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Emirados Árabes, Egito e Sri Lanka - 19 dias em Abril/2013


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  • Colaboradores

Salve, galera!

 

Segue minha primeira contribuição ao grupo, o relato completo de um mochilão que fiz em 19 dias no mês de abril desse ano, entre os Emirados Árabes, Egito e Sri Lanka. :wink:

 

Preparativos

 

A ideia de se fazer essa viagem surgiu através de alguns e-mails trocados no começo do ano com um velho colega de faculdade, Paulo Faria, que não via há anos, acerca de uma promoção de passagens aéreas anunciada no site Melhores Destinos. Após a definição do roteiro, cada um buscou o maior número de informações possíveis sobre os locais. Encomendei pelo eBay alguns acessórios para a viagem e preparei o mochilão, deixando-o do jeito mais compacto e leve possível, já que seriam 3 semanas carregando o mesmo para todos os lados. Por motivo de segurança acabei não levando um smartphone ou minha câmera ultra zoom, o que fez com que me arrependesse um pouco, mas pra compensar levei um guia muito bom, da série Rough Guides, e uma câmera compacta à prova d’água, a GoPro Hero 3. Além disso, levei uma lanterna à prova d’água, carregador universal, tocador de mp3 e relógio. Quanto ao vestuário, coloquei um conjunto de jaqueta e calça de tecido leve, chapéu, uns 5 a 7 pares de meias e cuecas, chinelo, 2 pares de tênis para trilha, 1 bermuda de algodão e 3 de tactel, 1 camiseta para sair, outra com Brasil estampado, 3 camisetas leves (tipo Dry-fit) e o kit de mergulho (snorkel, máscara e nadadeiras). Pela parte de higiene, levei escova, pasta de dente, protetor solar, desodorante, xampu, sabonete e até um filtro de água, tudo em suas versões mini e portáteis. Terminei de preencher a mochila com barras de cereal, frutas e documentos.

 

Com tudo pronto, parti de Florianópolis por volta das 22h do dia 30/03/2013 em direção ao Rio de Janeiro, onde pegaria o voo para Dubai algumas horas depois, se não fosse por um pequeno grande imprevisto. A TAM simplesmente esqueceu minha mochila na esteira de bagagem em Floripa! Não haviam me deixado embarcar com ela por exceder em 2 kg o limite, e por isso fiquei a ver navios, digo, aviões, no aeroporto Galeão do Rio de Janeiro. Como esse voo de Floripa era o último da noite, somente na manhã seguinte minha mochila chegaria, após o único voo diário da Emirates até Dubai, o que me fez perdê-lo. Com isso tive que pagar uma multa e remarcá-lo para somente 24 h depois. Encontrei com meu companheiro de viagem no aeroporto para dar a triste notícia e depois parti até a casa de algum amigo que pudesse me receber em cima da hora.

 

1° dia

 

Como eu tinha um dia inteiro pela frente, fui ao Parque Quinta da Boa Vista, onde aproveitei para conhecer o Museu Nacional. Tinha algumas exposições legais lá, como a Antártica, mas nada de extraordinário.

 

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Voltei cedo ao aeroporto e tive a primeira notícia boa da viagem, descobri que poderia ficar na sala VIP da Gol. Fiquei lá enchendo a pança enquanto aguardava o voo tardio.

 

2° dia

 

Finalmente embarquei no enorme avião da Emirates, empolgado até com o vídeo de briefing da empresa, que se tornaria uma chatice nos outros 5 voos que eu ainda faria com essa companhia durante minha viagem. Tive a sorte de ter 3 assentos só para mim, o que não teria conseguido se tivesse voado no dia anterior.

 

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Passei as mais de 14 h me revezando entre as boas refeições, os diversos filmes, incluindo lançamentos, e o sono, até chegar ao imponente aeroporto de Dubai. A primeira coisa que se nota é a quantidade de mulheres cobertas da cabeça aos pés. Passei pela alfândega e na saída do aeroporto tive o prazer de encontrar outro colega que não via há tempos também, o agora comissário de bordo da Emirates Luiz Flores, que esperava uma pessoa que estava no mesmo voo que eu. Aproveitei e peguei uma carona com ele até o albergue, pois já estava entrando na madrugada, não tinha transporte público naquela hora e os táxis não eram muito em conta, apesar de o país ser um dos maiores produtores de petróleo.

