Ir para conteúdo

!!! BOLÍVIA - PERU - 40 DIAS - OUT/NOV 2012 !!!


Posts Recomendados

  • Membros
Marcos!!!

 

Adorei o relato, estou com muita vontade de fazer uma viagem dessas e aguardo os próximos capítulos. Mande um abraço a todos por aí e espero que vc saiba quem está escrevendo... :P

 

Bárbara!! Saudades do cê menina!! Eu não sabia q tava pensando nesse rolê tbm! Logo logo sai a segunda parte!

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Respostas 33
  • Criado
  • Última resposta

Usuários Mais Ativos no Tópico

Usuários Mais Ativos no Tópico

Posted Images

  • Membros
Olaaaa!

 

Estou com certa dificuldade em encontrar detalhes sobre o itinerário UYUNI X LA PAZ, entao saberi dizer qual foi a viacao que pegou, o horario e o valor? E por acaso lembra dessas informações em relacao ao trem?

 

Que puder me ajuda esta ótimo pois esse pedaco ta dificil.

 

BJin

 

 

Desculpe a demora em responder....

Vamos lá! O itinerário Uyuni x la Paz pode ser feito de trem e ônibus ou somente de ônibus. Se for de trem, ele vai até Oruro e de lá vc deve pegar um bus p La Paz. Para ver os horários deste trem tem esse link: http://www.fca.com.bo/contenido.php?seccion=2&subseccion=41

 

Se vc for de ônibus como nós, praticamente todos saem no mesmo horário, as 20h00. Não me lembro qual foi a empresa, mas acho q todas são ruins rsrsrs. Considerando que a estrada é bem ruim, tente ir no mais confortável possível. Chegamos em La paz por volta das seis, sete horas da manhã. Saímos de Uyuni em um domingo à noite, e os ônibus estavam cheios. Compramos a passagem com duas horas de antecedência. Não me lembro o valor exato da passagem, mas creio q era algo em torno de 80 a 120 bolivianos, dependendo do tipo de ônibus.

 

Para pesquisar horários de ônibus em toda a América do Sul, este site é o canal: http://www.bus-america.com/ (apesar q justamente os de Uyuni não tem neste site)

 

Para pesquisar horários do Trem da Morte: http://www.fo.com.bo/?TabId=59

 

Espero ter ajudado. Qualquer dúvida, manda ae!

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Membros
Marcos, to adorando o relato. Pretendo fazer essa viagem, incluindo São Pedro de Atacama, no Chile, em janeiro de 2014. Ansiosa pelo resto do teu relato. Caaara, sério, ri horrores com a última parte sobre as pessoas gritando no busão. E fiquei com medo também. ahahhah

 

Abs!

 

Oi Ellen,

 

Que bom que está curtindo... fazer o relato dá mais trabalho do que imaginei rsrsr. Mas logo logo tá saindo a segunda parte. E já que vc vai pro Atacama, pode evitar esta rota Uyuni - La Paz, subindo pelo Chile!

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Membros
"viajamos pela Bolívia e Peru durante aproximadamente 40 dias, em outubro e novembro de 2013." amigo acho que você quis dizer no começo do relato "2012" não é mesmo?! Valeu pelas informações até aqui, continue...

 

 

Cara! Que vacilo!!!

 

Pode crer, mandei mal rsrsrs

 

Valeu pela correção!!

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • 2 semanas depois...
  • Membros
Fala cidadão, tá muito bom... CONTINUA!!!

PS: em Uyuni, onde vc ficou hospedado??? Sabe se tem algum horário que saia de Potosí e dê tempo de fechar o passeio pro Deserto no mesmo dia???

 

 

Valeu! Ficamos hospedados no Hostal Oro Blanco, na Av. Ferroviaria, bem próximo à estação de trens de Uyuni. Preço bom, quarto e café da manhã razoáveis. O ponto (bem) negativo era o banheiro: às vezes a água não esquentava ou demorava muito. A porta do banheiro para o quarto era de vidro, vc conseguia ver o vulto da pessoa que estava usando-o. E a água do chuveiro escorria pelo chão até chegar e molhar parte do quarto.

