Membros hkario Postado Abril 23, 2013 Membros Postado Abril 23, 2013 Bom relato cara. Parabéns. Estou indo agora em Junho e vou passar 10 dias com minha namorada. Estou aguardando as fotos. Ja até anotei essas dicas dos parques e metrôs de como chegar rs. Ficaremos no Hostel Del Barrio. Questão de dinheiro, trocou os dólares aí no Chile ou aqui no Brasil? Citar
Membros fabricioreis Postado Abril 23, 2013 Autor Membros Postado Abril 23, 2013 Ricardo, Com certeza não irá se arrepender. Você ainda virá numa época melhor que a minha, porque vai pegar neve. Para a gente que só conhece calor, já é uma experiência muito diferente. Hkario, Trouxe em dolar somente a grana dos hostels. Mas se você ficar num hostel que aceite cartão de crédito, nem precisa trocar dolar. Nesse exato momento, a cotação do dolar roda entre 475 e 480 pesos. A do real, entre 220 e 225 pesos. Com o dolar no Brasil na casa de 2,12, você quase não verá diferença entre um ou outro. Eu escolhi sacar diretamente de minha conta bancária, ainda no aeroporto. Citar
Membros fabricioreis Postado Abril 24, 2013 Autor Membros Postado Abril 24, 2013 Dia 22/04 Reservamos esse dia para conhecer Viña del Mar e Valparaíso. Combinamos que faríamos tudo por nossa conta. Acordamos cedo, nos arrumamos e ficamos apenas esperando o café ser servido para sairmos ao terminal de ônibus. Fizemos o check-out, porque nessa noite viajaríamos a Pucon. Guardamos as malas no hostel e saímos. Pegamos metrô novamente na estação Baquedano e descemos na estação Universidade Santiago (que tem ligação com o terminal de ônibus). Ao chegar, fomos verificar os preços das passagens. De Santiago a Valpo, pela TurBus estava por 5.500 o trecho, e pela Pullman estava 5.100 pesos, cada trecho. Enquanto isso, uma mulher da RodoTour tentava convencer Vanessa a fechar o pacote com ela. E conseguiu. Ela ofereceu o pacote por 20.000 por pessoa. Como gastaríamos 10.000 de passagens e ainda teríamos gastos com os deslocamentos lá, fechamos com eles. Valeu à pena. O grupo tinha 30 pessoas e quase todos eram brasileiros. Demos sorte de pegarmos um grupo onde o pessoal respeitava os horários, então não tivemos atrasos e conseguimos fazer tudo numa boa. Começamos por Valpo. Subimos um cerro na van e vimos a cidade de cima. Depois descemos até o porto. Lá pudemos parar um tempo para fotos e para apreciar um grupo de leões marinhos que ficam numa construção abandonada. Muito legal essa parte. Quem não chega cedo, perde essa parte. A maior parte do grupo não viu. Então fica meu conselho para quem fizer o tour: chegue bem cedo na rodoviária, para já sair no ônibus de antes das 9:00h, porque quem vai pegando os ônibus de mais tarde, vão se juntando à van no ponto em que estiver, perdendo o que já se passou. Depois fomos aos pontos turísticos do centro de Valpo, sempre com 10 a 15 minutos de fotos. Em seguida, fomos ao funicular mais antigo da cidade. Pode-se subir pelo funicular ir na própria van. Nós fomos no funicular. É fácil perceber o quanto é antigo. Custa 300 pesos por pessoa. Lá de cima tem uma feirinha com lembranças de Valpo. Se ainda não tiver comprado, será a última chance. Os quiosques aí de cima aceitam cartão de crédito. Resolvi comprar uma outra empanada ali. Custava o dobro da que comprei no Cerro San Cristóbal e não era nem metade tão saborosa (fica a dica: não comprem empanada aí). De lá fomos para a La Sebastiana, uma outra casa de Neruda. Estava fechada. Vimos apenas de fora. Tiramos uma foto e essa foi a única vez que alguém do grupo atrasou. Um cara foi tomar cerveja e esqueceu de voltar (brasileiro, é claro). Daí seguimos para Viña. A primeira parada foi no