 

Me encontrei com o amigo no albergue em que ficamos durante toda a estadia nos Emirados, o Dubai Youth Hostel, que acredito que seja a única hospedagem desse tipo no emirado. Assim como no resto da cidade, havia no saguão a imagem do grande líder, um “ditador do bem”.

 

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3° dia

 

O dia começou cedo, fato que se repetiria pelo resto da viagem, a fim de aproveitá-la ao máximo. Pegamos o metrô aéreo, que propicia uma bela visão do emirado, e paramos no Dubai Mall, o maior shopping center do mundo. Dentro dele visitamos o famoso aquário, que se divide em diversos tanques e um principal, por onde se passa por dentro.

 

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Em seguida, foi a vez do mixuruca city tour. Por uns poucos trocados subimos num ônibus de 2 andares e demos uma pequena volta pelo centro da cidade, onde tudo que é verde, à exceção das palmeiras e algumas gramíneas, é irrigado.

 

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Voltamos ao shopping para almoçar em um fast food de comida tailandesa, que o meu parceiro suspeita que tenha sido o que causou o mal estar nele nos dias seguintes. À tarde demos uma volta pela cidade, reparando nos majestosos prédios que a cercavam, inclusive na estação de metrô, que assim como a maioria das construções é totalmente climatizado, o que é bastante útil para dar um tempo no calor que impera na cidade.

 

Passamos pelo hotel 7 estrelas Burj Al-Arab e por uma das praias urbanas, que incluiu na visão um grupo de mulheres cobertas. Até na praia elas se vestem assim. Outro fato interessante é que existem praias só para mulheres, meu amigo quase foi multado/preso por entrar em uma por engano.

 

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Pra terminar o dia, após ver alguns símbolos de nossa terra em Dubai, como um outdoor com o Neymar e um mercado com guaraná Antarctica, fomos ao complexo formado com o shopping anteriormente mencionado, mais um hotel de luxo e o maior prédio do mundo, o Burj Khalifa, de 828 m! Lá de baixo observamos um imponente show nas águas, que ocorria periodicamente, e que não há como mostrar sua grandeza apenas com fotos. Foi o local com maior concentração de pessoas que vi na viagem toda.

 

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4° dia

 

Na manhã seguinte meu amigo que morava em Dubai veio nos buscar no albergue para uma visita ao emirado vizinho de Abu Dhabi. Em um papo com ele pelo caminho, descobrimos o porquê de não termos encontrado nenhum lugar pra vender bebida. Já imaginávamos que por ser um país islâmico, haveria uma certa restrição, mas não que você tem que ter uma carteirinha especial emitida pela polícia para poder comprar e beber.

 

Mas enfim, depois de uma hora e tanto de estrada, observando como fora do emirado tudo era um grande deserto, chegamos em Abu Dhabi. Fomos até a grande mesquista Sheikh Zayed, a principal do país, que atrai muitos visitantes de todo o mundo. De longe é notável seu tamanho e sua arquitetura. Por dentro ela também impressiona com sua decoração.

 

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Seguimos pelo centro, onde observamos outros prédios modernos curvados, contrastando com palácios clássicos. A marina que há em volta dá um toque especial ao emirado. Depois de comer em um shopping center, andamos mais um pouco, passamos por um parque natural que tinha flamingos e voltamos pra Dubai, mas não sem antes ver a cena cômica de um lava-rápido em que as máquinas eram um bando de orientais. Queria ter chegado perto da Yas Island, onde fica a pista de fórmula 1 e o parque da Ferrari, mas só foi possível ver de longe.

 

5° dia

 

Esse dia começou antes do pôr-do-sol, pois iríamos vê-lo do topo do Burj Khalifa. O ingresso, mesmo comprado antecipadamente, era um tanto salgado, mas valeu a vista incrível de toda Dubai lá de cima.

 

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Após contemplar o visual por um tempo pegamos o metrô até um suposto parque que havia nos limites da cidade. Nessa hora, como meu amigo estava meio abalado da infecção intestinal que pegou uns dias antes, nos separamos. Como havia comprado um passe de metrô ilimitado para o dia, fui explorar a cidade, descendo em quase todas as estações e caminhando quilômetros e mais quilômetros, num dia quente e ensolarado.