Acredito que não seja possível chegar em Uyuni e fechar o passeio do Salar para o mesmo dia. São seis horas de ônibus de Potosí até Uyuni. Pegamos o ônibus na rodoviária velha de Potosí às 11 da manhã. Para o que vc quer, seria necessário pegar um ônibus saindo de Potosí por volta da meia noite. Acho bem difícil ter este horário. Além do mais, a paisagem do trajeto é bem bonita e se vc fosse de noite, iria perder.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Membros

RELATO: SEGUNDA PARTE

 

Havíamos recuperado o tempo perdido. O atraso que tivemos no início, na fronteira, foi compensado, pois eu havia destinado quatro dias para o passeio do salar, que na verdade durou três dias. Além disso, o fato de termos feito o trajeto de bus direto de Uyuni para La Paz, sem passar por Oruro nos fez ganhar tempo (dizem que de trem tem uma bela paisagem, uma pena). Mas acabamos por nos atrasar de novo. La Paz é tão bacana e tem tanta coisa para fazer que demoramos dois dias a mais aqui.

A capital da Bolívia é uma doideira! A começar pelo seu relevo: estamos em pleno altiplano (uma grande área plana, no alto dos Andes). Mas La Paz situa-se numa cratera em meio ao altiplano. Sério: ela parece ter sido construída dentro da cratera. Quando se está chegando à cidade, podemos ver de El Alto a cidade de La Paz lá embaixo, fervilhando. El Alto é uma cidade vizinha, uma grande periferia que de tanto que cresceu, se tornou outra cidade. É onde fica o aeroporto, já que os aviões não devem conseguir pousar na cratera.

Assim que chegamos em La Paz, estávamos bem cansados da longa e desconfortável viagem desde Uyuni. Descemos próximos da rodoviária, pois o trânsito estava parado e era melhor descer e ir a pé. Paramos pra um café da manhã (o café brasileiro é muito melhor). Ao pedir chocolate quente, certifique-se que ele vem com leite, rsrsrs. Pode ser que seja apenas o achocolatado diluído em água quente (urgh!) ::bad:: . Devido ao cansaço acabamos por ficar num hotel muito próximo à rodoviária (que por sinal foi projetada por Gustave Eiffel, o mesmo da torre de Paris). Mas aconselho a ficar mais próximo do centro. Toda vez que voltávamos dos passeios tínhamos que enfrentar uma ladeira pra chegar lá (e qualquer subida na altitude é muito mais difícil de encarar). Estávamos perto da cervejaria que fabrica a Paceña (boa cerveja).

 

DSC01033.JPG.c154f1764f716c4b360f2005c6584f4e.JPG

 

DSC00884.JPG.6a0f597f91ddf522dfa9a38283a0a419.JPG

 

DSC00872.JPG.4ea13e60776f3a9d944b393707787078.JPG

 

 

Estávamos exaustos e pela manhã aproveitamos para descansar, arrumar as malas e tralhas, planejar os próximos passos, tomar um merecido banho (depois dos três dias no salar um banho decente era tudo o que a gente queria. Nos hotéis de sal tem duchas mas não é a mesma coisa). À tarde saímos para conhecer a cidade. Estávamos com tanta fome que paramos praticamente no primeiro lugar que vimos. Comi uma carne moída com um tempero esquisito, ruim. Me lembrei dele durante o resto do dia. Eu havia me transformado numa máquina de produzir gases. Coitado do Wagner! E dos bolivianos próximos...

Fomos à Praça Central (Plaza Murillo), onde ficam a Catedral (muito bonita por dentro), o Parlamento e o Palácio do Governo. O Evo fez 50 anos alguns dias depois e saiu às ruas, numa festa de aniversário na praça. Também é interessante visitar a região da Rua das Bruxas. Tem muitas lojas, souveniers, agências de viagem para contratar os passeios, etc... A Bolívia é muito barata e aproveitamos para comprar um monte de coisas. Comprei um monte de camisetas, blusa, mochila, tênis impermeável, lembrancinhas pra um monte de gente, etc... Tem uma rua (não lembro o nome, mas é perto da rua das bruxas) que é ótima para comprar jaqueta de couro. O Wagner conseguiu comprar uma blusa impermeável da North Face por R$ 70,00! (na promoção). ::otemo::

