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  • Membros de Honra
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CAP 3

 

Olho de um lado, olho do outro... sim. Lá estava ela, bem escondida... minha mochila intacta foi entregue com a gentileza de sempre pelo pessoal da Crucero. Agora era todo o resto por minha conta! Atravessei o terminal inteiro, pois a saída era exatamente do lado oposto à plataforma 70. Centro de informações turísticas fechado (ainda bem que tinha impresso alguma coisa em casa).

Desci a "esteira rolante" ansioso, tentação para pegar um táxi. Fui forte e continuei em busca da estação de metrô (Subte, para os íntimos), dali já avistei a Torre dos Ingleses... passei por alguns pontos de ônibus e achei a estação. Fica o alerta: muito cuidado nas redondezas do terminal, a vizinhança não é muito pacífica. Chegando de ônibus, a primeira impressão é meio chata, mas revela a realidade da capital. Há uma "villa" atrás do terminal, se estiver caminhando, procure ter certeza de que está no rumo certo, sem entrar nas ruas secundárias.

Ali na estação do Retiro já comprei um "Subtepass 10 viajes", 7 pesos e eu não precisaria mais enfrentar fila cada vez que pegasse o metrô. Linha C, fui direto para estação da Av. de Mayo. Depois de subir as escadas, dei de cara com a Av. 9 de Julio e lá longe a cúpula do Congresso. A cidade estava totalmente vazia! Me senti o Tom Cruise em Vanilla Sky (ok, exagerei de novo).

Segui empolgado para a Av. Hipólito Yrigoyen (paralela da Av. de Mayo), muito fácil achar o Portal del Sur. Na recepção dei de cara com a Mara, uma argentina de cabelos desarrumados, sotaque muito forte e fala rápida. Bateu um "cagaço", não entendi uma palavra do que ela falou e ainda repliquei com o costumeiro "What???", já iniciando a confusão de línguas. Ela só estava tentando dizer que a minha reserva foi cadastrada com um preço abaixo do normal e que ela não sabia porque... ok, se era abaixo, beleza! rs Perguntei sobre as nacionalidades dos hospedes, ela citou muitas... e até brasileiros, apontando para um cara com piercing na orelha que estava no computador.

Tudo o que eu queria naquele momento era um banho... e acabei tirando o atrasado! Banho tomado, café da manhã gostoso (com doce de leite, claro), fui para o computador dar notícias para a família. O problema começou já na digitação do endereço, o @ não funcionava com shift, nem com alt, nem com ctrl, nem com todas as teclas ao mesmo tempo! Num espanhol meio irritado, soltei para a menina ao lado um "como se hace arroba?", e acabou que ela era brasileira (Ale, ainda não deu notícias hein!) e já de cara me disse que uma amiga dela estava esperando por mim, a Dani. Hahá... era a Dani aqui do mochileiros, muito gente boa ela exclamou em carioquês:

-Vc que é o Mike Veix? Ooooi gatinho (provavelmente decepcionada com a minha falta de altura) Vamux passarrr o dia com o Dudu e o Topine, deix horax a gente tá saindu, vem juntu.

Mundinho pequeno! Eu, Dani e Topine que pouco tempo atrás estávamos teclando por aqui, nos encontramos sem combinar nada. Legal como as coisas acontecem... Partimos para a feira dominical de San Telmo guiados pelo Dudu, que já conhecia a área (ele e o Topine haviam supostamente andado por aquelas bandas durante a madrugada... fazendo o quê eu não sei! ehehe)

O bairro vale a pena, casarões legais (alguns mal conservados, mas bonitos mesmo assim), antiquários por todos os lados... e a feira, que apesar de tão famosa, é muito menor que a da Rua XV em Curitiba, porém muito organizada e extremamente turística. Na Plaza Dorrego acompanhamos um casal dançando tango. Foi ali que senti realmente estar em Buenos Aires O clima do bairro está submerso em boemia, e sem dúvida é lá que a alma portenha está entranhada.

