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Depois de quase dois anos resolvi escrever meu relato de viagem sobre minha ida na Bolívia, Peru e Colômbia. Isso é meio que uma dívida, já que peguei muita informação da minha viagem aqui no site do mochileiros. Foram quase cinco meses olhando o site praticamente todos os dias pra poder encaixar todos os horários perfeitamente e não perder os principais passeios. Meu relato não tem preços nem horários definidos, pois não lembro deles. Se ele puder ajudar a alguém com alguma informação ou pelo menos encorajar a fazer essa viagem, pois ela vale muito a pena, eu ficarei satisfeito. O que me lembro é que durante a viagem eu troqueis U$ 1200,00. Isso não inclui as passagens de avião. Com essa grana deu pra visitar três países em 21 dias. Não passei fome nem dormir em lugar precário. Pude também visitar todos os lugares que quis. O que poderia ter encarecido mais é se eu comprasse mai artesanatos, mas mesmo assim acho que não mudaria muita coisa.

Desde que postei esse relato pela primeira vez, já acrescentei mais coisas nele. Não dá pra lembrar tudo de vez. Com o tempo vou reescrevendo ele.

Meu roteiro foi um pouco diferente dos da maioria relatados aqui no fórum (Bolívia, Peru e Chile). Como a idéia de meus amigos era ir até a Venezuela, optamos por fazer a viagem subindo.

Dia 18/11 saímos de Salvador com destino a Santa Cruz de la Sierra. Depois de uma escala em São Paulo, o avião chegou a Santa Cruz por volta da meia-noite, horário local. Depois de todos os tramites burocráticos, fomos trocar dólares pela moeda local e em seguida comer. Para minha surpresa encontramos uma franquia da Subway e foi lá que comemos. Por sinal, foi a única vez da viagem que eu tive dor de barriga ::hein: . A cara do presunto já me dizia isso. Como nosso vôo para Sucre era no outro dia às 06:00, optamos por dormir nas cadeiras do aeroporto em sistema de ronda. Por sermos três, cada um ficava acordado uma parte da madrugada. Lembro-me como se fosse hoje. Na vez de eu ficar acordado, chegou um brasileiro do nada, todo azuado, dizendo que tava sem dinheiro pra voltar para o Brasil e me pediu uma grana emprestada. Mal tinha começado a viagem e eu não queria me meter em uma furada. Disse a ele que não tinha pra emprestar. Às 06:00 “da madruga” pegamos o vôo com destino a Sucre. Fomos de Aerosur. A viagem é rapidinha, mas a paisagem vista do alto recompensa

 

 

Sucre

 

Sucre é uma cidade com clima agradável. Casas brancas, algumas ladeiras e bem pacata. O engraçado é que por eu ser negão, as pessoa ficavam me olhando na rua como se nunca tivessem visto alguém da minha cor. Emanuel e Murylo ficavam rachando o bico da minha cara. ::lol4::

Depois de deixar as coisas no Hostel Casa Verde fomos dar um passeio na cidade. Comemos em uma pizzaria, aliás, pizza foi a comida que eu mais comi em 21 dias de viagem. Em seguida visitamos o Parque Cretáceo, que consiste em um sítio arqueológico onde foram encontrados fósseis de patas de dinossauro. O lugar é legal, vale a pena conhecer. No final da tarde, voltamos pro hostel que por sinal era bastante agradável. No dia seguinte, demos mais uma volta pela cidade, visitando o mirador da Recoleta e o mercado central. Nosso próximo destino seria Uyuni. Pegamos um ônibus por volta de meio-dia. A paisagem na estrada é realmente deslumbrante. Montanhas e subidas a perder de vista. Às 16:00 chegamos em Potosí. Esperamos até por volta das 18:30 para pegar outro ônibus rumo a Uyuni. Potosí foi o primeiro lugar em que eu senti os efeitos da altitude. Dor de cabeça e cansaço, mas nada excessivo ::essa:: . Foi lá também que compramos nosso saco de folha de coca, que por sinal, realmente funciona. Depois de uns cinco minutos mascando a folha, a pessoa já está recuperada novamente.

 

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Uyuni.