Também é interessante seguir descendo a avenida principal (nesta avenida também tem um Banco do Brasil). No sul da cidade ficam os bairros mais elitizados, os grandes hotéis, bares mais chiques, livrarias. Quase não há ônibus, mas sim, muitas vans. Quando estivemos por lá, a prefeitura estava tentando conscientizar as pessoas do uso dos pontos de ônibus! Em La Paz ninguém respeita isso. Se vc está dentro de uma van e pedir para parar, o motorista irá parar imediatamente, mesmo se estiver na faixa da esquerda: ele cruzará todas as faixas, as vezes na frente dos outros carros, e te deixará na calçada. Se vc estiver na rua, em qualquer lugar, pode até mesmo ser no meio da rua, basta fazer o sinal que a van vai parar. :shock: Certa vez estávamos voltando de um passeio e a van parou de repente. Eu estava no último banco quando a van freou bruscamente e quase parei no colo da mulher que estava no banco da frente. Levei um baita susto. Pensei que tínhamos atropelado alguém, sei lá... Na verdade uma mulher que estava na rua deu o sinal muito próximo da van, que por sua vez parou na hora! As vans são bem baratas. O táxi tbm. O trânsito em La Paz é um caos! E eu que pensava que São Paulo era perigoso! Vi um atropelamento a poucos metros. Foi bem feio. Tanto motoristas quanto os pedestres não respeitam semáforos e faixas de pedestre. É preciso ter cuidado. Não vá no embalo dos pedestres paceños.

Algumas ruas do centro cheiram a frango frito. Tem hora que enjoa. Na Bolívia não existem Mc Donalds. Existe Burger King. O preço equivale ao nosso, portanto é muito caro para os paceños em geral. Quem frequenta é o povo com melhores condições financeiras. O equivalente ao fast food em La Paz são as broasterias, que vendem combos de frango frito, batatas, as vezes um pouco de arroz, molhos, às vezes banana frita, refrigerante, etc. Estas lojas é que deixam o ar impregnado daquele cheiro de pele de frango frita. Aliás, a galera adora a pele frita do frango. Outra mania do paceño são as salchipapas: uma porção de salsichas com batatas fritas, com muito ketchup, mostarda e maionese.

Enfrentamos um dia com greve geral de transportes, que nos atrapalhou um pouco. Neste dia visitamos os museus e lojas a pé. La Paz tem ótimos museus. A começar pelo simples, mas muito interessante Museu da Coca, que fica na Calle de las Brujas. Não é permitido tirar fotos de dentro do museu. Existe um café dentro do museu, onde podemos saborear várias coisas feitas com coca. Eu fiquei apenas no café com coca. Aliás, na rua das Bruxas encontra-se facilmente as folhas para comprar. Comprei um saquinho, super barato. O Museu Étno-Folclórico, que fica perto da Plaza Murillo é maravilhoso! ::otemo:: Possui várias seções com muito de cultura boliviana e indígena. Arte em cerâmica, arte plumária, arte em tecidos, máscaras para festas tradicionais, moedas antigas, etc. Outro museu belíssimo é o Museu Nacional de Artes, com diversos quadros de diferentes estilos. A Calle Jaen, próxima à rodoviária, é pequena mas charmosa, com vários pequenos museus e alguns bares aconchegantes. Fomos no museu de instrumentos musicais. Eu que sou fã de música pirei. Tem muitos instrumentos próprios das culturas indígenas da Bolívia. Vários instrumentos de sopro, flautas, instrumentos de percussão, charangos, etc. Alguns é possível (tentar) tocar. Também existem alguns instrumentos inventados por um artista local, bem diferentes.

Tivemos a sorte de estar em La Paz justamente quando ocorria a Noche Blanca, uma espécie de Virada Cultural paulistana, mas ela acaba na madrugada, não vira 24 horas. Vimos um show de música tradicional boliviana no centro, um grupo de rap formado por garotos de El Alto, e uma apresentação impressionante de um grupo de violonistas, dentro do Museu Nacional de Artes.

