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Relato de trekking - reflexões sobre vida e riscos de uma aventura


leofardin

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  • Colaboradores
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Oi,

 

Há alguns dias atrás, eu mais quatro amigos, decidimos subir a pedra dos dois olhos em vitória ES. Às 05:40, o celular despertou e num salto já levantei da cama e comecei a me apronta. 07:00 hs era o horário combinado para nos encontrarmos no terminal. Quando cheguei logo vi um dos "aventureiros" do nosso grupo, Sandoval. Logo depois chegaram mais dois Drew e seu amigo que até então não conhecia, Jonas. Pegamos um ônibus, e fomos em rumo ao nosso destino. Saltamos perto de um posto onde nos encontramos com o último soldado do pelotão, Fagner. Dalí partimos para a pedra. Dias antes tínhamos procurado um caminho no google maps por onde subir, e encontramos um possível caminho. Entramos numa construção e de lá conseguimos achar uma trilha que levava à parte descampada ( bem num estilo porra loca). A parte descampada era linda, realmente me surpreendi, não só com esse pedaço mas com todo o lugar. Após algum tempo de distração, continuamos nossa investida em rumo ao topo da pedra. Encontramos um caminho e seguimos por ele. Chegou em um ponto, onde a trilha acabava( em cima de uma pedra) Naquele ponto não sabíamos por onde chegar ao topo. Resolvemos descansar e comer alguma coisa. Enquanto conversávamos, ouvimos barulho de pessoas gritando, ficamos atentos, e prestando um pouco de atenção na conversa, entendemos que eram pessoas armadas que subiam. Nesse momento ficamos um pouco tensos, uns mais outros menos, e pensávamos no que fazer. Os caras estava vindo em nossa direção, então fomos para o fim da trilha, na pedra. Eles pararam e subiram em algum lugar antes do local em que estávamos. Sem saber o que aconteceu um corajoso homem entre nós, Jonas, foi verificar aonde eles estavam. Ele fez isso entorno de umas cinco vezes indo e voltando, sempre sorrateiro. Enquanto esperávamos encurralados, ficamos conversando sobre várias coisas mais profundas e filosóficas, o que ajudou a diminuir o clima de tensão entre nós. Após quase uma hora de espera sob sol quente, jonas voltou para tentar escutar e não ouviu nada. Ai tomamos uma decisão, ou ficamos aqui por mais um tempo, ou vamos em frente, e mesmo que desemos de cara com eles continuaríamos seguindo em frente. Fizemos a segunda coisa. Todos espertos ao máximo, dessemos a trilha o mais rápido e silenciosamente possível. Saímos da aventura pelo mesmo lugar que entramos, e no fim terminou com todos nós "sobreviventes" num barzinho tomando uma merecida gelada.

 

OBS: Os nomes dos "Aventureiros" forma trocados.

 

No fim dessa aventura, fiquei feliz por ter terminado tudo bem, mas com um pouco de tristeza por não subirmos no cume da pedra dos dois olhos. Tenho vontade de voltar lá e subir no topo. Alguns dos meus amigos não, acham que o risco não vale apena, e fiquei sabendo que ali é lugar muito perigoso, coisa pesada. Não sei se o que ouvi é verdade ou não. De todo modo, comecei a refletir sobre essa aventura, e risco das aventuras que todos nós temos, ainda planejo muito pra mim, quero conhecer o mundo, ver o todo que existe por aí e participar dele. Isso envolve entra em lugares de risco, planejo futuramente depois de bastante experiencia, viajar por lugares de zona de guerra, pobreza e instabilidade social, ver realmente como é mundo, em todos os seus extremos e poder fazer algo por ele. Tenho um pouco de receio em voltar lá, depois do que fiquei sabendo, mas será que vale apena? o quanto vale uma aventura? qual o valor da sua vida? o que uma aventura significa? Apenas sei, que não quero me arrepender do que fiz e não fiz em vida, e não quero deixar de fazer coisas por medo.

 

E ai, o que acham ?

