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Bhaktapur, o Reino dos Devotos

 

 

Bhaktapur Durbar Square

Bhaktapur foi o nosso terceiro e último destino no Nepal. Considerada patrimônio mundial pela UNESCO, a cidade é um verdadeiro museu a céu aberto, uma viagem no tempo. Foi fundada no século 12 DC no vale de Kathmandu, na rota comercial entre a Índia e o Tibet e reúne templos, palácios e monastérios originais da época. Ao lado de Patan e da capital Kathmandu, Bhaktapur é uma das três capitais reais do país. Parece uma cidade cenográfica no meio do caos nepalês, uma ilha de tranquilidade onde veículos são proibidos e o turismo é o carro-chefe : sessenta por cento da receita da cidade. Quatro praças principais muito bem conservadas exibem arquitetura oriental esplendorosa, de estilo Newari. Com um templo a cada esquina, a religiosidade é traço marcante da antiga capital dos reis Malla do Nepal. O hinduísmo e o budismo se misturam e logo cedo, pela manhã, o canto dos devotos ecoa pelas ruas. Os sons dos sinos e tambores marcam os rituais e o ritmo da vida local. Ao entardecer, as velas acesas pelas mulheres tomam conta dos templos, criando um clima místico, de prece e agradecimento. A conservação e restauração dos monumentos de Bhaktapur dependem dos ingressos pagos pelos turistas. Nós ficamos três dias hospedados numa pousada dentro do centro histórico e pagamos uma taxa de 1.500 rúpias nepalesas ou cerca de R$ 35,00 pelo período.

 

A vinte quilômetros de Kathmandu, o centro de Bhaktapur merece pelo menos um dia inteiro de visita. Como queríamos entender melhor e aprender um pouco mais sobre a cultura local, decidimos ficar mais tempo por lá e foi uma decisão assertiva. O forte senso de comunidade entre as pessoas locais é impressionante. Os homens mais velhos usam um chapéu tradicional - o Dhaka Topi - que os identifica de acordo com seu nível hierárquico na sociedade. Eles são visivelmente respeitados pelos mais novos e as crianças andam pelas ruas livremente, sempre em grupos. Violência é uma palavra que não existe por lá. A religião hindu influenciada por elementos budistas baliza a conduta e a convivência harmoniosa entre as pessoas. O estilo de vida é mais simples, pacífico e desprendido do consumo frenético ocidental. As roupas são artesanais e a alimentação é natural, à base de grãos, ovos, legumes e temperos coloridos. A agricultura é muito forte na região e o jeito rural de viver é evidente mesmo na cidade.

 

Pottery Square

Um dos lugares mais interessantes de Bhaktapur é a Pottery Square, ou praça das cerâmicas. As crianças aprendem a prática com a família e põem a mão na massa desde cedo. Eles trabalham a céu aberto, produzindo centenas de diferentes tipos de potes de argila, de várias cores, formatos e tamanhos. A tradição é milenar e o processo de criação é feito no meio da praça, que lembra um enorme atelier.

 

Bhaktapur Durbar Square

 

A maior das quatro praças do centro histórico, a Durbar Square, é o lugar onde nós nos hospedamos e onde se realizam vários festivais durante o ano. A cada minuto de caminhada é possível observar milhares de novos detalhes nas antigas fachadas terracota talhadas em madeira, nas esculturas lindíssimas de bronze e nas pessoas que moram e trabalham por lá. Existe um forte comércio voltado ao turismo, cafés, bares, lojas de artesanato e souvenirs. Tudo muito barato.

 

Golden Gate

 

Caminhar à vontade entre as praças é muito agradável. O pôr-do-sol na praça é de um brilho intenso e torna o lugar ainda mais bonito. Um ambiente perfeito para a contemplação e meditação. É lá que fica o Golden Gate, provavelmente a peça mais bela e rica de Bhaktapur. No topo ele carrega as imagens da deusa hindu Kali e do pássaro mítico Garuda. O portal dourado esculpido em 1753 dá acesso ao maior palácio da cidade e tem imensa importância histórica e religiosa, motivo de orgulho na cidade. Mas, certamente, uma das maiores riquezas do Nepal são mesmo os nepaleses.

 

Conhecemos muita gente amável e interessante em Bhaktapur. Uma delas é Kalish, um jovem guia turístico que nos abordou quando soube que éramos brasileiros. O maior ídolo dele é Ronaldinho Gaúcho e o futebol uma das únicas referências que ele tem do Brasil. A foto do jogador não sai da agenda de bolso, nem de seu coração. Disse que em 2014, tentará ir ao Brasil para assistir aos jogos da Copa. Fica aqui o nosso incentivo para ele ir nos visitar!

 

De onde viemos: Pokhara, Nepal (de ônibus)

Para onde vamos: Pequim, China (de avião)

 

Bhaktapur, Nepal

Hospedagem: 15 dólares/dia - Shiva Guesthouse1

Transporte: a pé, de táxi e de tuktuk

Culinária : 4 dólares por prato -

Hospitalidade do povo local:

Pontos Turísticos:

Preços:

Clima Local (média 28 graus):

Fuso Horário: 09 horas a mais em relação ao Brasil

Distância Percorrida desde o último destino: 221 km

Distância Percorrida desde o ponto de Partida (Lisboa): 22.627 km

  • 1 ano depois...

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