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Pessoal, estive em San Blas no final de abril e fiquei devendo o relato por aqui. Afinal, tudo que descobri sobre este pedacinho do paraíso foi graças aos Mochileiros! Então senta que lá vem história! rs

 

Eu e meu marido fomos comemorar um ano de casados e, como tenho pavor de insetos e afins enquanto durmo, não curti a idéia de ficar em uma cabana... Daí achei uma agência na internet (Panama Travel Unlimited) que oferecia camping, o que me pareceu perfeito! Acertamos tudo por email, mas sem precisar pagar nenhum sinal. Se chegando lá a reserva não se confirmasse, ainda dava tempo de correr ao Casco Antiguo tentar arrumar alguma coisa.

 

Como ao chegar na Cidade do Panamá conseguimos confirmar tudo por telefone, passamos a 6ª no Allbrook Mall e sábado de manhã partimos para San Blas. Ficou marcado 05:00, 05:30, e achei que fosse atrasar, mas 05:00 o motorista estava no lobby do hotel! Não deu tempo de passar na agência (por causa das compras... hehe), então a moça deixou pagar direto ao motorista, US$280 por pessoa, por 3 noites. Pelo o que li aqui conseguiria algo mais barato negociando direto lá, mas realmente não queria ficar em uma cabana, aí não quis arriscar...

 

A viagem levou umas 3h e a estrada está quase toda boa, com alguns trechos em obra. Alguns pedaços têm umas curvas bem arretadas, então quem tem tendência a enjoar é bom tomar um remedinho antes de começar a viagem.

 

Tivemos que pagar os 10 dólares de “pedágio” e mostrar os passaportes aos kunas com roupa militar que tomam conta da “fronteira”. Muito curioso isso, eles realmente falam e agem como se fossem um outro país, embora obviamente não possam carimbar nada no passaporte...

 

Depois disso você já está bem perto do “porto”, onde se paga mais 2 dólares e ganha uma fichinha, que não pode perder de jeito nenhum, porque tem que devolver na volta!!! Se perder ou não pegar a fichinha na ida, tem que pagar de novo. Aconteceu com um casal que estava na nossa ilha, eles pagaram mas não ganharam fichinha, daí tiveram que pagar de novo...

 

Esperamos um tempo nosso barco e nessa hora os mosquitos apareceram. Embora não tenha sido nenhum ataque ensandecido, é bom levar repelente, Off mesmo deu conta.

 

Estava imaginando algo bem precário, tipo uma canoa, mas nosso barco era bem bonzinho, com 4 fileiras de banco (3 pessoas em cada uma), além do lugar do piloto e o ajudante na proa. Levei sacos de lixo para embalar a bagagem e não molhar, mas nem foi necessário. Isso deve variar conforme a ilha, mas em geral achei os barcos que estavam por lá bons, mais ou menos iguais.

 

Nossa ilha era a Coco Blanco, que é dividida entre 2 famílias, mas só um lado recebe turistas. Eles fazem day trip também, então chegando lá tomamos café e nos dividimos em 2 grupos. E aí veio a parte ruim (ou pelo menos tensa) da viagem: fomos informados que tínhamos recebido um upgrade e ficaríamos em uma cabana. Surtei, aí meu marido conversou com a “dona” da ilha e explicou que queríamos ficar na barraca, mas ela disse que estavam preocupados porque na noite anterior choveu e entrou água... Ficamos de ver isso na volta do passeio, pra não perder tempo.

 

Aqui preciso abrir um parênteses: segundo a agência (que expressamente não se responsabiliza por nada, já que ficamos totalmente na mão dos kunas), visitaríamos as ilhas que o pessoal comenta aqui: perro, agujas, pelicano... Mas não vimos nada disso! Mas acabou que foi bem melhor assim, porque passamos por essas ilhas e, sinceramente, achei as ilhas que visitamos muito mais bonitas, sem falar que estavam vazias! A Isla Perro vive lotada, mesmo na 2ª feira, um horror! Fecha parênteses.

Fomos então pra Cayos Holandeses, que estavam no pacote e realmente ficam um pouco mais distantes. O sol resolveu dar o ar da graça no caminho e aí surgiu aquele azul lindo do mar que a gente ama! Eles deram uma volta com a gente por várias ilhas e próximo ao arrecife. Estava muito fundo ali, mas a transparência da água era incrível! Deu pra ver uma arraia e estrelas do mar. Passou uma tartaruga também, mas perdi... :cry:

 

Paramos em um dos cayos e o visual era muito bonito, mas achei fraquinho pra snorkel... Acho que teria sido melhor parar em um lugar que passamos antes, não sei por que não pararam ali... Onde ficamos tinha alguns corais, mas tinha muito mais mato no fundo, uma pena!

 

Voltamos pra almoçar em Coco Blanco e ficamos lá o resto do dia. Como luz é artigo de luxo, o jantar é cedo (umas 18:30, 19h) e todo mundo dorme cedo também. Lógico que eu não ia esquecer do problema da barraca, daí antes de escurecer fomos ver isso e descobrimos que a barraca estava totalmente arrebentada! Eles começaram então a remendar as hastes com fita isolante pra conseguir deixar a barraca em pé, embora meio capenga. Na parte de cima não havia mais aquela proteção sobre a redinha de circulação de ar, por isso que entrava água, né! Tivemos que dar um jeito de rasgar e amarrar o saco de lixo que levamos pra fazer cobertura e não entrar água. Na redinha tinha vários buraquinhos, que ainda tentei fechar com durex que tinha na mala, mas é claro que descolou e aí fui na fé de que eram muito pequenos pra entrar algum bicho... Fora isso não tinha espeques, lógico, então distribuímos as coisas pesadas nos cantos pra barraca não voar (e como venta ali!). Eles nos deram um colchão e roupa de cama, mas preferi usar a minha, porque a higiene deles é meio precária, sem falar que nem água doce tem, né! (a água da ilha é de poço, mas a ilha é tão pequena que a água é super salobra, embora seja melhor que a do mar). O barulho do saco de lixo com o vento não era nada legal, mas com o cansaço dormimos de qualquer jeito... O lado positivo? O visu da barraca de manhã cedo era incrível, só aquele marzão, o sol nascendo e outras ilhas com seus coqueiros ao longe!