relógio de flores. Como o tour não estava atrasado, chegamos antes dos outros e tiramos rapidamente nossas fotos. Nessa hora, tinha uma velho que todos acharam ser um doido, tirando foto de todo mundo com a prórpia máquina. De lá seguimos para o almoço. Esse tour foi legal com relação ao almoço. O guia já explicou que levavam a um restaurante que era parceiro da empresa, mas que poderíamos estar à vontade se quiséssemos escolher outro lugar para comer. O restaurante que eles param fica quase de frente para o mar. Se você quiser levar seu rango, dá para atravessar a rua e comer num dos banquinhos da orla de Viña. Próximo também tinha McDonalds, pizzaria e vários outros restaurantes. Depois do almoço, fomos todos para a praia. Eu tirei o sapato para poder molhar os pés na água do mar. Outras duas pessoas no grupo também fizeram. Mas aqui vai meu conselho: leve uma toalha se pretende fazer isso, ou então uma sandália. Depois, ficar com os pés molhados e com sapato, não é muito divertido. Eu mesmo tive que ficar tirando o sapato em todas as paradas para secar os pés. E depois o começa aquele cheirinho que vocês já sabem... Vale também comentar que nesse dia, o tempo estava ótimo em Viña. Ninguém usava casacos e o vento também colaborava. Voltando ao tour, seguimos da praia para um ponto mais alto de Viña, de onde se pode ver o estádio em que a nossa seleção jogou na copa de 68. O estádio está em reforma, então não se podia entrar. Depois fomos ainda mais alto para tirarmos fotos de Viña. O guia falou que só fazem essa parte mais alta quando o passeio está sem atraso, então nem todos conseguem isso. Depois descemos para o Museo Fonk, onde está o Moai da Ilha de Páscoa. Desse ponto, seguimos para o último, que é a Quinta Vergara, que é onde acontece o maior festival de música da cidade, sempre em fevereiro. O tour terminou às 17:30h. A passagem de volta que eles te dão pode ser usada até o último ônibus da TurBus retornar de Viña para Santiago (que nesse dia era às 20:00h). Então, quem quisesse, ainda poderia ficar mais tempo por lá. Como tínhamos passagens para Pucón para as 21:45h, resolvemos voltar logo. Pegamos o ônibus das 18:15 e só chegamos em Santiago às 20:30h. Então cuidado com a hora se tiverem que fazer o mesmo que nós. Eles te dizem que a viajem dura 1:30h, mas não dizem que você pode pegar trânsito, principalmente nesse horário de pico das 18h. Mas deu tudo certo. Conseguimos pegar as malas no hostel e chegarmos no terminal 15 minutos antes do ônibus sair para Pucon. Citar
Membros fabricioreis Postado Abril 24, 2013 Autor Membros Postado Abril 24, 2013 Dia 23/04/2013 Chegamos em Pucon por volta das 8:10h da manhã. Reservamos o hostel Emalafquen. Queríamos ter ficado no hostel do Leo e da Isabela, mas não conseguimos falar com eles antes e acabamos reservando esse mesmo. Não nos arrependemos. Para o que queríamos, o hostel é perfeito. Fica atrás do terminal de ônibus da Pullman. Então, nem precisamos de taxi. Foi dar uma volta na quadra e estávamos no hostel. Apesar da hora, a D. Valentina nos estava aguardando. Mesmo não sendo hora de check in ela permitiu que já fôssemos ao quarto. Tomamos um bom banho quente. Depois, ela nos deu explicações sobre o hostel. Eles não servem café da manhã, mas tem café e chá, além da cozinha aberta por 24h. Como estávamos muito cansados, resolvemos descansar ates às 10h. 8h em Pucon, ainda está um pouco escuro. Então descansamos, tomamos um café e saímos para explorar a cidade e principalmente para fecharmos os tours. Estávamos mais interessados no Villarica, mas também olhamos outras opções. Nas principais agências, o Villarica está entre 45.000 