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Postado (editado)

Trilha feita em 30/08/2013.

 

Álbum com todas as fotos:

https://picasaweb.google.com/110430413978813571480/PicoPedraDaMina2797MetrosDeAltitude?authuser=0&feat=directlink

 

Sem nenhuma trip marcada para o último fds de agosto e com a previsão meteorológica indicando sol e tempo seco, resolvo buscar no google earth e outras anotações pessoais, as trilhas, cachus e picos que deixei pendentes para explorar. Aproveitando ainda a temporada de montanha e já tendo pisado em vários outros picos na Serra da Mantiqueira, mais uma vez me vejo retornando a região, dessa vez para subir e conhecer o pico mais alto da Mantiqueira: A famosa Pedra da mina.

 

Ao contrário do Marins, onde fui com um grupo, nesse eu resolvi que iria solo mesmo, já que por ter decidido muito em cima da hora, não haveria tempo habil para chamar alguém para ir comigo na empreitada. Então, comecei a buscar infos, como relatos, fotos, localização, etc. O percurso inicial pela rodovia, é a mesma para o pico do Itaguaré...segue-se até passa quatro, depois estrada de terra até o inicio da trilha. Coinscidência ou não, ambos os percursos possuem praticamente a mesma distancia: 14 a 15km de estrada de terra. O mesmo para quem vai para o Marins via fazenda saiqui.

 

Com tudo em mãos, e já tendo lido outros relatos sobre a travessia da Serra fina e as opções de acesso ao Pico da Pedra da Mina, es que pelas infos coletadas, fico sabendo que há 3 caminhos de se chegar na Pedra da Mina: Uma pela travessia tradicional, com entrada pela Fazenda toca do Lobo por Passa Quatro; do outro lado por Itamonte; ou pelo tradicional bairro do Paiolinho também em Passa Quatro, via fazenda serra fina, caminho mais curto e para quem deseja a principio, apenas conhecer o Pico, em um trajeto que requer um batevolta com 1 pernoite.

 

Obviamente que gostaria mesmo é de chegar lá pela travessia da Serra fina, mas sozinho e lendo relatos que sem equipamentos básicos e bons conhecimentos em navegação, as chances de se perder por ali é muito alta, então a principio, deixei para voltar lá com um grupo em uma outra ocasião.

 

Roteiro decidido, no dia seguinte, salto da cama as 2 da manhã e após um rápido e mirrado café da manhã, as 3:40 me vejo ganhando a Dutra em direção a cidade de Cruzeiro, distante cerca de 217 km de SP, cidade que já estive outras 2 vezes, na investida ao Pico do Itaguaré. A rodovia, como era de se esperar, estava vazia e a lua minguante foi a minha compania durante boa parte da viagem até dar lugar ao astro-rei, na altura de Guaratinguetá, onde fiz uma parada em uma lanchonete e restaurante as margens da Dutra para um café da manhã reforçado.

 

Após pegar a saída 34 para a cidade de Cruzeiro, segui direto até Passa Quatro, onde cheguei pontualmente as 8:00. Com as infos na mãos, segui por mais alguns quilômetros em busca do acesso para o IBAMA num trevo a direita, trecho inclusive asfaltado. Encontrado o acesso, entrei nele e segui por cerca de 1,6km. Após passar uma ponte, uma estradinha a esquerda com uma placa indicando "Paiolinho 12km" e Serra fina (pedra da mina) sugeria que o caminho a seguir era por ali.

 

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Após entrar a direita para o IBAMA, pouco antes de chegar a uma porteira, passará por aqui.

 

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Então, abandonei o asfalto em favor da estrada de terra a esquerda, por onde segui chacoalhando por cerca de 14 km até a fazenda Serra fina. Até o bairro Paiolinho, são 12 km. Nos 3 primeiros quilômetros, só sobe....a estrada de terra é boa e vou seguindo sem nenhuma dificuldade, cruzando com alguns carros no sentido contrário que me fizeram comer poeira. Depois de uma longa subida até atingir o vale no topo da serra, ela nivela e passa a contornar os morros a direita, num sobe e desce discretos. Nesse ponto, a estrada parecia asfalto de terra de tão bem batida que tava, o que permitiu seguir até de 3º e 4º marchas em alguns trechos retos.

