Membros Carla_SP Postado Abril 14, 2013 Autor Membros Postado Abril 14, 2013 08/03 Cusco - Vale Sagrado - Águas Calientes Eu não sei se era a tamanha animação de estar tão próxima de conhecer MP, que nesse dia eu parecia uma nova mulher. Acordei animada, disposta e nada me deteria (chuva, falta de ar, cólicas - sim, fiquei naqueles dias - fato de ter comido pouco, frio...). Fizemos nossas trouxinhas (uma mala suficiente para 1 e meio), com nossos equipamentos eletrônicos, garrafa da água e fomos em busca do Vale Sagrado. Ahhh, e aproveitamos e já "desovamos" o resto das bagagens na salinha do Loki (não achei muito seguro, mas ninguém mexeu em nada!). Tinha bastante gente fazendo o vale sagrado com a mesma agência que nossa. Engraçado que desses turistas/mochileiros, apenas um era brasileiro, com quem já havíamos cruzado no City Tour e também em MP, o Tiago. O cara super gente fina, já tinha percorrido os principais destinos peruanos e em pouco tempo encerraria sua mochila. Na verdade, antes de chegarmos a primeira ruína do passeio, paramos no mercado de Pisac (ainda tinham lojas fechadas, mas pouco a pouco foram abrindo) e pudemos comprar algumas coisas (os artesanatos são praticamente os já vistos em Cusco e arredores). Todavia, acredito valer a pena tentar barganhar algo, não há nada que uma boa conversa de hermanos sulamericanos que não possa ser resolvido...rs Ok, já estávamos "listos" para finalmente começamos por sítio arqueológico de Pisac e aquele lugar é enorme. E para variar tínhamos um tempo contado no relógio para que pudéssemos conhecer o local, mas sem atrasarmos para o próximo destino. Lá podemos ver aqueles enormes degraus para agricultura inca. Além disso, outras construções compunham o local. De lá seguimos para Urubamba (onde passa o rio do mesmo nome) para a parada do almoço. O restaurante indicado pelo guia custava 25 soles e comida à vontade. Eu e o Paulo consideramos caro para os padrões do local e resolvemos dar uma volta para saber se conseguíamos um valor mais baixo. Escolhemos o restaurante ao lado, que funcionava da mesma forma, mas tinha música ao vivo incluída, além do peruano ter baixado para 20. A comida sinceramente não me parecia muito apetitosa e, apesar de amar vegetais, fui apenas nos assados e num sopa mega estranha. O próxima parada era num outro mercado, em Urubamba mesmo e tivemos a oportunidade em conhecer uma fábrica de jóias de prata. Os preços não me pareceram ser muito bons, mas só de poder assistir como as peças eram confeccionadas, já valeu muito a pena! A última parada era Ollantaytambo, que foi o mais bonito de todos. De lá é possível ver a montanha lapida para ficar com a cara de índio em perfil, além das covas e casinhas construídas no alto das montanhas para que guardar alimentos entre outras coisas (tudo pensado para em caso de invasão, a sobrevivência inca seria tranquila). Em Ollay também tem feirinha com artesanatos e os preços me pareceram menores do que dos outros lugares. Após uma pequena caminhada ao lado de um rio de Ollay (ou será que é o Urubamba?) chegamos a estação e entramos no nosso trem (achei demais o trem). Tivemos a oportunidade durante o caminho (lindíssimo) de bater um papo com um japinha de 25 anos e que estava para se formar em medicina e uma chilena de 23 que adorava viajar sozinha. Engraçado é que estava seriamente preocupada se haveria alguém nos esperando na estação de trem de AC para nos levar no hostel em qual ficaríamos e por alguns minutos, quase que a profecia se realizou... depois de esperarmos alguns minutos, apareceu um carinha mega confuso, procurando por um tal de "Pablo Campos" e que estaria acompanhado. Concluímos que deveríamos ser nós, já que adoravam traduzir o nome do Paulo... chegamos na hospedagem (pertíssimo da estação de trem) e achamos uma MERD...o lugar era mega tosco, pareciam que os lençóis não eram lavados a meses, a cortina estava imunda e despencando da janela... pelo menos, tinha água quente para tomar banho... na cama, coloquei uma fronha da minha casa em cima do travesseiro e me cobri com a manta que eu tinha "pego emprestado" no vôo da TAM (rs). Antes o guia que nos acompanharia em Machu Picchu apareceu para nos dar as direções como proceder no dia seguinte: Deveríamos acordar por volta das 5h, pegar o buso entre 5h30 e 5h45 e encontrá-lo assim que chegássemos com ele na portaria de MP. Dormimos ansiosos pelo sábado mágico e surpreendente que teríamos, afinal, um sonho de adolescência estava a se realizar! Citar
Membros aurelianoaugusto Postado Abril 15, 2013 Membros Postado Abril 15, 2013 Ótimo relato Carla! Estou de olho na continuação.. Estive no Peru a uns anos e é realmente um país sensacional.. Agora estou me programando para ir a BOL em junho =) Abs. Citar
