 soles a garrafa de 630 ml. Tomamos mais umas, conhecemos um grupo de europeus e logo já tava todo mundo integrado. Depois que o bar da piscina fechou fomos pro pub. Como era domingo era dia de karaokê. Tinha um rapaz tocando violão e as pessoas podiam ir lá e cantar no microfone. Depois de uma tonelada de cervejas o Leandro resolveu tomar o violão do cara e cantar um milhão de músicas, até sermos expulsos do bar à 1 da manhã. Só tinha a gente lá (acho que todos fugiram porque não aguentavam mais a gente cantando música brasileira) e mais uma menina irlandesa muito engraçada, pena que não lembro o nome e nem peguei contato dela. O mais correto seria irmos dormir, já que estávamos a poucos passos do nosso quarto. Mas bêbado que é bêbado tem que terminar a noite fazendo coisa errada. E lá fomos nós pra rua, em plena madrugada, procurar a barraquinha de hambúrguer cru. Comemos de novo aquele pedaço de boi ainda mugindo (eu espero que seja boi mesmo) e aí sim voltamos pro Wild Rover pra dormir. Citar
Membros Felipe Ernesto Postado Outubro 6, 2013 Autor Membros Postado Outubro 6, 2013 # 8º dia - 12/08 - Arequipa Acordamos, tomamos café no hostel e fomos procurar o passeio pro Canyon del Colca. Na Plaza de Armas tem uma infinidade de agências. Pesquisamos em algumas e acabamos fechando com uma menina chamada Carmem. Ela cobrou 65 soles o tour de 2 dias, incluindo guia e hotel em Chivay na primeira noite. Na volta ao hotel o Leandro acabou dormindo e o Alan foi procurar alguma loja pra comprar alguma coisa que não lembro o que. Peguei um mapa de Arequipa na recepção e fui dar uma volta pela cidade, andei pelas ruas sem rumo, fui até uma ponte onde passa um rio por baixo, sentei num bosque e fiquei pensando na vida. Esse dia foi mais de descanso, depois de duas noites regadas a álcool e carne crua. Mais tarde fomos até uma agência comprar as passagens de ônibus pra Cuzco, pra 2 dias depois. Pagamos 50 soles num ônibus comum. Descobrimos depois na rodoviária que custava 40 soles, mas se fôssemos até lá comprar teríamos que gastar o táxi de ida e volta, então acabaria dando na mesma. A noite ainda ficamos um pouco no bar do Wild Rover mas dormimos cedo porque o tour pro Canyon sairia 7 da manhã. Citar
Membros Marrado Postado Outubro 7, 2013 Membros Postado Outubro 7, 2013 Felipe, estou curtindo muito seu relato de viagem! Te add no face para trocar umas ideias, pois pretendo fazer esse roteiro. Estou aguardando as histórias dos outros dias dessa viagem! abraço Citar
Membros Marrado Postado Outubro 7, 2013 Membros Postado Outubro 7, 2013 Felipe, você relatou que não ficou em San Pedro de Atacama, nesse caso eu poderia ir direto de Salar Uyuna para Arequipa? Citar
Membros Felipe Ernesto Postado Outubro 7, 2013 Autor Membros Postado Outubro 7, 2013 Felipe, você relatou que não ficou em San Pedro de Atacama, nesse caso eu poderia ir direto de Salar Uyuna para Arequipa? Sim, mas pra ir de Uyuni pra Arequipa direto é um pouco contra-mão. O ideal seria você sair de Uyuni e passar por La Paz, Copacabana e Puno antes de Arequipa. Ou então de Puno ir pra Cusco e de lá pra Arequipa.. mas são só sugestões Citar
Membros Felipe Ernesto Postado Outubro 7, 2013 Autor Membros Postado Outubro 7, 2013 # 9º dia - 13/08 - Canyon del Colca Acordamos 6h30, arrumamos as coisas e fomos pra Plaza de Armas tomar café e esperar a van pro Canyon. A van, que na verdade era um micro-ônibus, acabou saindo depois das 8h em direção ao Canyon. Passamos por vários lugares no caminho e o guia Edwin ia explicando, num espanhol que eu tava entendendo tudo, coisa rara de acontecer. Paramos em umas lojinhas de artesanato, tiramos fotos com lhamas (ou alpacas, sei lá, explicaram a diferença 50 vezes e eu não me lembro), tomamos chá de coca. Lá pelo meio-dia chegamos ao povoado de Chivay, onde almoçamos. O almoço self-service custou 25 soles e não tava incluso no tour. Depois fomos deixar as malas no hotel onde passaríamos a noite, este hotel sim incluso no preço. Ficamos nós três num quarto com quatro camas e banheiro privativo com água quente. O guia disse que poderíamos descansar um pouco e quem quisesse poderia ir às águas termais mais tarde, ao preço de 15 soles. Decidimos os três ir e combinamos de nos encontrar com o guia na praça uma hora depois, e aí o ônibus nos levaria até lá às águas termais. Foi um dos melhores investimentos da viagem, porque aquelas águas termais são fantásticas, mesmo a piscina sendo artificial (eu imaginava uma piscina no meio das pedras mas não era nada disso, era uma piscina comum, daquelas de prédio, com água quente). Ficamos lá cozinhando por umas boas 2 horas, conhecemos duas garotas mineiras (ah, as mineiras!) e voltamos pro hotel, lá pelas 6 da tarde. A noite ainda haveria um tal de show folclórico que estava incluído no tour e que seria no restaurante onde jantaríamos. Só o show estava incluso, o jantar não. Como não havia outra alternativa e nada mais pra se fazer em Chivay, lá fomos nós. Foi legal, tinha um grupo tocando música típica peruana e um casal dançando cada hora com uma fantasia diferente. O rango também foi bom, um menu turístico a 25 soles com sopa de entrada, um prato a escolha (frango, bife, macarrão, etc), e sobremesa. Depois do jantar voltamos pro hotel e dormimos, lá pelas 11 da noite. Citar
