Colaboradores lucascursino Postado Fevereiro 8, 2014 Autor Colaboradores Postado Fevereiro 8, 2014 Dia 15/01 foi uma correria. Último dia em Istambul e tantas coisas para conhecer. Istambul, a antiga Bizâncio e Constantinopla, é a maior cidade da Turquia, a quinta maior do mundo, rivalizando com Londres como a mais populosa da Europa, com 13 120 596 de habitantes na sua área metropolitana (2010). A grande maioria da população é muçulmana, mas também há um grande número de laicos e uma ínfima minoria de cristãos e judeus. É a capital da área metropolitana e da província de Istambul, a qual faz parte da região de Mármara. No passado foi a capital administrativa da Província de Istambul, na chamada Ruméliaou Trácia Oriental. Foi denominada Bizâncio até 330 d.C., e Constantinopla até 1453, nome bastante difundido no Ocidente até 1930. Durante o período otomano, os turcos chamavam-na de Istambul, nome oficialmente adotado em 28 de março de 1930. Foi a capital do Império Romano do Oriente e do Império Otomano até 1923, cujo governante máximo, o sultão, foi durante séculos reconhecido como califa, o chefe supremo de todos os muçulmanos, o que fazia da cidade uma das mais importantes de todo o Islão. Atualmente, embora a capital do país seja Ancara, Istambul continua a ser o principal polo industrial, comercial, cultural e universitário (aí estão sediadas mais de uma dezena de universidades) do país. É a sede do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, sede da Igreja Ortodoxa. A cidade ocupa ambas as margens do Estreito do Bósforo e do norte do Mar de Mármara, os quais separam a Ásia da Europa no sentido norte-sul, uma situação que faz de Istambul a única cidade que ocupa dois continentes. A parte central da parte europeia é por sua vez dividida pelo estuário do Corno de Ouro. É usual dizer-se que a cidade tem dois ou três centros, conforme se considere ou não que na parte asiática também existe um centro. No lado europeu há duas zonas com mais destaque em termos de movimento de pessoas e patrimônio cultural: o mais antigo, onde se situava o núcleo da antiga Bizâncio e Constantinopla, correspondente ao atual distrito de Fatih, fica a sul do Corno de Ouro, enquanto que Beyoğlu, a antiga Pera e onde se situava o bairro europeu medieval de Gálata, fica a norte. O centro da parte asiática tem contornos menos precisos, e ocupa parte dos distritos de Üsküdar e Kadıköy. Algumas zonas históricas da parte europeia de Istambul foram declaradas Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1985. Em 2010, a cidade foi a Capital Europeia da Cultura. Devido à sua dimensão e importância, Istambul é considerada uma megacidade e uma cidade global. O atual nome da cidade, Istanbul em turco (AFI: [is'tambu] ou, coloquialmente, [ɨsˈtambul]) é usado nas suas diversas variações pelo menos desde o século X, tendo-se tornado o nome comum em turco desde a sua integração no Império Otomano depois da Queda de Constantinopla, em 1453. Etimologicamente o nome é derivado da expressão grega medieval "εἰς τὴν Πόλιν" [istimˈbolin] ou, no dialeto egeu, "εἰς τὰν Πόλιν" [istamˈbolin] (em grego moderno: στην Πόλι [stimˈboli]), que significa "na cidade", "à cidade" ou "centro da cidade". No século XIX ainda eram usados diversos nomes para a cidade. Os europeus em geral usavam principalmente Stambul e Constantinopla para se referir a toda à cidade, embora por vezes se distinguissem ambos os nomes — Constantinopla podia designar apenas a parte mais antiga, a sul do Corno de Ouro (atual Fatih), usando-se "Pera" para designar a zona norte, chamada Beyoğlu pelos turcos, o nome que é usado atualmente. Desde os tempos bizantinos que Pera foi à área onde as comunidades de origem europeia ocidental se concentraram uma situação que perdurou até ao fim do Império Otomano. Entre os turcos era mais frequente que Istambul designasse apenas a parte mais antiga. Bizâncio (em grego clássico: Βυζάντιον; pronúncia em grego demótico moderno: /vi.za.ⁿdjo/) foi o primeiro nome da cidade quando foi fundada em 667 a.C. por colonos dóricos da cidade-estado de Mégara, que a batizaram em homenagem ao seu rei Bizas. Quando o imperador romano Constantino, o Grande fez da cidade a nova capital oriental do seu império, em 11 de maio de 330, rebatizou-a Nova Roma. No entanto, o nome que acabou por se impor como mais generalizado foi Constantinopla (em grego: Κωνσταντινούπολη ou Κωνσταντινούπολις; Konstantinoupolis; "Cidade de Constantino"), o qual foi usado pela primeira vez de forma oficial durante o reinado do imperador Teodósio II (408-450). O nome oficial permaneceu Constantinopla durante todo período bizantino e foi o nome comumente usado no Ocidente até o início do século XX. A cidade foi também apelidada de "Cidade das Sete Colinas", pois o Cabo do Serralho, a península onde se situa a parte mais antiga da cidade tem sete colinas, como Roma. Atualmente no cimo de cada uma das colinas há uma grande mesquita imperial otomana. As colinas estão representadas no emblema da cidade como sete triângulos, sobre os quais se elevam quatro minaretes. A cidade tem muitas outras alcunhas, como por exemplo, Vasilevousa Polis ("Rainha das Cidades", em grego), que tem origem na importância e riqueza da cidade durante a Idade Média, e Dersaâdet (originalmente Der-i Saadet, "Porta para a Felicidade") que foi usada pela primeira vez no fim do século XIX e ainda é utilizada hoje em dia. Com a Lei do Serviço Postal Turco, de 28 de março de 1930, as autoridades turcas pediram oficialmente às nações estrangeiras que adotassem Istambul como o único nome nos seus idiomas. Começamos o passeio pelo famoso Palácio de Topkapı. Localiza-se na cidade de Istambul, na Turquia. Topkapı significa "porta do canhão". Foi construído por Mehmet II, o conquistador, logo após a conquista de Constantinopla, em 1453, e foi à residência dos sultões por três séculos. Atualmente o Palácio é dividido em várias salas de exposição com objetos de ouro (tronos, xícaras, talheres, berços, jóias diversas cravejadas em pedras preciosas), prata, cerâmica,miniaturas, roupas e relíquias sagradas para os muçulmanos, como os pêlos da barba e a marca do pé do