Membros Carla_SP Postado Abril 15, 2013 Autor Membros Postado Abril 15, 2013 09/03 Machu Picchu - Águas Calientes - Ollay - Cusco Chegou o GRANDE dia! Assim que acordei (por volta das 5h15), tomei um bom banho e coloquei um roupa hiper confortável, passei o protetor solar e recordei-me de um dos meus dias na época das aulas de espanhol (há mais de 10 anos atrás). A minha professora fez uma enquente com os alunos sobre qual lugar da América Latina gostaríamos de conhecer e todos falavam Argentina e/ou Chile. Já eu não. Eu queria ir pro Peru, conhecer MP. A professora achou tão interessante a resposta, tão madura e exótica (!!!) . Eu refleti e respondi que seria interessante tentar entender/ conhecer sobre uma das civilizações mais extraordinárias que já existiram na Terra, os Incas. Bom, tomamos o café, compramos um sanduíche nas lojinhas em frente aos busos e pegamos o ônibus por volta de 5h40. Estava escuro ainda e a única coisa que podemos ver foi a placa de MP. Em menos de 20 minutos chegamos a portaria e já estava claro. Para variar, eu estava mega ansiosa e o nosso guia não aparecia, aumentando a minha agonia. No local, etnias das mais diversas e de idades também. Línguas já conhecidas e compreensíveis e outras, que nunca havíamos escutado. Tinha gente que tinha acabado de chegar da subida de Àguas para MP, tinha gente que saindo do hotel fodástico de usd 1000 de diária, tinha gente chegando das trilhas de inúmeros dias e tinha gente, como a gente, chegando de busão. Porém todos tinham algo em comum: conhecer Machu Picchu. O guia realmente não cumpriu com o trato e chegou por volta das 6h30/40 no local, eu estava muito p da vida , afinal para que acordar tão cedo e ficar na portaria admirando as pessoas entrar e eu não?! Às 7h ele e um outro rapaz combinaram que dividiram a "turma" em 2 (tinham outras pessoas com o mesmo guia), sendo que uns teriam o tour em inglês e os outros em espanhol. Optamos pelo espanhol, que estava menos atrasado... Quando finalmente embarcamos, não acreditei: SIM, eu tava em Machu Picchu! Subimos e descemos escadas, tiramos muitas fotos! Aliás, eu tirei, sou a maníaca das fotos... florzinhas, passarinhos, tudo o que eu curtisse entrava pro meu álbum... rs Procuramos prestar atenção nas explicações do guia, mas sinceramente esperava mais das explicações. Fiz muitas perguntas e sei que algumas respostas são apenas teorias entre diversas que existem, mas o cara parecia ser meio evasivo. Aliás, tinha um espanhol que sabia bem mais do que ele...rs A gente foi em muitos lugares até que o guia se despediu próximo a pedra sagrada. Daí ficamos por conta própria e era interessante, pois apesar de ter saído como muitas dúvidas, não importava já que a energia do lugar é única. Além disso, tivemos MUITA, mas muita sorte mesmo porque fez um dia lindo, daqueles de céu de brigadeiro. Não tinha névoa, neblina, não tinha "tanta" gente... estava bem calor (mas e daí, né?). Vimos as lhamas... tinha uma com seu filhote que pousavam pra fotos (fofas!). Eu vasculhei de cabo a rabo o lugar... não quero dar maiores detalhes porque aqui tem que ser surpresa, assim como foi quando descobriram a existência desse local! rs Porém posso afirmar que os caras eram excelentes engenheiros e arquitetos, além de tudo mais que já sabemos. Fico bem agradecida a Deus pelos meus descendentes, os espanhóis (sou neta e passaporte espanhol) nunca terem encontrado o local, já que com certeza não existiria mais pedra sobre pedra. E vocês sabem o que mais achei bonito naquele lugar? A natureza. São tantas montanhas pontudas que escondem o local, parece mesmo um segredo, não é à toa que era um lugar super sagrado dos incas. Eu sei que aquele dia nunca sairá da minha cabeça e tenho planos de voltar, e daí subirei a Wayna Picchu. Inclusive, de vez em quando, sonho que estou lá... não é louco? Voltando a MP, chegou um momento que estávamos bem cansados, pois o sol estava fritando nossos miolos e um sanduíche era quase nada pra fome que estávamos sentindo. Pegamos a minha mantinha da TAM, estendi no chão, tiramos as botas e deitamos ali, como estivéssemos em casa...rs Chegou a hora de voltar, pensamos. Queríamos carimbar o passaporte, fazer um "pipis" e tomar algo, já que as comidinhas na lanchonete eram muito caras! Não era exagero, e sim um absurdo. Nos despedimos de MP, com gostinho de quero mais, até a chuva é algo inerente na mágica do local...rs Pegamos o buso e retornamos pra Águas às 14h. Putz, quando chegamos em Águas, lembramos que nosso trem só sairia às 19h... o que ficaríamos fazendo? A hospedagem estava fora de cogitação... pensamos então em anteciparmos o trem. Que nada... a Inca Rail não permite fazer câmbios... teríamos que esperar... chegamos a conclusão de irmos às famosas águas termais, onde a Shirley McLaine gravou seu filme, Minhas Vidas. Eu sinceramente não curti AC. Achei o lugar parecendo uma favelinha. Construções desordenadas, com muito tijolo e pouco acabamento são exatamente o que nesses lugares... e é vergonhoso pra um lugar que é intitulado como vila de Machu Picchu (aí se os incas vissem isso!). As águas termais também não pareciam ser os lugares mais limpinhos... mas e daí? Entrou na chuva é pra se molhar, né mesmo?! Eu só não fiquei mergulhando...rs Aliás, tem um velho (desculpem o termo, mas...) que fica cobrando a entrada que é super tarado... quem foi para lá e tiver o prazer de conhece-lo, entenderá. Depois da sessão SPA, almoçamos lá pelas 17h (não tínhamos horário para nada!), num restaurante com uma comida muito boa (menu turístico por 15 soles, comi truta - amo -!), retornamos a estação para pegamos nosso trem. Em menos de 2h chegamos em Ollay e lá já tinha gente nos esperando (tks God!). O motorista até que foi na "manha" (dizem que os caras dirigem que nem malucos) e menos de 2h também já estávamos no Loki. Tomamos um belo banho e nos jogamos sem piedade naquela cama (e que cama...=)) porque dia seguinte tinha mais. Ueba! Citar
Membros Carla_SP Postado Abril 15, 2013 Autor Membros Postado Abril 15, 2013 Bom dia Aureliano! Obrigada =) Pode deixar que todos os dias tô postando... Peru é apaixonante! Eu acho que volto sim... vai demorar um pouco, pq tenho outros planos (o mundo é muitooo gde, né?) mas tive uma identificação... muito louca! Logo começo a escrever sobre a Bolívia e as tensões que concretizaram tb...rs. Tem que estar bem preparado! Beijos e boa sorte Citar