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Curioso,

a pouco tempo atras me peguei em situação parecida (embroa com um desfecho algo pior).

Fui, com mais duas amigas, à pedra da gávea, no rio de janeiro.

Na descida, já após escurecer, nós, e diversos outros, fomos assaltados na trilha. Roubaram dinheiro, celular e maquinas.

Com isso, um passeio que sempre me foi deliciosamente relaxante contra o caos da cidade, acabou com um gostinho amargo.

Duas semanas depois do ocorrido vejo no jornal a noticia de que outro grupo havia sido assaltado no mesmo esquema.

Também a mim ocorreu o pensamento sobre a validade em retornar à trilha.

Como tu, eu tenho grande paixão pelas trilhas e grande vontade de rodar por ai.

A minha solução foi: 1 - programar melhor as trilhas, evitando assim o risco desnecessário de permanecer após o anoitecer nas trilhas mais perigosas (principalmente às próximas à grandes centros urbanos) e 2 - fazer essas trilhas portando o mínimo necessário (tática da redução de danos).

abraços

  • 3 semanas depois...
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Olá!

 

 

Tenso o negócio...

 

Realmente as trilhas próximas de grandes centros urbanos nos colocam num dilema. Ir ou não ir.

Se vamos, corremos os riscos inerentes. Se não vamos (e muitos deixaram de frequentar esses locais há tempos) a bandidada acaba tomando conta de vez.

O que fazer? Cada um que tome consciência e faça o que achar que deve.

 

Abraço!

  • Membros
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Eu prefiro lugares bem selvagens, distantes do meio civilizado.

Fui acampar sozinho, mas na intenção de encontrar alguns amigos que foram antes de mim, na Serra do Quilombo, entre Santos e Guarujá, bem no interior da mata atlântica.

Entrei na trilha às 4:00 horas da tarde. Pretendia chegar no fim da trilha ainda durante o dia. Anoitecia, e ainda faltava uma hora para chegar no final da trilha, no lago rio Quilombo. Eu não tinha lanterna, apenas velas.

Quando a luz do dia já desaparecia, naquela mata fechada, de copas altas e densas, ouvir barulho de galhos quebrando longe da trilha, mato adentro. Era algum animal e grande porte. Me acompanhava pela lateral direira, nunca por trás. Não consegui ver o bicho, estava quase que totalnente escuro. Não levei lanterna nesse dia, pois eu não tive dinheiro para comprar as pilhas. Eu gastei meu dinheiro com muito alimentos, para um acapamento de quatro ou cinco dias.

Eu apressei meus passos, comecei a andar o mais rápido possivel, com uma mochila cargueira nas costas, muito cheia e muito pesada. Fui acompanhado/seguido por cerca de dez minutos. Ouvi o que parecia miados de gatos brigando pot breves instsnte. Supuz ser filhotes de onça suçuarana, que habita essa mata. Eu tinha apenas um canivete. O meu facão estava com um amigo que já estava lá no acampamento. Clamei à Deus em todo o tempo que fui seguido, implorando para Ele me guardar. O mêdo foi muito.

O bicho grande, inesperadamente, desistiu de continuar me seguindo.

Eu tinha velas na mochila. Tive que fazer o restante do trajeto com luz de vela.

Chehuei no final da trilhs e fui ao. acampamento são e salvo. Grsçad ao bom Deus, que me guardou e me livrou de ser atacado.

Eu já havia descido essa trilha, sozinho à noite, mas com facão e lantetna potente que, cujo foco, alcança 100 +- metros. O percurso dura tres horas, de ponta à ponta.

Anos depois conheci alguns caçadores lá em ouro acampamento nessa região. É comum caçadores ali.

Comentei esse ocorrido comigo, e todos eles (eram cinco) confirmaram ser onça com filhotes. Eles me disseram que essa onça persegue pela lateral, e nunca por trás. Foi assim comigo.

