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Hey !! Foi incrível o seu relato. Adorei !! 

Estou indo este ano. Vi uma agência que cobre todo o roteiro que quero por 900 dólares, incluindo a ida pra Petra.  Vc acha que vale a pena pelo preço ou fica mais em conta como vc fez ?

  • 1 ano depois...
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@ElainePires Oi Elaine, esse final de ano estou pensando em ir para o Egito tenho 30 dias de viagem, e como vc disse que foi sozinha me interessei e gostaria de te fazer algumas perguntas.

- Como faço para entrar em contato com sherif elnaggar

- O que vc achou da sua viagem sozinha pelo Egito, foi muito difícil, os preços foram mais abusivos, como foi a questão da comunicação?

- Estou tentando montar o meu roteiro sozinha,  como vc fez para comprar ingressos, escolher hotel, vc fez o cruzeiro no Nilo? pegou voos internos para Luxos e Aswan, enfim...

- Se puder me fazer um relato completo da sua viagem, com dicas de passeios (como comprar os passeios), locais para comer, hospedagem, enfim...

- Há também queria saber se há casas de cambio confiáveis para troca de moeda ou se é somente no aeroporto

- Enfim... tudooooo o que vc puder me dizer será muito bem vindo

 

Obrigada

 

Em 05/04/2013 em 10:13, esortica disse:

[t1]Viagem ao Egito[/t1]

 

Comecei minha viagem quando encontrei uma excelente promoção de passagens aéreas pela Emirates (obrigado http://www.melhoresdestinos.com.br).

 

Comprei a passagem e a partir daí comecei a ler alucinadamente sobre o país, o que vistar, o que fazer, etc. Descobri que eu sabia muito pouco sobre o país, e qu o Egito tem muito mais a mostrar do que eu era capaz de imaginar. Acho que um mês lá não é suficiente pra ver tudo de interessante. Aliás, depois descobri, que tem algumas cidades que (pelo menos pra mim) merecem um mês só pra elas.

Como tinha apenas 19 dias pra viajar (contando tempo de trânsito), tive que ajustar meu calendário pra fazer tudo o que queria.

Aproveitei pra ‘encaixar’ Dubai na viagem, já que o stop-over era gratuito.

 

Minha programação foi a seguinte:

Cairo (1d) – Aswan (2d) – Luxor (3d) – Dahab (2d) - Sharm El Sheikh (2d) – Alexandria (2d) – Cairo (3d) – Dubai (2d)

 

Questões práticas/burocráticas:

Moeda: Libra Egípcia – A sigla utilizada normalmente é EGP (Egyptian Pound). Não há venda no Brasil, e obviamente lá não aceita Real, portando, leve Dólares Americanos ou Euros (ambos são trocados com facilidade e aceitos na maioria dos estabelecimentos comerciais). Eu levei também um cartão travel Money, para realizar saques conforme a necessidade e não precisar carregar muito dinheiro.

 

Visto Egito: compra-se no aeroporto, moleza, sem perguntas. Logo quando entra no aeroporto do Cairo tem uns guichês de câmbio, e tem um deles que vende o visto (tem uma placa). Custa US$ 15, tem que ser em dinheiro e tem que ser em dólar. Pra quem vai visitar somente a Península do Sinai não é necessário visto, mas aí o caminho é tomar um voo pra Europa e de lá um voo direto para Sharm El Sheikh.

 

Vacina: existe a exigência de vacina para febre amarela para entrada de brasileiros no Egito (carteira internacional, obviamente). Tomei a vacina e tirei a carteira na ANVISA, que geralmente tem representação nos aeroportos. Não me pediram nada quando entrei no Egito, mas não vale arriscar...

Seguro Saúde: acho que é loucura viajar sem um seguro saúde. Recomendo dois: http://www.mondialtravel.com.br (é o líder mundial nesse serviço, e geralmente é o mais barato) e o http://www.worldnomads.com – fiz esse segundo, pois queria mergulhar e esse dá cobertura para esportes de aventura. Nunca precisei usar, então não sei como é a cobertura, mas ambos são bem renomados.

Visto Dubai (EAU): sim, precisa de visto. Na ida passei 13h no aeroporto de Dubai e não pude sair porque meu visto era de uma entrada (e usaria na volta). Não sei exatamente qual é o trâmite no consulado, pois usei um serviço oferecido pela Emirates que tu paga uma taxa (US$ 74) e manda os documentos pelo site e eles providenciam o visto e te enviam por e-mail. Fiz num dia e recebi o visto pronto no dia seguinte (atenção, pois o prazo prometido é maior, e se quiser num prazo curto tem que pagar uma taxa de urgência). Acho que valeu a pena pagar por isso, pois não deu trabalho nenhum, e eu teria que enviar meus documentos pra SP, pagar a taxa do visto, pagar o Sedex pra receber meus documentos de volta, etc... Ia acabar gastando o mesmo.

 

Celular: no aeroporto do Cairo mesmo comprei um chip, e foi um ótimo negócio – chip + 20 EGP para ligações + 3G de 2 MB por 90 EGP (uns R$ 30). E o 3G lá é de dar inveja, é muito rápido e pega em todo lugar, até no meio do deserto – o meu falha no Brasil falha no centro de Porto Alegre e na Av. Paulista...

 

[t1]VIAGEM[/t1]

 

VOO

Primeiro dia de viagem:

O voo da Emirates deixa o GIG as 02:06h, rumo a Dubai num 777-800, com uma duração de 13h. Falavam tão bem da Emirates que fiquei decepcionado – achei beeem desconfortável, os assento muito, mas muito apertados (tanto na frente, como nas laterais) e reclinam muito pouco. Acho que é excelente pra quem viaja na classe executiva ou primeira classe, mas a econômica é triste. Pelo menos a comida é boa.

Pra mim, outras cias como a Tap Portugal, KLM ou a Air France oferecem aviões bem mais confortáveis.

A conexão teve uma duração de 13h, e fiquei só andando pelo aeroporto de Dubai – tem excelentes restaurantes no aeroporto, com preços ‘normais’, ao contrário do que acontece no Brasil (só pra ter uma ideia, comi num bistrô fantástico lá, e entrada, prato e sobremesa, com uma taça de vinho e água mineral Perrier saiu por R$ 100).

O voo de Dubai pro Cairo tem 5h de duração, em aeronave com conforto idêntico.

Curiosidade: nos voos da Emirates tem um um canal que exibe uma bússola indicando a posição de Meca, aí as vezes tu quer ir ao banheiro e tem uns caras rezando no meio do corredor, e tu tem que esperar...

[t3]

CAIRO (1d):[/t3]

Segundo dia de viagem:

Na verdade não foi bem um dia inteiro, pois meu voo chegou ao Cairo pelas 10:30h, mas até eu entrar no país, trocar dinheiro e pegar minha bagagem já era meio-dia.

Negociei com um taxista e fui direto pra Giza, conhecer as pirâmides. Negociei pro táxi rodar comigo o dia todo e no final do dia me deixar na estação pra pegar meu trem pra Aswan. Como eu estava com bagagem, e não tem locker nem no aeroporto do Cairo, nem na estação de trem, pra mim os US$ 35 foi um excelente negócio (ainda mais que era um Corolla com ar condicionado, e a maioria dos táxis no Egito são carros horríveis).

No caminho fiquei bem impressionado com o quão grande é o Cairo. A cidade é monstruosa (cerca de 22 milhões de habitantes), e tem o pior trânsito que se pode imginar (buzinas pra todo lado, carros se enfiando pra lá e pra cá, ninguém liga o pisca).

Não é exatamente uma cidade bonita. Pra quem não entendeu o eufemismo, a cidade não tem qualquer planejamento. Maior parte dos prédios conforme vamos nos afastando centro tem um aspecto de inacabado, sem reboco ou acabamento do lado externo, sem janelas (com lençóis no lugar, lembrando que quase nunca chove). As ruas são absurdamente sujas, com muito lixo espalhado.

 

Chegamos às pirâmides.Não tem muito que falar, é simplesmente espetacular, indescritível. Consegui ver as pirâmides de todos os ângulos, aluguei um camelo pra subir na duna (o sol é insano, e caminhar na areia fofa do Saara sob um sol escaldante não é boa ideia).