 

Chegamos em Uyuni a meia-noite. Quando vai chegando perto da cidade a estrada fica um pouco precária. Eu tinha lido aqui no Mochileiros que era fácil arranjar hospedagem lá, pois todos os hostels ficam na mesma rua. Por isso não pegamos recomendação de nenhuma hospedagem. Ao descer do busu, o lugar tava todo escuro e fazendo um frio da zorra ::Cold:: . De repente todos os passageiros sumiram. Sorte nossa que tinha um taxista no local, que nos levou pra um hostel (Julia) da escolha dele. Ele não andou nem duas quadras. Tivemos que ficar nesse hostel mesmo, pois o frio tava muito grande. O cara da recepção, com uma cara de mau humor, colocou a gente no último quarto, terceiro andar. Pra subir as escadas com as mochilas pesadas foi outro sacrifício. ::dãã2::ãã2::'>

No dia seguinte acordamos cedo pra poder fechar o passeio do Salar e comprar a passagem de trem pra La Paz. Optamos por não fazer o passeio de três dias, pois ia tirar alguns dias da nossa viagem. O café do Hostel Julia é bem fraco. Só podia comer um pão com um pouco de geleia e tomar um copo, acho que de café. A água do chuveiro também demorava de esquentar. Fora isso, pra passar apenas uma noite não vi grandes problemas.Tínhamos lido aqui no fórum que não era recomendável ir direto pra La Paz de ônibus, pois a estrada era em boa parte de terra. O recomendado era pegar um trem pra Oruro e de lá pegar um busu pra La Paz. No entanto, pra nossa infelicidade, as ferrovias estavam bloqueadas por protesto. Já que não tinha o que ser feito, a única alternativa seria ir de ônibus. Compramos a passagem e fomos pro Salar.

O Salar é muito lindo. Não tivemos a sorte de pegá-lo com um espelho d’água na superfície, mas mesmo assim vale muito a pena. Fomos até a Ilha do Pescado. No passeio conhecemos uns israelenses que já estavam viajando a quase três meses pelo mundo. Tinham servido o exército e só queriam esfriar a cabeça.

É possível fazer uma trilha por dentro da Ilha do Pescado. De lá do alto, a visão do salar é de tirar o fôlego. Almoçamos na ilha mesmo. O almoço já vai incluso no passeio. O motorista nos serviu uma carne de alpaca com quinua. Quando estávamos comendo, do nada ele apareceu com sal na mão. Tenho quase certeza que ele pegou do chão do salar. ::lol4:: No final do dia, quem vai fazer o passeio de três dias, continua pelo salar. Segue logo para o lugar que tem os dormitórios. Nós voltamos pra Uyuni. Depois de tantos meses olhando fotos e relatos desse lugar, parecia um pouco difícil acreditar que estava ali. Ao chegarmos em Uyuni pegamos as coisas no hostel, comemos mais uma vez em uma pizzaria e fomos pegar o busu. Estaria aí dando início ao maior perrengue que passamos na viagem. Desde já eu dou a dica. Quem tiver que fazer esse trecho de ônibus, não utilize a companhia Transomar.

 

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Uyuni – La paz

 

Não me lembro ao certo a hora que o ônibus saiu de Uyuni. Era mais ou menos 22:30. Encontramos um brasileiro que vinha viajando desde a Argentina, Silvio. Depois de duas horas de viagem e muito solavanco, o busu parou. Ficamos esperando algum tempo sem obter nenhuma informação do motorista. Após uns vinte minutos ele avisou aos passageiros que o ônibus tinha quebrado. Em Uyuni a empresa não possuía um veículo reserva pra nos buscar. Teria que vir um busu de La Paz, que estava cerca de oito horas da nossa localização. Com isso tivemos que dormir ali mesmo e aguardar até o amanhecer pra chegar o socorro. Emanuel tinha comprado um frango pra jantar lá em Uyuni. Como havia sobrado, pedimos pra embalar e levamos conosco. Na verdade o frango já estava estragado. Como era a minha vez de levar a sacola extra no pé, eu tive que ir sentindo a noite toda o fedor daquela bicho podre. a cada vez que mexia o pé, o fedor subia. ::dãã2::ãã2::'>. Ainda tinha um argentino, que ficamos amigos depois e viajou conosco até Copacabana, que roncava igual a um porco. De manhã cedo, com um frio da zorra ::Cold::::Cold::::Cold:: , pois o aquecedor havia sido desligado, ficamos sabendo que as vias em La Paz também estavam bloqueadas por protesto e não tinham como mandar socorro pra nós. Ficamos ali algumas horas sem saber o que fazer. Pra quem está viajando isso tudo acaba virando diversão. Descemos do ônibus e ficamos batendo algumas fotos e apreciando a paisagem. Aproveitei também pra jogar o frango fora. Depois de um tempo, pra surpresa nossa, apareceu um ônibus em sentido contrário, vazio, que não tinha nada a ver com a gente. Todo mundo entrou e voltamos pra Uyuni.