 

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Estrada via paiolinho

 

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Ao fundo, Pico dos 3 Estados

 

Algumas bifurcações aparecem pelo caminho, mas o sentido é obvio: Sempre pela principal e mais batida (a grande maioria das bifurcações levam somente a entrada dos sitios/fazendas). Após os 12 km, chego no acanhado bairro do paiolinho que tem algumas casas em volta da estrada. Após passar pelas casas, chega-se a uma bifurcação onde a estrada se dividia em 2 lados que não estava nas infos e relatos que trazia comigo. Então, perguntando para alguns moradores, me indicaram para seguir a direita.

 

Após pegar a bifurcação a direita, segui por mais 2,5km em uma estrada de terra secundária, um pouco precária, mas tb bem batida, o que minha motoca de baixa cilindrada (XLR de 125 cc) venceu sem nenhuma dificuldade as subidas mais íngremes, que são curtas e a estrada, mesmo secundária, está bem batida. Creio que em dias de chuva carros com tração dianteira possam ter dificuldades para subir no trecho final. Mas em dias secos, sobe numa boa.

 

Enfim, após quase 1 hora cachoalhando, es que as 8:48 finalmente cheguei a fazenda serra fina, após 15km desde a rodovia. Só para comparar, a distancia até o acampamento base Itaguaré é de 14km, e eu levei mais de 1 hora para chegar lá, por conta da estrada de terra não ser tão boa qto a da Serra fina. E segundo relatos, estava indo preparado para encontrar uma estrada de terra toda detonada e acessivel somente para motos de trilha ou veiculos 4x4. Que nada, na fazenda havia pelo menos uns 3 carros baixos estacionados.

 

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Na fazenda serra fina

 

Após tirar a cargueira do bagageiro, uma senhora da fazenda veio me dar as boas vindas, me perguntou se eu ia subir a Pedra da mina e tão logo disse que sim, foi buscar o livro de presença para eu assinar, para fins estatísticos e também para saber quem estava na trilha. Após assinar o livro e pagar R$ 10 a ela para deixar a motoca em sua propriedade, es que finalmente as 9:20, adentro a trilha, onde uma placa logo no inicio me dá as boas-vindas com algumas recomendações e indicativos das altitudes tempo de caminhada e pontos d´agua. Incluindo o trecho da travessia da Serra fina.

 

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A placa

 

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Mapa ilustrativo da placa....

 

Iniciei a trilha que logo mergulha no frescor da mata e segue em nível. Passei por 2 porteiras e uma plantação a direita. A trilha nesse trecho inicial, segue dando voltas na serra enquanto nas frestas da mata, se avistava os picos da serra fina que de tão altos, pareciam estar espetando os céus. Cruzei com algumas bifurcações, mas o sentido é óbvio.....seguir sempre pela trilha mais batida. Minutos depois, cheguei em uma trifurcação, com birfurcação em ambos os lados sendo menores e menos batidas que a principal.

 

Optei por seguir reto pela do meio, que era a que estava mais batida. Na dúvida, antes de iniciar a trilha, pergunte para os moradores da fazenda sobre as tais bifurcações do trecho inicial.

 

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Trecho inicial da trilha

 

As 9:45, cruzei com um riachinho pequeno, que segundo infos, seria o 1º ponto de água da trilha. Sabendo que haveria outros mais a frente, optei por pegar água somente mais a frente, afim de economizar no peso na cargueira. Cerca de 8 minutos depois, cruzei com o 2º ponto de água, essa bem maior, de um rio pequeno e com alguns poções de água de cor azul cristal que me impressionou pela coloração diferenciada.

 

Como nem tudo é perfeito, antes de cruzar o rio, um cidadão nada consciente fez suas necessidades fisiológicas numa das pedras bem no meio da trilha, ao lado do rio. Então, por precaução (e p/ evitar qualquer risco de contaminação por "coliformes fecais (merda))", é só pegar água alguns metros acima da trilha.

 

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Um dos 4 pontos de água, esse é o 2º ponto, fica a cerca de 30 minutos após o inicio da trilha.