A Igreja e Convento São Francisco de La Paz também deve ser muito interessante, mas não conseguimos visitá-lo (ou estava fechado, ou a gente chegava atrasado, ou tínhamos reservado outras coisas, etc)

 

DSC00897.JPG.a1146c60c56bd1de456cbfa0e0c62bb6.JPG

 

DSC00912.JPG.dc8a25d24fb2506850f464d4c7ef593a.JPG

 

DSC01020.JPG.4572903b4a2dc34bef9389cf626c6e5e.JPG

 

DSC01040.JPG.b252c4f6f0eb55190ed2f2865617ca8c.JPG

 

DSC01058.JPG.dc9c22bec5515b231334620556956331.JPG

 

 

Em La Paz há o Mirador Killi-Killi. Chegamos lá de táxi. Trata-se de um mirante, onde se pode ver quase toda a cidade. Também é muito interessante ver La Paz a partir de El Alto.

Vamos aos “passeios”. Ao redor de La Paz tem bastante coisa pra fazer. A primeira que fizemos foi visitar as ruínas de Tiwanaco. Aqui fizemos uma graaande burrada. ::putz:: Querendo economizar uma merreca, resolvemos ir a Tiwanaco por conta própria, pegando uma van no cemitério. O ideal seria fechar com uma agência, com guia! O fato de não termos guia prejudicou bastante, pois seria bacana alguém para contar sobre a história do lugar. Vimos muitas ruínas mas parece que ficou faltando informações sobre tudo aquilo. As ruínas ficam a aproximadamente uma hora e meia da cidade. É incrível como tinham cães abandonados na beira da estrada. A impressão que dava é que eles “moram” ali mesmo, se alimentando dos restos de comida jogados pelas pessoas que cruzam a estrada. Os cães estão em péssimo estado, sujos, alguns detonados, sem olho, parecem quase selvagens, sério!

A civilização Tiwanacota foi anterior aos incas (cerca de 400 ac a 900 dc). Muito do que formou a cultura inca foi absorvido de Tiwanaco. Há ruínas antiquíssimas. Podemos ver um altar, alguns totens, portais, etc. A Porta do Sol é a ruína mais importante. Nela está gravada a imagem de um deus, Viracocha. Esta civilização habitou terras próximas ao lago Titicaca. Para mais informações: http://www.superinteressante.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=115:o-misterio-de-tiwanaku&catid=9:artigos&Itemid=83

 

DSC00979.JPG.e94e7f4f4467c867be8f8c4ae4d9fbfc.JPG

 

DSC00954.JPG.07362ee051caea9bb41f1eb47fb992cc.JPG

 

 

Outro passeio bacana foi a visita ao Monte Chacaltaya, que está a 5411m de altitude! (a maior altitude que chegamos na viagem). A paisagem lá de cima é fantástica!! É possível ver La Paz dentro da cratera! De outro lado, bem ao longe, vemos o Lago Titicaca. Tinha um pouco de neve lá em cima. Nós fomos em outubro/novembro, portanto, o inverno já tinha acabado fazia tempo. Lá também fica a estação de esqui mais alta do mundo, mas parecia meio abandonada. Normalmente as agências vendem este passeio junto com o Valle de La Luna, ocupando o dia inteiro. O Valle de La Luna fica no outro extremo, zona sul de La Paz, numa baixada, onde existem estranhas e interessantes formações. Penso que um geólogo iria pirar. Entre as formações há diversos buracos onde não se vê o fundo. Sinistro! :twisted:

É preciso reservar os passeios com antecedência. Não estávamos na temporada e mesmo assim era difícil conseguir nos dias que queríamos.

 

DSC01096.JPG.1fc232022aa1be60c7f654fac8a8e204.JPG

 

DSC01150.JPG.c61df598cc447c06b817440a4ef74b27.JPG

 

DSC01159.JPG.de9b89821db4e9ef6ea0f98fea43f423.JPG

 

DSC01163.JPG.c03275ce593ad444a35320b9f7de9bf5.JPG

 

 