Com essa estória, havíamos perdido um dia de viagem, nosso roteiro tinha que ser alterado. O que até então tinha sido agradável, começou a ficar desagradável. Nunca mais queria colocar os pés naquela cidade. Como a maioria dos passageiros eram turistas que tinham que ir pra La Paz, formamos um grupo pra poder viabilizar isso. Havia a possibilidade de irmos de avião, mas por a demanda desse serviço tá muito grande, a passagem tava muito cara. No final das contas, fretamos dois 4x4, daqueles que fazem o passeio no Salar. Os motoristas disseram que com esse carro era possível furar os bloqueios, pois eles passam em qualquer lugar do deserto.

No final da tarde partimos pra La Paz novamente, sem ter a certeza se conseguiríamos chegar lá. Estava me sentindo como um brasileiro querendo entrar no EUA pelo deserto. Os motoristas toda hora paravam o veículo para discutir o melhor roteiro, subiam no teto do carro pra olhar a estrada, desligavam os faróis. Tudo isso pra poder despistar os bloqueios. Depois de muitas horas de viagem, chegamos ao primeiro bloqueio, em um vilarejo. Ainda era madrugada. Os motoristas chegaram a um consenso de dizer que todos éramos da mesma família e que nossa mãe estava passando mal, por isso precisávamos passar. O mais engraçado é que éramos de paises diferentes, cada um de uma cor, os bolivianos não iam comer esse trololó ::putz:: . Após muita negociação, deixaram-nos passar. Ao entrar no vilarejo, vimos uma galera em volta de uma fogueira, parecendo um monte de zumbi. Passou o primeiro carro, mas o nosso embarreraram. Queriam mais dinheiro. Alguns minutos de negociação resolveram a situação e em fim nos liberaram. A viagem continuou. Fugimos de mais um bloqueio por vias alternativas e pela manhã cedo, depois de quase quinze horas de viagem, graças a Deus chegamos a La Paz. A chegada na cidade é fantástica, pois a pessoa a vê de cima, abaixo das nuvens. ::otemo::

 

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La Paz

 

De todas as cidades que eu fui a que eu mais gostei foi La Paz. Ela é diferente de tudo. No primeiro dia demos um role por ela. Conhecemos o mercado das bruxas, compramos alguns artesanatos. Eu não tinha levado toalha na viagem e no hostel (Wild Rover), estava muito caro o aluguel de uma. Eu e Murylo saímos às ruas pra tentar comprar uma. A cada informação perguntada tínhamos que ir mais longe. Isso foi bom, pois pude sentir a cidade em seu horário de pico, com trânsito caótico. Encontrei a toalha por 15 bolivianos. Fiquei feliz com a compra, mas depois me arrependi. Ela era de péssima qualidade. A cada vez que me enxugava, ficava cheio de fiapo no corpo ::putz:: .

No dia seguinte, Murylo e Emanuel foram fazer o passeio do Downhill. Eu optei por Tiwanaku, porém perdi o passeio, pois acordei tarde. Sorte minha que encontrei um brasileiro que tinha conhecido em Uyuni. Demos outro role pela cidade. Fomos ao mirador Kili kili. Fomos ao museu da coca também. Recomendo os dois.

Uma coisa legal em todas as cidades que passamos, pelo menos até chegar em Arequipa, é que a ligação para o Brasil é bem barata. Dá pra ficar um tempo bom no telefone sem pagar muito caro. É fácil encontrar estabelecimentos que disponibilizam esse serviço.