profeta Maomé. Saímos do Palácio e fomos à famosa Basílica de Santa Sofia, também conhecida como Hagia Sophia, é um imponente edifício construído entre 532 e 537 pelo Império Bizantino para ser a catedral de Constantinopla (atualmente Istambul, na Turquia). Da data em que foi dedicada em 360 até 1453, ela serviu nesta função, com exceção do período entre 1204 e 1261, quando ela foi convertida para uma catedral católica romana durante o Patriarcado Latino de Constantinopla que se seguiu ao saque da capital imperial pela Quarta Cruzada. O edifício foi uma mesquita entre 29 de maio de 1453 e 1931, quando foi secularizada. Ela reabriu como um museu em 1 de fevereiro de 1935. A igreja foi dedicada ao Logos, a segunda pessoa da Santíssima Trindade, com a festa de dedicação tendo sido realizada em 25 de dezembro, a data em que se comemora o Nascimento de Jesus, a encarnação do Logos em Cristo. Embora ela seja chamada de "Santa Sofia" (como se tivesse sido dedicada em homenagem a Santa Sofia), sophia é a transliteração fonética em latim da palavra grega para "sabedoria" - o nome completo da igreja em grego é Ναός τῆς Ἁγίας τοῦ Θεοῦ Σοφίας, "Igreja da Santa Sabedoria de Deus". Famosa principalmente por sua enorme cúpula (ou domo), ela é considerada a epítome da arquitetura bizantina e é tida como tendo "mudado a história da arquitetura". Ela foi a maior catedral do mundo por quase mil anos, até que a Catedral de Sevilha fosse completada em 1520. O edifício atual foi construído originalmente como uma igreja entre 532 e 537 por ordem do imperador bizantino Justiniano I e foi a terceira igreja de Santa Sofia a ocupar o local, as duas anteriores tendo sido destruídas em revoltas civis. Ela foi projetada pelos cientistas gregos Isidoro de Mileto, um médico, e Antêmio de Trales, um matemático. A igreja continha uma grande coleção de relíquias e tinha, entre outras coisas, uma iconóstase de 15 metros de altura em prata. Ela era a sede do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla e o ponto central da Igreja Ortodoxa por quase mil anos. Foi ali que o Cardeal Humberto, em 1054, excomungou o patriarca Miguel I Cerulário, iniciando o Grande Cisma do Oriente, que perdura até hoje. Em 1453, Constantinopla foi conquistada pelo Império Otomano sob o sultão Mehmed II, que subsequentemente ordenou que o edifício fosse convertido numa mesquita. Os sinos, o altar, a iconóstase e os vasos sagrados foram removidos e diversos mosaicos foram cobertos por emplastro. Diversas características islâmicas - como o mihrab, o minbar e os quatro minaretes - foram adicionados durante esse período. Ela permaneceu como mesquita até 1931, quando Kemal Atatürk ordenou que ela fosse secularizada. Ela permaneceu fechada ao público por quatro anos e reabriu em 1935 já como um museu da recém-criada República da Turquia. Não obstante, os mosaicos coloridos remanesceram emplastrados na maior parte, e o edifício deteriorou-se. Uma missão da UNESCO em 1993 notou queda do emplastro, revestimentos de mármore sujos, janelas quebradas, pinturas decorativas danificadas pela umidade e falta de manutenção na ligação do telhado. Desde então a limpeza, o telhado e a restauração têm sido empreendidas. Os excepcionais mosaicos do assoalho e da parede que estavam cimentados desde 1453 agora são escavados gradualmente. Por quase 500 anos, a principal mesquita de Istambul, Santa Sofia serviu como modelo para diversas mesquitas otomanas, principalmente a chamada Mesquita Azul, que fica em frente a Santa Sofia, a Mesquita Şehzade, a Mesquita Süleymaniye, a Mesquita de Rüstem Pasha e a Mesquita de Kılıç Ali Paşa. A história desta linda Basílica se compõe das seguintes etapas: • A primeira igreja era conhecida como Μεγάλη Ἐκκλησία (em grego: Megálē Ekklēsíā - "A Grande Igreja"; em latim: Magna Ecclesia) por causa de sua grande dimensão quando comparada com outras igrejas contemporâneas em Constantinopla. Escrevendo em 440 d.C., Sócrates de Constantinopla afirmou que a igreja foi construída por Constâncio II, que já trabalhava nela em 346. Inaugurada em 15 de fevereiro de 360 pelo bispo ariano Eudóxio de Antioquia, ela foi construída próxima da região onde o palácio imperial estava sendo construído. A igreja chamada Hagia Irene ("Santa Paz") foi completada antes e serviu como catedral até que Santa Sofia estivesse completada. As duas foram as principais igrejas do Império Bizantino. Uma tradição, cuja origem não é mais antiga que o século VII ou VIII, relata que o edifício fora construído por Constantino. O historiador Zonaras reconcilia as duas opiniões, escrevendo que Constâncio havia restaurado o edifício consagrado por Eusébio de Nicomédia após ele ter desabado. Como Eusébio fora bispo de Constantinopla entre 339 e 341 e Constantino morrera em 337, é possível que a primeira igreja tenha sido mesmo erigida por este. O edifício foi construído como uma basílica latina colunada , com galerias e um teto de madeira. Ela tinha ainda um átrio. O patriarca de Constantinopla João Crisóstomo entrou em conflito com a imperatriz Élia Eudóxia, esposa do imperador Arcádio, e foi enviado para o exílio em 404 (veja controvérsia de João Crisóstomo). Na rebelião que se seguiu, esta primeira igreja foi quase que completamente incendiada e nada resta dela atualmente. • A segunda igreja foi encomendada por Teodósio II, que a inaugurou em 10 de outubro de 415. A basílica com teto de madeira foi construída pelo arquiteto Rufino. Um incêndio iniciado durante a Revolta de Nika destruiu completamente a segunda Santa Sofia em 13-14 de janeiro de 532. Diversos blocos de mármore da segunda igreja ainda existem. Num deles está um alto-relevo mostrando 12 cordeiros representando os doze apóstolos. Originalmente parte de uma entrada monumental, eles agora estão preservados nas escavações ao lado da entrada do museu. Estes fragmentos foram descobertos em 1935 abaixo do pátio ocidental por A. M. Schneider, que não pôde continuar com as escavações por medo de comprometer a integridade da Basílica de Santa Sofia. • A Terceira Igreja que é a estrutura atual. Em 23 de fevereiro de 532, apenas alguns dias depois da destruição da segunda basílica, o