A “família” de pirâmide da Gizé é certamente a mais famosa. São ao todo 9 pirâmides, sendo três principais (Quéops, Quéfren e Miquerinos) e outras seis pequenas, que serviram de tumbas às rainhas. Somente do topo de uma duna distante é possível ver todas as nove. Vale muito a pena. Ah, a esfíngie fica logo na entrada.

CUIDADO com o assédio de vendedores, pessoal se oferecendo pra tirar fotos, etc. (ver na parte de dicas, no final do meu relato).

Dentro da pirâmide não tem muita graça – lembrando que as pirâmides são muito antigas mesmo nos parâmetros da civilização egípcia (foram construídas dois mil anos antes de Tuthankamon) e portanto não têm grandes ornamentações. São apenas corredores de pedra, apertados e escuros, sem nada demais pra ver.

 

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Depois das pirâmides meu taxista me levou pra um tour pra ver as principais mesquitas, e depois pra um lugar chamado ‘Moqetim’, que é uma montanha alta, que oferece uma vista panorâmica da cidade (ou pelo menos ofereceria se a cidade não fosse tão poluída). Tem um trailer/bar lá, bom pra sentar e tomar um chá.

 

Dalí segui para a estação de trem de Giza, pra pegar meu trem para Aswan. Comprei esse trem antecipado pelo site http://www.wataniasleepingtrains.com/Watania/Home.html - recomendo marcar com antecedência, pois encontrei uns espanhóis depois no hostel e eles só conseguiram pra 3 dias depois.

Não foi barato (US$ 114 cabine privada, com jantar e café da manhã incluso), mas vendo os outros trens que circulam no Egito, tenho certeza que vale a pena. A acomodação no trem é bem boa, assim como as refeições que foram servidas (na cabine, não tem vagão restaurante).

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ASWAN[/t3]

Terceiro dia de viagem:

O trem atrasou bastante pra chegar a Aswan (o previsto era 08:30h, chegou as 11:30h). Cheguei e já negociei com um taxista pra me levar às principais atrações da cidade (paguei 100 EGP - uns R$ 35 - pelo resto do dia). Tem um centro de informações turísticas ao lado da estação de trem, ali peguei todas as informações que precisava.

O primeiro lugar que fui foi a Represa do Nilo, que forma o Lago Nasser (lago artificial, formado pela represa). É legal, mas não tem nada demais nessa atração.

Depois fomos ao Templo de Philae – esse sim é imperdível. O templo é muito bonito, pra mim um dos melhores da viagem toda. Esse templo está numa ilha, então o táxi te deixa na entrada e tu tem que negociar com o ‘motorista’ de barco pra te levar. É um porre – pra se ter uma ideia, o cara começou me cobrando 200 EGP e fechamos por 40 EGP. O problema era estar sozinho, se está num grupo o custo acaba se diluindo.

O curioso é que esse templo foi retirado do local original e reconstruído, pois a locação original foi alagada quando a represa foi construída.

Por fim, visitamos o Obelisco Inacabado. Nada demais também, mas é uma visita de 15 min, e é legal pra ver como os gigantescos obeliscos eram escavados na pedra.

 

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O táxi me deixou no meu hotel – Hotel Philae (US$ 20/dia - totalmente recomendado) – fiz check in e saí de novo. O hotel arrumou pra mim um passeio de felluca (barquinho a vela, que tem pra todo lado no Nilo) por 30 EGP a hora. Aproveitei e fui ver o pôr do sol no Nilo. É lindo, vale muito a pena.

 

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Desci da feluca e fui visitar o Museu da Núbia - lembrando que essa região do sul do Egito e norte do Sudão não pertenciam inicialmente à civilização egípcia, e sim eram uma civilização a parte, os núbios. Essa civilização conviveu com os egípcios por muito tempo, hora em paz, hora em conflito, mas no fim acabou por ser ‘incorporada’ ao império egípcio. Ainda assim, até hoje o pessoal tem orgulho de ser núbio, fazem questão de dizer que não são egípcios.

No caminho, por sorte, me perdi e fui parar na vila núbia. Todos me olhavam como se eu fosse um ET. Até que um cara veio e me convidou pra tomar um chá na casa dele. Foi muito show ver como eles vivem (numa simplicidade impressionante) e conhecer a família do cara. Essas pessoas de origem núbia são extremamente simples, mas muitíssimo receptivas e educadas. Dava pra ver a alegria do cara em me receber.

Depois do chá ele me levou até o museu. Adorei essa experiência.

Pra quem quiser conhecer essa vila, ela fica ao lado do hotel Old Cataract (que ficou famoso graças a Agatha Christie, e é o mais caro da cidade).

O museu é pequeno, mas extremamente organizado e muito bonito. Classifico como uma atração imperdível da cidade

 

Depois jantei num restaurante indicado no Lonely Planet, e eu indico também. Se chama Ad-Dakka, e fica numa ilha no Nilo. Tu pega um ferry grátis que te leva lá. Comi um fish tagen espetacular e com um preço ridiculamente barato. O restaurante é lindo, tu senta num jardim iluminado com lanternas, com vista para o Nilo. Imperdível também.

 

Quarto dia de viagem:

O dia começou muito cedo, pois tinha agendado com meu hotel um day trip para visitar o templo de Abu Simbel (é bom reservar com antecedência, pois uma autorização é necessária – o hotel fez isso por mim também). Abu Simbel é uma cidade que fica a cerca de 240 km ao sul de Aswan, e 40 km da fronteira com o Sudão.

As vans pegam o pessoal nos hotéis às 3h da madrugada. Então todas as vans e ônibus se encontram num local e saem juntos, em comboio, com escolta militar, pois já houve um atentado terrorista nesse trecho e as ameaças continuam.

É possível ir pra Abu Simbel também em um cruzeiro pelo Nilo ou um voo –mas devido a baixa procura não havia disponibilidade de voos, e quando tem, é somente indo e vindo do Cairo ou de Luxor.

 

Em Abu Simbel há na realidade dois templos, o de Ramsés II e o de Nefertari (Templo de Hathor, ambos construídos em 1244 a.C.

O Templo de Ramsés II é embasbacante – o templo mais impressionante que vi no Egito, com estátuas de 30 m de altura do faraó. O de Hathor é belo também, mas muito menor, com estátuas de ‘apenas’ 12 m.

Esses templos também foram movidos pra esse lugar pela UNESCO para evitar seu alagamento quando as barragens de Aswan foram construídas. Na saída do templo tem um espaço que mostra o trabalho de engenheiros, arqueólogos e operários na transferência do templo. Belíssimo trabalho.

A visita é rápida, a van chega lá pelas 8h e pelas 10h o comboio retorna para Aswan.

 

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No turno da tarde dei uma caminhada pelo centro da cidade e depois tomei o ferry boat dos nativos e fui visitar a outra margem do Nilo, onde estão as tumbas dos reis núbios. Visitei a Tumba dos Nobres, excelente passeio e grande vista da cidade.

Depois fui ao Museu de Aswan, que fica numa ilha. Nada demais.

 

As 19h tomei o trem pra Luxor que havia reservado anteriormente no mesmo site que mencionei acima – pela viagem de 3h paguei US$ 14, com jantar.

 

Em Luxor fiquei hospedado no Hotel Nefertiti (US$ 25/dia, pelo booking – recomendo muito). O hotel fica em frente ao Templo de Luxor, e tem um terraço muito legal. A cozinha do hotel também é muito boa, oferecendo ótimas refeições (a parte) e um ótimo café da manhã (incluso na diária).

 

[t3]LUXOR[/t3]

Quinto dia de viagem:

Agendei no hotel um passeio guiado pelas atrações da margem leste da cidade – todas as atrações nas cidades que margeiam o Nilo são divididas de acordo com a margem em que se localiza. Todas as tumbas, templos e/ou monumentos mortuários (pirâmides, por exemplo) estão do lado esquerdo (ou oeste) e todos os templos de celebração à vida estão do lado direito (ou leste).

 

Começamos o passeio visitando o Templo de Karnak – pra mim o ponto alto de Luxor, e o segundo na minha lista de favoritos – é muito grande e bonito, com muitas ilustrações gravadas nas pedras.