 

Sabendo que haveria mais 2 pontos de água até a metade do caminho, não me preocupo e me limitei a encher apenas parte do cantil, mas no geral, pegue somente o necessário para beber naquele momento, pois os 3 primeiros pontos de água são bem próximos uns dos outros. Então, a 1º hora de caminhada, da para andar só com 500ml, no máximo 1 litro de água, caso não esteja trazendo nada de SP. Eu vinha com 1 litro de gatorade, então só enchi metade do cantil que é de 2 litros com água. As 10:17, cheguei ao terceiro ponto d´agua, onde aproveitei para lavar o rosto e me refrescar, pois sabia que a partir dali, a coisa começaria a complicar.

 

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3º ponto de água.

 

Depois que passa o 3º ponto de água, a trilha que seguia tranquilamente, como reles passeio de bosque, leve e em nível, começa sua longa subida serra acima, mas o trecho inicial da subida não dura muito e es que as 10:25, chego ao primeiro ponto de acampamento com a famosa panela vermelha pendurada nas árvores. Nesse ponto, cabem umas 2 ou 3 barracas do tipo "Iglu". A continuação da trilha segue a direita, onde uma fita vermelha amarrada nas árvores sugere que o caminho a seguir era por ali.

 

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1º ponto de camping

 

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A tal panela vermelha

 

Aproveitei para fazer um pit stop nesse ponto para forrar o estomago e molhar a goela seca com um belo gatorade geladão, afim de reduzir o peso da cargueira até chegar ao 4º e último ponto de água, onde de fato iria me abastecer para o final do dia e o seguinte.

Lembrei de um relato que li que nesse ponto, uma outra bifurcação a esquerda (que estava mais fechada), seguiria até uma cachoeira e para o Pico dos 3 estados, mas não fui nela pra conferir.

 

Após o lanche, retomei a pernada e após alguns minutos, a trilha começou a ficar mais íngreme, o que me deixou mais lento. Mais 30 minutos e passo por alguns trechos abertos, onde pude ter as primeiras visões do trecho percorrido e também do enorme paredão do "Deus que me livre" bem a frente, já próximo. A subida aperta mais um pouco e a trilha fica mais erodita, com muito cascalho, o que me obriga a redobrar a atenção....o sol já começa a castigar e percebo que vai ser bem complicado encarar o grande subidona do "Deus que me livre"com o sol a pino....

 

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As primeiras vistas durante a subida

 

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Trecho erodito da trilha...subida apertando cada vez mais.... ::mmm:

 

As 11:32 cheguei a um dos pontos do mapa, o acampamento base na cota dos 2.100 metros de altitude, onde resolvo parar para descançar um pouco. Ponto esse que segundo infos, seria a metade do caminho. Haviam 2 mochileiros descançando qdo cheguei lá, na qual trocamos algumas ideias e aproveitei para perguntar das condições da trilha a frente. Eles tinham subido no dia anterior, estavam descendo e me disseram que na minha frente havia um grupo grande de pelo menos 10 pessoas.

 

Qto a trilha, e me disseram que o pior trecho estava logo a frente, mas tirando a pirambeira dos infernos, achei tranquilo até até o topo do pico da ASA por conta da trilha estar bem demarcada em todo o trecho. Só a partir do topo da ASA que complica um pouco, pois a trilha dá lugar a enormes costões rochosos e como é de praxe em campos de altitude a navegação passaria a ser pelos totens.

 

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Acampamento base.

 

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Clareira próxima ao acampamento base, ambas próximas do 4º ponto de agua.

 

Próximo dali, há um ponto d´agua, o 4º e último até o topo. Para economizar no peso, deixe para abastecer toda a água que precisar a partir desse ponto. Leve pelo menos 2 a 3 litros de água, principalmente se for daqueles que costuma consumir muito líquido. Mas não extrapole no peso, senão terá uma dificuldade ainda maior para vencer os 2 trechos de subida extremos a frente. Não se preocupe qto a isso, pois embora seja o último ponto de água da subida, próximo a base da Pedra da Mina, há água no vale do Ruah, a cerca de 20 minutos de caminhada de um dos acampamentos na base. O Vale fica do sentido leste e é possível avistar o pequeno rio no meio dele.