e 50.000 pesos. As agências menores cobram entre 35.000 e 40.000, mas só aceitam pagamento em dinheiro. Como o LeoRJ tinha dado a referência da Paredon Expeditions, rodamos a cidade toda atrás dela. Não encontramos. Sinceramente, não sei onde fica. Até o nome da rua que está no site, não achei nos mapas turísticos de Pucon. Então resolvemos ir nas demais. Sabíamos que o pessoal recomenda a Pollitur. Depois de pesquisar muito, fechamos com ela. 45.000 pesos por pessoa e subida para o dia 25/04. Ela nos disse que nos últimos 4 dias, foi possível realizar a subida em todos, e que ainda havia boa previsão para o dia 25. O dia 24 estava com previsão de nuvens, e quase nenhuma agência tinha esse tour fechado para essa data, mas ela foi a mais sincera. Fechamos com eles e provamos as roupas. Verificamos outros tours. O passeio “por la zona” variava entre 18.000 e 22.000 a depender da agência. Los Pozones, variava de 7.500 à 10.000 pesos. Como queríamos fazer o passeio “por La zona” e achamos caro, fomos verificar locação de carro. Em Pucon, estava mais barato que Santiago. Enquanto em Santiago a opção mais barata custava 29.000 pesos, em Pucon estava 25.000. Decidimos que seria melhor alugar um carro. Então resolvemos alugar e já ir a Ojos de Caburgua. Porém, enquanto íamos alugar o carro, passamos pela agência de informações oficial de Pucon. Lá, a pessoa que nos atendeu nos deu a dica de não irmos naquele dia mesmo para Ojos, porque é exatamente à tarde que saem os tours para lá, e que deveria estar muito cheio. Então decidimos conhecer mais a cidade e deixar isso para o dia seguinte. Quando estiver em Pucon, principalmente se não tiver ainda um mapa em mãos, procure pela caller O’Higgins. Siga por ela que praticamente todas as empresas de turismo estão lá. Tem também supermercados, farmácias, padarias e muitos restaurantes nela. Por ela, seguimos até o lago Villarica. Existem dois pontos para se chegar ao lago. Um deles é de onde saem os passeios de barco. Esse ponto não é muito para banho. O segundo é onde está a Playa Grande. Fomos primeiro no ponto dos barcos. Achei esse lugar mais bonito para tirar fotos. Você consegue, num bom enquadramento, pegar o lago e o vulcão ao fundo. Depende também do tempo, é claro. Nós conseguimos. Dizem que o pôr do sol é muito bonito daí. Tentamos voltar no final do dia, mas chegamos tarde demais. Desse ponto para a Playa Grande, basta seguir pelas ruas próximas à costa que não tem erro. Nesse ponto, havia um cachorro nos seguindo que era nosso guia. Era muito engraçado. Ele saía na nossa frente e quando parávamos para olhar o mapa e vermos se estávamos certos, ele também parava e ficava nos olhando. Chegamos numa entrada e ficamos na dúvida se era aquela ou não a entrada para Playa Grande, mas o cachorro entrou na rua e ficou nos esperando. Confiamos nele e entramos, e não deu erro: Playa Grande. Daí ele ficou tentando nos fazer entrar na água. Tentou tanto que até entrou para nos mostrar que deveríamos entrar também, que ali podia tomar banho. Mas não teve sucesso. Depois de Viña, eu não queria mias molhar meus pés. A praia estava deserta. Aliás, Pucon estava deserta.De lá seguimos para uma feira de artesanato na cidade. Depois, como estávamos com fome, fomos ao supermercado que fica na O’Higgins e compramos algumas coisas. Na volta ao hostel, D. Valentina nos deu a dica de irmos ao mosteiro e ao Cristo. Fica um do lado do outro, mas ambos fica no alto e é necessário subir, depois descer para ir de um ao outro. Fomos primeiro no monastério, subimos e tiramos fotos. Depois que descemos, ficamos com preguiça de subir ao Cristo, e como o sol tinha começado a se pôr, decidimos voltar ao lago, mas como já disse, chegamos atrasados. Passamos mais uma vez no centro de informações oficiais para tomar mais uma informação: como fazer Ojos de Caburgua com transporte público. A mulher que nos atendeu explicou tudo, e decidimos não mais alugar carro. Amanhã eu conto como fazer se tudo der certo. Citar