Membros Carla_SP Postado Abril 16, 2013 Autor Membros Postado Abril 16, 2013 10/03 Cusco Apesar do cansaço do outro dia, tivemos que acordar cedo no domingo para fazer o tour entre Moray e Salinas de Maras. O importante é que tínhamos dormido num boa cama, com direito a uma ducha daquelas... Nem tomamos café (entre acordar mais cedo e dormir mais, advinha o que eu prefiro? ), e saímos correndo para encontrar o pessoal da agência. Antes de chegarmos a Moray, o ônibus parou numas casinhas em Chinchero para aprendermos um pouco sobre a confecção de peças em lá de lhama, alpaca e ovelha. Tinham várias cholas incluídas na demonstração, com roupas bem coloridas e cada uma apresentava o que fazia. Tinha uma moça em especial que explicava o processo em inglês (nesse momento eu fiquei atônita pois a chola sabia mais inglês que muitos amigos meus que freqüentaram universidades!!! como somos pré-conceituosos! ) e foi super interessante para todo o grupo. Nesse local, lembro-me de ter vistos as peças mais bem feitas, além de ter ficado bem admirada que o povo morador do local era bem receptivo (serviram chá de coca assim que chegamos e o banheiro deles era novinho...). Logo depois seguimos para Moray, onde tem aqueles inúmeros círculos, que começam na parte mais alta da montanha e chegam até parte mais baixa e assemelham-se a pista de pouso de óvnis (como se eu já tivesse conhecido alguma pista de pouso de extraterrestres...rs ãã2::'> ). A altitude lá é bem alta (não lembro o quanto) e se você pretende descer até o último círculo, prepare seus pulmões porque a subida é fodástica e o tempo é curto . Mas o lugar é bem bonito, tem uma energia bem bacana, além de que tivemos muita sorte já que o guia deu muitas informações (Moray foi um local de experimentos de agricultura, agronomia... cada andar tinha um produto x e sua produção era para uma média de 10 anos) e ainda ficou tocando flauta indígena fazendo a trilha sonora do local. De lá fomos as "salineras" de Maras e antes de adentrar o local, para-se num ponto bem alto da estrada para sacar fotos com as salinas de fundo (muito lindo! ). As salineras são bem antigas e existem inúmeras... mas é possível andar próximas a uma boa parte delas. Quando fomos, como estávamos no verão, elas ainda estavam com cor de barro, mas conforme vai aproximando-se o inverno, secam e o branco toma conta do local. Sem dúvida, essa paisagem é bem diferente de tudo o que já conheci na vida . Creio que deva ser bem parecido com aqueles locais no Marrocos onde tingem os tecidos (e que só conheço através de fotos/vídeos). O caminho de volta a Cusco é muito bonito, é possível ver picos nevados ao fundo, além de muitos campos floridos (normalmente com tons de amarelo) mesmo não estando na primavera. Retornamos por volta de 15h ao centro da cidade e resolvemos nos perder entres as "calles" cheias de histórias de Cusco. Cogitamos ver quais eram as outras entradas de museus/ outros que tínhamos disponíveis pelo boleto turístico, mas era domingo, muitos não estavam abertos e poder respirar as últimas horas naquele local histórico era bem mais interessante. A arquitetura dos prédios da época colonial é um show a parte, apesar de muitos estarem precisando de restauro. Fomos conhecer a pedra de 12 ângulos, além do famoso bairro de San Blás (recheado de pousadas e hotéis boutique), além das feirinhas e praças da cidade. Aproveitamos e comemos no MC Donald's que fica em frente a Plaza de Armas e depois desfrutamos de um chocolate quente no Starbucks (também nos arredores da praça) enquanto olhávamos os carros passando na rua. (bem típico...rs ) Fizemos nossas últimas compras e ainda aproveitamos os horários da missas para entramos em algumas igrejas em que o ouro era usualmente colocado em seus altares. Retornamos ao hostel, aproveitamos para arrumarmos as malas já que dia seguinte seguiríamos a Puno, utilizando do famoso buso turístico que faz a rota de uma cidade a outra. Aproveitei e dei a última admirada pelas luzes da cidade, pela janela imensa do quarto, pensando que a aventura ainda estava começando... Considerações sobre Cusco: O primeiro dia é ótimo para descansar. Aproveite o fator soroche e não faça abusos: alimentação e bebidas alcoólicas. Ahh, beba muitaaa água; Reserva o máximo de dias para conhecer Cusco e arredores. MP realmente é maravilhoso, não despeça atenção aos outros sítios arqueológicos, museus, casarões e tudo mais que for histórico. O local é rico em informações e sem dúvida, é uma das cidades mais importantes da América Latina; :'> Negocie bastante com os artesões e cuidado com golpes (costumam vender "prata" na rua por preços muito irrisórios, desconfie!). Tanto os peruanos, como os bolivianos são ótimos falsificadores ; Roupa de frio aqui não é frescura, nem casacos e sapatos impermeáveis. Chove bastante e o tempo muda em questão de minutos ; Assim também é em MP, o tempo é super maluco. Procure ir com roupas leves e de calor, mas não deixe de andar com um bom casaco e capa de chuva, além do protetor (queima muito... aliás, quanto mais alto, maior incidência solar. Cuidado!); Pesquise bastante os valores dos tours, passeios, etc. Os valores mudam exorbitantemente entre as agências. No nosso caso, aproveitamos e fechamos tudo em uma única, garantindo bons descontos ; Se você for em época de baixa temporada (assim como nós - verão/começo do outono e fim da primavera), não se estresse em