 

Me despedi dos 2 mochileiros e após caminhar pelos últimos minutos pelo frescor da mata fechada, passo por mais um descampado a direita onde cabe umas 2 ou 3 barracas, mas tem o problema de ser exposto ao ventos. Se for acampar, fique na base no meio da mata fechada, que é protegida e livre dos ventos.

Após passar pelo descampado, alcanço o 4º e último ponto de água a esquerda, depois a trilha vira a direita e adentra de vez no meio de enormes tufos de capim elefante.

 

Embora a trilha continue bem marcada, muita atenção aqui, pois ela se bifurca em algumas ramificações menores que podem enganar. Siga sempre pela mais batida. Uma boa referência é um trecho ruim que está bem enlameado e com várias pedras em cima (provavelmente colocadas por outros para facilitar a passagem pelo lamaçal). Nesse ponto, já é possivel ver o que me espera logo a frente: a enorme subida pirambeira do "Deus que me livre".

 

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Trecho de capim elefante

 

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Subidona pirambeira do "Deus que me livre" logo a frente

 

Ao olhar para cima, vi o grupo mencionado pelos 2 mochileiros terminando a subida, já no topo, o que me deu um certo desânimo na hora.... As 12:00h comecei a subida e senti que agora sim, o bicho iria pegar de verdade. A mesma é puxada e muito íngreme, o que me fez parar várias vezes para recuperar o fôlego e descançar. O sol castiga e durante a subida pela trilha quase não há sombras, o que aumentou ainda mais o desgaste. Nesse ponto, se sobe pelo menos 400 metros de uma só vez numa subidona que parece interminável.

 

Durante a escalaminhada, olhava para cima e não via o final dela. Não é a toa que é conhecida como "Deus que me livre". É pernas para que te quero! ::mmm:

 

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Vista que lembra a subida do Castelo do Açu na Serra dos Orgãos. Em destaque, Pico dos 3 Estados a direita

 

A trilha seguia bem aberta e o auxílio das mãos para impulso nos troncos, rochas entre outros nunca foram tão exigidos qto antes. Estava ganhando altitude rapidamente e meu consolo é que embora o sol estivesse castigando, pelo menos a medida que ia subindo, mais fresco ia ficando o ar, principalmente nas poucos trechos de sombra que ia encontrando pelo caminho.

 

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Iniciando o subidão pirambeiro do "Deus que me livre"

 

1 hora e 10 minutos desde o descampado lá embaixo, chego no primeiro topo dela, onde havia uma clareira e nela aproveitei para descançar e relaxar os músculos das pernas. Mas ao olhar para frente, vejo que era só um colo serrano, não o topo propriamente dito, pois ainda havia mais um paredão a ser vencido. Pelo menos desse ponto, já era possível avistar o topo.

 

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Vista da fazenda e das plantações da fazenda serra fina, onde começa a trilha

 

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A clareira vista do topo do Deus que me livre (foto com zoom)

 

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Pequena clareira no primeiro colo serrano, onde da para descançar

 

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Trecho de trepa-pedra

 

Mais 20 minutos de escalaminhada árdua e finalmente as 13:30, alcanço o topo do "Deus que me livre" já na cota dos 2.400 metros de altitude. E Logo encontrei uma pequena clareira para um merecido descanço. Do alto, pude me presentear com a visão de todo o trecho percorrido, com a fazenda e as plantações lá embaixo, a clareira onde fica o último ponto d´agua, a estradinha de terra, a pequena cidade de Passa quatro e o trecho que ainda iria percorrer. Nesse ponto, o grupo que havia visto lá embaixão estava no topo do terceiro cocuruto de altura semelhante a que eu estava, já descendo para um vale.

 

A trilha vira a direita e passa a seguir pela crista dos 2 topos, com 2 pequenos trechos de subidas e descidas.

 

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Do topo do "Deus que me livre", a trilha segue pela crista dos cocurutos logo a frente

 

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A vista dava uma boa animada e um fôlego extra....

