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O que vou relatar pode decepcionar muitos que estejam de malas prontas para conhecer a China. Isso porque, com verá quem ler este relato, não achei nada de excepcional a viagem àquele país, que deixou muito a desejar em termos turísticos. Isso se deve possivelmente ao fato de eu já conhecer quase 50 países, alguns dos quais nas proximidades da China, com população e costumes semelhantes. Mas, de qualquer forma, aqui vai meu relato, que eventualmente poderá auxiliar a quem esteja indecido, ou mesmo quem já esteja decidido a ir àquele país.

 

Juntamente com minha esposa, saímos de Bangkok para Pequim no final de novembro de 2012, através da Air China, que se mostrou uma boa companhia aérea, chegando próximo à 1:00 h. da manhã. Na chegada ao aeroporto, um malandro fardado e com crachá veio nos “auxiliar”, falava bem o inglês, e não saía de perto de nós. Eu queria primeiro sacar dinheiro local e ver mapas, e ele sempre nos seguindo, até que desconfiei que a atenção era exagerada. Então me ofereceu um táxi, por 500 Yuan, mas recusei, fui buscar um táxi oficial, mas havia uma fila enorme. Uma moça do controle dos táxis viu que me assustei e nos colocou no começo da fila, não sei se por sermos idosos ou uns dos poucos turistas que chegavam. Já era 2 h. da manhã, e o taxista demorou muito para encontrar o hotel, apesar de eu ter o endereço em mandarim. Ele não entendia uma palavra em inglês, e no meio da noite teve que parar em vários lugares para perguntar, até encontrar o hotel, apesar de este ficar numa rua larga e movimentada , bem próximo à Cidade Proibida. O taxímetro marcava l03,00, mas me cobrou 120,00, e acabei concordando, acho que tinha que pagar o pedágio que existe na saída do aeroporto.

O Citytel, que havia reservado, mostrou-se excelente, havia uma recepcionista com bom inglês naquele horário, o que não se repetiu nos dias seguintes. Mas eles tem boa vontade para ajudar, e existe um computador junto à recepção, para uso dos hóspedes. A localização também é ótima, a 300 m. da Tianamen Square e da Cidade Proibida. Não experimentamos o desjejum, pois havia lido que não era bom, mas existem lojas de conveniências nas proximidades, onde compramos iogurte e bananas, e havíamos trazidos alguns bolos da Tailândia. Havia também cafeteira e chá no quarto, pelo que fazíamos nosso desjejum no próprio quarto.

 

Saímos já eram 9:30 h. da manhã, fomos à Tianamen Square e depois à Cidade Proibida. A primeira é uma enorme praça, com um calçadão e um enorme telão que passa imagens da China, e alguns monumentos. Observamos que não existem jardins em Pequim. No local há também uma enorme foto de Mao Tse Tung. Não se paga para entrar, mas deve-se passar por uma segurança na entrada.

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A Forbiden City fica em frente, é também enorme, 70 hectares, paga-se para entrar e têm-se de caminhar muito para atravessá-la e sair do outro lado. Em seu interior, muitos prédios bonitos, mas praticamente vazios, e os pátios só têm calçadas, sem qualquer tipo de jardim. Não achamos nada de especial, pois os prédios são sempre do mesmo estilo, parece que se está vendo sempre o mesmo. E tem sempre muuuuiiiiiita gente!

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Na saída, ia pegar um ônibus para voltar ao hotel e depois um metrô, mas um riquixá se ofereceu por 3,00 Yuan, mostrando com os dedos. Achei que era pouco, e desconfiado, mostrei uma cédula de 10,00 e perguntei se ele teria troco. Quando íamos indo, trocou o motorista, por outro que nos oferecera antes uma espécie de tuc-tuc. Achei estranho, mas nada disse; este nos levou por vielas e parou num lugar desconhecido, dizendo que o metrô era logo adiante. Quando fui pagar, queria 30,00 ( US 5,00), recusei, ele se fez de brabo, mas ameacei chamar a polícia, e isso ele entendeu e se mandou sem receber. Mas havia nos deixado muito longe da estação de metrô. Então, esse tipo de serviço também não é confiável em Pequim.