comprar MP e todo resto pela net. A oferta de agências é muito grande, além de valores, ingressos, transporte e tudo mais. Porém se for na alta temporada, especialmente na época do Inti Raymi, eu não me importaria de pagar mais caro, porém com segurança de não ficar de fora; O hostel Loki de Cusco tem o inconveniente de ficar no alto de uma rua (isso faz muito diferença na altitude) e ter um bar que a música não para, mas está localizado num casarão belo, de mais de 400 anos e lá você terá a oportunidade de conhecer gente do mundo inteiro. Porém se não quiser agito, o que não falta na cidade são lugares para se hospedar, com preços e qualidades diversas; Tire muitas fotos, depois daqui não haverá nada semelhante em termos arquitetônicos; Cuidado com comidas e bebidas vendidas na rua; Já sobre as baladas, infelizmente, não tenho muito a acrescentar. Toda vez que viajo com meu marido (estamos casados há menos de 1 ano) combinamos verbalmente de ir em alguma balada (considerando sempre qual é o melhor lugar para sair), e dessa vez combinamos que sairíamos em Cusco. Nem preciso dizer que não tínhamos pique para noite, não é? Mas se você é solteiro e curte a "nite", quase todas as pesquisas que fiz, falavam sobre ser o lugar mais intenso para desfrutar... entenderam, né?! rs ; Como eu quase não comi em Cusco (por causa do soroche), não tenho informações sobre restaurantes e nem valores. Mas Lima é o melhor lugar para conhecer a gastronomia peruana; Ahhh... eu amei Cusco e quero voltar. Mas eu tenho bastante sensibilidade (pra quem acredita). Achei a energia de Machu algo de outro mundo (quero voltar mesmo!), mas apesar da beleza de Cusco, achei a cidade um pouco triste, talvez pelo extermínio inca feito pelos espanhóis. Citar
Membros Carla_SP Postado Abril 17, 2013 Autor Membros Postado Abril 17, 2013 11/03 Cusco - Paradas Diversas - Puno Para variar, nos atrasamos. Na hora de pagarmos a conta do hostel, havia um grupo de israelenses que ficava atrapalhando o funcionário do Loki que estava acertando nossas contas. Para piorar a situação, a máquina de débito/crédito não estava funcionando e a gente não tinha soles suficientes. Infelizmente, tivemos que pagar em dólares e a taxa de conversão não era das melhores. Sorte mesmo, nós tivemos com o taxista. O cara foi bem ágil no caminho até o ônibus para Puno e em menos de 15 minutos estávamos no local (ele chegou a colocar o carro na frente do buso, não deixando o motorista sair...!!!) A Empresa que pagamos para fazer o trajeto turístico, eu realmente não recordo do nome, mas o busão era verde limão (Rá! ), bem confortável, o guia falava inglês e espanhol e nos serviram refris e chá durante o percurso. É importante frisar que em todas as paradas (com exceção da parada no ponto mais alto da viagem 4.335 de altitude é no meio da estrada, ou seja, é de graça!) A primeira parada foi em Andahuaylillas, que segundo as palavras do guia é considerada a Capela Sistina da América Latina. Nessa igreja, assim como as de Cusco, está proibido tirar fotos. A igreja é toda pintada por dentro, além de ter muitas imagens e o altar toda coberta de ouro. Ela também é bem antiga, por volta de 450 anos e tem um Cristo com características andinas, provavelmente para atrair os incas. Em seguida paramos em Raqchi, povoado com ruínas que era um templo inca do Deus maior, Wiraqocha. O lugar é belíssimo, com paredões que restaram dessas construções em meio a natureza. Além de "casinhas" no estilo MP ao redor. Como já estava próximo ao almoço, fizemos nosso pitstop num restaurante com comidas típicas. O lugar é bem bonito, tinha umas quedas d'água bem próximas, com umas lhamitas pastando e pousando para fotos... , além de apresentação de música andina (acabei até comprando um CD, os caras eram muito bons! :'> ) rs Não passou muito tempo até que chegamos a ponto mais alto do caminho, na divisa entre Cusco e Puno (4335 de altitude), em La Raya onde o frio era considerável...rs . De fundo é possível vários picos nevados, além ter muitos peruanos vendendo artesanato. A última visita foi feita em Pukara, uma vila que possui um museu com objetos pré-incas bem antigos, além de uma igreja com ovelhinhas sendo pastadas do lado. Lá também é onde fabricam aqueles tourinhos que os peruanos costumam colocar em cima das casas, para dar força e proteção ao lar. Rodamos mais um pouco, algumas horas e passamos por Juliaca (parecia uma grande favela a parte pela qual passamos ) e depois já chegamos em Puno, que também não é lá aquelas coisas (mas já tínhamos sido alertados, então não havia grandes expectativas!) A parte mais bonita e interessante da cidade (além das ilhas de Uros e Taquiles) é o centro da cidade, além de ter sido o lugar em que o hotel Punoypampa estava localizado. O hotel era bem legal , apesar de um preço alto para uma viagem mochileira (usd 60), mas não queríamos passar perrengue antes de chegar a Bolívia, talvez seja por isso que tenhamos optado por ele. Além disto, a cama era bem gostosa, king size, enfim tinha tudo o que um hotel 3 estrelas necessita de pré-requisito. Ah, eles também tinha wifi e computadores com acesso a net liberados e na diária havia café da manhã no estilo colonial (hum!) . Aproveitamos que chegamos por volta de 17h, tiramos foto na Plaza de Armas (todo lugar da América Latina tem uma...), em frente a igreja matriz (muito bonita por sinal) e conhecemos o comércio (pesquisamos restaurantes e levamos nossas roupas, pela primeira vez na lavanderia ). Jantamos num lugar (não lembro o nome...) o menu turístico por 18 soles (sopa+prato de fundo+bebida+sobremesa). A comida estava boa e lá também tinha wifi. Aproveitei e experimentei o tal do chicha morada e, pasmem, adorei... tinha receio porque milho eu só curto a espiga e pipoca. Parecia um suco leve de uva...rs Retornamos ao hotel e fechamos o ônibus para Copacabana, além do passeio para conhecer a Ilhas de Uros no dia seguinte com a funcionária do hotel, mas não lembro os valores... Citar