Quando eles vão caçar no interior da mata, ficam vários dias. À noite, quando vão dormir, fica um acordado mantendo a fogueira acesa para evitar a aproximação de onças. Eles conhecem bem os hábitos da onça. Trata-se da onça parda, a suçuarana.

Depois desse ocorrido nunca mais desci aquela trilha (sinistra depois da Pedra Lisa) sozinho. Existe depois da metade do caminho uma cachoeira que deságua em uma pedra gigante e muito lisa.

Perigosíssima, pois tem cerca de 150 metros de queda tipo tobogam, e no fim uma cachoeira de 4/5 metros de altura. Quem escorregar alí, já era. Vai morrer lá embaixo.

Andei por essa trilha mais de 50 vezes quase sempre acompanhado. Mas quatro ou cinco vezes sozinho, das quais três vezes à noite.

Quando muita gente acampava lá não tinha onça no trecho. No ano 1999 o camping selvagem foi definitivamente proibido naquela mata. Então, sem a presença de humsnos, as onças começaram a ocupar aquela região.

A fiscalização relaxou. Uma nova geração de campistas estão indo acampar lá na Serra do Quilombo. Inclusive eu e mais três veteranos da antigueira, dos quais dois acampam ali desde 1988. Eu fui lá pela primeira vez no carnaval de 1993.

O lugar é muito bonito. O visual do vale do Quilombo enche os olhos de quem gosta de selva bruta.

É bom conhecer o lugar. Acampávamos próximo do lago Poço das Moças, no rio Quilombo.

Compensa a caminhada de três horas. A trilha em si, na mata fechada, é uma grande aventura. Na ida são 20 minutos de subida e 2:40 hrs de descida. É de nível difícil. Tem que ter bom prepara físico e disposição.

Tem fotos e informações do lugar no google e no youtube. Veja.

Se alguém quiser ir comigo e com meus amigos, me add no facebook: Nilton Martz. Podemos agendar essa aventura.

Onde nós fazemos o nosso acampamento, atualmente, é tranquilo.

  • Membros de Honra
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Fala Nilton, tudo jóia?!

 

 

Brincadeira meu caro, mas depois desse relato de ter sido seguido por uma suçuarana acho que poucos andariam com você naquela área... ::lol4::

 

Eu por outro lado prefiro os riscos e os inesperados que a vida no meio natural oferece. Não que eu saia por aí procurando onças, cobras ou situações arriscadas para me enfiar em roubadas, mas elas dão um tempero especial às nossas vivências, ainda que por alguns minutos possamos sentir algum tipo receio (eu vou ser sincero, não sinto medo no mato, seja de bichos ou de estar sozinho, rsrs! E não é gozação, mas não posso dizer o mesmo em relação a seres humanos...).

 

Garanto que mesmo com o medo que tu afirma ter sentido na ocasião da "perseguição" você lembra com certo carinho desta situação e ela certamente lhe proporciona lembranças intensas... Essas situações costumam aguçar o espírito daqueles que apreciam as matas, as montanhas e a vida ao ar livre. Em contraponto, costumam espantar em definitivo pessoas menos afeitas ao meio natural, e se tu continua indo pro mato é sinal que isso lhe foi bom.

 

Abraço!

  • Colaboradores
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Eai nilton, td bem?

 

Tenso isso em, ainda mais na situação que você estava, se a suçuarana te pegasse acho ela ia ter um jantarzinho à luz de velas :) ...brincadeira.

já passei por algo mais ou menos parecido na mata só que era de dia e era um cachorro (daqueles bravos de caça) e que tava latindo e correndo na minha direção, quando percebi já estava de facão na mão pronto pra me defender, felizmente pra ambos, ele passou direto. Essas situações causam uma tensão incrível misturado com uma descarga de adrenalina que te deixa atento a tudo, ainda mais no escuro não se enxergando nada. Nessas horas não têm muito o que fazer, é manter a calma e seguir em frente. Já ouvi dizer que fazer barulhos, tipo de algum bicho bem grande, pode afugentar uma onça, talvez eu tentasse fazer isso(se não acabasse piorando minha situação)

E tá aí um novo lugar que entrou pra minha lista de lugares - Serra do Quilombo.