Em seguida visitamos o Museu de Luxor – muito bom, e pra mim o segundo melhor do Egito, atrás somente do Museu do Cairo. Muitos tesouros encontrados nas Tumbas dos Nobres estão lá, e tem umas múmias bem interessantes.

Depois foi a vez de visitar o Templo de Luxor (imperdível, terceiro na minha lista de favoritos). Ao final da tarde o templo fica muito bonito. Curiosidade: na entrada do templo tem um obelisco de um lado, e notamos a falta do que deveria estar do outro lado. Esse ‘irmão’ foi ‘roubado’ por Napoleão quando conquistou o Egito. Ele o levou à França e hoje esse obelisco está na Place de La Concorde. Portanto, quem já foi a Paris certamente viu ‘um pedaço’ de Luxor...

 

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Aqui dou mais uma dica de restaurante: fui jantar no Sofra (Top Choice no Lonely Planet), e esse se tornou meu restaurante favorito em todo Egito (tanto que voltei lá mais vezes). A comida é fantástica e o preço é muito baixo. Dá pra comer uma refeição de três cursos com bebida por uns R$ 35. Serve comida típica.

 

Sexto dia de viagem:

De novo peguei uma visita guiada, mas aí no lado esquerdo do Nilo – a grande necrópolis de Luxor.

 

A visita começa com uma parada na estrada pra ver o Colosso de Mennon – par de estátuas do faraó Amenhotep III com 18 m de altura, e ganhou esse nome durante o domínio grego devido associação que os gregos fizeram com a lenda de Mennon.

 

Em seguida fomos ao Templo Memorial de Hatshepsut (de longe o mais bonito e mais conservado do lado oeste em Luxor). Esse templo foi construído por uma das poucas faraós mulheres que existiram – Hatshepsut. Nas paredes há um ‘álbum de fotografias’ das viagens que ela fez pela África, mostrando animais. Muito legal, único templo em que vi isso. Posteriormente esse templo foi convertido em um mosteiro Copta.

 

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A próxima parada foi no Vale dos Reis – local onde eram construídas as tumbas e enterrados os faraós (isso cerca de 2000 anos depois das pirâmides, pois eles perceberam que as pirâmides eram facilmente e frequentemente saqueadas). O vale fica na encosta de uma montanha com formato piramidal natural. As tumbas eram construídas cavando a montanha, e após o funeral eram ocultadas pelos sacerdotes.

Por isso ainda se acredita que há tumbas não encontradas pelos egiptólogos. A imensa maioria das tumbas foi encontrada saqueada, a exceção foi a tumba de Tutankhamon, que foi encontrada intacta (com todo tesouro dentro) no início do século passado – o tesouro é a principal atração do Museu do Cairo.

O esquema do parque é que um ingresso (150 EGP) te dá acesso a 3 tumbas a tua escolha, exceto a de Tutankhamon, que se tu quiser visitar tem que pagar mais 100 EGP. Por indicação do meu guia visitei as tumbas de Ramsés IV, Ramsés IX, Merenptah e mais a de Tutankhamon. O mais legal nas tumbas é que como elas ficaram fechadas por muitos séculos, e a montanha é muito seca, a tinta nas paredes ainda está muito bem conservada, então podemos ver as ilustrações como eram quando feitas (ou pelo menos ter uma ideia). Muito bonito, com diversas ilustrações do Livro dos Mortos.

A tumba de Tutankhamon é a mais sem graça das que vi: é pequena (a tumba era construída ao longo do reinado do faraó, e como ele reinou somente 9 anos e teve uma morte precoce, a tumba ficou pequena), e lá dentro estão somente a múmia do faraó e os dois sarcófagos mais externos em que ele foi enterrado (um de alabastro e outro de madeira).

 

Por fim, visitamos o Templo de Medinat Habu. O interessante aqui é que ele foi construído por Ramsés III e foi sofrendo inúmeras intervenções até o governo grego de Ptolomeu. Então é possível ver no templo arquitetura clássica egípcia, grega, romana, copta (com uma capela cristã, inclusive). Curioso mesmo aqui é uma ilustração de Ramsés III obrigando seus inimigos a entregar seus pênis: tem uma fila de inimigos entregando seus pênis aos filhos do faraó, sob supervisão dele, e atrás deles uma imensa pilha de genitais masculinos – O governo de Ramsés III ficou marcado por guerras.

 

À noite fui ao Souq (feira típica) com um pessoal que conheci, sentamos num coffeeshop e ficamos tomando chá e fumando sheesha – programa imperdível no Egito.

 

Um programa legal em Luxor é um passeio de balão sobre o Vale dos Reis. Não fiz, pois quando estive lá estavam impedidos de acontecer – ocorreu um acidente 1 mês antes, em que morreram 17 pessoas na queda do balão.

Sétimo dia de viagem:

Saí por conta própria, pra ver as atrações que ainda não tinha visitado (nesse ponto tinha visto todas as principais atrações da cidade).

Peguei o ferry boat local e cruzei o Nilo. Depois de me livrar de um taxista muito chato aluguei uma bicicleta (15 EGP o dia inteiro, com um chá de cortesia). A bicicleta era pré-histórica, mas quebrava o galho.

Pra quem gosta de pedalar e tem um certo preparo físico é um programão – o caminho é simples, com poucos declives, o que mata é o sol. Mas aí é só colocar protetor solar e um turbante na cabeça que dá pra seguir.

 

Pegando a estrada deve dar uns 5 ou 6 km até o ticket office, onde dá para comprar maior parte dos ingressos. O caminho é bem bonito – ali é perto do Nilo, portanto é verde, com muitas plantações.

Já no ticket office já é deserto de novo, apenas areia.

 

Comprei os ingressos e bati pedal de novo até as Tumbas dos Nobres. Esquema semelhante ao Vale dos Reis – 1 ingresso x 3 tumbas.

 

As Tumbas dos Nobres é onde eram enterradas pessoas importantes, como escribas, grã-vizires, etc. O interessante nessas tumbas é que as imagens são de coisas mais cotidianas (gente pescando, caçando, cortando cabelo,…) ao invés de imagens sagradas.

 

Depois fui ao Templo Ramesseum (bem em frente às tumbas), que era parte do complexo funerário de Ramsés II (esse faraó foi uma espécie de Louis XIV do antigo Egito, para todo lado tem construções dele). O templo é bem grande, mas está bastante arruinado. Segue sendo recuperado por uma equipe alemã.

 

Mais pedal e cheguei ao Vale das Rainhas – mesmíssimo esquema de 1 ingresso para 3 tumbas. Aquí estão enterrados as esposas e filhos dos faraós.

A tumba mais famosa e mais bonita é a da Rainha Nefertari (dizem que é mais bonita que qualquer uma, inclusive do que as do Vale dos Reis), mas ela está fechada para visitação há anos. Me disseram que é possível obter uma autorização especial para visitar por 22 mil EGP (uns R$ 7 mil), para quem tiver muito interesse…

Visitei as tumbas de Amunherkhepshef (filho de Ramsés III), que hoje a grande atração do Vale das Rainhas, a tumba de Khaemwaset (outro filho de Ramsés III) e de Titi (uma rainha, ainda não foi descoberto quem foi seu marido, supõe-se que foi Ramsés III).

Legal o Vale das Rainhas, mas visite se sobrar tempo, não tem nada demais.

 

Depois segui para a vila dos locais, chamada Gorda – legal, está deserta hoje, o governo removeu os moradores, para preservação dos monumentos.

Fiz uma visita rápida às tumbas dos trabalhadores (vale a visita).

 

Por fim, fiz o ‘pior’ trecho – 40 min pedalando até o Templo de Seti I sob o sol (tem uma maratona famosa realizada em Luxor, e eu só me perguntava como alguém consegue correr 42 km com aquele ar seco e sob aquele sol, é insano).

 

Quando cheguei ao Templo de Seti I já vi que era uma atração secundária, pois eu era o único visitante. O templo é legal, mas está bem arruinado, não há muito que ver.

 

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Voltei pro ferry (dessa vez por um caminho que tinha sombra), devolvi a bike, peguei minha mala no hotel e segui para o aeroporto para seguir para Sharm El Sheikh.

 

Chegando ao aeroporto descobri que a Egyptair me ‘fez o favor’ de alterar meu voo – ao invés de um voo direto para Sharm (eles cancelaram o voo direto por baixa procura), me colocaram num com conexão no Cairo.