Almoçamos um bife de chorizo e seguimos de táxi para... quer dizer, tentamos seguir de táxi! Nenhum carro de teto amarelo parava para nós... seria uma revolução contra os brasileiros? Não, depois de ouvir uns resmungos de um taxista mais solícito, entendi que estávamos em 5 pessoas e que seria preciso dividir em dois carros, do contrário ele teria uma multa muito alta... Pois bem, foi o que fizemos. Eu, Topine (cara da orelha furada... eheh) e Dudu num carro, Ale e Dani noutro. O destino ditado em excelente portunhol pelo Dudu era La Bombonera (o estádio do Boca). No caminho trocamos caretas com as meninas no outro carro, mas eis que não mais as vimos... acidente de percurso. Elas apenas ditaram: La Boca, e foram parar no Caminito, enquanto nós esperávamos na entrada do estádio. Uma volta que custou P$ 2,00 a mais na conta delas. (táxi é barato mesmo em BsAs).

O museu e a visita guiada no estádio do Boca Juniors é interessante, mas não sei se vale os P$ 12 ou 13... a melhor parte é visitar o gramado! (sim, eu e o Topine trouxemos parte dele como souvenir). Seguimos a pé para o Caminito, e como todo bom brasileiro, iniciamos o caminho pelo final... é um "caminito" mesmo! Uma ruazinha estreita e curta, 15 minutos é o suficiente. A Ale estava empolgada tirando fotos nos painéis... ehehe, eu não avisei que cada flash custava P$ 1,00.

A vista da Puente del Transbordador é legal... passamos no Museo de Cera e visitamos o Museo de Arte do Boca, o terraço do museu tem uma vista incrível do Rio da Prata. Mesmo tendo pouca experiência em viagens internacionais eu sabia que museu era lugar de banheiro limpo, me senti obrigado a aproveitar... Do Boca seguimos de ônibus (foram algumas voltas) até a praça do Congresso, fotenha bem tradicional e retornamos caminhando pela Av. de Mayo. Supermercado em outro país é sempre um desafio... ainda mais sem a companhia das mulheres para assuntos tão gastronômicos como a quantidade de queijo e mortadela suficiente para 3 dias... (ah, copo descartável é caro na Argentina! Ta aí uma oportunidade de negócio...) A caixa do supermercado estende até notas de P$ 5,00 contra a luz... (não, não foi só a nossa cara de criminosos pós dia de "trotacion exaustiva", ela faz isso com todos)!

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Usuários Mais Ativos no Tópico

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Jura que vc encontrou a galera por acaso?!?

 

Que viagem insana, devo confessar uma pontinha de inveja motivante...

 

Pelo menos já descobri como vou me sustentar na Argentina por um tempo, "vai un copito, vai un copito!! Tres pesos cada!!"

 

Até logo

 

Thiago de Sá

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CAP 4

 

Não lembro se foi já na primeira noite em BsAs, mas decidimos eu, Dudu e Topine darmos uma saída. Passamos pelo Irish pub (perto do hostel), depois seguimos para Puerto Madero, que é incrivelmente bonito durante a noite... guindastes antigos iluminados, a Opera Bay, Puente de la Mujer, inúmeros restaurantes de conceito, (infelizmente todos estavam fechando) pena que os preços de lá não são os mais apropriados para "mochileiros econômicos".

Para não desperdiçar a noite, seguimos de táxi para a Recoleta. O preço aproximado anunciado da corrida era de P$ 5. No destino, depois de uma breve mas cálida discussão entre eu e o taxista, nos cobraram P$ 8. Perguntamos se havia alguma disco ou um bom pub aberto, as respostas sempre vinham em resmungo (a verdade era que o povo ainda estava revoltado e transtornado com o incêndio da Cromagnon há duas semanas atrás). O taxista chegou a nos dizer que não conhecia os lugares para sair e disse que se não tínhamos dinheiro para pagar táxi deveríamos andar a pé (provavelmente porque discordei do preço, e afirmei que ele realmente tinha tomado um caminho desnecessário)... foi uma exceção, a maioria dos taxistas em Buenos Aires são extremamente solícitos, simpáticos e honestos.

A Recoleta tem diversos bares, o mais agitado de todos era supostamente exclusivo para homens... no way, continuamos caminhando e achamos um lugar legal... não lembro o nome do bar, mas a garçonete se chamava Luiza e a Quilmes era realmente tudo o que prometia.

Enfim, o dia raiou na Capital Federal. A sensação de acordar numa cama, depois de passar duas noites dormindo em ônibus é incomparável. O teto de vidro do hostel se abre durante o café da manhã, revelando mais um dia sem uma nuvem no céu. Café é o horário da integração, todo mundo conversa, a torre de Babel é realidade...