 

Passei primeiro pela zona residencial, um pouco modesta, perto dos prédios luxuosos em volta. Em seguida parei na marina, bem agradável por sinal. Se tivesse mais tempo, com certeza voltaria ali no fim da tarde para dar uma corrida ou ficar de bobeira num dos bares/restaurantes.

 

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Algumas estações adiante, parei no rio que corta a cidade, cruzando-o a pé de um lado a outro. Nesse meio tempo, tive o desprazer de descobrir que para o povo da região, moderadamente apimentado significa ter que tomar 1 l de líquido para conseguir comer apenas um sanduíche. Fica a dica.

 

Depois fui atrás dos souks (mercados tradicionais que se dividem em souk dos ouros, dos temperos, dos peixes e dos tecidos) e da vila histórica, que emula a arquitetura e modo de vida dos árabes antes do petróleo ser descoberto. Era bem simples, mas como ficava no caminho até os souks, vale uma olhada breve, já que não se paga nada para entrar. Quanto aos souks, não tive tanta sorte quanto meu amigo, encontrei somente um deles e comprei pequenos souvenires, enquanto o Paulo comprou especiarias e um traje típico completo. Dali em diante não tirou mais o pano da cabeça, e passou a ser reconhecido pelos habitantes como Yasser Arafat.

 

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6° dia

 

Na manhã seguimos para a capital do Egito. Ao desembarcar no aeroporto do Cairo compramos o visto (nenhum requisito precisava ser cumprido além do dinheiro do mesmo). Assim que botamos os pés para fora, aconteceu o fato mais comum que enfrentamos no país todo, e que de certo modo estragou a viagem: toda pessoa que nos via na rua abordava a gente querendo oferecer algum serviço ou vender algum produto, que quase sempre eram os mesmos, e conforme recusávamos, passavam para o seguinte: chás/especiarias/essências, artesanato, drogas ilícitas (haxixe principalmente) e mulheres de vida fácil. Forcei-me a aprender algumas palavras e frases em árabe para me ajudar a livrar desses malas.

 

Aceitamos um táxi que nos deixou próximo a nosso albergue, já ao anoitecer. Levamos algum tempo para localizá-lo, ele ficava em um beco há algumas quadras da famosa praça Tahir. Caminhamos um pouco, até que um vendedor nos abordou e levou para sua loja. Como ainda não conhecíamos o golpe, fomos até o final, acabando por comprar essências de perfume e papiros. Até que os papiros foram uma boa compra, considerando os outros que vimos depois.

 

7° dia

 

Logo pela manhã começamos o passeio que havíamos fechado com o albergue: um motorista/guia nos levaria até alguns locais pré-estabelecidos. Após perceber que o trânsito de Cairo era mais caótico do que qualquer lugar de nosso país e a poluição também, passamos por volta da citadela, um antigo forte, e paramos para uma foto no grande Rio Nilo.

 

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Em seguida, fizemos o tradicional passeio de camelo entre as Pirâmides de Gizé. O turismo anda tão em baixa no país por causa dos protestos que nem nas pirâmides havia turistas! Apenas nós e um casal nos aventurávamos pelas areias durante aquela manhã. Como não havia “veículos” suficientes, nos revezamos entre um camelo, um cavalo e um jegue. A única das Sete Maravilhas do Mundo Antigo ainda existente impressiona ao se chegar aos pés de seus atuais cerca de 140 m, o maior prédio da humanidade durante milênios. Teorias da conspiração à parte, se o descaso dos egípcios continuar, não vai durar muitos séculos a mais, afinal, pudemos subir as pirâmides menores incentivados pelo guia. A proximidade com a cidade também não ajuda.

 

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Nossa próxima parada foi Saqqara, uma necrópole onde havia uma pirâmide e um sítio arqueológico expressivo, mas um tanto abandonado; havia várias placas com hieróglifos jogadas pelo chão.

 

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Paramos para comer uma refeição deliciosa ali perto e depois fiquei descansando enquanto meu amigo visitava outro local em Memphis, que abrigava uma estátua retirada de outro templo.