Agora, o rolê que eu tive mais medo em toda a viagem, foi sem dúvida, o downhill na estrada da morte. :twisted: Quem vê as imagens desta estrada no youtube ou naquele programa sobre estradas perigosas que passava no History Channel sabe do que eu tô falando. Ainda bem que desde 2008, se não me engano, passam poucos carros, pois foi construída uma nova estrada, mais segura. Trata-se de um passeio cuja concentração na agência é as sete da manhã. A van nos leva até um ponto mais alto da estrada, onde começamos o downhill primeiro numa estrada asfaltada para depois entrar na estrada da morte propriamente dita. No asfalto tem vários carros e caminhões passando, enquanto vc desce a milhão. Tava super frio e minha mão tava congelando. Eu estava tenso, mó adrenalina! Nossa turma era composta de umas 16 pessoas, de várias nacionalidades. Existem quatro tipos de bike, cujo preço varia conforme o que ela te oferece. Pegamos a segunda mais barata, com suspensão dianteira e freio hidráulico. O freio hidráulico é recomendado pois a gente percorre o caminho inteiro freando. Fizemos o passeio com a empresa El Solario. Achei meia boca. ::bad:: Eu vi outros grupos com bikes bem mais conservadas. Durante o trajeto não se pode fotografar, para evitar acidentes. Quem fotografa é um dos guias, e está incluso no pacote receber o dvd com as fotos (além de uma camiseta – que por sinal, a camiseta da El Solário é ruim, desbotou rápido e é mal feita). Creio que por um pouco mais poderíamos ter feito um passeio com uma empresa bem melhor. Teve várias paisagens que eu gostaria de ter tirado fotos e o guia não registrou. Por exemplo: em determinados trechos, quando vc chega na beira do penhasco e vê um riozinho lá embaixo, bem fundo, e vc percebe que se cair ali vai demorar vários segundos até se esborrachar lá embaixo. E não há nenhuma foto disso! ::vapapu:: Pelas fotos não dá para perceber o quanto aquilo é alto. Saímos de uma altitude de 4700m, em La Cumbre, para 1200m em Yolosa. A descida inicia-se umas 09h00 e termina por volta das 15h00. Tem várias paradas para descansar, se alimentar, e esperar a galera que fica para trás. Quando entramos na parte da estrada feita de terra, a estrada da morte propriamente dita, fomos avisados que havia uma competição naquele dia, onde vários ciclistas estavam subindo o trajeto. Havia um acordo que éramos pra descer pelo lado esquerdo da estrada: exatamente o lado do precipício. :shock: Aí me caguei todo! Cara, é muita adrenalina vc fazer o downhill, só segurando no freio, andando naquela estrada cheia de poeira e pedras, a roda traseira saindo de lado o tempo todo por causa das pedras, daí vc olha pro teu lado esquerdo e vê um riozinho fininho lááááá embaixo, tipo nos desenhos do Papa-Léguas quando ele caía no precipício e vc só vê a fumacinha! Tinha hora que eu nem queria olhar pro lado. As vezes tentava ficar mais no meio da pista. São diversos os relatos de gente que já morreu lá. E quando vc contrata o passeio deve assinar um termo de responsabilidade. Eis que no meio do caminho começa a chover. :shock: Granizo! ::ahhhh:: Tivemos que parar um pouco. Em dez minutos o granizo parou e continuamos debaixo da chuva, agora leve. Estávamos encharcados, o vento frio congelava. As luvas molhadas. A estrada molhada! Ainda bem que eu estava com o tênis impermeável. Felizmente nesse dia ninguém morreu, rsrsr. Quando chegamos lá embaixo já estava bem mais quente. A temperatura varia bastante com a altitude. Em Yolosa tem um botequinho onde brindamos com uma merecida cerveja (paga à parte). O almoço (farto) também fazia parte do pacote. Vimos que ali perto existem alguns campings e pousadas, com tirolesas cruzando a estrada. As vans nos seguiram e agora levariam todos de volta a La Paz (o transporte de retorno incluso no pacote), menos a gente, que queria visitar Coroico.

 

P1020062.JPG.abcecd09426bc8f8b3020d368c3497b8.JPG

 

P1010968.JPG.b4eaddcf72ae86da5982c0473c789ee6.JPG

 

P1010909.JPG.0b1a9b33d2b51cd7860eb4fa18b10fa0.JPG

 

P1020063.JPG.49af732a7d531364ffae5008bd72e69f.JPG

 

P1020104.JPG.6a67e7c8229deb6dc0de254420ab3d8b.JPG

 