Seguindo o mapa que havia obtido no aeroporto, fomos até a Avenida que atravessa a Tianamen, pegamos um metrô e fomos até o Templo do Céu, um lugar enorme também, com algumas construções do período imperial, mas achamos que não vale a enorme caminhada que se tem de fazer no seu interior. O problema é que estava muuuiiiito frio também, tive de comprar um boné de pele, do tipo russo, para aguentar.

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Eu havia comprado vários bilhetes (cartões magnéticos) de metrô, mas a cancela não os aceitava para voltar. Pelo jeito, para cada trajeto tem-se de comprar o bilhete específico, de acordo com a distância e ponto de saída. Mas uma guarda nos fez passar, e quando saímos recolhiam o cartão na cancela. Outras vezes me fiz de desentendido, como a cancela não aceitava o cartão, entrava junto com outras pessoas, pois não havia fiscalização por perto, e se havia eu mostrava os cartões que possuía e me fazia de desentendido (e estava mesmo).

 

Saímos do Temple of Heaven, pegamos o metrô 5 (roxo), que depois trocamos pelo 1 (vermelho), sempre tendo os mesmos problemas com os cartões, e descemos na famosa Wangfujing Street, point de lojas de grifes e shopping centers de luxo, onde é muito difícil comprar alguma coisa, pois os preços são absurdos. Não agüentamos o frio na rua e entramos num enorme camelódromo que começa quase em frente ao MC Donalds , onde compramos souvenirs mediante muita negociação. Deve-se ter sempre uma idéia do valor que pretende pagar, pois senão será enganado. Existem no local também muitas barracas de comidas, mas preferimos comer sempre o Big Mac, que custa 20 yuan (cerca de R$ 6,00). Depois voltamos ao hotel, que ficava a uns 400 metros.

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Antes da entrada da Tianamen Square, pela manhã, haviam vários guias oferecendo serviços e tours em inglês. Gostei de um atencioso rapaz, e acertei a ida às muralhas (Mutianyu), Tumbas da Dinastia Ming + Estádio Olípico por 150 Yuan cada ((US 25), para o dia seguinte, mas sem nada pagar naquele momento, e nos pegariam no hotel, onde me haviam pedido 360,00 por pessoa.

No horário previsto (8:00 h.) vieram nos buscar, mas logo depois o rapaz que me oferecera o tour desceu da Van, ficando uma moça como guia. Mais adiante, chegaram a um pedágio, e me pediram para pagar pagar. Já estrilei, pois constava no cartão que o rapaz me dera, que estava tudo incluído, inclusive os ingressos para os locais e almoço, mas depois tive que pagar tudo. Não adiantava reclamar, porque para eles também não estava sendo bom negócio, eis que estávamos apenas nós dois na Van para 12 pessoas, e pelo menos apareceram para nos levar. Conferi em um cartão que outro guia havia me dado no dia anterior, que oferecia o passeio por 100 Yuan, também tudo incluído, quando só de ingressos gastariam 60,00, mais o almoço. Então, é óbvio que é sempre um golpe, não cumprem nunca o prometido. Como estávamos só nós, tive que pagar sozinho o pedágio, que me custou l05,00 ida e volta. No total, nossa despesa prevista, de 300,00 passou a 500,00 yuan, o que custaria um táxi, mas este certamente teria ainda o pedágio, ingressos e almoço, então chegaria a mais de 700,00.

 

A decepção maior foi com as Ming Tumbs, que não passa de um mausoléu velho e nada mais. E nem as muralhas agradaram muito, pois levaram a outro ponto, e não ao Mutianyu combinado, que possui um elevador. Nessa, tive que subir uns 200 degraus pesados para chegar ao alto, até uma guarita, para ter uma vista melhor, num frio glacial. Mesmo ali a vista é muito pequena em relação ao tamanho da muralha, pois existem muitos morros, e uma neblina prejudicava a visão e fotos de longe.