 

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Após retornar e dar outra volta pelo centro de Cairo para encomendar umas esfihas deliciosas, fomos à estação de trem para viajar a Luxor, antiga capital do império egípcio que era conhecida como Tebas. A estação dava certo medo, mas logo encontramos um grupo de turistas e nos unimos a eles. O vagão de dormir até que era confortável, e a refeição mais do que suficiente. Como ainda comi boa parte da janta do meu amigo, fui dormir estufado.

 

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8° dia

 

Ao amanhecer o trem chegou ao destino final. Dessa vez ficamos em um hotel, pois o preço era similar, e pelo que me recordo não havia albergues lá. Sentimos logo o impacto da umidade relativa quase nula. Os poucos dias que ficamos ali foram suficientes pra deixar meus lábios rachados pelo resto da viagem.

 

Embarcamos em uma excursão rumo ao Vale dos Reis, escondido entre as montanhas. Lá, na parte principal onde ficavam as tumbas dos faraós, como não se podia tirar fotos, ficamos apenas admirando as paredes, após uma explicação breve do significado dos símbolos e da história do local. Na saída, vendedores tentavam desfazer-se desesperadamente de pequenas esculturas de baixa qualidade. Depois de recusar diversas vezes, chegamos a um preço tão absurdamente baixo que fui obrigado a comprar alguns. Os que não quebraram na viagem de volta, estão servindo como peso de papel.

 

Depois, entramos no templo da rainha Hatshepsut, onde houve um atentado em 1997 que destruiu parte do mesmo e matou 62 pessoas.

 

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A seguir, nos levaram a um lugar onde faziam esculturas superfaturadas. Não deu certo a ideia, pois ninguém da excursão levou alguma coisa. Como tenho uma coleção geológica, dei umas moedas pra levar uns pedaços de alabastro, do qual se faziam as estátuas.

 

Mais adiante, paramos no templo mortuário de Ramsés III. Um detalhe legal desse templo é a preservação da coloração nas paredes e tetos, e a “tridimensionalização” das imagens.

 

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Finalmente, passamos por umas estátuas gigantes, os colossos de Mêmnon, nos despedimos do grupo e voltamos a Luxor, onde continuamos o passeio em outro templo. Mais uma pseudo-guia nos acompanhou no grande Templo de Karnak, um grande terraço preenchido com obeliscos, pilares, as mais variadas estátuas, murais e até pichações do século 19. À noite fica mais belo, com as luzes apontadas para os pontos relevantes.

 

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Em seguida, observamos o sol se por à beira do Rio Nilo, por detrás das montanhas que seguem até o Vale dos Reis, não sem antes sermos importunados inúmeras vezes por cocheiros que queriam a todo custo nos dar uma carona para algum lugar.

 

Caminhamos então até o mercado de rua, que vendia os mais variados artigos de vestuário, artesanato e alimentação. Como a viagem ainda seria longa e não queria carregar muito peso, apenas comprei um açafrão bem vagabundo e chá de hibisco.

 

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9° dia

 

O dia seguinte começou com o frustrante passeio à Ilha das Bananeiras, uma ilha fluvial do Rio Nilo. A despeito de alguns pássaros, não vimos nada diferente lá, é um típico passeio pra quem mora em regiões temperadas fazer, então nem vale falar a respeito dele.

 

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Terminamos com uma volta no museu de Luxor, que possuía alguns artefatos interessantes que ainda não tínhamos visto.

 

No fim do dia pegamos o avião para Sharm El-Sheikh, uma Cancun islâmica que fica na península do Sinai, e que considero ter sido a melhor parte da viagem.

 

10° dia

 

Logo ficamos impressionados com a diferença desse Egito para o outro, na questão de limpeza e organização, embora ainda tivesse muitos vendedores irritantes. Ficamos em um hotel melhorzinho dessa vez, junto a outros tantos que cobriam uma praia inteira, lotada de europeus. O detalhe fundamental é que, assim como no resto do Mar Vermelho, a água era claríssima, e possuía uma biodiversidade impressionante.