 

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Ilha do Sol

 

De madrugada pegamos uma van pra ir pra Copacabana e conhecer a Ilha do Sol. Esse é mais um trecho de viagem que possui vistas muito bonitas e curvas sinuosas. Se o motorista errar é precipício na certa.

Chegamos em Copacabana às 08:00, em cima do horário pra pegar o barco pra irmos ao lado Norte da ilha. Queríamos atravessá-la. No fórum eu vi algumas pessoas dizerem que o passeio pra ilha não compensa. Achei ao contrário. Depois de Machu Pichu, a paisagem em torno da ilha foi o que eu mais achei bonito.

Atravessamos a ilha em pouco mais de duas horas. Tinha lido que ela possui muitas subidas de matar, mas não achei que eram tantas. Quando achava que havíamos chegado ao ponto mais alto e não tinha como piorar, logo a frente aparecia outra ladeira maior ainda ::dãã2::ãã2::'> . Chegamos ao lado Sul muito cansados e até eu que não gosto de peixe, comi a famosa truta do lago. Isso tudo de frente para o Titicaca. ::otemo:: . Ao longo do caminho cobraram pedágio de nós três vezes, no entanto só pagamos uma.

Outro fato curioso é que eu tinha lido que se você bater foto de uma lhama e tiver uma criança ao lado dela, a criança te cobra uma gorjeta. Não batemos foto de lhama, mas quando tiramos fotos de duas crianças, de fato elas nos cobraram uma gorjeta. É muito engraçado.

Pegamos o barco no lado Sul às 16:30 e voltamos pra Copacabana. Comemos pizza mais uma vez. Durante o perrengue em Uyuni, conhecemos uma peruana que se tornou nossa companheira de viagem. Conhecemos também um casal de argentinos. Os argentinos foram até Copacabana. Janete, a peruana foi conosco até Cuzco. Ela nos aconselhou comprarmos a passagem de Puno e lá compramos a de Cuzco, pois em Puno haveria bem mais opções. Assim fizemos. O bom de se está cansado é que você dorme a viagem toda e praticamente só acorda no lugar de destino.

De Puno pra Cuzco fez muito frio a noite. Ao meu lado viajou um peruano. No começo da viagem ele perguntou se eu queria colocar a manta que ele tava usando sobre minhas pernas. Eu, achando que estava bem agasalhado disse que não precisava. De madrugada eu acordei congelando de frio ::Cold:: . Não deu outra, tive que acordar o peruano e pedir uma parte da manta dele emprestada. ::lol4::

 

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Cuzco

 

Chegamos em Cuzco às 06:00. Mais uma vez ficamos no Wild Rover. Havia uma promoção nessa rede de hostel. A segunda vez que a pessoa ficasse nele, ganhava uma bebida grátis e na terceira vez ganhava uma camisa temática do albergue.

Fomos pra rua a fim de fechar o passeio pra Machu Picchu e Wayna Picchu. Anos antes de viajar, o acesso a Machu Picchu era praticamente irrestrito. Com o intuito de preservar o sítio, o governo peruano começou a limitar o número de visitantes por dia. Com isso era necessário comprar a entrada antes, pois corria o risco de chegar na hora não conseguir. Na época não conseguimos comprar as entradas no site adequado. Viajamos com medo de não conseguirmos visitar MP. As entradas pra subir Wayna Picchu eram mais limitadas ainda. Se não me engano, quatrocentos visitantes ao dia. No final das contas, graças a Deus conseguimos comprar as duas entradas, MP e WP.

A tarde fomos em Sacsayhuaman e em outros sítios arqueológicos próximos de Cuzco. Esse passeio dá pra fazer em uma tarde.

No dia seguinte acordamos cedo pra podermos ir pro Vale Sagrado. No final do dia ficamos em Ollantaytambo para pegarmos o trem pra Águas Calientes.