Meu voo que duraria 1h, levou 5h entre voos e conexão.

Ah, esse voo custou US$ 104, com as taxas, e dá para lançar as milhas na TAM.

 

Cheguei em Sharm El Sheikh e já deu para ver que a cidade é de outro nível (muito mais elevado, claro), o aeroporto é moderno, bonito, recebe voos diretos de toda Europa.

A van do meu hotel em Dahab estava me esperando (paguei 150 EGP ~ R$ 50 – barato para uma viagem de mais de 100 km).

 

[t3]DAHAB[/t3]

Oitavo dia de viagem:

Dahab é uma cidade extremamente simpática e bonita. Adorei Dahab no exato momento em que coloquei os pés lá. Fiquei hospedado no Alaska Camp & Hostel (US$ 15/dia, sem café da manhã), excelente dica do Lonely Planet.

Essas cidades litorâneas da península do Sinai recebem muitos turistas europeus, especialmente da Rússia, então tem uma galera bem diferente andando nas ruas.

 

Tirei esse dia para mergulhar. Ao sair do hotel e ver o mar nem acreditei. É simplesmente fantástico. Dá pra enxergar as montanhas do outro lado, na Arábia Saudita.

Já tinha agendado o mergulho com o dive center Sinai Backpacker Divers (recomendo totalmente).

 

AVISO AOS MERGULHADORES: todos os dive centers no Mar Vermelho (seja em Dahab, Sharm El Sheikh, Marsa Alam,…) exigem um mergulho de check out, para avaliação das tuas habilidades. Os mergulhos geralmente são bem difíceis e/ou profundos – são interessantes para quem tem certificação Advanced e Nitrox. Se você tem apenas a certificação Open Water vai acabar mergulhando apenas onde os snorkelers ficam, nem vale muito a pena.

 

Meu objetivo era mergulhar no Blue Hole, mas devido a regra acima, e como eu tinha somente um dia para mergulhar, tive que agendar um mergulho privado para mergulhar em dois dive sites no mesmo dia. Paguei US$ 120 – achei o preço excelente, tendo em vista que tive, o dia inteiro, um instrutor, um motorista, uma picape, ar e nitrox a vontade e todo equipamento de mergulho a minha disposição (os mergulhos aqui são da praia, não peguei nenhuma partindo de barco).

 

O primeiro dive site que fomos foi o Canyon. O lugar é lindo, e nossa picape parou num bar muito legal, cheio de almofadas no chão para sentar. Lugar maravilhoso.

 

O primeiro mergulho foi meu check out – mergulho fácil, perto dos recifes, apenas turismo, a uma profundidade média de 15-18 m, durou uns 45 min.

 

O segundo mergulho foi para avaliar meu consumo de ar, mas é um mergulho imperdível, pois dessa vez entramos no Canyon. Como o nome diz é um Canyon, com uma entrada de 1,5 a 3 m de largura por uns 20-25 m de comprimento. Conforme tu vai se aproximando tu vai vendo as bolhas do ar dos mergulhadores que estão lá dentro “brotando” do chão, através das fraturas na areia. Show!

Entramos no Canyon e ficamos uns 10 min lá dentro, com uma profundidade máxima de 36 m. É indescritível. Tenho que voltar lá.

 

Fui aprovado pelo meu instrutor, então depois de descanso e almoço, fomos para nosso segundo dive site: o tão esperado Blue Hole.

O dive site se chama, na realidade, Bells – Blue Hole. A entrada é pelo ‘Bells’ e a saída pelo Blue Hole. O lugar é alucinante, difícil descrever. É uma atração famosa, então tem muita gente, muitos bares, muitos quadriciclos e camelos. Para quem quer apenas fazer festa o lugar já é irado.

Deixamos a picape em frente ao Blue Hole, equipamos e atravessamos a pé umas pedras até o Bells – uma caminhada de uns 300 m, mas com todo equipamento é uma eternidade.

 

Aqui começa a emoção. O Bells é um buraco com uns 2 m de diâmetro (daí o nome Bells – como a entrada é pedregosa e estreita, é impossível entrar sem bater com o cilindro nas pedras, fazendo assim um som de sino).

 

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Entrando no buraco, tu tem que mergulhar até a profundidade de 34 m, e aí pode cruzar por um arco de pedra – dá para descer de ponta cabeça, vale muito a pena, a pesar do medo que dá. Passando pelo arco tu sai para uma formação de corais incrível, é literalmente uma parede, que começa com uns 2 m de profundidade e se estende até cerca de 300 m de profundidade.

Nesse ponto o mergulho consiste em percorrer essa parede (tem uns 250 m, entre a saída do Bells e a entrada do Blue Hole) – a quantidade e variedade de vida ali é impressionante – peixes de todas cores (para quem quer ver um peixe palhaço, aqui chega a enjoar), tipos e tamanhos, arraias, anêmonas, polvos, tartarugas, lagostas, moreias gigantes. Ao longo do paredão nos mantivemos entre os 25 e 30 m, pois era onde tinha mais vida (nossa planejamento inicial era ficar em 20 m).

Quando chega na entrada do Blue Hole tem que subir até uma profundidade de uns 8 m para cruzar os corais. Essa visão na entrada é indescritível, e a quantidade de vida aumenta ainda mais. Os cardumes batem em ti, literalmente. Daí em diante é um mergulho tranquilo, entre 12 e 15 m pelo interior do Blue Hole, até o ar acabar. Parada de segurança e fim da alegria. Ao todo durou quase 1 hora.

 

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CUIDADO: só vá nesse dive site se tiver confiança e, principalmente, um instrutor experiente e competente, que tenha pleno conhecimento do local. Impossível ignorar o quanto esse local é perigoso. Basta uma rápida busca na internet e se vê que dezenas de mergulhadores perderam a vida ali – é um buraco praticamente sem fundo, e o excesso de visibilidade pode ser traiçoeiro. Veja, por exemplo, essa reportagem: http://www.spiegel.de/international/zeitgeist/the-blue-hole-in-the-red-sea-is-the-deadliest-dive-site-in-the-world-a-844099.html

 

Depois fui comer no restaurante Sea Bride – frutos do mar incríveis, imperdível.

 

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À noite já tinha agendado com o hostel a trip pro Monastério de Santa Catarina e subida do Monte Sinai (custou 100 EGP).

 

As 23h a van me pegou no hostel e seguimos viagem, pois o tradicional é ver o sol nascer de cima do Monte Sinai, onde, segundo a lenda, Moisés recebeu de Deus a tábua dos 10 mandamentos.

 

Antes que alguém fale ou pense algo, sei muito bem que não deveria mergulhar a mais de 30 m e subir uma montanha de 1850 m num intervalo tão curto de tempo, mas quando o tempo é curto e a vontade é muita, a gente arrisca…

 

Nono dia de viagem:

Comecei o dia (ou noite) viajando em direção ao Protetorado de Santa Catarina (é uma área de preservação). A viagem é como a ida para Abu Simbel – em comboio, escoltado pelo exército. Nossa van foi parada três vezes no caminho, mandaram descer todo mundo, aí teve revista, e conferência de passaporte.

Para completar a viagem de uns 200 km leva 2,5 h. Chegamos lá pelas 1:30h.

Cada van forma um grupo que tem um guia. A subida começa imediatamente. Aconselho levar bastante agasalho (especialmente um onorak, pois venta muito, e algo que cubra a cabeça e ouvidos), uma lanterna, muita água (a pesar do frio, é muito seco) e algo para comer (comprei sanduíches em Dahab, durante a subida até tem como comprar, mas aí é só Cup Noodles e chocolates).

Para quem quiser, tem aluguel de camelos para fazer a subida (não sei quanto custa).

 

Não dá para dizer que a subida é fácil, pois está escuro e é muito pedregoso, mas tem muitas paradas em coffeeshops pelo caminho, então dá para descansar, tomar um chá.

Chegamos ao topo pelas 05:00h (3h de subida, mas com certeza um grupo mais homogêneo e preparado faria essa subida em 1h ou 1,5h).

 

Muito frio lá em cima, então ficamos esperando o horário do sol nascer dentro do último coffeeshop. Pelas 6:00h subimos o último lance até o cume (aqui dá para alugar um cobertor por 20 EGP, coisa que fiz e recomendo, pois lá em cima venta demais).