 

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Caímos na água, mas para nossa surpresa, a água era bem mais fria do que a temperatura do ar! Quando voltar q essa região, com certeza levarei uma roupa de neoprene, para poder estender o tempo submerso e realizar o mergulho noturno. Em apenas uma centena de metros, vi mais espécies do que em qualquer outro mergulho que já tenha feito antes. Contei dezenas de espécies de peixes, desde os ameaçadores leão, moréia e arraia, até os inofensivos trombeta, papagaio e mariquita. Os corais foram um show à parte, com outra dezenas das mais varias formas e cores, e pra complementar ainda, ouriços, estrelas-serpente, águas-vivas, quítons, siris, ostras, pepinos-do-mar e algas. Um olhar mais cauteloso com certeza revelaria outras tantas espécies. Segue o vídeo que fiz:

 

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11° dia

 

Alugamos um carro e rumamos ao Parque Nacional Marinho Ras Mohammed. Na saída da cidade havia um controle de fronteira, pois a região montanhosa fora da cidade é um tanto perigosa; alguns dias antes de começarmos nossa viagem, alguns turistas haviam sido sequestrados por beduínos! Com um certo receio, chegamos ao parque cerca de meia hora depois. Dentro dele, uma paisagem mais bonita do que a outra, desde a entrada do parque.

 

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De um semi-deserto com arbustos esparsos e morros, costas arenosas recortadas, planícies de inundação, manguezais, salares, lagos subterrâneos, jardins subaquáticos, até os incríveis recifes de coral.

 

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Por sorte, quando chegamos a uma das praias, uma legítima (excetuando o papel alumínio que a cobria) refeição beduína estava sendo servida. Apesar de ter que sentar no chão e comer com as mãos, foi uma das melhores que tivemos.

 

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Uma bela raposa do deserto nos aguardava no morro adiante, ávida por um pedaço de carne. Seguindo o caminho, subimos o morro até um mirante, que mostra nitidamente a divisão entre, terra, recife e mar.

 

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Descemos até essa região dos recifes de coral, que é um dos melhores pontos de mergulho do mundo. No começo, apenas uma cobertura de algas e alguns blocos de coral esparsos, mas à medida que nos aproximávamos mais da borda do recife com o mar, o número de espécies crescia exponencialmente, até que quando chegamos lá, tivemos a visão do paraíso. A diversidade de espécies era ainda maior do que havíamos visto próximo ao hotel! Há um queda brusca dos cerca de 2 m de profundidade da zona anterior, para uma fenda vertical de até 800 m! Por esse e outros motivos, é preciso de um curso avançado para mergulhar lá com cilindro. Mas apenas no fôlego, deu para ter um gostinho especial do local, que me faz querer voltar lá um dia. Uma imagem não é suficiente para expressar toda beleza, nem o pouco tempo que ficamos, mas tentei através do vídeo:

 

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Para encerrar, conhecemos a vida noturna da cidade, que deixa a desejar. Bares onde pessoas fumavam narguilé, baladas vazias, outros bares com danças árabes, mas a única dança do ventre presenciada era com, pasmem, homens! Apenas entramos no conceituado Hard Rock Café, onde fomos mal atendidos.

 

12° dia

 

A partir daqui, segui viagem solo. Paulo ficou mais um dia e depois voltou ao Cairo, onde passaria outros dias. Perdi o dia entre voos e aeroportos mal sinalizados, mas com isso aproveitei para devorar o guia de Sri Lanka que havia levado.

 

13°dia

 

Ao chegar à Colombo, capital do Sri Lanka, minha primeira impressão desse pequeno país que já foi colônia portuguesa, holandesa e inglesa, não foi das melhores. O clima, tão quente quanto o do Egito e Emirados Árabes, porém muito mais úmido, me fazia suar sem parar. Havia golpistas por todos os lados tentando sugar meu dinheiro. Apesar disso, rodei para lá e para cá no meio de transporte mais comum do país, o tuk-tuk, triciclo motorizado com carcaça de um carro minúsculo. Passei por parques, construções históricas, museus, templos budistas e hinduístas (islamismo e cristianismo completam as religiões principais do país), mas nada que eu não tenha visto posteriormente nas outras cidades.

 

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O PIB baixíssimo do país, evidente ao se passar pela periferia, ao menos propiciava um turismo bem mais barato do que nos destinos mais visitados. Na estação de trem conheci um morador local, Amalka, que me auxiliou e acompanhou na viagem costeira do trem, que em algumas horas chegaria a Hikkaduwa. Aos poucos a má impressão do país foi sendo desfeita.