Membros Carla_SP Postado Abril 18, 2013 Autor Membros Postado Abril 18, 2013 12/04 Puno - Copacabana] Tomamos nosso café (e que café da manhã, o melhor de toda viagem ) e saímos para o passeio das Ilhas de Uros. No caís do Titicaca há vários barcos que fazem o mesmo tipo de passeio, às vezes incluindo Taquile e outras ilhas no currículo. Não quisemos ir a Taquile por dois motivos: primeiro que não era perto e tomaria nosso dia inteiro; segundo porque conheceríamos a Ilha do Sol em Copa, e por fotos/relatos consideramos ser mais interessante que a ilha peruana. Realmente, Puno não é nada bonita e se não fosse as ilhas de totora, eu não a teria incluído no roteiro. Logicamente que é bem legal saber que você está próximo a lago mais alto do mundo (que ficou na mente ser mais um mar, do que um lago... mega estranho um lago tão grande, com ilhas...rs ). Mas é só isso mesmo. Em nosso barco, todos os turistas falavam apenas o inglês, com nossa exceção. Mas não houve problema algum, já que o guia também sabia a língua. E em pouco tempo, chegamos numa das ilhas. Todos os depoimentos que li antes de fazer a viagem falavam como era teatral a recepção e a "demonstração" da vida daquele povo que mora em cima do junco flutuante. E é mesmo... por alguns momentos, me segurei para não dar risada . Por outro lado, como é interessante em pensar que algum momento pessoas realmente viveram sobre aquelas palhas em cima de um lago muito frio. E o mais legal é que eles não perderam sua identidade, mesmo atuando... rs É super interessante e diferente, talvez por nunca ter visto nada assim na vida. Na nossa ilha só tinham mulheres e segundo elas, os homens estavam caçando (oi?!). Aproveitei e conheci as cabaninhas (onde de fato tinha uma cama), vimos os artesanatos (muita coisa feito com palha, claro) e daí elas nos convidaram (mediante a 10 soles) para andar num mini barco "viking" feito de totora. Todos foram, é claro. E aconteceu algo muito engraçado... as cholas estavam mega atrapalhadas com o "remo" e parecia que qualquer momento nós iríamos ficar ilhados naquele barquinho (rs)... mas havia um senhor japonês no grupo, super falante e todo piadista que resolveu ajuda-las... ele ficava falando num inglês bem tosco "Estas meninas (cholas) não sabem remar , eu com 70 anos vou ter que ajuda-las, porque sou mais forte!" rs Depois fomos em outra ilha que tinha até um restaurante. E de lá retornamos ao caís, já que nossa viagem a Copa estava marcada às 14h30. Almoçamos nosso último menu peruano, no restaurante do hotel, La Casona: truta a la plancha ( hummm), pure de quinoa e queijo , legumes diversos , além de um ceviche maravilhoso ... adorei a comida do local, apesar do precito mais elevado. Depois ficamos enrolando um pouco no hotel, até que lembramos que deveríamos buscar nossas roupas na lavanderia. Um taxista super bacana nos ajudou cobrar a dona da lavanderia que provavelmente atrasaria na entrega e, dessa forma, perderíamos o buso. Apesar de atrapalhados, conseguimos chegar a tempo (éramos os últimos a entrar...rs) e seguimos viagem. Ao longo da viagem, por ironia do destino, fizemos amizade com dois portugueses que sentaram na nossa frente: o Zé e o Chico. Super engraçados, falantes e que sabiam tudo, mas tudo mesmo do nosso país. O Zé mora aqui há 3 anos, trabalha no multinacional no Rio de Janeiro. O Chico vive em Moçambique e disse muito bem da África. Após 2h30, chegamos próximos a fronteira e um senhor entrou no ônibus, dando algumas informações de como deveríamos proceder na fronteira. Primeiro teríamos trocar um pouco de dinheiro (caso não tivessem pesos bolivianos), tinha um banheiro à disposição nesse local: depois passaríamos pela polícia/imigração peruana confirmando a entrada no país e fazendo a saída e depois seguiríamos a polícia/imigração boliviana para carimbar a entrada no país. Como a maioria sabe, o câmbio em fronteiras, aeroportos e próximos a lugares turísticos sempre são os piores com relação a conversão. E lá não era diferente. Combinei com Paulo que trocaríamos o suficiente para passar por ali (e que tínhamos em soles)... mas o Paulo considerou pouco e resolveu pegar usd 50 do porto-dólares e ele escolheu o pior lugar para fazer isso, na frente de um policial peruano da imigração. No mesmo o cara chamou-me pedindo o passaporte, só que não estava comigo, estava com o Paulo. O "policía" exigiu que nós entrássemos na sala dele, com passaporte e tudo mais (mochilas/porta-dólares), pediu que sentasse e ficasse numa "sala de espera", enquanto o Paulo foi para uma sala menor com ele (esse momento foi tenso!). Ele fez o Paulo tirar tudo da mochila, além de querer revistar o Paulo... começou a mexer nos meus remédios de uso contínuo (antidepressivo e paracetamol), até que não me agüentei e fiquei na porta (quando eu vi ele revirando a mochila, o Paulo quase tirando a roupa e que também tinha fechado a cortina da salinha). Resolvi interceder dizendo que tinha depressão (faço tratamento pra síndrome do pânico) e que precisava tomar todos os dias. Ainda o encarei, perguntando qual era