 

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Subidão da misericórdia logo a frente.... ::essa::

 

Dos cocurutos, passei por algumas clareiras protegidas e outras expostas que podem ser usadas em caso de emergência, mas não há água próxima. Logo a frente se avistava a 2º grande subida, que segundo infos, seria a subidão da "misericórdia" até o topo do pico da ASA. Só de olhar cansava até a vista. Após passar pela crista do 3º morro, ainda iria descer até um pequeno vale na base do Pico da ASA, para então começar a subir. Nesse vale, há várias clareiras planas, protegidas do sol e do vento, mas assim como as pequenas clareiras do topo dos morrinhos, não há água próxima.

 

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Caminhada pela crista

 

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Ponto de acampamento no vale entre os cocurutos e o pico da ASA, na base.

 

Após descer o trecho do pequeno vale, na base do pico da ASA, aproveitei a sombra e o frescor da mata ali para descançar e preparar os músculos para a subida da misericórdia. Misericórdia que faz juz ao nome, pois após vencer a árdua subida do "Deus que me livre", vc passa por ali já bem cansado, e ver que ainda tem um novo subidão pirambeiro logo a frente não é brinquedo não. Esses 2 trechos faz a temivel subida do ISABELOCA da Travessia Petro-Terê parecer uma subidinha de morro qualquer. Paguei todas as minhas promessas ali, literalmente!

 

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O Grupo que iria alcançar durante a subidona....

 

Durante a subida, alcanço o grupo com cerca de 10 pessoas que havia visto lá embaixão, qdo ia iniciar o trecho do "Deus que me livre". Como eles estavam mais lentos e a trilha era um pouco estreita, acabei tendo que ir no ritmo deles até chegar no topo, pois não consegui ultrapassar todos afim de continuar em frente. E eles estavam parando mais vezes do que eu. Então aproveitei para trocar idéia com alguns deles e fiquei sabendo que era de uma turma vindo por agencia de ecoturismo, sendo que estavam acompanhados de 2 guias. Alguns ficaram surpresos qdo eu disse que estava subindo sozinho, rs

 

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Topo do Pico da ASA e fim do subidão da misericórdia

 

Enfim, após muita escalaminhada, trepa-pedra e até tendo que subir de costas em alguns trechos, finalmente depois de quase 3 horas (desde o último ponto d´agua), termino as 2 terríveis subidas e chego ao topo do Pico da ASA, na cota dos 2.600 metros de altitude, onde pude ter a primeira visão da imponente Pedra da mina bem a minha frente. Pausa para cliques e apreciação dos vários picos da cadeia montanhosa da serra fina, é claro. Do topo, a trilha vira a esquerda e passa a descer pela crista do pico da ASA até chegar em um vale, onde passo por lages de pedras. Nisso começam a aparecer vários totens que sugeriam que o caminho a seguir era em frente, sentido Leste.

 

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Ao fundão, Marins e Itaguaré. Um pouco abaixo, Pico do Capim Amarelo

 

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Pico do Tartarugão

 

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Os cocorutos por onde a trilha passa

 

A Paisagem a partir daqui já é exclusivamente de campos de altitude. Estando próximo, resolvo fazer uma parada mais longa para relaxar os músculos e apreciar a paisagem, já que havia vencido um desnível muito grande em pouco tempo, o que deu certo e pude prosseguir direto até as areas de camping na base da Pedra da mina..

 

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Seguindo os totens pela crista

 

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enfim, a imponente Pedra da Mina logo a frente ::otemo::

 

Do topo do pico da ASA até a 1º grande area de acampamento, dá em torno de 20 minutos, seguindo os totens pelo alto das cristas a sua esquerda. Alguns trechos de trilha eram vistas entre os tufos de capim elefante nos pequenos vales, e nos trechos de rochas, me guiei pelos totens. Algumas bifurcações a direita surgem, mas o sentido correto a seguir é pela trilha a esquerda, que sobe um pequeno colo serrano e vai seguindo pela crista dos morrinhos a esquerda.

 

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Descendo o Pico da ASA

 

Tive alguns perdidos nesse trecho por ser minha 1ºvez ali, mas fui seguindo os totens e logo encontrei o caminho. Minha maior surpresa foi saber que os guias que estavam levando o grupo não sabiam o caminho ou então estavam testando o grupo, depois fiquei sabendo que estavam dando é um curso de montanhismo aos seus integrantes....será?