imperador Justiniano I decidiu construir uma terceira - e completamente diferente - basílica, maior e muito mais majestosa que as suas antecessoras. Justiniano escolheu o médico Isidoro de Mileto e o matemático Antêmio de Trales como arquitetos, mas Antêmio morreu ainda no primeiro ano da empreitada. A construção foi descrita na obra "Sobre Edifícios" (em grego: Peri ktismatōn; em latim: De aedificiis) do historiador bizantino Procópio. O imperador mandou buscar materiais de construção de todo o império - colunas helênicas retiradas do Templo de Ártemis, em Éfeso (uma das Sete Maravilhas do Mundo), grandes blocos de pórfiro de pedreiras no Egito, mármores verdes da Tessália, pedras negras do Bósforo e amarelos da Síria. Mais de dez mil pessoas foram empregadas na construção. Esta nova igreja foi, ainda na época, reconhecida como um grande feito de engenharia e arquitetura. O imperador, juntamente com o patriarca Eutíquio de Constantinopla, inauguraram a nova basílica em 27 de dezembro de 537 com pompa e circunstância. Contudo, os mosaicos internos só foram completados sob o reinado de Justino II (r. 565–578).Santa Sofia se tornou então a sede do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla e o local preferido para realização de cerimônias oficiais do Império Bizantino, como coroações.Terremotos em agosto de 553 e em 14 de dezembro de 557 racharam o domo prinicipal e o semi-domo oriental, sendo que o primeiro veio a desabar completamente no terremoto seguinte, em 7 de maio de 558, destruindo o ambão, o altar e o cibório. O colapso foi causado principalmente pelo peso da estrutura, grande demais, e pela enorme carga de cisalhamento do domo, que era plano demais. Estes problemas levaram à deformação das colunas que sustentavam o domo. O imperador ordenou que a igreja fosse imediatamente restaurada e confiou a tarefa a Isidoro, o Moço, sobrinho de Isidoro de Mileto, que se utilizou de materiais mais leves e elevou o domo "por volta de 6,5 metros" - dando ao edifício a sua altura interior atual de 55,6 metros. Além disso, Isidoro trocou o tipo de domo, erigindo uma abóbada que cruzaria como pendículos com diâmetro entre 32,7 e 33,5 metros. Esta reconstrução foi completada no ano de 562 e o poeta bizantino Paulo Silenciário compôs um longo poema (ainda existente), conhecido como Ekphrasis, onde ele a comparou a um "campo de mármore", tantas as cores utilizadas. A reabertura foi presidida novamente pelo patriarca Eutíquio de Constantinopla no dia 23 de dezembro de 562. A riqueza e o nível artístico da basílica teria levado Justiniano a dizer Νενίκηκά σε Σολομών("Salomão, eu te superei!"). Muito bonita esta Basílica de Santa Sofia. Saímos de lá em direção a um monumento muito interessante: o Milion! Milion era um monumento marcador de milhas erigido no começo do século IV em Constantinopla (moderna Istambul, Turquia). Localizado no canto norte da praça de Santa Sofia, e próximo a Cisterna da Basílica, foi o ponto de partida para as medições de distâncias de todas as estradas que levavam paras as cidades do Império Bizantino e tinha a mesma função do Milliarium Aureum de Roma, ou seja, trata-se do ponto zero para qualquer lugar da terra conhecido! O edifício de cúpula do Milion repousava em quatro arcos, e foi expandido e decorado com várias estátuas e pinturas. Tinha sobrevivido intacto, após a conquista otomana de Constantinopla (1453), pelos próximos 50 anos, mas desapareceu no começo do século XVI. Durante escavações na década de 1960, alguns fragmentos parciais dele foram descobertos sob casas na área. Quando Constantino, o Grande reconstruiu a cidade de Bizâncio para fazer dela sua nova capital imperial, que ele nomeou Nova Roma, ele conscientemente emulou muitas das características da "Antiga Roma". Entre estas estava o Milion: foi um tetrápilo encimado por uma cúpula, construída na primeira região da cidade, próximo aos antigos muros de Bizâncio, no início da rua principal da cidade nova, a Mese (Μέση Οδός), que naquele ponto formou uma curva. O novo edifício cumpriu o mesmo papel do que Milliarium Aureum em Roma: foi considerado como a origem de todas as estradas das cidades europeias do Império Bizantino, e em sua base estavam escritas as distâncias de todas as principais cidades do império a partir de Constantinopla. O monumento estava a leste do Augusteu, e foi muito mais complexo que sua contraparte romana. Pode ser descrito como um arco triunfal duplo encimado por uma cúpula, que foi sustentada por quatro arcos. Foi coroado por estátuas de Constantino e sua mãe Helena com uma coroa, olhando para leste. Uma estátua da Tique da cidade ficou atrás deles. Desde o início do século VI, o edifício tornou-se uma estação cada vez mais importante do cerimonial imperial. Justiniano I adicionou um relógio de sol, enquanto Justino II adornou a parte inferior com as estátuas de sua esposa Sofia, sua filha Arábia e sua sobrinha Helena. O monumento foi também adornado com esculturas equestres de Trajano, Adriano, Teodósio II e uma quadriga de bronze de Hélio. Durante a primeira metade do século VIII, as abóbadas do edifício foram adornadas pelo imperador Filípico e Anastácio II com pinturas de concílios ecumênicos, mas durante a Iconoclastia, o imperador Constantino V as substituiu por cenas do hipódromo. Durante a Era Comnena, o Milion, devido a sua posição estratégica, testemunhou brigas na cidade, como as relações entre Nicéforo III Botaniates (r. 1078-1081) e Aleixo I (r. 1081-1118), ou aquelas entre as tropas imperiais e a imperatriz Maria de Antioquia, que a partir desta posição estavam controlando o Augusteu. Entre 1268-1271, após o fim do Império Latino, o Milion - junto com o Augusteu - tornaram-se propriedade da igreja de Hagia Sophia. Após a conquista otomana de Constantinopla (1453), o edifício permaneceu intacto até o fim do século XV. Desapareceu possivelmente no começo do século XVI devido ao alargamento do aqueduto próximo e a subsequente elevação de uma torre de água próxima (em turco: suterazi). Nos anos 1967 e 1968, na sequência dos estudos teoréticos sobre a localização do monumento e após a demolição de casas colocadas acima