o problema, já que os passaportes estavam na mão do Paulo e estávamos totalmente legais no país. Ele pediu para que o Paulo vesti-se e pediu desculpas. Depois argumentou que fazia uma triagem para ver se não havia ninguém com drogas (tinha uma pá de gente com cara de maconheira e nós, os verdadeiros nerds) . Nem olhei para trás e saí super p da vida com estes idiotas e com o Paulo por ter pego em dinheiro na frente desses caras . Sinceramente, não sei se a minha reação naquele momento foi a melhor. Mas o que eu poderia ter feito? Não tinha nada a perder, né? Já havia escutado tantas coisas a respeito da imigração nesses países, desde furtos até pedidos de suborno inimagináveis . Aquilo poderia ter acabado com a minha viagem... na hora passaram tantas coisas na minha cabeça, como dizer que tínhamos familiares trabalhando na polícia federal brasileira (e temos nosso cunhado), pessoas muito próximas trabalhando como cônsul, que éramos parentes da Dilma (grandes merda... mais vai que?!)... foi super tenso, mas graças a Deus (por isso que não tem como não acreditar Nele) tudo não passou de susto . Bom, seguimos os outros procedimentos (saída Peru, entrada Bolívia) e voltamos ao ônibus pois logo estaríamos em Copa. Passaram alguns minutos e o cara que tinha nos passado as informações no bus, retorna para dizer que era dono de um hotel e que estava fazendo um promoção, usd 6 por pessoa, com direito a banheiro com água quente, TV no quarto e café da manhã. Mas já tínhamos reservado o Estelar, nem demos muita atenção. Só que acabamos engatando mais papos com os portugueses que também estavam na dúvida de onde se hospedariam. Nesse momento, o homem disse que tínhamos acabado de chegar e parou simplesmente na frente (!!! ) do hotel dele. Como a companhia dos portugueses estava bem divertida, resolvemos ver se os 6 dólares eram viáveis no tal do hotel... só que a cidade inteira estava sem luz, não tinha como avaliar muito... daí refletimos que estávamos com muitas coisas, que não tinha taxi, não sabíamos onde era o hotel que reservamos e, além de tudo, entre 60 e 6 dólares num lugar sem luz, o que vocês acham que é melhor? rs De repente a luz voltou, só que já havíamos subido com as coisas (por escada pois não tinha elevador) e vimos como o lugar era uma espelunca . Os funcionários eram super mal-educados e era bem sujo. Nesse tempo, vimos os portugueses conversando com uma moça super simpática falando português... intervir e perguntei se era brasileira e de qual lugar. Ela toda feliz respondeu que estava agradecida por achar que ela era brasileira, pois seu sotaque era bem forte. Ela era uma espanhola que namorava um brasileiro há muitos anos e que havia morado no Brasil. Estava de volta e estava viajando com sua sogra e seu primo, brasileiros. Para resumir, fizemos amizade com esse povo todo: além dos portugueses, a espanhola (Letícia) e seus familiares (Angélica e Paulo Guilherme). Entre muita conversa e risadas, resolvemos todos sairmos para jantar, compramos os passeios para Ilha do Sol e buso para La Paz (já que todos faríamos o mesmo trajeto). A Letícia é super econômica saiu perguntando e todos os lugares a respeito dos passeios, câmbio e restaurante e seus pratos. O passeio e buso foram resolvidos rapidamente, até porque todos cobram os mesmos preços. Já os restaurantes tinham variação de valores... quando num local havia um cara com uma cara muita estranha dizendo que as pizzas estavam por 40 bolivianos... todos toparam. Entramos, vimos o menu e pedimos pizzas e cervejas. Na hora de "cerramos la cuenta" os valores eram completamente diferentes daqueles informados pelo nosso amigo "emaconhado" . Pedimos o menu de volta, quando o idiota traz um outro cardápio com outros valores... daí a discussão começou porque apareceu a "dona e cozinheira" do local. Por diversas vezes ela ficou dizendo que o valor era 70 e não 40 e que não daria "regalos", pois aquele era seu trabalho... acabamos pagando o restante, mas falamos um monte... e combinamos de fazer uma denúncia a polícia turística a respeito dos "ladrões", coisa que nunca acabou acontecendo. Retornamos ao hotel, e daí nos demos conta que o Estelar (aquele que havíamos reservado) era do outro lado da rua (!!!) . Na hora de tomar banho, o bost... do chuveiro não esquentava. Por estarmos muito cansados, resolvemos que dia seguinte tomaríamos banho . Ahhh, o nome do "excelente hotel"? El Mirador... E os momentos pura tensão e emoção estavam apenas começando. Resumo sobre Puno: Acho que vale a pena passar pela cidade e conhecer as Ilhas de Uros . É um passeio bem legal e diferente :'> ; Recomendo o hotel onde nos hospedamos, apesar do valor elevado pra um mochilão. O Restaurante deles tb é ótimo e eles dão desconto se estiver hospedado lá ; Se puder, coma algo peruano. Afinal, você nunca sabe quando poderá retornar, não é mesmo? Resumo sobre o trajeto/fronteira: Jamais mexa em dinheiro na frente de polícias de fronteiras, além das pessoas de uma forma em geral. Cuide muito bem do seu passaporte (aliás, leve seu passaporte ao invés do RG, pode ter certeza que será bem mais aceito e você ainda pode usar seu cartão de crédito sem medo!) ; Se for parado por políciais na fronteria, tente ficar tranquilo. E seja firme em suas afirmações. Cuidado com o que você leva em suas mochilas, isso pode trazer problemas maiores para você ; Doleira, porta-dólares, seja qual for o nome, sempre use! ; Troque menos dinheiro possível (a taxa é péssima! ). Citar