 

De qualquer forma, já havia passado na frente deles, então apertei o passo afim de chegar nas areas de acampamento antes e ter tempo de escolher o melhor lugar, para não ficar com o pior ou ter que procurar outras clareiras.

 

Cheguei a uma grande area de acampamento na base da Pedra as 15:45h, seguido do grupo que chegou minutos depois. Qdo cheguei, não havia ninguém ali e logo encontrei um local bem protegido, onde armei a barraca. Mas qdo eles chegaram, vi que iria me arrepender de ter montado minha barraca ali. Estava cansado da exaustiva subida, com sede e só pensava em preparar um bom almoço e ficar de boa ali, já que ainda havia mais de 2 horas de claridade ainda. Montada a barraca, preparei meu almoço, bebi quase 1 litro de gatorade e após forrar o estomago, entrei na barraca e fiquei relaxando.

 

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enfim, após 6 horas de caminhada, na area de acampamento, na base-1 da Pedra da Mina.

 

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O grupo que chegou logo depois tb já haviam montado suas barracas e seus integrantes estavam reunidos com o guia. A area de camping onde eu estava, cabe pelo menos umas 7 a 8 barracas de pequeno/médio porte com folga. Ou 5 a 6 das grandes.

 

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Livro do cume

 

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Area de camping na base-1, vista do topo

 

A leste das clareiras, se avista o belíssimo vale do Ruah e o rio verde no meio dele. Caso esteja com pouca água, ali é um dos pontos de água da travessia, mas precisa descer até o vale para alcançar o rio, coisa de uns 20 a 30 minutos de caminhada em média, bastando seguir os totens e vestígios de trilha.

 

Após o breve cochilo e mais descançado, com menos de 1 hora de claridade ainda, subi ao topo para ver o por-do-sol e deixar minha contribuição no livro do cume. A visão do alto dos 2.797 metros de altitude da Pedra da mina é de arrancar o folego de qualquer um. De um lado, se avista os picos das Agulhas negras e prateleiras a leste, do outro, os picos do Marins, Marinzinho e Itaguaré, várias cidades do vale do paraíba, e as cidades do sul de MG, como Itamonte, Passa Quatro e outras.

 

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Subindo para o topo, seguindo os totens

 

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O Belíssimo vale do Ruah, o vale mais alto do Brasil

 

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Mega totem no topo da Pedra da mina. Simboliza o fim do 2º dia de caminhada para quem chega ali vindo da travessia da Serra fina. Dá para ver esse totem de longe

 

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A travessia da Serra fina continua por ali, virando a esquerda, seguindo o Rio verde.

 

Durante a subida ao cume, que não leva nem 20 minutos, passa-se por uma outra "base" em um valezinho, em formado de cratera, onde existem outros descampados para 2 ou 3 barracas pequenas. No cume, só havia uma barraca de um casal de Itamonte que haviam chegado as 11 da manhã no topo. Curiosamente, os 2 rapazes que encontrei no acampamento base, haviam encontrado com esse casal de madrugada, e me disseram que eles começaram a subir as 4 da manhã.

 

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Ao fundo, (no centro) Pico das agulhas negras e Prateleiras a direita

 

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Por-do-sol no cume

 

Após contemplar o astro-rei repousando no horizonte, deixei meu nome no livro do cume e fiquei conversando com o casal até que escureceu completamente e pude ver todas as cidades iluminadas lá no topo. O inicio da noite foi tranquila, sem ventos, só com um leve sereno, raridade em se tratanto de picos. Eles eram os unicos acampados no topo. Na "cratera" havia outras 2 barracas e o grupo maior ficou justamente onde eu estava, infelizmente.

 

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Topo da Pedra da Mina

 

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Vista que vale qualquer esforço

 

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Belíssima vista das cidades iluminadas a noite lá do topo

 

As 20:00h, retornei para a barraca e como já havia jantado a tarde, belisquei uns doces com suco e fiquei fazendo mais um pouco de hora. O termômetro marcava em torno de 04ºC, a noite foi tranquila e sem vento algum.