dele, escavações revelaram algumas fundações e um fragmento (agora reerguido como um pilar) pertencente ao edifício. Estes restos poderiam ser positivamente identificados como pertencentes ao Milion graças a sua proximidade com parte de uma canalização bizantina curvada. Isto parece indicar o ângulo do desaparecido Mese, como registrado pelas fontes literárias. Após o Milion nos dirigimos aos Banhos de Roxelana. É um hamam (balneário turco) situado em Istambul, na Turquia, junto à Basílica de Santa Sofia. Os banhos foram construídos no século XVI pelo arquiteto real Sinan por ordem de Solimão, o Magnífico e foram batizados com o nome de Roxelana, a esposa do sultão. Criados para a congregação religiosa da Basílica de Santa Sofia atualmente alberga uma loja estatal de tapetes. Se pode distinguir a disposição simétrica do edifício, onde se destacam o camekan (grande vestíbulo) e a soğukluk (estância intermédia ou "fria"). Após os Banhos de Roxelana fomos ver a A Coluna de Constantino, também conhecida como Coluna Queimada ou Coluna Anelada, é uma coluna triunfal construída por ordem do imperador romano Constantinono ano 330. Comemora a declaração de Bizâncio (renomeada por Constantino como Nova Roma) como a nova capital do Império Romano. Situada em Yeniçeriler Caddesi entre o Sultanahmet e a Praça Beyazıt (durante a época romana o Fórum de Teodósio), esteve ao longo da história associada como local onde inúmeras relíquias da cristandade foram depositadas, bem como artefatos do passado pagão romano. A coluna de Constantino, que havia sido consagrada em 11 de maio de 330, situava-se no centro do Fórum de Constantino (hoje praça de Çemberlitaş), um fórum circular situado na parte exterior das muralhas da cidade. Era originalmente encimada por uma estátua de bronze de Constantino que, segundo lendas bizantinas tardias, estava representado de modo a aludir ao deus Sol Invicto ou então ao deus Hélio; estudiosos como Garth Fowden questionam estas associações, considerando-as errôneas. Diz-se que a orbe da estátua continha um fragmento da Vera Cruz. Na base da coluna se localizava o santuário que continha relíquias das cruzes dos dois ladrões que foram crucificados com Jesus no calvário, a cesta do milagre dos pães e um frasco de azeite do alabastro de Maria Madalena que presumivelmente foi usado por ela para lavar os pés a Jesus, o Paládio da Roma Antiga, o machado com o qual Noé construiu a arca e uma estátua de madeira de Atena proveniente de Troia. Em 1106 uma forte tempestade derrubou tanto a estátua como três dos anéis superiores da coluna. Mais tarde o imperador bizantino Manuel I Comneno (r. 1143-1180) substituiu a estátua por uma cruz de bronze e agregou uma inscrição comemorativa: "O fiel Manuel reforçou esta santa obra de arte que se tem ganhado pelo tempo". Instalou guirlandas de bronze que cobriram as uniões entre os anéis para dar maior robustez à coluna, mas foram roubados pelos cruzados que saquearam a cidade durante a Quarta Cruzada em 1204. A cruz foi posteriormente removida pelos otomanos após a tomada da cidade em 1453. Em 1779, devido a um grande incêndio em Istambul, a coluna foi danificada e adquiriu marcas negras de fogo, recebendo então a denominação de "coluna queimada". Neste mesmo anoAbdülhamid I (r. 1774-1789) realizou reformas na estrutura, dando-lhe sua base atual. Contando originalmente com 37 metros de altura, hoje a estrutura possui 35 metros. Foi construída com sete tambores de pórfiro roxo trazidos de Roma para Constantinopla em 328 que repousam sobre uma base e um pedestal. Devido aos danos ocorridos à estrutura ao longo do tempo, para auxiliar na sustentação, atualmente foram adicionados aros metálicos nos tambores. Após ver esta coluna fomos conhecer a Cisterna da Basílica. A Cisterna de Teodósio (ou da Basílica) é uma das muitas antigas cisternas de Constantinopla que se encontram debaixo da cidade de Istambul. A entrada atual faz-se pela Piyer Loti Caddesi. A cisterna foi construída pelo imperador romano Teodósio II, entre 428 e 443 para armazenar água fornecida pelo Aqueduto de Valente. A água deste aqueduto era depois redistribuída para oninfeu, para as Termas de Zeuxipo e para o Grande Palácio de Constantinopla. A construção tem cerca de 45 por 25 metros e o teto é suportado por 32 colunas de mármore com cerca de 9 metros de altura. À semelhança da Cisterna da Basílica e da Cisterna Binbirdirek, está aberta ao público. Depois da Cisterna veio o O Obelisco de Teodósio. É um obelisco do Antigo Egito mandado construir pelo faraó Tutmés III que no século IV d.C. foi levado para Constantinopla (atual Istambul, Turquia) e colocado no Hipódromo, no que é hoje a Praça Sultanahmet, pelo imperador romano Teodósio I. O obelisco foi erigido por Tutmés III (r. 1479–1425 a.C.) a sul do sétimo pilone do grande Templo de Karnak, no que é hoje a cidade egípcia de Luxor. Em 357 d.C., o imperador romano Constâncio II (r. 337–361 d.C.) mandou transportar o obelisco e um outro ao longo do rio Nilo para Alexandria, para comemorar a sua ventennalia (20 anos no trono). O outro obelisco foi erigido na spina do Circo Máximo, em Roma, no outono do mesmo ano e é atualmente conhecido como Obelisco Lateranense. O chamado Obelisco de Teodósio permaneceu em Alexandria até 390, quando Teodósio I o mandou levar para Constantinopla para ser colocado na spina do hipódromo daquela cidade. O obelisco propriamente dito é feito de granito vermelho de Assuão e originalmente tinha 30 metros de altura, como o Obelisco Lateranense. A parte inferior foi danificada na Antiguidade, provavelmente durante o transporte ou quando foi reerigido, pelo que o obelisco tem atualmente apenas 18,54 m (19,6 m segundo outras fontes), ou 25,6 m se for incluída a base. Entre os quatro cantos e o pedestal encontram-se quatro cubos de bronze, usados no transporte e na recolocação. Cada uma das quatro faces tem uma linha vertical de inscrições, que celebram a vitória de Tutmés III nas margens do rio Eufrates em 1 450 a.C. O obelisco assenta sobre um pedestal de mármore com baixos relevos datados de quando o obelisco foi erguido em Constantinopla. Numa das faces, Teodósio é representado