Ale e Dani passariam o dia comigo, pois os cariocas gente boa já conheciam a maioria dos lugares pelos quais passaríamos. Iniciamos a jornada caminhando pela Av. de Mayo... as cantadas para as meninas não eram poucas, e muitas vezes repetidas, fui obrigado a tirar o dicionário para ver o que significava a palavra usada num tom tão malicioso para a Dani. Morocha = Morena. Explicado! Em BsAs existem poucas mulheres negras... Ale também ganhou um apelido: Cosa Rara... e assim continuamos a caminhada com a dupla Morocha y Cosa Rara para a Plaza de Mayo.

A Plaza é um lugar interessante, dá para sentir a vibração, a história que tem aquele local! Os prédios daquela região são incríveis, na maioria das vezes têm identificação assinada por seus arquitetos, tal como verdadeiras obras primas. A grama é bem cuidada, alguns trombadinhas atentos às bolsas de muitos turistas desatentos, posando para a tradicional foto em frente à Casa Rosada.

Descemos para Puerto Madero onde é indispensável caminhar na orla dos diques, nos fundos dos prédios de tijolo inglês. Não consegui ver a Puente de la Mujer se movimentando... pena. Os modernos arranha-céus das Catalinas dão impressão de estar num país rico e desenvolvido, homens de negócio caminham com pressa.

Seguimos pela Florida até as Galerias Pacífico. Foto em shopping é um micão, mas os afrescos tinham que ser registrados, poder tirar fotos de pinturas assim é "Cosa Rara"! Sem perder muito tempo, estávamos no final da Florida, na Plaza San Martin e Torre Inglesa. A Plaza é uma das mais bonitas que já vi... árvores centenárias, crianças brincando no parque, não fosse o calor, teria deitado no banco para dormir. Lá, fomos surpreendidos pela "troca da guarda"?... três guardas vestidos a caráter marchando pela praça, fazendo cena.

  • Membros de Honra
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Thiagão,

Foi por acaso, cara. Eles estavam em outro hostel, mas acabaram trocando um dia antes de eu chegar. Encontrar brasileiros pelo mundo não é coisa tão difícil, vc que pode confirmar, não?

Ahaha, inveja motivante provoca o seu tópico... pára!

Muitos risos, acho q vc não venderia muitos copos descartáveis por lá não!

Copito = novelo/floco de neve... ehehe

 

Abração,

Mike Weiss

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MIKE:

ESTÃO FALTANDO OS DETALHES....

QUERO SABER DA MULHERADA TE AGARRANDO! DAS CHICAS ENLOUQUECIDAS A TE PERSEGUIR PELAS RUAS, VAMO LÁ CONTA TUDO! HE! HE! HE!

 

ABRAÇO

 

ADRIANO

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Relato disponível pós meia-noite?

Pô... o que vcs tão pensando??? Eu sou um mochileiro de respeito! eheheh

 

Adriano,

infelizmente sou um simples cara de 1,74, 70Kg bem normal... não provoco todo esse frisson não! (tá, a rodoviária em Curitiba foi exceção).

 

Pedrão português,

Tem uns detalhes mais sórdidos nos próximos capítulos (leia-se como Punta del Este)... nada demais (já pensou se minha namorada lê isso aqui???)

 

Grande amigo Topine,

Quer dizer que agora sou eu o garanhão do Portal del Sur??? Se tô bem lembrado não fui eu quem iniciou o papo com a Karina... rs

Faz teu relato também, cara... o forum precisa de alguém com visão de marajá carioca! rs (para quem não sabe, o Topine passava quase todo dia pela Florida para comprar alguma coisinha, já viu né... tênis nike, roupas e mais roupas da puma etc)

Esse papo do trabuco é de acabar! O cara lá do Mandinga era meio estranho?

Vai rolar Garopaba na Páscoa???

Hoje quero ver se preparo o próximo capítulo...

 

Abração,

Mike Weiss

  • Membros de Honra
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MIKE

 

CARA SIMPLES, 1,74 70KG, SOU EU! PODE ACREDITAR HE! HE! HE!

VAMO LÁ CONTINUA...O RELATO TÁ MUITO BOM MESMO!!!!!

 

ABRAÇÃO

 

ADRIANO

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