Coroico é uma pequena cidade onde alguns paceños vão curtir o clima mais quente, em pousadas, às vezes com piscina. A região aqui é cercada de verde, bem diferente da aridez do altiplano. Mas, sinceramente, me arrependi de ter ido para lá. Poderia ter economizado um dia de viagem. A cidade é pequena e não tem nada para se fazer. Pra piorar, não é qualquer hotel que tem água disponível o tempo todo. Um dos motivos que nos deu curiosidade de visitar a região era visitar Tocaña. Pelo meu guia, acreditei ser razoavelmente perto de Coroico. Não era. E o transporte para lá é muito escasso. Normalmente apenas táxis fazem o trajeto, e cobram caro para os padrões bolivianos. Tocaña é um pequeno vilarejo onde mora uma das poucas comunidades negras da Bolívia. Acabaram por se isolar naquelas matas e montanhas mantendo muita coisa de seus costumes antigos. Além disso, a região é grande produtora de coca e gostaríamos de ver isso de perto. Se tivéssemos mais tempo poderíamos nos arriscar a ir, mas já estávamos dois dias atrasados em relação ao planejamento inicial. :(

 

Era um domingo. Retornamos a La Paz e à noite fomos à luta livre de cholas em El Alto. Isso mesmo: luta livre de Cholas. Cara, isso é hilário!! É aquela velha luta livre que todos conhecemos, mas à maneira boliviana! Parece um circo mambembe. Tinha hora que parecia que eu tava vendo os Trapalhões! Muito bom. Uma das coisas mais interessantes é que as lutas são realizadas em El Alto, a periferia de La Paz. Muitos moradores locais vão ver as lutas com suas famílias. As crianças, e até mesmo alguns adultos, ficam impressionados, até mesmo acreditando de verdade daquilo tudo. Ou pelo menos pareciam acreditar. As expressões de espanto em seus rostos demonstravam uma ingenuidade que parece não ter mais espaço no mundo de hoje. Muito loco isso. Este “passeio” só ocorre aos domingos, à noite. É super barato e vale muito a pena. Vc dá muitas risadas, e se sente meio criança.

 

DSC01199.JPG.dcc04104feeadd55c171ee7913db9987.JPG

 

DSC01242.JPG.2b209b1b61d437576b27dba6ea1f9ae8.JPG

 

 

Segunda-feira cedinho pegamos o bus para Copacabana. Este bus sai do ponto ao lado do cemitério. Neste mesmo ponto se pega as vans para Tiwanaco, se vc for por conta, como a gente. Após algum tempo já podemos avistar o Lago Titicaca, considerado sagrado por muitos.

Em determinado trecho, temos que descer do bus, pegar uma balsa pequena para passageiros, enquanto o bus vai em balsa própria.

Copacabana, assim como La Paz, é boa para fazer compras, mas talvez com menos diversidade de produtos. Ainda assim vale bem a pena. Comemos a famosa truta do Lago Titicaca (é boa, mas esperava mais, devido à sua fama). É interessante visitar a Igreja, onde em determinada época do ano existe uma grande “romaria”, e os motoristas pedem bençãos aos seus carros junto à Virgem. Ouvi dizer que esta Copacabana inspirou o nome da famosa praia do Rio de Janeiro. Ali próximo existem umas ruínas mas confesso que não são muito interessantes. Vale muito a pena subir o Cerro Calvário e ver o por-do-sol sobre o Lago Titicaca. Muito bonito! ::cool:::'>

No dia seguinte fizemos o passeio à Isla del Sol. Também existe a Isla de la Luna, menor (nesta última não fomos). Só para variar, fizemos outra pequena grande cagada. ::putz::

Como o ritmo da viagem é meio alucinante, muita coisa pra ver todos os dias, vc tem que estar se programando o tempo todo. E isto cansa. E pelo cansaço e um pouco de displiscência, não programamos este passeio direito. Há duas maneiras de se chegar à Isla del Sol. No porto de Copacabana existem barcos que levam à face norte e à face sul da ilha. São poucos barcos por dia. Tem que acordar cedo para conseguir vaga. O mais correto seria ir direto á face norte e voltar a pé, pela ilha, até a face sul, onde tem barcos que retornam às quatro horas da tarde. Nós fizemos o contrário. Fomos à face sul primeiro, para andarmos até a face norte, e de lá pegar um barco retornando. O problema é que na face norte os barcos retornam mais cedo. Conclusão: não deu tempo de retornar e tivemos que dormir na ilha. ::putz:: Arranjamos uma pousada bem meia boca, sem água quente. Mal tem restaurante para comer por lá. Enfim... Mas o passeio pela ilha é bem bacana. Existem algumas ruínas incas. Reza a lenda que foi nesta ilha que iniciou-se a civilização inca. Por essas e outras, diz-se que a ilha é sagrada. Também há uma ruína de um altar de sacrifícios. O caminho a ser percorrido na ilha é longo, mas bem bonito. Quando percebemos que a gente havia feito besteira e teríamos que andar rápido pra tentar chegar na face norte a tempo, o sol estava batendo forte, a fome apertava, e na ilha tem poucos lugares para comer. Imagina só: solzão na cabeça, a gente andando rápido, preocupados com o retorno, com sede e muita fome!! Aquela trilha não terminava nunca! A fome era tão grande que estávamos lembrando até mesmo daqueles pratos horríveis que servem nuns restaurantes perto do lugar onde trabalhamos. “Lembra aquela lazanha dura e pesada, com molho ácido do Mika? Comeria ela de boa agora!!! Ah, a lazanha do Mika!!!” - “Pode crê! E o bife de sola servido no prato sujo do Português?? Que delícia! Que saudade!” ::hahaha::