 

No segundo dia fomos a Isla Perro Grande, que na minha opinião foi a mais bonita de todas. O visual era IN-CRÍ-VEL!!!! Tinha uma família kuna tomando conta da ilha e um grupo pequeno acampado. A ilha tinha chuveiro, pia e privada, aquela coisa meio improvisada, mas que dá perfeitamente pra sobreviver (e olha que sou meio fresquinha com banheiro...). E sim, a privada era de verdade, e não um buraco no chão!! Fizemos snorkel e dessa vez tinha uns corais mais bonitos, mas também não foi grande coisa. Peixe não tinha muito e os que tinham em geral eram pequenos e sem muita cor. Ali o que valia mesmo era ficar matando o tempo na praia, admirando aquela vista ruim... hehe

 

No terceiro e último dia, nos levaram a Chichime, uma ilha um pouquinho maior, com um visual lindo também! Mais uma vez o snorkel decepcionou, mas o visual mais que compensou! Foi onde achei o mar mais bonito com seus tons de azul! E de novo, ilha praticamente nossa!

 

Todo dia era o mesmo esquema: saíamos por volta de 10h, voltávamos lá pelas 14h para almoçar e passávamos o resto do dia em Coco Blanco, que era até bonito mas não como nas ilhas que visitamos. A quem interessar possa, a água do mar é quente, mas nem tanto (no nordeste tem água mais quente).

 

No último dia, acabou a água “doce” da ilha. Sorte que eu já tinha tomado banho! Meu marido tomou banho de balde, com a água que eles tinham guardada em galões. Eles falaram que em 15 minutos a água voltava, mas não voltou. A gente acha que acabou mesmo a água do reservatório. Depois falaram que a bomba quebrou, deve ter sido de tanto que eles tentavam ligar e não funcionava, provavelmente porque não tinha água. Acho que teve gente que ficou sem banho, porque também não tinha muita água guardada... Não sei como ficou depois disso, porque fomos embora de manhã cedo, e usamos nossa água de beber para lavar mãos e rosto.

 

Sobre a comida. Eles adoram fazer tortilla de maíz! É uma tortinha de milho meio sem graça, servida em praticamente todas as refeições. No café eu passava geléia (tinham várias lá) e no almoço e jantar comia puro mesmo ou com ketchup. Os peixes do almoço e jantar eram bem bons. O arroz, normal. A batata também. Um menino não comia peixe e serviram frango pra ele. Teve um dia que serviram uma espécie de pão no café que era uma delícia, mas esqueci o nome... Só que desconfio que compraram pronto e só esquentaram. Ah, tudo é frito, como comem gordura esses índios! Não é à toa que estão gordinhos, pra piorar são baixinhos... Às vezes serviam um refresco. Água tinha sempre, de graça (mas tínhamos levado as nossas, e é sempre bom levar, no caso de uma emergência ou mesmo porque pelo o que li água de graça não é a regra por lá). Tinha cerveja e vinho pra vender, mas não cheguei a ver o preço. No último jantar pagamos 8 dólares por um lagostin, que escolhemos ainda vivo, eles deixam presos no mar (ai, que dó...). Estava bom, mas podia ser melhor... Mas por esse preço, até injeção na testa! rs Detalhe: comemos a tal tortilla de maíz na Cidade do Panamá, no Manolo Caracol, e que DE-LÍ-CIA que era! Totalmente diferente do que os kunas faziam, até a textura era completamente diferente!

 

Por lá só dá gringo, de tudo que é canto do mundo. Os kunas falam espanhol e alguns se arriscam um pouco no inglês. O filho do dono da nossa ilha se chama Roberto e é super gente boa, conversou à beça com a gente, inclusive contou umas histórias da cultura deles! Ele passa uns dias na capital, estudando inglês, pra receber melhor os turistas, pois muitos não falam espanhol. Achei o máximo isso!!

 

O que me deixou chateada foi o que já tinha lido aqui, eles jogam todo o lixo no mar... Todas as ilhas, mesmo os Cayos Holandeses, que são mais longe, tinham muito lixo, de todo tipo, especialmente garrafas. Uma pena, um lugar tão bonito merecia ser melhor preservado, mas eles ainda não ganharam essa consciência... E os turistas podem até jogar alguma coisa, mas eu vi um kuna jogando uma garrafa no mar, e tinha galão de combustível também, que certamente não foi descartado por turista, né!

 

No 4º dia acordamos e já viemos embora depois do café. Ficaria mais uns 2 ou 3 dias fácil, mas tudo que é bom passa rápido! Tivemos que esperar um pouco nosso motorista, que não foi o mesmo da ida, mas foi tudo certo. Chegamos por volta de 12h no hotel, loucos por um bom banho, mas felizes de conhecer esse lugar lindo e já pensando em um dia voltar, claro! Mas da próxima vez fico na Isla Perro Grande e, principalmente, levo a minha barraca!!!!

 

Depois volto com mais calma pra postar umas fotinhos!

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