Membros fabricioreis Postado Abril 25, 2013 Autor Membros Postado Abril 25, 2013 Dia 24/04/2013 Não conseguimos acordar cedo hoje. Esse é o maior erro que você pode cometer quando quer fazer o dia por conta própria pelos arredores de Pucón. Acordamos às 9:00h, tomamos café e fomos até a estação de ônibus. Como já havíamos perdido o ônibus para o parque Huerquehue, pegamos em direção a Caburgua. O preço da passagem até os Ojos de Caburgua custa 700 pesos. Descemos e fomos visitar o local. São 500 pesos para entrar. Não sei se é devido ao fato de já conhecermos a Chapada Diamantina, na Bahia, mas achei sem graça. É bonito, e tal, mas nada que não tenha visto melhor. Ainda tem o agravante de não poder tomar banho, o que se pode na Chapada. Mas fazendo por conta própria, vale à pena visitar. De lá tomamos outro ônibus para subir até o lago Caburgua. São mais 600 pesos de ônibus. O lago, sim, é muito bonito. Chega-se pela Playa Negra. O lugar é muito bonito. Rende ótimas fotos. Ao lado, tem um caminho de mais 1km até a Playa Blanca. Nessa não fomos, porque o último ônibus para o parque Huerquehue já estava para passar. Por isso pegamos outro ônibus até a entrada do Caminho que dá acesso ao parque. Mais 500 pesos. Descemos, e 15 minutos depois, chegou o ônibus para o parque. Foram 1.500 pesos por pessoa até a entrada do parque. Chegamos no parque às 14:10h. O último ônibus que vai do parque para Pucon sai às 17:10h. Ou seja, teríamos 3 horas para o parque. A entrada custa 4.500 pesos por pessoa. O guarda florestal te passa as instruções da caminhada. Foi aí que ele nos disse que teríamos que ser rápidos, porque o menor percurso tem duração de 3 horas. Daí ficamos com receio de não conseguirmos, até porque tínhamos programado o Villarica para o dia seguinte e não dá para fazer uma caminhada puxada e o vulcão no dia seguinte. Então, abortamos o parque. Aproveitamos que o ônibus ainda estava parado ali e voltamos nele mesmo. Mais 2.000 pesos para cada, na volta. Voltamos e ainda era possível fazer um termas, se quiséssemos. Mas preferimos deixar o termas para depois do Villarica, para relaxarmos. Como ainda era cedo, demos mais uma volta por Pucon, tomamos chocolate quente com brownie, comemos algumas besteiras, passamos no mercado para comprar as coisas que o pessoal da agência pede para a subida do vulcão. Depois fomos descansar porque teríamos que acordar às 5:00h da manhã. Agora vem minha dica para que vocês possam aproveitar esse dia por conta própria muito melhor que nós fizemos. Os ônibus para Caburgua saem de 30 em 30 minutos. Para Los Pozones, de hora em hora. E para Huerquehue saem somente 3 por dia: o primeiro às 8:30h. Esse tem que ser o início do dia por conta própria. Pegue o ônibus para Huerquehue às 8:30h (2.000 pesos). O ônibus leva em torno de 1 hora para chegar ao parque (4.500 pesos para entrar no parque). Faça o percurso num ritmo mais forte, para que às 14:10h você já possa estar de volta e tomar o ônibus até a estrada de Caburgua (1.500 pesos). Desça na parada de ônibus e suba até Playa Negra. Conheça a praia e depois pegue o acesso à Playa Blanca, caminhando por mais 1km. Desça e volte ao ponto de ônibus. Pegue o ônibus até Ojos de Caburgua (600 pesos). Entre (500 pesos), veja a cachoeira e a Lagoa Azul. Atravesse para o outro lado para