A dificuldade da subida e o frio não impedem os turistas (lembrando que esse monte é sagrado para as três maiores religiões monoteístas do mundo), pois quando tu chegas dá para ver que tem muita (mas muita mesmo) gente lá em cima. É difícil até arrumar um lugar para ver o sol nascer.

A visão do sol nascendo sobre a paisagem inóspita e desértica (não há um verde onde a vista alcança, apenas areia e pedras) é incrível. É uma experiência realmente imperdível.

 

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Depois de um tempo lá em cima, curtindo o visual, reiniciamos nossa descida.

A descida foi por um caminho diferente, muito bonito, e foi também muito mais animada, o grupo todo conversando e interagindo mais.

Essa descida leva umas duas horas, para chegar até o monastério. O monastério ainda estava fechado quando chegamos (abre apenas das 9h ao meio-dia).

 

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A visita ao monastério é legal, mas o local é muito simples, e poucos espaços estão abertos à visitação. Esse monastério é patrimônio da humanidade, segundo a UNESCO, e de acordo com o que li lá é o mais antigo em atividade, datando de 300 d. C. (sua construção foi ordenada por Helena, de Tróia). Ao contrário do que muita gente pensa, Santa Catarina não viveu lá – segundo a lenda, ela foi uma mártir do cristianismo que foi torturada e decaptada em Alexandria, e após sua morte os anjos recolheram seu corpo. Muitos anos depois, dizem que, os monges desse monastério encontraram o corpo dela intacto no cume de um monte próximo (hoje chamado de Gebel Katarina, ponto mais alto do Egito). Dizem que o corpo dela ainda está lá no monastério, mas ninguém pode (ou pôde) vê-lo. Acreditando ou não, é uma visita muito importante.

Ah, vale lembrar que o cristianismo no Egito é Copta Ortodoxo, não notei qualquer sinal de presença católica no país.

 

Após a visita tomamos a van e voltamos para Dahab, em comboio escoltado.

Chegamos a Dahab pelas 13h. Fiz meu check out e me preparei para ir para Sharm El Sheikh.

 

Chegando a rodoviária descobri que todos os ônibus saindo da cidade haviam sido cancelados, devido falta de diesel (o Egito está passando por uma falta terrível de diesel e benzeno, tendo até alguns trens sendo cancelados por conta disso).

Negociei (muito) com um taxista, e consegui ir por 120 EGP (considero excelente – mais de 100 km, por R$ 40).

 

Em Sharm fiquei no Iberotel Lido – melhor hotel que peguei na viagem, mas também o mais caro, paguei US$ 40/dia, mas é um hotel 4 estrelas, que tem até praia particular, fica dentro de Na’ama Bay (área do agito), e ao lado do porto de onde saem os barcos de mergulho, meu quarto tinha hidromassagem, e tem um café da manhã inacreditável (para mim foi uma barbada). Há hospedagens mais baratas, mas fora da baía, aí depende de pegar táxi pra quase tudo – pra uma pessoa não vale a pena.

 

Acabei perdendo o horário para agendar meus mergulhos com o escritório da Sinai Divers em Sharm. Tive que ir para uma agência menor, e acabei na Dolphin Divers (meio amadora, mas não prejudicou, pelo contrário, pois para mim que tinha tempo curto eles nem pediram check out, pois eu tinha mergulhado dois dias antes em Dahab, mas se eu voltar lá vou procurar um dive center maior e mais preparado – gostei de dois, do Sinai Divers e do Camel Divers, grandes, bem equipados e com hotéis próprios).

 

Comi no excelente restaurante típico Abou El Sid (fica no terraço do Hard Rock Café) – recomendo totalmente, só não recomendo a ninguém o vinho egípcio, que provei ali pela primeira vez e achei horrível.

 

[t3]SHARM EL SHEIKH:[/t3]

Décimo dia de viagem:

Sharm é um balneário extremamente badalado (aliás, Sharm e Dahab nem parecem que pertencem ao mesmo país que Luxor, Cairo, Aswan,… é um mundo a parte).

Muitos turistas, muitas festas, muitos restaurantes, muitos bares, muito tudo.

Ah, tudo é mais caro também, mas ainda assim achei bem em conta, comparado com os preços no Brasil.

Para quem mergulha é totalmente imperdível, tenho planos de voltar lá só pra isso.

Acho que é muito bom pra festas também – não saí lá, pois queria estar inteiro pra mergulhar, mas tem umas baladas gigantescas.

 

Nesse dia tomei o barco para a Ilha de Tiran, com direito a quatro mergulhos lá, nos dive points de Ras Bob, Gordor-Ali (para mim o lugar mais bonito do dia), Near Garden e Far Garden (melhor mergulho do dia) – todos eles com profundidade média de cerca de 25 m e duração média de 40-45 min.

O mais impressionante no Mar Vermelho é a visibilidade (sempre superior a 60 m). Quanto aos corais e vida marinha nem vou tentar descrever, pois gastaria páginas e não conseguiria demonstrar o que é…

 

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Para quem se interessar, Sharm é ótimo para comprar equipamentos de mergulho, com preços excelentes (tipo os preços de Miami). Fiz ótimos negócios lá.

 

Décimo primeiro dia de viagem:

Mais um dia de mergulho, dessa vez na reserva de Has-Muhammed (considerado por muitos um dos top 5 dive points mundiais).

Mais quatro mergulhos: Ras Khaita, Temple (lugar mais bonito do dia, tem um bar maravilhoso em frente à praia, deu vontade de ir), Marsa Ghazlani e Jackson Reef (melhor mergulho em Sharm, com certeza, e junto com o Blue Hole os melhores da minha vida) – todos profundos (>22 m de profundidade) e duração entre 30-40 min (em Ras-Muhammed tem muita correnteza, que joga o mergulhador em cima dos corais, o que torna o mergulho muito cansativo e o consumo de ar muito elevado). Nenhum dos mergulhos tu entra e sai no barco, são todos mergulhos de correnteza, em que o barco te pega depois onde tu sair – é bem legal que tu tem que subir no barco em movimento, aí haja pernada.

 

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Voltamos para Baía e me ofereceram um mergulho noturno. Apesar de exausto, não resisti e fui, saindo da praia, ali na Na’ama Bay mesmo. É imperdível, a vida marinha é totalmente diferente da vida durante o dia, e a profundidade é mais amigável, sendo a máxima de 16 m.

 

Depois fui pro hotel e me preparei para zarpar para Alexandria, de ônibus (não quis arriscar uma doença descompressiva depois de fazer 9 mergulhos em 2 dias, quase todos profundos).

 

[t3]ALEXANDRIA [/t3]

Décimo segundo dia de viagem:

Meu ônibus para Alexandria (115 EGP, 10 horas de viagem pela GoBus, que tem o melhor ônibus, mas não é bem meia-boca) deixou Sharm à 1h da madrugada.

Entrei e ‘desmaiei’ no bus. Fui acordado no meio da madrugada o foi um susto da porra.

O exército parou o ônibus e mandou todo mundo descer. Eu lá, sem entender nada, não falando nada de árabe e ninguém falava nada de inglês.

Fizeram todo mundo descer, retirar suas malas do bagageiro do ônibus e aí foi revista completa – cão farejador, raio-x, reviraram malas. Muito tenso.

Aí todo mundo colocou as malas no bagageiro e voltamos ao ônibus aí eles entraram de novo, pegaram o cara que tava sentado ao meu lado, algemaram e levaram o cara. Tensão absurda. O ônibus seguiu viagem, agora sem interrupções até o Cairo (escala normal do ônibus) e depois até Alexandria.

 

O ônibus chegou a Alexandria pelas 11:30h. Não tem rodoviária (pelo menos acho que não tem), então o ônibus simplesmente para num lugar aleatório no meio da estrada e o motora diz ‘fim da linha, desçam!’. Tem um monte de táxis, aí fica fácil.

Me hospedei no Alexander The Great Hotel (US$ 15/dia, no booking.com). A primeira vista não gostei do hotel, a entrada é um pouco escondida, mas os quartos são ótimos e o gerente de lá é muito gente boa, me ajudou muito e deu excelentes dicas da cidade. A localização do hotel é bem central, dá pra fazer quase tudo a pé – recomendo.