oferecendo a coroa da vitória ao vencedor das corridas de bigas; a cena é emoldurada com colunas e arcos coríntios, com espectadores alegres, músicos e e dançarinos que assistem à cerimónia. Na parte inferior direita desse baixo relevo encontra-se um hydraulis (órgão hidráulico) de Ctesíbio; na parte esquerda encontra-se representado outro instrumento musical. Há vestígios claros de grandes estragos no pedestal e restaurações. Nos cantos do fundo do pedestal há cubos de pórfiro em substituição de peças desaparecidas, os quais assentam sobre os cubos de bronze acima referidos; os cubos de bronze e pórfiro têm formas idênticas. Numa das faces há um corte que faz supor a passagem de uma canalização. As reparações na base podem estar relacionadas com a rachas causadas por qualquer acidente grave, possivelmente um terremoto ocorrido em data incerta da Antiguidade. A face leste do pedestal ostenta uma inscrição com cinco hexâmetros em latim. A inscrição está ligeiramente partida no fundo, mas foi transcrita na totalidade por viajantes do século XVI: “DIFFICILIS QVONDAM DOMINIS PARERE SERENIS IVSSVS ET EXTINCTIS PALMAM PORTARE TYRANNIS OMNIA THEODOSIO CEDVNT SVBOLIQVE PERENNI TER DENIS SIC VICTVS EGO DOMITVSQVE DIEBVS IVDICE SVB PROCLO SVPERAS ELATVS AD AVRAS” Tradução: “Embora no passado tenha oposto resistência, um homem ordenou-me que obedecesse aos mestres serenos e que carregasse as suas palmas, uma vez que os tiranos tivessem sido derrubados. Todas as coisas se rendem a Teodósio e aos seus descendentes eternos. Isto é verdade também para mim - fui dominado e superado por três vezes em dez dias e levantado até ao cimo dos ventos, sob o governador Proculus.” Na face oeste, a mesma ideia é repetida em dois dísticos elegíacos escritos em grego bizantino, embora aqui seja relatado que a colocação do obelisco demorou 32 dias: “KIONA TETPAΠΛEYPON AEI XΘONI KEIMENON AXΘOC MOYNOC ANACTHCAI ΘEYΔOCIOC BACIΛEYC TOΛMHCAC ΠPOKΛOC EΠEKEKΛETO KAI TOCOC ECTH KIΩN HEΛIOIC EN TPIAKONTA ΔYO” Tradução: “Esta coluna com quatro que jazia na terra, só o imperador Teodósio se atreveu a erguê-la de novo; Proclos foi convidado para executar a sua ordem; e esta grande coluna foi erguida em 32 dias.” Após o Obelisco fomos ao Grande Bazar. O Grande Bazar, também chamado Bazar Coberto ou Mercado Coberto (do turco Kapalıçarşı), é provavelmente o maior e dos mais antigos mercados cobertos do mundo, situado no bairro histórico de Eminönü, distrito de Fatih, da cidade de Istambul, Turquia. Aberto em 1461, é muito conhecido principalmente pela joalharia, cerâmica, especiarias e tapetes. Tem mais de 60 ruas cobertas e centenas ou milhares de lojas (1200 segundo uns, mais de 4000 segundo outros), é frequentado por 250000 a 400000 pessoas diariamente. Calcula-se que cerca de 20000 aí trabalhem. A maior parte das lojas está agrupada por tipos de mercadorias, havendo áreas especiais para produtos de pele, joalharia de ouro, etc. O bazar situa-se na parte mais alta duma grande área comercial que ocupa a encosta sul do Corno de Ouro, onde no passado atracavam os navios que abasteciam Istambul. O mercado ocupa o espaço entre as mesquitas Nuruosmaniye e de Bayezid II, próximo da Divanyolu, a avenida principal da cidade antiga desde os tempos da Constantinopla romana, que constituía o início da estrada que atravessava o centro da península ocupada pela cidade mais antiga e a ligava com Adrianópolis, a atual Edirne. O núcleo central do Grande Bazar são dois bedestens (edifícios destinados a comercializar e armazenar mercadorias, especialmente aquelas de maior valor, que requerem mais segurança). São construções com as paredes em alvenaria de cascalho, pilares em pedra e abóbadas e arcadas em tijolo, as quais são ligadas por traves. As portas são em ferro e ornamentadas com pregos. O bedesten mais antigo, chamado Eski Bedesten (Bedesten Antigo), Bedestan-i Atik, Cevahir Bedesteni (Bedesten dos Joalheiros), ou İç Bedesten (Bedesten Interior) está situado no centro da parte coberta. Consiste em 44 celas de alvenaria (mahzen) que rodeiam um pátio retangular que mede 45,3por 29,4 metros. O conjunto é coberto com três filas de cinco abóbadas cada uma. Duas filas de oito pilares suportam o teto, que é coroado por pequenas cúpulas no exterior. Encostadas às paredes exteriores desta estrutura há 56 lojas a toda a volta. A maior parte das ruas do bazar estão alinhadas com as paredes deste bedesten. No centro de cada fachada há um portão e cada um deles sai uma rua. O interior é iluminado por janelas na parte superior das paredes, as quais estão ligadas por passarelas elevadas feitas em madeira. No Eski Bedesteni as atividades principais eram o comércio de jóias e os leilões de escravos. O comércio de escravos foi ilegalizado em 1847. Além disso, o bedesten era também usado pelos mercadores do bazar como depósito seguro de dinheiro e mercadorias mais valiosas. Atualmente o piso térreo está ocupado por inúmeras pequenas lojas de madeira. O segundo bedesten, "Novo", "Pequeno" ou "das Sandálias" (em turco: Yeni Bedesten, Bedestan-i Cedid, Küçük Bedesten ou Bezzaziye-i Sugra), situa-se a sudeste do primeiro, junto aos limites exteriores e à Mesquita Nuruosmaniye. É um recinto retangular murado com 38,8 por 32 metros, cobertos por quatro filas de cinco pequenas cúpulas que são suportadas por doze pilares. A entrada faz-se por quatro portas no centro de cada fachada. Os bedestens ocupam apenas uma pequena parte do gigantesco mercado, onde além de muitas centenas de lojas e pequenas oficinas de artesãos (hans) existem cafés, restaurantes, pequenas mesquitas (mescit), fontes, bancos, uma estação de correios, uma posto médico e uma esquadra de polícia. O Grande Bazar funcionava como um mercado abastecedor (de distribuição), por ele passando a maior parte das mercadorias antes de serem distribuídas por outros mercados da cidade ou chegarem às oficinas de artesãos, muitas das quais situadas também elas no Grande Bazar. O nome das ruas do mercado correspondem às atividades que aí se desenvolviam, quer fossem de manufatura ou apenas de comércio. Atualmente o bazar tem os mesmos limites que em 1894, quando decorreram