Membros jujujunqueira Postado Abril 18, 2013 Membros Postado Abril 18, 2013 Olá Carla.. Obtrigada pelo relato, vou pra MP em setembro, li em alguns lugares que a entrada para MP é contada e como irei fazer meio correndo me aconselharam a comprar antes. Você comprou na hora? Tentou comprar a entrada de Huayna Picchu e não conseguiu??? Obrigada... e Continue o relato que está muito bom!!! Citar
Membros Carla_SP Postado Abril 18, 2013 Autor Membros Postado Abril 18, 2013 Olá Carla.. Obtrigada pelo relato, vou pra MP em setembro, li em alguns lugares que a entrada para MP é contada e como irei fazer meio correndo me aconselharam a comprar antes. Você comprou na hora? Tentou comprar a entrada de Huayna Picchu e não conseguiu??? Obrigada... e Continue o relato que está muito bom!!! Oi Juju! Eu comprei em Cusco mesmo na Agência em que fechei todos os meus passeios de Cusco/Região (até o bus para Puno). Pesquisamos um pouco, no fim valeu a pena pq conseguimos barganhar com o carinha e saiu quase o mesmo que tivessemos comprado por conta própria. Então, já me falaram que nunca chega as 2500 pessoas no parque, mas como você vai ainda é alta temporada, vai que acontece alguma coisa, não é mesmo? O Wayna não comprei por opção mesmo, eu queria poder conhecer o parque de cabo a rabo e considerei que seria melhor estar descansada do que subir a montanha. O meu marido ainda ficou meio em dúvida, mas chegamos a conclusão que queríamos ficar embaixo (porque dizem ser muitooo cansativo e não pode ter medo de altura, hein?!rs) Aliás, o Tiago (brasileiro que conhecemos lá) subiu a montanha... e sabe, lógico que era legal ter aquela visão lá de cima, mas eu vi as fotos, e realmente não me arrependi de não ter subido. Quem sabe da próxima vez, eu subo...rs Mas sobre o Wayna, ouvi muita gente dizendo que era complicado conseguir de uma hora para outra ... e só acrescenta usd 10 a mais no ingresso. Obrigada pelo elogio e boa viagem! MP é um dos lugares mais belos que estive na minha vida! Beijos Citar
Membros Carla_SP Postado Abril 19, 2013 Autor Membros Postado Abril 19, 2013 13/03 Copacabana - La Paz Ao acordamos, vimos que nosso chuveiro realmente não esquentava e pedimos para os portugueses, se podíamos usar o chuveiro deles (que esquentava um pouquinho). Tomamos um café bem rápido e deixamos nossas mochilas no quartinho sujo do Mirador. Seguimos para o pier para pegar o barco. Nossa... e como demorou para chegar na Isla de Sol... pegamos muito frio e isso porque todos ficamos na parte de baixo do barco, bem acomodados em banquinhos estofados. Acredito que quase 2h depois, aportamos na parte Sul da ilha. O moço do barco, disse que deveríamos estar de volta às 14h para irmos a parte norte da ilha. E que nessa parte, teríamos a oportunidade de almoçar. A parte Sul é onde fica o comércio e por onde começaríamos nosso passeio. Tínhamos combinado de ir até as ruínas incas e depois retornarmos pra conhecer um suposto museu que tinha lá. Daí começou aquilo que todos mencionam na ilha: a cobrança de taxas ... quanto mais anda e sobe, mais cholas e "cholos" aparecem no caminho te cobrando ingresso para adentrar a ilha...rs Realmente a ilha é super bonita , você vê hortas, misturadas aos animais, como ovelhas e burros, entre casinhas simples e cholas fazendo o papel de pastoreio. A cor da água é muito azul e eu esquecia que lá era um lago, pois sempre me lembrava o mar. Além disso, tem umas "prainhas" com areia e pessoas acampando. Eu, como não tenho o melhor preparo físico e sofri muito com a falta de ar na altitude , sempre ficava pra trás. Em determinado momento, eu decidi parar e fiquei na companhia da Angélica, enquanto o Paulo, quis seguir passeio com os meninos e a Letícia. Eu e a Angélica ficamos admirando a natureza de onde ficamos sentadas e foi ótimo. Não me arrependo de não ter ido conhecer as ruínas. Acredito que na vida devamos respeitar nossos limites ... eu estava bem, tranquila, feliz com aquele lago que mais parecia o oceano. Passou-se algumas horas, eles apareceram de volta, com a exceção do Paulo. O pessoal tinha me dito que ele havia ficado um pouco para trás para tirar mais fotos e que deveria estar vindo. Acontece que esperamos alguns minutos e nada do Paulo aparecer... daí começou a tensão . Como eu e a Angélica havíamos ficado de costas enquanto conversávamos esperando por todos, poderia ser que o Paulo tivesse voltado e ninguém tivesse visto, o que não seria difícil pois ele é bem desligado. Pois bem que quando já estávamos bem próximos de pier, uma grande agonia surgiu e eu comecei a chorar pois sabia que o Paulo não estava lá e que algo tinha acontecido. E que em 5 minutos foi confirmado, já que não havia nenhum sinal de Paulo e dali 20 minutos, sairíamos dali. Foi então, que o Chico e o Zé decidiram fazer o caminho inverso pra ver se localizavam-o, mas o cara do barco, já estava apertando a gente (depois ele veio dizer que tínhamos que aportar a 1h30, os bolivianos sofrem de alzheimer ou algum mal que a coca trás na cabeças deles , pois são homens sem palavras... você verá!) e disse que 14h era o máximo, senão ficaríamos todos lá. A Angélica, o Paulo Guilherme e a Letícia tentavam me acalmar sem sucesso , pois eu chorava copiosamente ... era o desespero em pessoa. E a situação piorou quando os meninos retornaram sozinhos... daí comecei a implorar para os "locais" encontrarem meu marido e que fosse preciso eu pagaria (falei a palavra mágica, PAGAR! ). A Letícia conversava com o cara, enquanto o Paulo G. comprava água pra mim e a Angélica me abraçava e pedia para que eu fizesse