Porém, só fui consegui dormir mesmo depois das 22:00hs, qdo a galera do grupo com os guias finalmente fecharam a matraca...rsrs ::quilpish::

 

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A noite fez muito frio.

 

As 5:30, acordei com o dia começando a clarear, e subi novamente ao cume para ver o sol nascer por trás das prateleiras do Parque nacional do Itatiaia.

Dei uma volta no entorno, fiquei observando o trajeto inicial de quem vem da travessia pela Toca do Lobo e o belíssimo vale do Ruah. 1 hora depois desci e fiquei fazendo um pouco de hora na barraca, antes de iniciar a descida de volta.

 

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Nascer do sol

 

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A cratera na base-2 da Pedra da Mina

 

As 9h50, barraca desmontada e mochila pronta, iniciei a descida de volta para a fazenda serra fina, onde cheguei por volta das 13:30. Mesmo descendo, tive que redobrar a atenção nos trechos da misericórdia e deus que me livre, fui descendo e tendo que me segurar em galhos, troncos,rochas e toda vegetação disponivel várias vezes para não escorregar ou cair durante a descida....Nesse ponto, quem tem problema de joelho sofre um bocado, o que não é meu caso, felizmente. Mesmo assim, é bom fazer uns alongamentos para joelho e coxas, afim de mante-los relaxados durante o enorme esforço que será exigido deles na descida.

 

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Trecho de caminhada pela crista

 

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Trecho da travessia para quem vem da Toca do Lobo e Pico do Capim amarelo

 

Já na fazenda, após ajeitar tudo no bagageiro da motoca, inicio a viagem de volta a SP, onde chego por volta das 19h30.

 

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Como chegar a Pedra da Mina:

 

Para quem vem de SP ou RJ, pegue a saida 34 na rodovia Dutra para Cruzeiro e siga reto em direção a Passa Quatro / Itanhandu. Após a subida da serra, passar por uma placa de divisa de estados e um posto BR a esquerda, siga até passa quatro e entre na estrada do IBAMA a direita, cujo acesso fica em um trevo asfaltado. Siga por 1,5km e prestando atenção em uma estrada de terra onde há uma placa indicando: Paiolinho 12 km - Serra fina (pedra da mina). Entre nela e siga em frente até chegar ao bairro do Paiolinho.

 

Lá, a estrada passará no meio de algumas casas do bairro e ao chegar ao fim, ela se dividirá em 2. Pegue a da direita e siga-a até o fim por mais 2,5km. Não tem erro. Vai cair na fazenda serra fina e o inicio da trilha é logo do lado de uma placa verde com algumas recomendações básicas,e um mapa dos locais de acampamentos, picos, pontos d´agua e outros. Na duvida, é só perguntar para moradores locais.

 

É isso. ::otemo::

Editado por Visitante
  • Amei! 2
  • 1 ano depois...
  • Membros
Postado

Bom dia Renato tudo bem?

 

Meu nome é Zaney Mattos ( instagram Zaney Mattos ) sou de SP também ( Osasco ) e vi que é bem experiente no assunto trekking.

To precisando de umas dicas, tenho interesses em varios locais que vc já visitou, como faço pra ter contato direto contigo?

 

Meu e-mail é zaney@ig.com.br ou se quiser whatsapp 1194890-8007.

 

Aguardo um retorno teu.

 

Abraços

 

Zaney

  • 2 semanas depois...
  • 5 semanas depois...
  • 2 semanas depois...
  • Membros
Postado
Da hora hein brother, vc acha muito facil se perder por lá, to querendo subir sozinho também, abraço

 

Olá Peter, dá para subir sozinho numa boa, pois a trilha é bem demarcada, sem problemas de navegação. Tendo experiência em trilhas e navegação por totens, não tem erro.

 

Boa pernada!

  • 2 meses depois...
  • Membros
Postado

E aí, parabéns pelo rico relato, fiz a travessia solo pela Toca do Lobo até sítio do Pierre em agosto e é uma viagem que vale a mesmo a pena repetir mas realmente o ideal é ir em grupo de 3 a no máximo 5 pessoas.

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