Membros Felipe Ernesto Postado Outubro 7, 2013 Autor Membros Postado Outubro 7, 2013 # 10º dia - 14/08 - Canyon del Colca / Arequipa O dia começou cedo, 6h30 da manhã o ônibus passou no nosso hotel e partimos finalmente para o Canyon del Colca. No caminho paramos em alguns mirantes e logo em seguida chegamos ao mirante onde podemos ver o vôo dos condores (o plural de condor é condores mesmo?). Ficamos lá por mais de uma hora e tiramos várias fotos, pelo menos enquanto conseguíamos um espacinho, porque o lugar estava lotado de turistas. Paramos ainda em outros mirantes pra admirar a paisagem do Valle del Colca, retornamos para Chivay para almoçar (mais uma vez não incluso) e retornamos a tarde para Arequipa. Chegamos em Arequipa no início da noite e era aniversário da cidade. A Plaza de Armas estava completamente lotada. Parecia carnaval em Salvador, não tinha como andar porque era muita gente mesmo, ainda mais pra nós três com mochilões enormes nas costas. Fomos procurar um lugar pra trocar dinheiro e fugir da bagunça. Ficamos enrolando pela cidade até dar a hora de ir pra rodoviária pegar o ônibus pra Cuzco. O ônibus partiu às 19h30 e seriam 10 horas de viagem, as quais dormi um bom tempo. Detalhe pra funcionária da empresa de ônibus, que carregou todas as bagagens no ônibus e depois que ele partiu ela foi contando sua história de vida dentro do busão, fazendo uma pregação religiosa e, no final, vendendo balas de café, além de dar o conselho que lembramos pro resto da viagem: "durmam com um olho aberto e um fechado". No ônibus o Alan ainda percebeu que esqueceu a mexerica (ou bergamota, ou sei lá o que) no Wild Rover. Citar
Membros Mureelo Postado Outubro 18, 2013 Membros Postado Outubro 18, 2013 Show, Man! Perfeito o relato! As fotos foram bem feitas! Não deixa de postar o resto hein. Como já disse, o meu roteiro do próximo ano, se Deus permitir, será muitissimo parecido com esse seu, inclusive nas datas! Ótima a riqueza de detalhes. Parabéns! Citar
Membros Felipe Ernesto Postado Outubro 18, 2013 Autor Membros Postado Outubro 18, 2013 # 11º dia - 15/08 - Cusco Chegamos em Cusco bem cedo, umas 7 da manhã. Pegamos um táxi na rodoviária que nos deixou no Wild Rover, já havíamos feito a reserva pra Cusco na recepção de Arequipa. Pegamos um quarto pra 4 pessoas a 35 soles a diária e, mais uma vez, só ficamos nós três durante todo o tempo. O Wild Rover de Cusco tem banheiro privado em cada quarto, além dos compartilhados espalhados pelo hostel. Deixamos as malas e saímos pra conhecer a cidade. Fomos até a Plaza de Armas, tiramos várias fotos e sentamos nas escadarias pra passar o tempo. De repente começa a passar um desfile de carnaval, acho que era dia de comemoração de algum santo. Ficamos assistindo o desfile e tirando fotos. Nisso, o Alan viu o Jacques andando sozinho e gritou (eles já haviam se falado pelo Mochileiros antes da viagem, mas os roteiros acabaram não batendo). Aí nos cumprimentamos e o Jacques acabou ficando o dia todo com a gente. Demos mais uma volta pelas vielas de Cusco e decidimos ir pro bar do Wild Rover almoçar/jantar e beber. O Jacques estava hospedado em outro hostel mas foi lá no pub do Wild Rover beber com a gente. Ficamos lá até 1 da manhã e um brasileiro disse que tinha uma van na porta do Wild Rover que levava pra balada. Entramos e fomos parar no famoso Mama Africa (daria pra ir a pé, porque fica a 2 quadras do Wild Rover). Daí em diante não lembro muita coisa graças ao álcool. Voltei do Mama Africa sozinho lá pelas 4 da madrugada e cheguei no Wild Rover morrendo de fome. O Leandro já tava lá dormindo e com o barulho que eu fiz pra entrar no quarto ele acordou. Como o bar do Wild Rover já tava fechado resolvi voltar pra Plaza de Armas pra procurar algo aberto pra comer. É lógico que 4 da manhã estava tudo fechado. Achei uma barraquinha que vendia pão seco com queijo, comprei dois e fui comendo de volta pro Wild Rover. Chegando lá, apaguei. Citar
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