tirar mais fotos. A essa hora, os tours já devem ter saído de lá, então você vai poder fazer sem muvuca. Depois tome um ônibus de volta para Pucon (700 pesos). Chegando em Pucon, se você ainda estiver disposto, no próprio terminal, tome um ônibus para Los Pozones (1.400 pesos). Entre no termas (5.000 pesos) e pode ficar por lá até o último ônibus que sai às 21h com destino a Pucon (1.400 pesos). Sempre confirme esses horários antes de seguir esse roteiro. Se quiser um dia ainda mais perfeito, alugue um carro (dentro do terminal de ônibus da Pullman tem uma locadora) por 25.000 pesos, porque além desses atrativos mais conhecidos, existem outros que também estão no caminho e que podem ser facilmente feitos de carro. Citar
Membros Ricardo Barros Postado Abril 27, 2013 Membros Postado Abril 27, 2013 E as cervejas? Vinhos? Petiscos? Frutos do mar? Rs. Acompanhando sempre seu ótimo relato. Boa sorte. Citar
Membros fabricioreis Postado Abril 28, 2013 Autor Membros Postado Abril 28, 2013 Ricardo, as cervejas daqui são muito boas. Eu preferi a Escudo. Vende no litrão nos supermercados e em alguns bares. Como minha esposa não bebe, o litrão era sempre só para mim... rsrsrsrs. Vinhos são bem baratos, mesmo nos restaurantes (exceto no Como Água para Chocolate, que irei falar mais para frente). Comida aqui é muuuuuuuuuuito boa, cara, mas também é muito cara. Pelo menos comparando com Salvador. Mas jogue duro nos mariscos, são deliciosos. Os petiscos são todos ótimos, seja o hot-dog com palta, a empanada, a chorillana (que vale como um almoço), os churros, e todos os sanduíches. Citar
Membros fabricioreis Postado Abril 28, 2013 Autor Membros Postado Abril 28, 2013 Dia 25/04/2013 Enfim, o tão esperado dia da subida do vulcão Villarica. Acordamos cedo, tomamos nosso café e saímos rumo à Politur, com quem tínhamos fechado o tour. Eles pediram para que chegássemos às 6:30h. Como o hostel estava há uma quadra da agência, saímos às 6:20h. Chegamos quase que pontualmente e... a Politur estava fechada!!! O frio estava insuportável. Estávamos com pouca roupa, porque a agência te dá quase toda a roupa da subida. Quando já estávamos pensando em voltar ao hostel e esperar mais 10 minutos, eis que nosso guia chega. Logo junto com ele, o outro aventureiro que nos acompanharia - um alemão. Isso mesmo, éramos apenas um grupo de 3 pessoas, e nesse caso a agência envia somente um guia. Com mais de 3 pessoas é que enviam um segundo guia. Conforme foi explicado pelo guia, ele teria sempre que acompanhar a maioria (que no caso éramos nós dois). E que colocaria o terceiro junto com outro grupo, caso fosse necessário. Vestimos nossas roupas e partimos rumo ao vulcão. Chegamos na base do Villarica ainda antes das 8h. Fomos os primeiros a chegar. Ainda estava escuro. O nosso guia – Ricardo – pediu para que esperássemos uns minutos mais para vermos se o teleférico iria funcionar. Ficamos esperando e mais uma agência chegou. Quando o teleférico abriu, às 8h, a outra agência pulou na frente e ficamos em segundo. O teleférico se paga por fora. São 7.000 pesos por pessoa (somente em espécie). Vi gente que esqueceu o dinheiro e ficou pela primeira parada, porque os 5 minutos de teleférico irão te poupar de 1 hora de caminhada. Então, leve seu dinheiro, e se puder, leve trocado. O teleférico dá um pouco de medo, porque você senta, não tem uma trava, e você anda por cima de pedras muito grandes. Uma queda ali é fatal. Estava ventando também, o que aumenta o medo. Nessa hora, olhei para o lado e percebi que Vanessa estava chorando. Comecei a me sentir muito culpado de tê-la colocado ali. Sabia que estava ali por minha causa. Tentei