grandes obras de restauro e reestruturação, existindo 61 ruas numa área total de 30,7 ha. O recinto do Grande Bazar tem quatro entradas, uma em cada um dos extremos das ruas principais, a orientada a norte-sul, a Yağlıkçılar (dos fabricantes de lamparinas), e a orientada a leste-oeste, a Kalpakçılar (dos chapeleiros de pele), as quais se cruzam perto da esquina sudoeste. A Kalpakçılar liga as mesquitas Nuruosmaniye e de Bayezid II. Em cada uma das entradas exteriores há um grande portão de ferro. Estes portões eram fechados fora das horas de serviço e o local era guardado por pessoal contratado pela guilda que administrava o bazar. Embora se saiba que a antiga Constantinopla tinha um grande mercado com uma estrutura semelhante ao Grande Bazar otomano, isto é, um espaço misto de comércio e pequena indústria, mas não se sabe onde ele se situava. Também não se sabe o que existiria no lugar antes da reconstrução otomana. O Eski Bedesten foi construído entre 1455 e 1461 por ordem do sultão Mehmed, o Conquistador, pouco depois de ter conquistado a cidade. Como era usual com muitos mercados otomanos, parte das taxas cobradas sobre o comércio destinavam-se a gerar receitas para uma mesquita, que no caso do Grande Bazar era a recém convertida Santa Sofia. Além de angariar fundos para a mesquita, Mehmed pretendia reavivar o comércio na cidade conquistada. O mercado expandiu-se rapidamente à volta do primeiro bedesten, estimando-se que no final do reinado de Mehmed II, em 1481, já ocuparia cerca de um terço da área que ocupa atualmente. No século XVI, durante o reinado de Solimão, o Magnífico, o mercado foi bastante aumentado. Como o resto da cidade, o Grande Bazar foi fustigado por vários incêndios e terramotos ao longo da sua existência, após o que era reconstruído e expandido de uma forma algo caótica. Os mercados à volta dos bedestens foram destruídos por fogos em 1546, 1589 e 1618. Em 1652 houve um incêndio no Eski Bedesten e em 1660, um enorme incêndio destruíu praticamente toda a cidade. Em 1695 e 1701 voltaram a ocorrer incêndios no Eski Bedesten, após o qual as coberturas em madeira das ruas vizinhas foram substituídas por alvenaria. Em 1750 houve outro incêndio, o qual foi seguido de uma pilhagem dos janízaros, as tropas de elite imperiais otomanas. Em 1766 houve um terramoto e em 1791 e 1826 houve novamente fogos. Um terramoto em 1894 danificou as estruturas e coberturas, após o que o ministro das Obras Públicas do sultão Abd-ul-Hamid II, Mahmud Celaleddin Paşa dirigiu uma grande reestruturação do Grande Bazar, reduzindo-lhe a área coberta removendo arcadas, isolando os núcleos de oficinas e instalando portões ao longo das ruas principais. Além disso, a estrutura foi reforçada com ferro e as arcadas foram decoradas com arabescos. Em 1954 houve outro terremoto que obrigou a mais restauração. O interior foi completamente repintado em 1980. Embora a estrutura do bazar se mantenha como antigamente, a sua função, o modo como é gerido, a natureza do comércio aí desenvolvido e a arquitetura dos interiores mudaram significativamente a partir da segunda metade do século XIX. Na década de 1960, as mudanças na indústria e economia da Turquia, bem como na demografia de Istambul, determinaram a substituição da maior parte das oficinas tradicionais de artesanato por lojas de tipo ocidental e para turistas, as quais constituem atualmente o maior negócio do lugar. As lojas tradicionais tinham mostruários abertos, separados por cortinas ou finos tabiques de madeira e eram fechados à noite com persianas verticais. Atualmente, muitas lojas são fechadas com portas e montras de vidro iluminadas. A gestão, que antes era feita por uma guilda (em turco: longa), que tinha a seu cargo não só a manutenção dos espaços, mas também o controlo apertado da concorrência e preços, é atualmente feito de forma algo deficiente por uma série de associações de lojistas. Após o Grande Bazar fomos dar uma olhada em alguns pontos da Muralha de Constantinopla. As Muralhas de Constantinopla são uma série de muralhas de pedra que rodeavam e protegia a cidade de Constantinopla (atual Istambul na Turquia) desde sua fundação como capital do Império Romano do Oriente por Constantino. Com diversas adições e modificações ao longo de sua história, constituíram o último grande sistema de fortificação da Antiguidade, e um dos mais complexos e elaborados sistemas já construídos. Construídas inicialmente por Constantino, as muralhas cercavam a nova cidade por todos seus lados, protegendo-a contra ataques marítimos e terrestres. À medida que a cidade cresceu, a famosa linha dupla das Muralhas de Teodósio foi construída no século V. Embora outras seções das muralhas fossem menos elaboradas, quando bem equipadas (com armamento e soldados), eram quase inexpugnáveis para qualquer sitiante medieval, salvando assim a cidade e o Império Bizantino, durante ataques feitos pelos ávaros, árabes, Rus' e búlgaros, entre outros (ver sítios a Constantinopla). O advento dos canhões especializados em cercos, que utilizavam pólvora, no entanto, tornou estas fortificações vulneráveis, e acabou levando à queda de Constantinopla para os otomanos, em 29 de maio de 1453, após um longo sítio. As muralhas se mantiveram intactas durante a maior parte do período otomano, até que certos trechos começaram a ser demolidos no século XIX, à medida que a cidade se expandiu para além de seus limites medievais. Apesar da falta de manutenção e conservação subsequente, diversas partes da muralha sobrevivem até os dias de hoje. Um programa de restauração em grande escala tem sido realizado desde a década de 1980, permitindo aos visitantes apreciar sua aparência original. Após as muralhas descemos a pé em direção ao canal de Bósforo. Tinha alguns cruzeiros mas iriam demorar a sair. Então entramos em uma balsa de carros e fizemos travessias paralelas aos cruzeiros por 2 liras por pessoa (hoje fev-2014 seria U$0,90)! Depois de tantas ruínas e coisas ligadas a história da humanidade, estava interessado em conhecer o famoso Cevahir Mall. O Shopping Cevahir Mall foi inaugurado em 2005, ainda é um dos mais modernos e é o maior centro comercial da