 

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Ao anoitecer cheguei à hospedagem caseira em que passaria as duas próximas noites. O dono era um idoso simpático e culto, conversamos por um bom tempo, o problema é que sua ausência de dentes e forte sotaque complicavam em muito a compreensão.

 

14° dia

 

Fui à praia, onde fica atualmente o Hikkaduwa National Park, uma tentativa de proteger o recife de coral que já está bastante devastado. Como a maré estava forte e o mar muito turvo, fiquei apenas na parte mais rasa, mas foi o suficiente para nadar junto a duas tartarugas-marinhas, conforme o vídeo que fiz:

As tartarugas estavam com anéis de marcação e seus ninhos em terra estavam cercados, o que leva a crer que há um programa no local semelhante ao projeto Tamar.

 

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Voltei a casa para provar um almoço típico, com muito arroz, curry e, lógico, pimenta. Depois fui ao mercado para comprar algo típico, entre outras coisas o chá, já que os famosos chás Lipton são produzidos lá. Em seguida descansei um pouco na praia.

 

À noite, descobri que era véspera do ano novo sinhalês, a principal etnia do Sri Lanka. Isso explicava a movimentação nas vendas de bebida à tarde, onde o povo corria atrás da bebida típica, o arrack, que lembra um uísque barato. Além de fogos, não vi muito agito nas ruas, que logo após a virada ficaram escuras. O problema foi a consequência no dia seguinte.

 

15° dia

 

Como era feriado, a maioria dos trens e ônibus não estava operando. Com essa eu não contava, tive que gastar um bocado de rúpias pra ser levado de tuk-tuk até o próximo destino. Não que fosse caro para os padrões do Brasil, mas para quem pagou pouquíssimos reais para percorrer cerca de 100 km de trem (os ônibus eram igualmente baratos), era bastante. A estrada continuava pelo litoral, e revelou belas águas transparentes e vários templos budistas, a religião predominante do centro ao sul do país.

Parei na fortaleza de Galle, fundada por portugueses em 1588 e fortificada por holandeses no século seguinte. A principal influência de Portugal que ainda há atualmente resume-se a igrejas católicas e sobrenomes como Silva. O forte, patrimônio da UNESCO, ainda relativamente bem conservado, com uma dúzia de prédios históricos, sendo alguns, transformados em museus, e igrejas.

 

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Em sequência, e já bastante ensopado de suor, tive que pegar outro táxi (tuk-tuk) para Matara, uma das maiores cidades, onde finalmente consegui um ônibus para a cidadezinha de Embilipitiya, no interior do país. No longo caminho, passamos por uma infinidade de plantações, sobretudo de arroz (o chá ficava em uma região mais elevada e fria).

No meio da tarde cheguei ao destino e segui a pé para o hotel, que ficava próximo. A comunicação no estabelecimento foi à base de sinais, pois nenhum dos funcionários falava inglês. Ainda assim, consegui reservar o safári para a manhã seguinte.

 

16° dia

 

Antes do sol nascer partimos em um jipe eu, duas europeias antipáticas e mais um guia, para o parque nacional Udawalawe, um tanto semelhante a uma savana africana. Além de algumas populações de elefantes asiáticos, vimos um bando de búfalos, cervos, chacais, javalis, lagartos e diversas aves. Foi legal o passeio, mas esperava um pouco mais.

 

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Depois do almoço, corri para pegar um ônibus para Kandy, o local mais distante até agora. Para variar eu era o único turista do meio de transporte, e assim como no outro ônibus que eu tinha pegado, esse também tinha um sistema de som em que tocavam músicas locais e indianas.

 

No fim da tarde cheguei à primeira cidade montanhosa do roteiro, a antiga capital Kandy. Infelizmente cheguei tarde demais para ver o espetáculo de dança tradicional, então segui direto para o hotel, que ficava em uma construção centenária. Depois do check-in, saí atrás de uma lan house, e no caminho encontrei uma Pizza Hut. O único lugar do país em que vi um condicionador de ar me surpreendeu. Não somente por isso, mas pela boa qualidade dos serviços aliada a preços equivalentes ao que era há mais de uma década atrás em nosso país. Aliás, não foram só os preços que eram de tanto tempo atrás, no som de fundo estava tocando Backstreet Boys e Spice Girls! Satisfeito, voltei aos aposentos.