confortar e tirar a atenção do teleférico, mas ela estava tão assustada que só pedia para que eu não mexesse. Procurei ficar quieto e continuar. Quando descemos, o guia Ricardo nos deu uma orientação sobre respiração e sobre como deveríamos usar a picareta para fazer apoio. Então começamos. Nos primeiros metros, meu corpo já sentiu muito a altitude. Meus batimentos começaram a ficar muito rápidos, e com a bala-clava que usava, comecei a ficar com falta de ar. Tirei a bala-clava da frente do rosto e comecei a respirar melhor. O vento frio que batia no rosto era terrível, mas respirar bem era mais importante para mim. Depois de mais algum tempo caminhando, comecei a me sentir melhor. Meu corpo começou a adaptar-se à altitude e comecei a me sentir bem com a subida. Fizemos a primeira parada para beber água. Vanessa me disse que estava muito cansada, mas que conseguiria continuar. Continuamos por mais algum tempo, até pararmos novamente para beber água e tirar fotos. Nessa hora, nosso guia nos disse que estávamos num ritmo muito bom. Tanto que conseguimos alcançar o primeiro grupo. Desse ponto, seguimos por mais um trecho de caminhada. Na primeira parada para bebermos água, Vanessa me disse que não teria mais como seguir no mesmo ritmo. Então falamos com Ricardo. Ele nos disse que como éramos maioria, seguiria com a gente, mas teria que alcançar novamente o grupo da frente para deixar que o outro do nosso grupo, o alemão, seguisse com a agência que estava à frente. Ficamos sentados enquanto Ricardo seguiu para alcançar o outro grupo. Quando Vanessa se sentia melhor, avançávamos um pouco mais, para não ficarmos tão distantes do guia. Quando percebi, ele já descia velozmente para nos buscar. Ele pegou a mochila de Vanessa, e aí conseguimos andar novamente num bom ritmo. Quando chegamos ao primeiro ponto de encontro, éramos o terceiro grupo. Essa era a hora de comer também, além de beber mais água. É nesse primeiro ponto que as pessoas começam a desistir. Achei que seria nosso caso também. Mas Vanessa disse que queria continuar. Ricardo disse que iria deixar os outros grupos que estavam chegando passar em nossa frente, porque a partir desse ponto começa a caminhada no gelo, e fica mais complicado um grupo passar pelo outro, porque a trilha é bem específica. Esperamos, vimos os grupos que começavam a desistir, comemos e aguardamos nossa vez de continuar. Engraçado que quase todos que desistem nesse primeiro trecho são brasileiros... rsrsrsrsrs... Colocamos nossos grampos nos sapatos e vimos a aula de como se comportar no gelo (como andar e como fazer em caso de queda). Não sei muito se aquilo ali adianta. Se você não tiver muita frieza, não vai funcionar. Mesmo assim, seguimos. Algumas outras pessoas desistem também no começo dessa subida. Como abril não é época de neve é mais difícil cravar os grampos no gelo para caminhar, e vimos outras pessoas desistirem. Inclusive uma americana que entrou em pânico no meio do caminho. O guia dela não falava inglês, então ele apenas a mandava continuar e ela dizendo que não podia mais (só que um em espanhol e outro em inglês). Foi aí que Ricardo começou a falar com a menina e quando viu que ela não tinha condições e ajudou-a a descer. Nós ficamos aguardando na base. Daí foi a nossa vez de subir. Vanessa também sentiu dificuldades, mas Ricardo, com muita paciência, foi acompanhando-a passo a passo. Eu consegui pegar o macete rapidamente. Estava me sentindo bem confortável e confiante, mas não sei o quanto isso é bom. Subimos mais um bom trecho e aí o Ricardo nos disse que não conseguiríamos chegar, no ritmo que estávamos. Como Vanessa não estava se sentindo