Em Águas Calientes havia uma moça nos esperando pra nos levar pra onde iríamos dormir. Depois de passar por um monte de beco, chegamos ao nosso quarto. Não dava pra entender se era uma casa grande ou um hotel. Eu sei que a porta de nosso quarto dava pra uma escada que ia parar na rua. Ficamos até quase 22:00 esperando um cara aparecer para acertar como seria o esquema do dia seguinte. Nessa hora eu tava de rango. Não tínhamos comida ainda. Pra piorar, praticamente só eu estava com soles peruano. ::grr:: Saímos já tarde pra comer. Achamos um mercadinho aberto. Lá compramos pão, uma parada parecendo presunto e alguns biscoitos pra levar pra MP. Compramos suco também. A comida tava regrada. Não deu pra encher a barriga direito. Fui dormir irritado. Pra piorar, a água do chuveiro do quarto não esquentava. Só fui tomar banho no outro dia lá em Cuzco.

Pela manhã fomos a Machu Picchu, o ponto alto da viagem. Não precisamos chegar na fila de madrugada, pra subir de ônibus, pois nossa entrada pra Wayna Picchu estava garantida.

 

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Machu Picchu

 

Machu Picchu dispensa comentários. Graças a Deus fez sol no dia e o céu tava muito bonito. Pagamos um guia, mas as informações são passadas de forma rápida e de maneira superficial. Recomendo a quem for que faça a lição de casa antes a respeito do local. Às 10:00 subimos Wayna Picchu. Cheguei lá em cima exausto. A subida é meio tensa. Tem horas que é preciso se agarrar em uns cabos de aço. Depois de algumas horas descemos. Meio-dia fomos embora do parque. Hoje me arrependo de não ter ficado mais tempo aproveitando o sítio.

Almoçamos em Águas Calientes. Emanuel e Murylo comeram o famoso "cuy", pequeno roedor que é servido inteiro. Vem até com os dentes e as patas do bicho.

Nosso trem pra Ollantaytambo sairia às 18:00. Passamos a tarde tomando banho nas piscinas termais. Lá tem umas barraquinhas que alugam shorts de banho. Aluguei um short bizarro, só faltava tá furado ::bruuu:: . A água da piscina parece que é um pouco suja, mas disseram que ela possui essa cor mesmo. Não acreditei muito nessa estória. Tinha umas piscinas que estavam mais escuras que outras. Mas fazer o quê, só tinha isso pra fazer.

18:00 pegamos o trem. Em Ollantaytambo tinha um micro-ônibus nos esperando pra ir pra Cuzco. Pra variar, dormir a viagem inteira.

Passamos o outro dia em Cus de bobeira, compramos alguns artesanatos e a noite fomos pra Arequipa. Nossa amiga peruana, Janete, se despediu de nós, mas nos garantiu que quando fôssemos pra Lima, ficaríamos na casa dela com comida e roupa lavada. ::hahaha::

 

 

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http://www.youtube.com/watch?v=5uasaH6X_Z4

Alto de Wayna Picchu

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Arequipa

 

Em Arequipa ficamos mais uma vez no Wild Rover, em busca da camisa. O hostel tinha uma mesa de ping-pong. Passamos boa parte da manhã jogando. A tarde conhecemos a cidade, que é muito bonita, e fechamos o passeio do Canion del Colca pra o dia seguinte. Fizemos em um dia só, o que fica muito corrido e cansativo, mas nosso tempo era curto. Não conseguimos também ver os condores. Não estava na época apropriada. Meus amigos não gostaram do passeio, mas achei que valeu a pena. No trajeto a van passa por um ponto a 5000 metros de altitude, de onde dá pra ver a Cordilheira dos Andes.

No terceiro dia ficamos na fome do ping-pong novamente. Perdemos mais uma manhã. ::putz:: Em Arequipa tem um tal de sorvete de queijo. Não é lá grande coisa. É bom comer o feito no carrinho na rua. À noite partimos pra Lima.

Mais uma vez a história dos bloqueios entrou em nosso caminho. A empresa de ônibus nos informou que não estava passando ônibus pra Lima. Havia protesto. Já tinha morrido gente. No final das contas pegamos um ônibus pra Ica. Informaram-nos que de lá se poderia pegar uma van pra Lima, passando pelos bloqueios. Lá fomos nós outra vez um pouco apreensivos. Passamos por Nazca e chegamos em Ica na manhã seguinte. Graças a Deus nos informaram que os protestos haviam acabado. Então no mesmo ônibus, com muita negociação e ajuda da "busumoça", partimos pra Lima.

Os ônibus no Peru são tão legais que tem até "busumoça". Fomos pela empresa Cruz del Sur. Foi o melhor ônibus que eu peguei em minha vida.