 

Bom, Alexandria é uma cidade muito grande, uma metrópole. É banhada pelo Mar Mediterrâneo, o que confere grande beleza à cidade. Foi fundada por Alexandre, O Grande, e foi capital do Egito durante o domínio grego – nessa época ela foi um dos maiores centros culturais do mundo, abrigando a maior biblioteca da época e tendo como atrativo o farol de Alexandria (uma das sete maravilhas do mundo antigo). Essas duas atrações acabaram sendo destruídas por incêndios e terremotos. Hoje há uma nova biblioteca onde havia a antiga e no lugar do farol, hoje existe um antigo forte, o Fort Qaitbey.

 

Iniciei meu tour visitando o Foro Romano da cidade. É importante historicamente, pois é o único no Egito, mas é bem pequeno, não tem nada demais. Se seu tempo for curto, pode pular.

 

Depois fui ao Pilar de Pompéia e ao Templo de Serapio. Esse templo tem um significado especial para o ateísmo, pois é o primeiro caso registrado em que um templo religioso foi desalojado pelo governo em prol da ciência, se tornando uma extensão da biblioteca de Alexandria, que não comportava mais a quantidade de volumes que crescia sem parar – mas, poucas ruínas sobreviveram, é uma atração secundária.

 

Pra encerrar meu dia de visitas fui às Tumbas de Kom Ash-Shuqqafa – isso sim é uma visita que vale a pena. Interessantíssimo ver nas ilustrações das tumbas o sincretismo religioso que ocorreu à época, misturando tradições gregas, religiões egípcias e o cristianismo ainda incipiente. É possível ver Anúbis vestindo túnica de legionário romano, estátuas típicas egípcias com rostos gregos e sarcófagos com crucifixos estampados. Fiquei ali até a hora de encerramento (tudo encerra as 17h no Egito).

 

Mas de longe, o mais legal do dia foi ter caminhado pela cidade. É um caos, um absurdo de gente, carros, motos, camelos, cabras, trans (o estado de conservação dos trans é péssimo, parece que foram escavados junto das pirâmides). É muita gente nas ruas.

Com certeza eu parecia um E.T. naquele lugar. É uma experiência pra vida...

 

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Depois fui ver o pôr do sol na orla do Mediterrâneo. É muito bonito, a cidade forma uma baía... Segui minha caminhada onde hoje fica a biblioteca de Alexandria – esse com certeza é o prédio de arquitetura mais moderna em todo Egito, é muito bonito. Aproveitei e sentei num café muito legal em frente, com vista pro mar chamado Selsela Café – imperdível.

 

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Mais tarde fui a um restaurante de frutos do mar, que acabaram me fazendo mal, não sei se por estarem mesmo estragados ou se foi por que eu comi muito, só sei que tive uma noite horrível.

Décimo terceiro dia de viagem:

Devido a intoxicação alimentar, só consegui me recuperar e sair do hotel pelas 11h da manhã, o que limitou muito meus passeios.

 

Fui direto visitar ao Fort Qaitbey. É uma das melhores atrações da cidade, com certeza. É uma fortificação de 1480, para proteção da cidade. Na sua construção foram usadas pedras que pertenceram ao mítico Farol de Alexandria. A vista da baía é linda.

 

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Depois fui conhecer a moderníssima Bibliotecha Alexandrina. É um complexo cultural de dar inveja, com um acervo monstruoso de livros para consulta (física ou digital, não deixe de visitar o site http://www.bibalex.org).

Além da biblioteca o prédio abriga vários museus (todos pequenos, mas muito interessantes) e um planetário. Em minha opinião, a melhor atração da cidade e uma das melhores de todo Egito. Absolutamente imperdível.

 

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Depois, tentei visitar o museu de Alexandria, mas quando cheguei já estava fechado.

 

Outra coisa legal pra fazer na cidade é mergulho. É diferente aqui, pois tem a cidade submersa de Cleópatra, com vários monumentos, esfinges, estátuas, templos, tudo embaixo d’água, acessível apenas por mergulho.

Nem tentei fazer, pois a visibilidade no Mediterrâneo estava em torno de 1 a 2 m.

Pra quem quiser agendar tem que ir ao centro de escoteiros da cidade (to falando sério), e fazer o agendamento. Me disseram que os caras são muito amadores e os equipamentos bem ruins, mas o mergulho é bem fácil. Tem que pegar um barco e ir pela baía até as proximidades do Fort Qaitbey e mergulhar. Mas geralmente, com pouca visibilidade tu nem consegue encontrar nada...

 

Mais tarde peguei meu trem pro Cairo. Comprei 1ª classe por 35 EGP – deve ser a pior primeira classe do mundo, o trem é velho demais e cheira muito mal – leva cerca de 2,5h até o Cairo. Tem o trem ‘popular’ que custa 5 EGP – vi o vagão e fiquei apavorado que ainda funcione – esse leva 4,5h até o Cairo.

 

Cheguei ao Cairo tarde e fui direto ao hostel. Reservei o Dina’s Hostel – (US$ 15/dia o quarto privativo) bom hostel, limpo, mas meio bagunçado. Creio que dá pra encontrar acomodação melhor pelo mesmo valor...

 

[t3]CAIRO[/t3]

Décimo quarto dia de viagem:

Acordei e fui direto ao Museu do Cairo – é com certeza um dos museus mais importantes do mundo, e pra quem gosta de museus (como eu) passa um dia inteiro lá com facilidade. O que mais gostei foram o Tesouro de Tutankhamon e o Salão das Múmias (tem que comprar ingresso extra para entrar, mas vale muito a pena).

 

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Depois do museu deu uma caminhada pelo centro da cidade. É importante salientar que o Cairo é uma cidade notívaga. As lojas não abrem antes das 10 ou 11h da manhã, e fecham muito tarde (nem sei dizer o horário, mas é após a meia noite).

O centro é um caos inacreditável. É gente demais nas ruas. O centro do Cairo é uma imensa 25 de março, com muita gente vendendo coisas nas ruas, mas agravado pelo fato que quando tu menos esperas passa um cara tocando um monte de cabras, e outras coisas bizarras assim.

 

Dalí fui a pé até o famoso souq Kharm El-Khalili. Se quiser ir até lá, esteja preparado para um assédio absurdo, realmente desconfortável. Eles realmente expulsam o turista de lá, tornando o passeio ali extremamente desconfortável (pelo menos pra mim).

Décimo quinto dia de viagem:

Nesse dia marquei uma Day trip com dois colegas de hostel e fomos conhecer Memphis, Saqqara e a Pirâmide Vermelha, em Dahshur.

Esse passeio vale a pena, especialmente pela Pirâmide Vermelha e pela ‘Step Pyramid’ (primeira a ser construída, com arquitetura visivelmente mais rudimentar que a Vermelha ou as da Gizé).

 

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Memphis achei bem sem graça – acho que depois de visitar Luxor e Aswan Memphis se torna simplória, mas pra quem vai somente ao Cairo talvez valha a pena. Tem um esfinge pequena, uma estátua de Ramsés II (que está deitada, é o mais interessante lá) e algumas outras estátuas.

Em Saqqara tem, além da ‘Step Pyramid’, a pirâmide inacabada (pra mim pareceu mais um monte de areia), as ruínas do Monastério de São Jeremias (interessante, da época que o cristianismo iniciou no Egito) e a pirâmide de Seti I.

Só tive azar nesse dia pois peguei uma tempestade de areia (na real foi uma ‘marola de areia’, mas já foi bem incômodo), e o tempo estava horrível, baixíssima visibilidade, e no fim do dia tinha areia em todo lugar.

 

À noite fui caminhar no Cairo antigo. Recomendo totalmente ir lá a noite. É muito bonito, as mesquitas são lindamente iluminadas, as ruas estão tranquilas, não há nem sinal de turistas e, portanto, não tem assédio nenhum. Eu não tinha ideia, mas boa parte das mesquitas ficam abertas a noite, permitindo visitas nesse horário. Um bom ponto de partida é o souq Kharm El-Khalili, caminhando em direção às mesquitas à vista.