confortável no gelo, achei melhor desistirmos daquele ponto. Ricardo nos levou até um ponto onde poderíamos tirar mais fotos e depois descemos. Aí, sim, meu conforto acabou. Descer no gelo é muito difícil. Nessa hora dá, sim, medo de cair. Como Ricardo descia segurando Vanessa, eu tive que ir sozinho e tive medo nessa hora. Ele perguntou se eu queria continuar. Eu estava me sentindo bem para fazer isso, mas não podia deixar sozinha uma pessoa que entrou nisso para me acompanhar. Se ela foi até ali para me acompanhar, eu também tinha que acompanhá-la nessa hora. É o lema dos mosqueteiros: “um por todos e todos por um”. Terminamos a descida no gelo e paramos para descansar um pouco mais. Nessa hora, o Ricardo mostrou que não é apenas um guia de escalada. O cara sabe muito de história de vulcão. Ele nos deu uma aula sobre a história dos vulcões no Chile. Depois nos matou a curiosidade sobre como foi o ocorrido de 2012 quando um brasileiro e um mexicano morreram durante a subida. Contou-nos também sobre outros acidentes em escaladas ao Villarica, e depois começamos a descida. Ele foi num ritmo bem rápido. Começamos a acompanhá-lo, mas depois que começamos a cair, reduzimos o ritmo. A descida não é difícil como a subida, mas também dá medo em alguns trechos. Acho que demoramos quase 2 horas descendo. A surpresa foi saber que o teleférico não funciona para a descida. Tínhamos que fazer o trecho inteiro a pé. Depois de algumas quedas e muita poeira, chegamos à base novamente. Nossa aventura durou cerca de cinco horas. Na descida, encontramos outra brasileira que também não conseguiu chegar ao topo. Conversamos bastante com ela, inclusive. Uma hora depois da gente, o alemão chegou. Ele conseguiu chegar ao topo. Seguimos de volta para a Politur. Lá, eles nos esperavam com cervejas e refrigerante. Conversamos e bebemos. Depois cada um foi para seu canto. Moral da história: a experiência é fantástica mesmo para quem não chega ao topo. Valeu cada peso gasto. Fazer com a Politur foi incrível, porque tivemos a sorte de termos um guia fantástico. Indico a todos a fazer com a Politur. E se fizerem, peçam para que seja com guia Ricardo. Fizemos uma promessa de voltarmos a Pucon para tentarmos mais uma vez. Ricardo nos disse que acha mais fácil fazer a subida em novembro ou dezembro, quando tem mais neve no vulcão. Por incrível que pareça, com neve a dificuldade é menor, segundo ele. E a descida é muito mais fácil porque se pode fazer skibunda quase a descida inteira. Com pouca neve, o trecho de skibunda é pequena, porque no gelo se torna perigoso. Voltamos para o hostel exaustos. Iríamos fazer o termas Los Pozones, mas o cansaço pedia mais uma cama do que um banho em águas termais. No hostel, já teríamos que ter feito o checkout às 11h, mas a Valentina – dona do hostel Emalafquen – permitiu que fôssemos descansar até a hora de retornarmos à Santiago, às 21h. Super indico este hostel, não só por esse fato isolado, mas por todo o atendimento dado pela Dona Valentina e pela sua excelente localização. Citar
Membros hkario Postado Abril 29, 2013 Membros Postado Abril 29, 2013 Muito bom o relato. Me senti subindo o Vulcão também E como anda o frio? Citar
Membros fabricioreis Postado Maio 1, 2013 Autor Membros Postado Maio 1, 2013 Olá, Hkario. Obrigado. Tentei contar mesmo como foi a subida. O frio não estava tanto quanto esperávamos, mas ainda muito frio para quem mora em Salvador. O dia mais frio foi o seguinte a esse do vulcão, quando voltamos à Santiago. Fez tanto frio que até nevou no Valle Nevado. Então deixa eu contar logo como foi o próximo dia. Citar
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