Europa. Possui 343 lojas, 34 restaurantes Fast-food, 14 restaurantes exclusivos, 12 cinemas, teatro, pistas de boliche, e parque de diversões. Para se ter uma ideia do tamanho, tem até montanha russa dentro do shopping. Após este dia bem corrido pedimos ao gerente do hotel para nos permitir tomar banho e nos trocar bem à noite, pois de lá iríamos direto ao aeroporto para voar a Frankfurt as 5h00min. Escolhemos esta passagem com escala de 15 horas para conhecermos Frankfurt. Frankfurt é a maior cidade do estado alemão de Hesse e a quinta maior cidade da Alemanha, com uma população de aproximadamente 700.000 habitantes em 2012. Sua área urbana tinha uma população estimada de 2,3 milhões de habitantes em 2010. A cidade está no centro da Região metropolitana Reno-Meno que tem uma população de 5,6 milhões de habitantes e é a segunda maior região metropolitana da Alemanha. Desde a expansão da União Europeia de 2007, o centro geográfico da União encontra-se a 40km a leste de Frankfurt. Frankfurt é o centro financeiro e de transporte da Alemanha e o maior centro financeiro da Europa continental. Em Frankfurt estão localizadas sedes de importantes instituições como a do Banco Central Europeu, do Banco Federal Alemão e da Bolsa de Valores de Frankfurt, bem como vários grandes bancos comerciais, como por exemplo o Deutsche Bank, o Commerzbank e o DZ Bank. Nos transportes a cidade se destaca em âmbito mundial: o Aeroporto de Frankfurt é um dos mais movimentados de todo o mundo; a Estação Central de Frankfurt é um dos maiores terminais de trens da Europa; e a Frankfurter Kreuz é um dos trevos rodoviários mais utilizados na Europa. Ao mesmo tempo, a DE-CIX possui o maior tráfico de ponto de troca de internet do mundo. Frankfurt é a única cidade alemã listada como uma das dez cidades globais alfa do mundo. Cidade global (também chamada de cidade mundial, cidade alfa ou centro mundial) é uma cidade considerada um lugar importante no sistema econômico global. O conceito vem dos estudos urbanos e da geografia e se assenta na ideia de que a globalização criou, facilitou e promulgou locais geográficos estratégicos de acordo com uma hierarquia de importância para o funcionamento do sistema global de finanças e comércio. A mais complexa dessas entidades é a "cidade global", através da qual as relações vinculativas de uma cidade têm efeito direto e tangível sobre assuntos globais através de meios socioeconômicos. A expressão "cidade global", em oposição à megacidade, foi introduzida por Saskia Sassen, em referência a Londres, Nova Iorque e Tóquio, em sua obra de 1991 "A Cidade Global". O termo "cidade mundial" já tinha sido usado por Patrick Geddes, em 1915, para descrever as cidades que controlam uma quantidade desproporcional de datas de negócios globais. Depois dele Peter Hall, em sua obra The World Cities (1966) usou uma série de critérios para definir as cidades que ocupam o topo da hierarquia urbana mundial. Vinte anos depois, John Friedmann lançou The World City Hypothesis e indicou as cidades que comandavam a economia global. Com uma metodologia multidisciplinar e inovadora, Ronald Daus investigará depois o papel de um “fundamento europeu”, existente desde a “invenção” do colonialismo, nas cidades globais extra-europeias que se desenvolvem durante o século XX e que é responsável pelo caos urbanístico que assola localidades situadas tanto fora da Europa como nela própria, suscitando novas questões em áreas como as da sociologia ou da antropologia cultural (ver biografia e referências). A classificação de cidade global é vista como benéfica e, por isso, muitos grupos têm tentado classificar quais as cidades que podem ser vistas como "cidades mundiais". Embora haja um consenso sobre quais são as cidades líderes do mundo, definir quais são os critérios para que essa classificação seja feita pode afetar outras cidades incluídas. Os critérios para a identificação tendem a basear-se num "valor critério" (por exemplo, se o setor produtor de serviços é o maior setor econômico, então a cidade X é uma cidade global) ou em uma "determinação iminente" (se o setor produtor de serviços da cidade X é maior do que o setor produtor de serviços das cidades N, então a cidade X é uma cidade global). Algumas características básicas de cidades globais são: • Familiaridade internacional: uma pessoa diria Paris, e não Paris, França; • Influência e ativa participação em eventos internacionais. Por exemplo, a cidade de Nova Iorque sedia a Organização das Nações Unidas, e em Bruxelas se encontram as sedes da Organização do Tratado do Atlântico Norte e da União Europeia; • Uma grande população, onde a cidade global é centro de uma área metropolitana de pelo menos um milhão de habitantes, muitas vezes, tendo vários milhões de habitantes; • Um aeroporto internacional de grande porte, que serve como base para várias linhas aéreas internacionais; • Um sistema avançado e eficiente de transportes. Isto inclui vias expressas, rodovias e transporte público; • Qualidade de vida; • Sedes de grandes companhias, como conglomerados e multinacionais; • Sede de instituições educacionais, como universidade; • Uma bolsa de valores que possua influência na economia mundial; • Presença de redes multinacionais e instituições financeiras de grande porte; • Infraestrutura avançada de comunicações; • Presença de grandes instituições de artes, como museus; • Grande influência econômica no mundo. • Custo de vida; • Número de bilionários. Frankfurt fica na Antiga Zona de Ocupação Americana na Alemanha e era antigamente a cidade sede do Exército dos Estados Unidos na Alemanha. Em 2011, a companhia Mercer apontou Frankfurt como a 7º cidade em qualidade de vida do mundo. De acordo com a pesquisa de custo de vida do The Economist, Frankfurt é a cidade alemã mais cara e a 10ª cidade mais cara do mundo. Talvez Frankfurt não faça parte dos roteiros turísticos tradicionais pela Alemanha justamente porque - excetuando-se alguns poucos locais - Frankfurt não pareça Alemanha. Em escala reduzida ela lembra mais uma Nova York ou São Paulo do que aquelas adoráveis cidades com arquitetura típica germânica, que todos nós amamos. O cenário