uma oração . A Letícia veio informar que crianças andavam sozinhas pela ilha e que não havia problema. Que eles estavam a busca do Paulo e que era bem capaz de ele ter seguido a caminhada até lado norte (que demora em média 3h, mas optamos por não fazer inicialmente, por causa do cansaço). Quando deu 14h, com muito custo convenceram-me a subir no barco que o Paulo seria encontrado em breve (eu já pensando o que falaria para minha sogra sobre a morte dele ... ou do desaparecimento... etc). Enfim, quando estávamos quase chegando na ilha e todo mundo me segurando para não me jogar na água e voltar nadando pro Sul, é que o barqueiro disse o Paulo estava no telefone . Imaginem só a minha reação... a Angélica olhou no fundo dos meus olhos e disse: não briga com ele agora, depois . Ele estava com a voz assustada e já veio me pedindo desculpas e eu bem firme perguntei o que tinha acontecido ... ele disse que havia se perdido! Bueno, logo chegamos a ilha e pra relaxar comi uma truta e tomei Pacenha (até então estava evitando bebida... mas naquela hora pensei, foda-se! ). Alguns minutos depois ele chegou, e todos zuaram-o absurdamente . Ele estava bravo pois os bolivianos queriam dinheiro (óbvio) pelo transporte, ligação, etc etc... tinham pedido não sei exatamente quanto, mas era muito !!! Ele deu R$ 100 e eles aceitaram. Depois veio me dizer que achava que era para estar às 14h30 no pier...eu fiquei brava , ele brincou dizendo que na verdade tinha conhecido umas dinamarquesas...rs... enfim, depois nos resolvemos. Retornamos a Copa, que por sinal também é uma cidade feinha... mas a sua "orla" é menos feia do que a de Puno, apesar de ser menor e com menos estrutura. Aproveitamos que ainda tínhamos tempo e fomos conhecer a linda igreja de Nossa Senhora de Copacabana . E posso afirmar que foi uma das igrejas mais lindas que eu já vi na vida ... ela toda branca por fora, porta toda talhada na madeira, fazendo alusão ao povo que morava no local (incas, entre outros), tem um pátio bem grande... azulejos lindos... por dentro é super bonita, tem a técnica do "pan de oro" e estava super bem conservada. Retornamos correndo e pegamos o buso das 18h rumo a La Paz (não lembro valor da passagem e nem da cia do bus ). Como já dito anteriormente o caminho de Copa-La Paz/ La Paz-Copa há um trecho que tem atravessar o lago. Isso quer dizer, você saí do busão, ele atravessa em cima de uma balsa junto às malas/mochilas (parecendo coisa de filme, bem rudimentar) e você pega um barquinho que tem que pagar (normal). Até o ônibus atravessar na balsa, ok. Mas a parte do barco foi muito tenso . Tinha mó galera entrando, tivemos que sentar na parte mais baixa, com a cabeça abaixada (como a gente fosse clandestino! ) e na maior escuridão... quando eu vejo uma senhora gritando que havia ocorrido um acidente uma semana antes... um barco tinha afundado... a capacidade máxima eram 10 pessoas...e tinham 20. Depois olhei (não dava para enxergar direito) para ver se tinham coletes... nem... comecei a gritar dizendo que eu iria no próximo... que já tinha meu pacote emoção já tinha saturado ... sabe o que os caras fizeram? Ligaram o motor e saíram... eu rezei muito e fiquei muito put... da vida . Graças a Deus não aconteceu nada, mas cada vez mais, todos nós (nossos novos amigos, Paulo e eu) estávamos pegando birra dos bolivianos . Ser sacana e sem princípios parecia ser pré-requisito para pertencer ao país . Depois de 2h, mais ou menos, chegamos a La Paz. E a vista da cidade, primeiro passando por El Alto é péssima: um grande favelão ... a única parte agradável era o centro da cidade (então, pelo menos), onde ficava o Hostel Provençal, lugar em que nos hospedamos. Chegamos, logo fomos atendidos e depois de um bom banho, dormimos. O momento emoções estava apenas começando... (o negócio vai ficando tenso!) rs Considerações sobre Copacabacana: Apesar dos pesares, vale a pena conhece-la. Mas eu não ficaria uma noite na Ilha não e, muito menos, iria acampar. Lá é muito frio (altitude) e a estrutura é - 0; Aproveite e saboreie uma truta... em La Paz e outros lugares, só dá Pollo !; Paceña é excelente, só não é melhor que a Cusquenha ; Converse muito com os bolivianos, tente ficar amigos deles... procure não ser arrogante :'> . A maioria (que é muita gente) é sem educação, revoltada e não se importa em tirar a qualquer custo dinheiro dos turistas. Isso é cultural... pense que os caras moram no país mais pobre da América do Sul e tamanhas catástrofes, inclusive terem sido colônia espanhola só dificultou mais seus avanços. Além disso, a miséria lá é bem grande, então eles exploram o turismo como conseguem. Não estou afirmando que é para abaixar a cabeça... seja esperto, mostre que brasileiro também tem muitos problemas... que apesar da economia ser milhões de vezes melhor, temos que encostar a barriga no tanque... e esfola-la (tem exceções, é claro,nem todo boliviano é assim ; Antes de entrar em qualquer restaurante peça o cardápio e só sente se tiver preços :'> :'> :'> ; Cuidado com comidas, bebidas, especialmente água. Os caras fazem qualquer coisa para ganhar dinheiro ... não quer ter uma vida de rei numa viagem dessas, né? Banheiro, além de ter pagar... dão medo !; Faça amigos... não tenha preconceitos. Quando eu mais precisei, pessoas que eu conhecia a menos de um dia foram solicitas e compreensivas... Negocie, negocie e negocie... o tipo de comércio, olho pra sua cara e faço o preço, continua... então, barganhe! Citar
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