 

 

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Lima

 

Chegamos em Lima no fim da tarde, muito cansados. Na rodoviária nossa amiga peruana já estava nos esperando com o pai dela. A família de Janete foi muito simpática conosco, nos trataram como se fôssemos de casa. Janete havia falado para seus pais que nós havíamos cuidado dela nos perrengues que passamos pra chegar em La Paz. Eles ficaram muito agradecidos e fizeram questão que ficássemos hospedados lá . Na verdade não fizemos muita coisa, ou melhor, nada... rs. Vá entender essas mulheres...rs.

No domingo Janete nos levou aos principais pontos turísticos de Lima. Lá, o táxi é muito barato, como em todas as cidades que havíamos passado. Comi um ceviche de camarão muito gostoso ::cool:::'> . Recomendo a quem puder experimentar. Tem também ceviche de outras coisas do mar. Como eu só gosto de camarão, optei por esse mesmo. Lima faz muito calor durante o dia. Tava pior que Salvador. A noite faz um pouco de frio. Como eu não havia levado bermuda na viagem, pois queria economizar espaço na mochila, fiquei de calça mesmo. Me dei mal. Antes de viajar tinha visto uma reportagem de que em Lima nunca chove. Perguntei a Janete e ela disse que é verdade. Que é bem raro de chover e apesar disso o céu nunca está limpo. Ele fica sempre cinzento.

Dentre outras coisas, me chamou atenção a grande influência da cultura do Tio Sam na cidade. Há muitas franquias americanas que eu não vejo no Brasil, pelo menos em Salvador. Há também cassinos pra todo lado.

Outra coisa legal é o parque das águas. Ele é um local que tem fontes de água coloridas e animadas. É bom ir de noite e preparado pra sair todo molhado.

Sem dúvida a experiência mais marcante em Lima foi ter ficado hospedado em uma casa de família peruana e se sentir inserido na cultura local. O pai de Janete foi tão legal com a gente que no dia de irmos embora, ele saiu do trabalho só para tomar café conosco e nos levar no aeroporto. Ainda nos vendeu moeda local com um preço bem camarada. Fora as frutas típicas que ele queria que nós levássemos. :D

Atravessamos dois paises em quatorze dias. Já havia passado mais da metade de minha viagem e pra mim só faltava um país, a Colômbia. Esse país era meio que uma incógnita para nós, pois era o que tínhamos menos informações e que menos planejamos. Aqui no fórum a galera, normalmente, escolhe o Chile como o terceiro país pra visitar.

 

 

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Medellín

 

chegamos em Medellin no fim da tarde. Quando saímos do aeroporto já era noite. Havia uma certa preocupação com a questão da violência. Estávamos em uma cidade mais urbana. Ainda tinha aquelas velhas estórias das FARCS. Graças a Deus ocorreu tudo bem. O aeroporto fica em uma região fora da cidade. De táxi, leva uns quarenta minutos pra chegar na cidade propriamente dita. Os taxistas lá, gostam de correr. Parecia que estávamos no "Velozes e Furiosos Medellin" ::mmm:

Sem dúvidas o que me chamou mais atenção nessa cidade foram as mulheres. Elas são muito bonitas. Muitas delas têm cara de Miss Universo. A cidade também é legal. Tem o metrô interligado com o teleférico, que te leva até o alto das comunidades. Isso ajudou a reduzir a violência no local. A subida é tão alta, que voltamos no meio do caminho. Tem também um parque de ciências naturais, que te permite fazer bastantes coisas relacionadas à física. Janete havia nos recomendado comer um prato típico do local, chamado bandeja paisa. Não gostei muito da combinação.