 

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Décimo sexto dia de viagem:

Iniciei o dia visitando o Cairo Copta - seguindo a sugestão do Lonely Planet e iniciando a visita pelo Museu Copta (excelente museu, muito bonito e muito organizado – dar atenção especial ao trabalho de marcenaria no teto do museu, é lindo). Em seguida fui à ‘Hanging Church’, depois a Igreja de São Jorge (que infelizmente estava em obras, fechada para visitação), as Igrejas de Santa Bárbara e São Mercúrio, a sinagoga Ben Ezra e a mesquita de Ahmad Ibn Tulun. Acho imperdível conhecer esse bairro no Cairo, chama muita atenção as diferenças entre os cristianismos (católico x copta), especialmente em termos de simbologias e representações artísticas. Dá pra ver tudo num turno.

 

A tarde fiz meu tour pelo Cairo Islâmico – acho que tem mais mesquitas no Cairo do que igrejas em Salvador. Se você realmente gosta de visitar esses templos, pode passar uma semana só conhecendo as mesquitas do Cairo. Honestamente, não é muito a minha. Dei um giro geral (prepare-se, pois a menos que tu alugue um carro/táxi, é uma bela caminhada), e na minha opinião só uma é realmente imperdível: a mesquita de Mohammed Ali. Gostei bastante também da ‘Blue Mosque’ e da Mesquita de Al Hakim. E, pelo menos pra mim, as mesquitas são mais bonitas por fora do que por dentro. A arte islâmica nas mesquitas é mais baseada em arte decorativa, com relevos, lustres, tapetes,...

 

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A noite peguei meu voo pra Dubai, tudo tranquilo no embarque e na saída do país.

 

[t3]DUBAI[/t3]

Décimo sétimo e décimo oitavo dias de viagem:

Pouca coisa a falar sobre Dubai, minha passagem lá foi bem corrida.

A entrada nos Emirados Árabes é bem tranquila, só apresentei passaporte e visto e pronto. Nada de perguntas, não pediram reserva de hotel, nem seguro saúde.

Fiquei hospedado no Youth Hostel (US$ 20/dia no quarto coletivo – provavelmente a hospedagem mais barata da cidade). O hostel é da rede HI e é bem organizado, tem até uma piscina massa. Reserve antes, pois quando eu cheguei estava lotado. Reservei pelo booking.com.

A cidade á bem fácil de conhecer, e o metrô é um grande negócio – não é subterrâneo, e sim elevado, acima dos carros, então tu consegue andar de metrô olhando a vista. O passe diário do metrô custa 18 Durheins (ou EAD) ~ R$ 10.

Dá pra conhecer (leia-se ver, e não usufruir) todas as principais atrações da cidade em pouco mais de um turno.

Tem muita coisa pra fazer na cidade, até esquiar, ou alugar uma Ferrari, ou mergulhar, saltar de paraquedas e por aí vai, de acordo com o gosto pessoal de cada um. Como meu tempo era bem curto, optei por subir no Burj Khalifa, visitar o aquário, e fazer compras.

O Burj Khalifa é o maior prédio do mundo, com 124 andares, e a vista de lá é muito show. Minha dica é reservar antes se quiser subir. Com reserva custa 125 EAD (+/- R$ 70), sem reserva sai por 400 EAD (+/- R$ 230). Tive que pagar o valor cheio, estava sem lugar para reservas pelos 4 dias seguintes!

 

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A cidade é excelente para compras, pois é sem imposto nenhum. Tudo que é fabricado na Ásia ou Europa tem um preço melhor que nos EUA.

Eu que gosto de cozinhar fiz a festa comprando facas Global e panelas Le Creuset por verdadeiras barbadas (em média 30-40% do preço no Brasil).

Outra coisa barata em Dubai são as champagnes – não sei como, mas custam menos que na França.

 

[t3]VOO[/t3]

Décimo nono dia de viagem:

Voo de volta Rio, em avião e conforto idênticos ao da ida.

 

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[t3]MINHAS DICAS E SUGESTÕES:[/t3]

 

Leituras úteis/prévias:

Guia Lonely Planet Egypt

Breve História do Antigo Egito, de Juan Jesús Vallejo

Idioma:

Não sei nem uma palavra em árabe, mas com inglês médio tu se vira em qualquer lugar (só tive dificuldades com isso em Alexandria).

 

Dinheiro e pechincha:

• Dá pra pagar em dólares americanos na maior parte dos lugares, mas recomendo que tenha sempre em mente a taxa de câmbio real, pois toda vez os vendedores espertinhos usam uma taxa diferente, e sempre favorável a eles - maior picaretagem. Como tinha 3G lá eu consegui consultar em tempo real. Se você não tiver esse recurso, recomendo que consulte sempre que possível (eu uso o http://www.oanda.com );

• Sempre carregue trocados. SEMPRE! Dê as notas grandes em restaurantes e entradas de museus e deixe as pequenas para o resto. É quase impossível obter troco no Egito, especialmente de taxistas;

• Tenha sempre moedas, para dar em banheiros (todo banheiro tem alguém na porta, e é hábito dar 1 EGP pra essa pessoa);

• Em visitas em mesquita é comum dar um trocado pro cara que cuida dos sapatos. Aliás, nessas mesquitas rola maior extorsão, fique atento;

• Pechinche muito. Isso cansa demais, mas é necessário, pois o primeiro preço que o cara te dá é no mínimo o dobro do que tu deve pagar pelo produto. Se o cara não chegar ao preço que tu quer pagar, tente em outro lugar.

 

Lugares e atrações que considero imperdíveis:

• Cairo – Pirâmides da Gizé, Museu do Cairo, Mesquita de Mohammed Ali, Museu Copta, visitar o Cairo antigo e as mesquitas à noite.

• Aswan – Templo de Philae, Museu da Núbia e day trip para Abu Simbel.

• Luxor – Templo de Karnak, Templo de Luxor, Museu de Luxor, Restaurante Sofra, Vale dos Reis, Templo Memorial de Hatshepsut.

• Dahab – Blue Hole, Restaurante Sea Bride, Monastério de Santa Catarina e subida ao Monte Sinai.

• Sharm El Sheikh – Na’ama Bay, Ilha de Tiran, Reserva de Rãs-Muhammed.

• Alexandria – Qaitbey Citadel, Biblioteca de Alexandria, Selsela Café, Lancheria Mohammed Ahmed.

 

• Comidas – kebab, shwarma, tagens, tahini, babaganoush, falafel, pães.

 

• Pimentas e temperos – todo souq tem inúmeras bancas de pimentas e temperos. Tem muita variedade, mas o preço nem sempre é vantajoso. O que mais vale a pena é a baunilha – eles vendem a fava a 5 EGP a unidade (isso é extremamente barato). Cuidado se quiser compra açafrão (coisa que não fiz e não faria), pois é ‘barato demais’. A maioria que vi era açafrão-da-terra, e não açafrão legítimo. Maior fria.

 

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Assédio a turistas:

É simplesmente absurdo, em todo lugar. O pessoal lá acha que tem (e que vão) fechar negócio contigo. Qualquer negócio. Tentam te empurrar qualquer coisa.

Tive diálogos do tipo: Vendedor: “Quer comprar cigarro???” / Eu: “Não, obrigado, eu não fumo.” / Vendedor: “Mas é muito barato. Sabe quanto custa???” / Eu: “PQP, eu NÃO FUMO. Não me interessa o preço!!!” / Vendedor: “Mas você pode levar pra alguém no seu país!”.

Eles acham que tu sempre queres comprar, que é só questão de ajustar o preço.

O papo de abordagem é sempre o mesmo, eles chegam e perguntam de onde tu é pra começar a conversa. No início, até achava que só queriam conversa e dava trela. No final já mandava pastar.

Como falei, o assédio é muito incômodo em todo lugar, mas em Luxor é 10 mil vezes pior. No dia em que fui visitar o west bank tive que espantar um taxista aos berros e dizer que ia chamar a polícia se ele não parasse de me seguir. E tem os caras das charretes e os das fellucas. São os piores, às vezes até agressivos. Todo cuidado é pouco – não dê trela, simplesmente ignore.