predominante de Frankfurt são os grandes e modernos prédios empresariais e bancários, ruas movimentadas e gente andando apressada de um lado para outro, com jeito de estar fechando algum negócio importante. Mesmo assim, estimulados por esta visita rápida à cidade, decidimos passar alguns momentos agradáveis em Frankfurt. Começamos nossa caminhada pela área central, onde diversos trechos são exclusivos de pedestres. A vitrine comercial da cidade atende pelo nome de Zeil, uma larga e arborizada avenida exclusiva de pedestres, com mais de um quilômetro de extensão. A Zeil é considerada como um dos maiores shoppings da Europa a céu aberto, tal a variedades de lojas e número de visitantes. Também as ruas Fahrgasse e Hasengasse concentram boas opções comerciais. Para distrair a boca enquanto não chega a hora do almoço, sugerimos entrar em confeitarias - elas existem às dezenas por aqui - e comprar uma das especialidades locais, o Marzipan. Estes deliciosos bombons de chocolate com amêndoas são campeões de vendas por aqui, e parecem ter até mesmo um gostinho de Alemanha. O prédio da Alte Oper é uma das construções mais renomadas da cidade, fica na Opernplatz. Trata-se de uma reconstrução do prédio original, também totalmente devastado durante a guerra, mas que após o conflito foi restaurado de acordo com o projeto original (ao lado). Outro ponto famoso da cidade, a Goethe Haus foi o endereço do famoso poeta, entre 1749 e 1775, e é decorada com reproduções da mobília original de sua época, formando um verdadeiro painel doméstico do século 18. Uma das peças principais da casa é a autêntica escrivaninha utilizada por Goethe. E visite ainda o interessante Deutsches Filmmuseum, museu de cinema; o museu Judengasse onde se pode ter uma idéia de como era a vida nos antigos guetos judeus da cidade. Lá foi construído um memorial ao Holocausto. Quando a fome chegar você vai ver que são tantas as opções, bares, tabernas, carrocinhas com pratos típicos, confeitarias e restaurantes convidativos que é difícil decidir. Se o seu negócio é algo típico então escolha um daqueles divertidos cachorros quentes que são vendidos em todo lugar, com salsichas deliciosas e enormes, saindo nas duas extremidades do pão e com mostarda servida à vontade em torneirinhas. Mas se existe um ponto na cidade que pode ser considerado como unanimidade entre os turistas e moradores locais trata-se da praça Romer (Römerberg). Este espaço livre rodeado por prédios de arquitetura em estilo característico germânico tem sua história iniciada ainda no século 12, quando era utilizado como mercado livre entre comerciantes locais e aqueles vindos da França e Itália. Ao longo do tempo a Romerberg afirmou-se também como a área mais nobre da cidade, passando a servir de local para cerimônias importantes, como festivais e coroações, celebradas na antiga prefeitura, a Zum Römer. O principal salão da prefeitura - Kaisersaal - abriga estátuas de todos os reis e imperadores germânicos, desde Friedrich Barbarossa (1152) até Franz II (1806). Não deixe de visitar, também na praça, o Historiches Museum, onde a história de Frankfurt é contata, inclusive com maquetes da cidade em diversas épocas. Causa tristeza conhecer a destruição quase total da cidade, ao fim da segunda guerra. Visite também a Alte Nikolaikirche, igreja gótica cuja origem remontam ao século 13, usada pelos imperadores germânicos durante dois séculos. Na praça estão ainda diversos restaurantes e lojinhas oferecendo todo tipo de souvenirs e lembranças de Frankfurt. O outro lado da praça Romer, frente à prefeitura, é conhecido como Ostzeile. Trata-se de uma linha de construções em madeira, originalmente construída durante os séculos 14 e 15 (ao lado). No centro da praça destaca-se a fonte da justiça Gerechtigkeitsbrunnen, representando a deusa da justiça Justitia, construída em 1543. Infelizmente quase todos estes monumentos são reconstruções, já que durante a segunda guerra a praça foi completamente destruída pelos bombardeios aliados. Alguns prédios históricos foram reconstruídos logo após o conflito, no entanto a Ostzeile somente foi reerguida em 1983. A Eschenheimer Turm é uma das poucas estruturas remanescentes das antigas muralhas que cercavam Frankfurt. Esta torre de 47 metros de altura foi completada em 1428 por ordem do Kaiser. Na realidade existiam mais de 60 torres cercando a cidade, quase todas foram demolidas entre 1806 e 1812, quando as muralhas da cidade também foram abaixo. A Eschenheimer Turm foi a única torre que conseguiu escapar de virar entulho, transformando-se num dos pontos históricos mais importantes da cidade. Desde 1992 a torre é aberta à visitação pública, sendo que em sua base existe um agradável café. Depois visite o Museum für Moderne Kunst (museu de arte moderna, Domstrasse 10), a Goethehaus und Goethemuseum (Casa e museu de Goethe, maior poeta alemão, Grosser Hirschgraben 23-25), e a Paulskirche (igreja de São Paulo, na Paulsplatz). Enquanto o lado norte da cidade abriga os prédios e o centro do comércio, a margem sul abriga pontos culturais importantes, como o Museumsufer, área dos museus e Sachsenhausen's, com suas antigas residências, tabernas e ruelas típicas. O aeroporto de Frankfurt é o mais movimentado da Europa. Ao chegar desça ao subsolo e pegue o trem até o centro da cidade, a mais eficiente e rápida forma de transporte. Ainda do avião, antes da aterrissagem, é provável que você veja ao longe a imponente silhueta dos prédios centrais da cidade, com destaque para o Commerzbank Tower, até poucos anos, o mais alto prédio da Europa, famoso também por seu projeto ecológico e de iluminação natural. Mas não deixe esta primeira visão lhe desanimar, pensando que Frankfurt é somente mais uma cidade de negócios, destinada somente a executivos ou coisas semelhantes. Ela pode ser tudo isto, mas também é uma cidade com muita história, atrações interessantes e um ótimo centro de lazer, como descobrimos naquele dia que passamos lá. Pegamos o voo para São Paulo as 22h00min terminando assim esta viagem com tantos pontos turísticos. Em breve anexo fotos ao depoimento. Citar
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