 

Ainda existia uma possível solução para nosso retorno. Alguns poucos pescadores do local levam as pessoas em seu barquinho a remo até a face sul, mas cobram caríssimo e demoram uns 40 minutos pra fazer isso. Ou seja, não ia dar tempo mesmo assim e dormimos na ilha. De madrugada caiu um baita toró. Quando acordamos tinha muito gelo no chão. Granizo. Pegamos o barco bem cedo. Chegamos em Copacabana e fomos pegar nossas mochilas que estavam no hostel. O dono do hostel tava louco com a gente, pois não tínhamos dormido lá e nem havíamos avisado ele. Segundo ele, até já tinha avisado a polícia sobre o nosso sumiço. Estávamos preocupados com o tempo, o nosso bus para Puno ia partir logo. Deixamos ele falando e reclamando e fomos embora.

 

A fronteira é próxima e a questão da documentação é simples. Temos que apresentar o documento de identidade (RG) e o documento de entrada na Bolívia (um certificado que pegamos quando entramos em Puerto Quijarro). Pronto, estávamos no Peru! Estávamos no MEIO da viagem! ::otemo::

 

DSC01317.JPG.a5bab0197844846cf90d3419212c0bd0.JPG

 

DSC01269.JPG.6895de42475c0dcb29dd6c4cd82c7ad9.JPG

 

DSC01291.JPG.9233b10a8bc894f3470d4370c9030b94.JPG

 

DSC01289.JPG.9200aa06ad9b0c0021fb4352a39546dc.JPG

Editado por Visitante
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Membros de Honra

Cara, seu relato tá ficando show de bola. parabéns.

 

Bem, vamos as perguntas.

 

Eu pretendo esse final de ano ir a tiwanaku por conta. já fui duas vezes com guia, acho que seria divertido ir por conta própria. Eu sei que no cemitério tem as ditas vans pra tiwanaku, pergunto:

 

- Quanto custa ida e volta?

- onde a van de deixa quando se chega a tiwanaku? é perto das ruínas?

- Onde se pega a van para voltar?

- Qual o horário de ida e o de volta?

 

Obrigado desde já.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Membros
Cara, seu relato tá ficando show de bola. parabéns.

 

Bem, vamos as perguntas.

 

Eu pretendo esse final de ano ir a tiwanaku por conta. já fui duas vezes com guia, acho que seria divertido ir por conta própria. Eu sei que no cemitério tem as ditas vans pra tiwanaku, pergunto:

 

- Quanto custa ida e volta?

- onde a van de deixa quando se chega a tiwanaku? é perto das ruínas?

- Onde se pega a van para voltar?

- Qual o horário de ida e o de volta?

 

Obrigado desde já.

 

Cara estou pretendendo ir dia 15/11/2013 vou fazer o trem da morte, procuro companhia pq estou indo sozinho

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Participe da conversa

Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Se você tem uma conta, faça o login para postar com sua conta.

Visitante
Responder

×   Você colou conteúdo com formatação.   Remover formatação

  Apenas 75 emojis são permitidos.

×   Seu link foi automaticamente incorporado.   Mostrar como link

×   Seu conteúdo anterior foi restaurado.   Limpar o editor

×   Não é possível colar imagens diretamente. Carregar ou inserir imagens do URL.


×
×
  • Criar Novo...