 

Alguns exemplos de golpes aplicados:

Eles tem vários golpes treinados pra aplicar a turistas. Por sorte e grande precaução, não caí em nenhum, mas vou relatar os que tentaram aplicar em mim, que li e as histórias que ouvi de outros turistas pela viagem. Lá vai:

Museu fechado: o cara vê o turista se dirigindo a um museu e se aproxima dizendo que o museu só abre em uma hora/que está na hora da oração, então não dá pra comprar ingresso/que naquele horário é somente para excursões/ou outra estória qualquer (às vezes o cara diz que trabalha no museu, pra dar credibilidade). Aí ele sugere que tu vá dar uma volta redondeza, quando tu concorda, ele diz: “ah, tem uma loja do governo ali adiante, os produtos são lindos maravilhosos fantásticos e a pqp, e o preço é tabelado pelo governo”. Se tu for a tal loja, caiu no golpe, é de um amigo do cara e ele vai ganhar uma comissão.

Loja do governo: isso não existe. Eles dizem que a loja é do governo, ou do ministério do turismo, ou de um sindicato de artesãos, coisas assim. Tudo pra tentar legitimar o produto, que invariavelmente tu encontra em todo lugar, sempre com preços semelhantes (e não esqueça da barganha);

Permissão para tirar foto: tu entra em um local, monumento, museu, etc, em que não é permitido tirar foto, aí vem o guarda do local e diz (como se fosse um segredo entre vocês dois) pra você tirar fotos a vontade. Obviamente ele vai te extorquir dinheiro depois, sob pena de que se tu não der ele vai te denunciar, chamar a segurança, fazer um escândalo...

Guia x Guardião: Tu tá na tranquilidade curtindo um lugar e chega um mala e comenta algo sobre o que tu tá olhando. O cara insiste e meio que tenta te guiar, mostrando o local. Aí tem duas maneiras de cair nesse golpe: 1º- seguir o cara logo de início, e logicamente e ele pedirá dinheiro depois; 2º- dizer pro cara que não precisa de guia, aí ele diz com uma cara de ofendido: “não sou guia, sou apenas o guardião do parque”, aí o turista acha que ele não pedirá dinheiro, mas ele vai pedir sim! Eu já falava de cara que queria ficar só, tirando minhas fotos e lendo meu guia, e que não ia dar dinheiro pra ninguém. Depois de me dar um olhar mortal eles iam embora.

 

Segurança:

Não existem roubos, furtos ou assaltos no Egito, quanto a isso é uma tranquilidade. Pode caminhar à noite pelas ruas das cidades, deixar a mochila em cima da cadeira do restaurante e ir ao banheiro, tudo na boa.

 

Em alguns templos ou monumentos tem uns seguranças portando metralhadoras/submetralhadoras/revólveres. Como se isso não fosse suficientemente desconfortável, às vezes essas caras vem na maior cara de pau pedir dinheiro

 

Não esqueça que o país está em plena revolução. Não como foi em 2011, lógico, mas no Cairo dá pra sentir a tensão no ar. No downtown tu vê prédios destruídos, carros incendiados... As ruas onde ficam os consulados dos EUA, da Inglaterra, etc, estão interditadas por blocos de concreto. Bem tenso.

Portanto, mantenha distância desses lugares, especialmente da Tahir Square – tem mais de duzentas pessoas vivendo acampadas lá.

Teve um único dia que queria visitar um endereço próximo à Tahir, pra ir à bookstore da American University in Cairo (AUC) comprar bons livros sobre o Egito. Não resisti e passei ao lado da praça pra ver “qualéqueé”. Me arrependi – não aconteceu nada, mas nunca senti uma tensão daquelas.

 

Alimentação:

Falam pra ter muito cuidado com a água no Egito em todo lugar. Não tive nenhum problema com isso. Não tomei água da torneira, claro, mas não recusei nenhum chá que me foi oferecido, consumi gelo normalmente,....

 

A ‘comida típica’ do país é a comida que encontramos em qualquer restaurante árabe no Brasil. É muito boa e muito barata.

 

Transporte:

Conforme meu relato, tive problemas com TODOS os transportes que utilizei (trem, avião e ônibus). Portanto, muito cuidado na hora de fazer programações/cronogramas, pra não marcar compromissos com horários apertados.

Táxi é muito barato no Egito, mas sempre negocie bem o preço antes, deixando claro pra onde tu vai e por onde quer passar no caminho (se for o caso) e quanto será a corrida – o ideal é tu fazer o preço pro cara, chega e diz: pago XX EGP, se ele disser que não, apenas saia andando, eles sempre acabam fechando. SEMPRE pergunte se o taxista tem o troco que tu precisa – é sempre mesma coisa, chega na hora eles dizem que não tem troco e ficam insistindo que tu deixe o troco como gorjeta (sou contra dar gorjetas a taxistas, afinal eles já estão sendo pagos pelo serviço).

Se o taxista não falar inglês e tu não ficar confortável com o cara, manda embora que logo vem outro que fala.

A maioria dos táxis são carros muito velhos, em péssimo estado de conservação. Em Alexandria TODOS os táxis são Lada 2157, com mais de 30 anos de uso.

Usar cinto de segurança é uma aventura – em Alexandria o taxista surtou quando tentei colocar o cinto, dizendo que não era necessário. No Cairo tive duas camisetas manchadas. Explico: como a cidade é muito (mas muito mesmo) poluída e ninguém usa o cinto, ele fica podre de sujo da fumaça dos carros, aí quando o trouxa coloca e mancha a roupa.

 

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Bom, peço desculpas se o relato ficou muito grande, tentei ser o mais ilustrativo possível, transmitindo minhas impressões e informações que considero úteis para quem for conhecer esse país, que com certeza está na lista de qualquer mochileiro que se preze.

 

Se alguém quiser mais detalhes, informações, etc, é só escrever, ficarei feliz em ajudar.

 

Abraço a todos!

 

Emanuel

 

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Postado
Em 23/06/2019 em 16:31, SILU070397@GMAIL.COM disse:

@ElainePires Oi Elaine, esse final de ano estou pensando em ir para o Egito tenho 30 dias de viagem, e como vc disse que foi sozinha me interessei e gostaria de te fazer algumas perguntas.

- Como faço para entrar em contato com sherif elnaggar

- O que vc achou da sua viagem sozinha pelo Egito, foi muito difícil, os preços foram mais abusivos, como foi a questão da comunicação?

- Estou tentando montar o meu roteiro sozinha,  como vc fez para comprar ingressos, escolher hotel, vc fez o cruzeiro no Nilo? pegou voos internos para Luxos e Aswan, enfim...

- Se puder me fazer um relato completo da sua viagem, com dicas de passeios (como comprar os passeios), locais para comer, hospedagem, enfim...

- Há também queria saber se há casas de cambio confiáveis para troca de moeda ou se é somente no aeroporto

- Enfim... tudooooo o que vc puder me dizer será muito bem vindo

 

Obrigada

 

 

Olá Silu, 

O e-mail do Sheriff é aburegila2002@yahoo.com.  Faz mais de seis anos que fui ao Egito, mas acho que não mudou. 

Na época, o real tava valorizado então achamos a maioria das coisas bem baratas, mas a situação deve ter mudado agora.  O maior problema é que os preços não são fixos em muitos pontos turísticos, tudo tem que ser barganhado. Por exemplo, eu lembro que para um passeio de balão, pagamos metade do valor que os europeus  e umas estudantes colombianas pagaram bem mais barato que nós. 

Quanto à língua não tivemos problema porque o guia fala português do Brasil e fizemos alguns passeios com outros guias que falavam português de Portugal ou espanhol. Só no mar vermelho que o guia "falava" inglês e foi um desastre rs, mas deu tudo certo. 

Para montar o roteiro eu pesquisei na internet e fui negociando e pedindo dicas para o Sherif. Aí ele que reservou todos os passeios, os hotéis e comprou as entradas, então não consigo te ajudar com esta parte. Posso te enviar o roteiro que fizemos por e-mail, se te interessar.   

Para Asswan fomos de trem e voltamos parando nos templos de cruzeiro. Valeu super a pena. 

Não me lembro de ter sacado dinheiro por lá. 

Eu costumo fazer sozinha as viagens mas, por ser cultura e língua muito diferentes optei pelo guia e não me arrependi. Foi ótimo. Tenho a impressão que organizar as coisas por lá não deve ser tão simples,  mas posso estar errada. 

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