E que bom que você não desistiu das matas :)

  • Membros de Honra
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Atualmente é melhor encontrar um guepardo :mrgreen: do que ser assaltado :twisted: ...

 

 

Curioso,

a pouco tempo atras me peguei em situação parecida (embroa com um desfecho algo pior).

Fui, com mais duas amigas, à pedra da gávea, no rio de janeiro.

Na descida, já após escurecer, nós, e diversos outros, fomos assaltados na trilha. Roubaram dinheiro, celular e maquinas.

Com isso, um passeio que sempre me foi deliciosamente relaxante contra o caos da cidade, acabou com um gostinho amargo.

Duas semanas depois do ocorrido vejo no jornal a noticia de que outro grupo havia sido assaltado no mesmo esquema.

Também a mim ocorreu o pensamento sobre a validade em retornar à trilha.

Como tu, eu tenho grande paixão pelas trilhas e grande vontade de rodar por ai.

A minha solução foi: 1 - programar melhor as trilhas, evitando assim o risco desnecessário de permanecer após o anoitecer nas trilhas mais perigosas (principalmente às próximas à grandes centros urbanos) e 2 - fazer essas trilhas portando o mínimo necessário (tática da redução de danos).

abraços

 

Essa pedra da Gávea é f$#%@¨... ::sos:: e foi a trilha que eu fiz um dia em que me senti mais seguro, mas estava rolando um treino da CORE.

Não dá pra levar coisa de valor...acho arriscado (apesar de nunca ter passado por nada).

Sempre têm alguma coisa...e ao meu ver é a trilha mais alucinante da cidade, junto com o dois irmãos.

Esses dias fui lá...passei por um cara de sunga de praia e tênis...mais nada...deixava claro não portar nada de valor.Não sei se ele estava à vontade...Masssss

Outro dia conversando com alguns amigos, me disseram que foram lá...porradores mesmo...espancaram 3 caras que não se enquadravam no "estilo aventureiro"...encontraram eles na bifurcação "praça" antes da carrasqueira...já chegaram batendo...nem perguntaram nada...procuraram armas e não acharam...deram a entender que se encontrassem iam apagar os caras...

 

Falei com eles que não aprovava a atitude e blá blá blá...atéééééé passar por um susto, mas estava de bike.

Éramos eu e um amigo em uma trilha próxima de Maricá...estavamos subindo, conversando...na descontração.

Passou pela gente um cara numa scott, em ritmo de competição...pedalando forte só perguntou "como tá lá em cima ? faz tempo que não venho aqui"...respondemos mas acho que ele nem ouviu.

Chegamos lá em cima e o cara não estava mais lá...desceu por outro caminho...escutamos um barulho...parecido com quadriciclo...ficamos no aguardo...eis que surgem 3 caras em 2 CGs...

Só quando tu passa pela situação dá para avaliar legal...na hora pensei no tal "estilo aventureiro"...o lugar não têm visual, não precisa subir uma "montanha" para fumar maconha, CG em trilha ? e com garupa ? uphill ou downhill eles não estavam fazendo mesmo...só vimos a cara de espanto deles...

Espanto ? sim galera, pois eles foram atrás é do cara da scott...sozinho com bike de 7k...não esperavam 2

Sem querem agregar valores, mas lá embaixo eu fiquei pensando muito nisso...pois se levassem as bikes eu não iria montar outra tão cedo...ou por que iam apagar nós dois ou por desilusão ou por $$$ mesmo.

Descemos na hora a mil...ali sim eu fiz um downhill...o mais punk da minha vida...numa adrenalina poucas vezes sentida

 

Em casa no que eu pensei ?!?!?! "se eu tivesse uma arma ia render esses caras sem dar chance de reações...e se encontrasse arma eu ia acabar com eles...sem pena"

É mole ????? nunca pensei em agir desse modo na minha vida...Complicado...

Um abraço

  • Silnei unlocked this tópico

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