Uma passagem interessante ocorreu em minha estadia em Medellín. Ficamos em um hostel chamado Tiger Paw (pata de tigre). Emanuel tinha visto que a recomendação desse lugar era altíssima, ainda mais, o albergue ficava em um bairro nobre da cidade. Não deu outra, fomos pra esse hostel. A primeira coisa que eu achei estranho é que eu não vi mais pessoas com mochilões, de botas, com a aparência suja. Vi pessoas bem arrumadas. Até aí tudo bem. Fomos dar uma volta pela cidade à noite e comentamos que só tínhamos visto homem dentro do hostel. Quando voltamos confirmamos a nossa suspeita. O Local era um albergue só pra homens. A principio quisemos ir embora, mas como já estava tarde, desistimos. Depois, mais descontraídos resolvemos ficar lá. O que era engraçado é que os caras se aproximavam pra conversar conosco sem entender muito bem a situação. Três homens juntos sem interagir com eles, sem encostar no bar. Um australiano ao descobrir que nós éramos brasileiros, foi no quarto e colocou a camisa da seleção brasileira ::lol4:: . No final de tudo a situação se tornou cômica.

No terceiro dia partimos de avião pra Bogotá.

 

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Bogotá

 

Em Bogotá ficamos no bairro da Candelária, local onde deu origem a cidade. As casas são antigas, há também muitos albergues e todo tipo de gente. O bairro fica no centro. O hostel foi o Destino Nômade. Recomendo também.

Saímos pela tarde para almoçar e conhecer alguma coisa da cidade. O tempo estava chuvoso e frio. Pela primeira vez na viagem, minha capa de chuva seria útil. Depois do almoço fomos conhecer o museu do ouro. Fomos andando mesmo. O problema é que eu tive que dividir minha capa de chuva com Murylo e Emanuel. No final das contas todos ficamos molhados.

O museu do ouro é bem interessante. Como o nome diz, ele é repleto de peças de ouro de povos pré-colombianos. A entrada é bem barata, chega até ser um preço simbólico. Fizemos um passeio com uma guia durante quase duas horas. Existe também um museu do ouro em Lima, mas optamos por visitar o de Bogotá mesmo.

Quando saímos do museu já era hora de comer novamente. De todos os países, o lugar que eu comi pior foi na Colômbia. Os pratos sempre são um bife grande e duro de carne, um pouquinho de arroz e batata. Tem também um feijão mentiroso. Em seguida, como era noite voltamos para o hotel.

No dia seguinte fomos andar de bicicleta. Há um ex jornalista americano em Bogotá que promove um tour de bike pelos principais pontos da cidade. Esse passeio é muito legal. A pessoa vai pelo trânsito mesmo, mas é bastante seguro. Mike, o americano, também funciona como guia turístico. Em poucas horas é possível conhecer a história da cidade ::cool:::'> .

A tarde conhecemos alguns museus. Tudo fica no centro. No centro também fica uns caras vendendo esmeraldas por um preço barato. Só tem que ter cuidado para não serem falsificadas. Em seguida fomos conhecer o Cerro de Montserrate. Fomos na época do natal. Estava todo decorado com enfeites natalinos. Pude ver que no Peru e na Colômbia eles comemoram o natal bem mais que aqui. Lá em cima tem uma igreja e faz bem frio. Pode subir no Cerro de bonde terrestre ou teleférico. De lá é possível ver Bogotá com uma vista ampla.

Em fim havia chegado meu último dia de viagem. Estava feliz por voltar pra casa, mas triste, pois a viagem havia acabado. Emanuel e Murylo ainda conheceram outras cidades da Colômbia. Passando por Cartagena e pelo arquipélago de San Andrés. Eles foram até Caracas na Venezuela.

Desde novo eu ouvia estórias da Bolívia e tinha grande curiosidade de conhecê-la. Meu pai havia feito uma viagem dessas antes de eu nascer. Na época em que não tinha internet e as informações eram escassas. Depois de vinte um dias, muito perrengue, porém muita diversão, as expectativas foram superadas.

 

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Editado por Visitante
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Acompanhando o EXCELENTE Relato ! :D

 

Pergunta: Qual o valor da passagem que você pagou de Lima para a Colombia ?

 

Agradeço desde já pelas informações ::otemo::

 

M.Hoffman, valeu por acompanhar meu relato!

 

Como eu falei não lembro muito bem de preços, mas se não me engano ficou em torno de R$ 400,00. Medellin fica depois de Bogotá, mas na época era mais barato ir

 

pra Medellin e depois voltar pra Bogotá de avião, do que ir pra Bogotá direto. Fui pela Lan. Saiu mais caro também porque eu comprei pela CVC. Na época, nós não sabíamos que cia

 

aérea fazia esse trecho.

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