 

17° dia

 

O dia começou com um passeio pelo Templo do Dente de Buda, um complexo de construções históricas muito visitado, cujo cerne é o que acreditam ser um dos dentes do Buda. Em volta das construções existe um lago, que ajuda a embelezar ainda mais o local.

 

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Em seguida, caminhei morro acima até a reserva florestal Udawatakele, uma floresta equatorial de altitude. Percorrendo uma das trilhas do parque, encontrei um bando de cerca de 10 macacos da espécie Macaca sinica, endêmicos do Sri Lanka. Curiosos, cautelosamente se aproximaram de mim. Gostei da experiência de poder observar seu comportamento de forma natural.

 

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Almocei novamente na Pizza Hut e corri para a rodoviária. Nesse momento tive uma grande dificuldade de chegar ao meu destino, devido a informações desencontradas entre meu guia e os moradores. Peguei 3 ônibus, passando por Kurunegala, na região montanhosa, e Puttalam, no litoral oeste, até chegar no começo da noite na península ventante de Kalpitiya. Sorte minha que um dos taxistas que estava no terminal da cidade conhecia quem cuidava da pousada onde eu ficaria, pois o lugar é tão rústico e isolado que não existe nem no Google. Os 2 simpáticos funcionários (Lorence e outro que esqueci o nome) esperavam avidamente por mim, seu único hóspede em dias. Depois de escolher a parte superior de uma cabana de madeira, fui dormir, pois o gerador que alimentava o local ficava desligado à noite.

 

18° dia

 

Depois de um café-da-manhã monstruoso, acompanhado de perto por corvos, esquilos e gatos, fiz o reconhecimento do local por meio um caiaque. Há uma laguna e seus ecossistemas típicos, como planícies de inundação, restingas, praias arenosas e manguezais.

 

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À tarde, aproveitei o tempo livre para praticar um dos esportes mais comuns do local, o windsurfe. Só havia feito uma aula, alguns anos antes, e achei que seria suficiente, então aluguei o equipamento e depois de uma ajudinha para armar tudo, parti pro meio da laguna. Acontece que, embora eu tenha pegado a prancha mais estável, escolhi a maior vela e não lembrei de colocar o cinto (arnês), o que complicou em muito minha vida. O vento forte me jogava da prancha o tempo todo, e a retirada da vela da água era um parto. Depois de uma hora (havia alugado por 3 h) meus braços já pediam arrego. Fui indo quase sempre na direção do vento, que me levava para fora da laguna, com pouco avanço no sentido contrário. Meu tempo já estava acabando, quando parei no outro lado e pedi ajuda a um pessoal que praticava kitesurfe. Nem eles foram capazes de me auxiliar, então terminei sendo rebocado por um barco de volta. Um pouco frustrante, mas valeu pela experiência.

 

Se não fosse pelos mosquitos, a noite teria sido bem relaxante, apesar do calor.

 

19° e 20° dia

 

No outro dia acordei com o corpo moído. Despedi-me e parti rumo ao sul para chegar ao aeroporto. Alguns ônibus e tuk-tuks depois, finalmente estava pronto para voltar pro Brasil. Aproveitei o tempo que ainda tinha para comprar artigos do local, como estátuas de elefante, camiseta, bebida e outros, pois até no aeroporto era barato. Finalmente chegava a hora de matar as saudades. Voltei a Dubai, Rio de Janeiro e por fim, minha querida Floripa, onde passaria os últimos dias de férias, antes de voltar a Canoas/RS.

 

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  • Colaboradores

Parabéns pelo relato. Muito bom!

 

Tenho algumas dúvidas qnt a sua GoPro Hero 3:

 

Qual a versão dela? Black edition?

 

Pra fazer esses videos subaquaticos vc usou algum acessório? tipo um bastão? Pq as imagens ficaram bem estabilizadas...

 

Usou algum filtro?

 

Valeu!

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  • Colaboradores

Obrigado, pessoal!

 

Respondendo às dúvidas:

 

- Gastei menos de 3 mil reais em passagens, de resto estimo que tenha saído por menos de 100 reais por dia (principalmente no Sri Lanka).

- A GoPro Hero 3 é a Silver. Não usei nada além das mãos e câmera com sua caixa estanque, inclusive a única edição que fiz foi a que o próprio Youtube realiza no envio dos vídeos.

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