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Outra coisa que coisa que me desagradou foi o shopping-tour que nos aplicaram, parando em factory de pedras de jade, outra de vasos chineses, e na volta até numa de chás. Não comprei nada, disse que paguei o tour + todas as despesas para não perder meu tempo com coisas que eu não queria comprar. A guia não gostou, pois ficou sem a comissão que provavelmente receberia.

 

No retorno, só nos levaram ao Estádio Olímpico porque reclamei, e chegando lá tinha que caminhar mais de 1 km. naquele frio danado, e havia ainda uma forte neblina (ou poluição), pelo que sequer chegamos perto, bati uma foto de longe e desistimos. No geral, o tour foi pouco produtivo, até as muralhas decepcionaram.

Quando voltamos, pegamos um metrô até um shopping center indicado pela moça da agência de tours do hotel, localizado na avenida de acesso a Tianamen, que passava junto ao nosso hotel, mas a alguns quilômetros. Era grande e com enorme variedade de confecções de boa qualidade, especialmente casacos femininos de inverno, mas tudo sem preço. Quando viam que éramos turistas, pediam um preço exagerado, para negociação, e ficavam até nos puxando pelo braço, o que foi nos irritando, pelo que saímos sem comprar nada, pois pediam até 10 vezes o que valia por lá. Então, saem sempre ganhando na “negociação”. Existem muitos balconistas em cada loja, acho que ganham apenas o que conseguem a mais pelo produto, pois não pagariam salários a tanta gente.

 

No 3º e último dia, meu programa previa o Palácio de Verão, o Lama Temple e Confúcio Temple, mas depois da decepção com as outra atrações maiores, e por ver fotos em folders, que nada mostravam de especial, desisti de ir. Pensei em ir à estação de trem para ver o expresso para Xangai, que dizem ser o mais rápido do mundo, mas a moça dos tours no hotel me disse que só entraria no local com o bilhete de trem, pelo que também não fomos. Assim, foi um dia inteiro perdido, ficamos apenas caminhando pela Wanfujing Street, entrando nos shoppings caríssimos apenas para fugir do frio, e depois voltamos ao camelódromo para gastar o dinheiro que sobrara, deixando apenas uma reserva para o táxi até o aeroporto.

 

No aeroporto, complicaram muito por causa de um saquinho com uma espécie de gel, na bolsa de mão, que se aquecia automaticamente quando misturava, servindo como bolsa quente para partes doloridas do corpo, que havíamos comprado por 20 yuan, e que disseram então ser inflamável e por isso proibido levar na bolsa de mão. Nem percebemos ao colocar na bolsa, pois estava numa caixinha. Para completar, havia também um isqueiro na bolsa, que havia comprado em Milão, onde fizéramos uma conexão. Então, armaram um escândalo, como se minha mulher fosse uma terrorista.

 

No geral, Pequim surpreendeu pela beleza do centro e organização, mas decepcionou quanto às atrações turísticas e preço dos produtos para os turistas. Os eletrônicos são vendidos em poucas lojas, e quase ao preço do Brasil. O transporte público é eficiente e muito barato, além de várias linhas de metrô (custam cerca de 2 yuan) existem muitos ônibus, mas é difícil saber qual pegar, pois raramente alguém fala inglês para prestar alguma informação. Paga-se direto ao cobrador, pois não tem roleta, e custa 1 yuan (cerca de R$ 0,30). Os táxis usam taxímetro e são bem mais baratos que no Brasil, mas deve-se levar escrito o destino em chinês, pois nenhum motorista entende qualquer palavra em inglês. Existem poucos ATM para sacar dinheiro, ou casas de câmbio, só encontramos na Wangfujing Street e em algum Shopping. Compras, só efetuamos numa loja de produtos chineses em Milão, quanto estávamos retornando.

 

Por isso tudo, no geral consideramos a ida a Pequim como uma das viagem mais decepcionantes e improdutivas que já fizemos.

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