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Já fazia um tempo que eu queria conhecer a Chapada dos Veadeiros e adiava, seja por causa de chuva ou porque eu pensava que o tempo era pouco. Coloquei na cabeça que precisava de pelo menos uma semana inteira na Chapada. Fugindo da muvuca do Carnaval, fui passar o feriado em Goiânia, minha cidade natal. A ideia era seguir para Pirenópolis no pós-Carnaval, pegando o contra-fluxo do agito.

 

Mas então meu amigo companheiro de viagem me convenceu a irmos para a Chapada dos Veadeiros e lá fomos nós. Alugamos um carro em Goiânia e saímos de lá na terça de Carnaval, às 14h. Nosso plano era ficar em Cavalcante na primeira noite e depois seguirmos para São Jorge. A estrada é bem tranqüila, com um pequeno trecho de estrada de terra entre Alto Paraíso e Cavalcante. De Goiânia até a Chapada são cinco horas de carro, mas saindo de Brasília é a metade do tempo. De Alto Paraíso até Cavalcante ainda tem mais uma hora e meia de estrada.

 

Chegando na cidadezinha, fomos para a pousada Sol da Chapada, que fica bem no centro. A diária era de 135 reais. Deixamos as malas e perguntamos por um restaurante. Não há muitas opções por ali, mas acabamos em um self service simplezinho e foi bom.

 

Na quarta-feira de cinzas acordamos cedinho, tomamos café, já fizemos check out na pousada e fomos para a área do remanescente quilombo kalunga. Chegando lá, há vários guias, todos da comunidade. É preciso pagar 10 reais para ter acesso às cachoeiras e estar acompanhado de um guia. O preço fixo é de 50 reais. A trilha é bem tranqüila e a necessidade de guia é mais para ajudar a comunidade local, os quilombolas. Adorei imediatamente nosso guia, Emiliano, um senhor negro de voz grave e uma atitude de dignidade que me fez compará-lo ao Django. Lá dentro, seguimos por uma estrada de terra por mais dois quilômetros e depois andamos por uma trilha curta, até chegarmos à Cachoeira Santa Bárbara. É uma cachoeira deslumbrante, de água verde transparente, comparável às de Bonito. Como chegamos cedinho, pegamos a cachoeira só para a gente. O ideal é o horário da manhã, em que bate sol e a cor da água fica deslumbrante. Ao meio dia é o horário em que a cachoeira fica mais iluminada. Mais ou menos por esse horário seguimos para a Cachoeira Capivara, na mesma área, também linda, embora com águas mais escuras do que a primeira.

 

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Depois das cachoeiras, fomos almoçar. Há quatro restaurantes na área da comunidade e você tem que encomendar seu almoço antes do passeio, para que ele esteja pronto na volta. Perguntei ao Emiliano se eram iguais e ele disse que a comida era muito semelhante em todos. Nos esbaldamos com a comidinha aconchegante: frango caipira, arroz, abóbora, feijão, saladinha, bem com cara de comida de fazenda.

 

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De lá já seguiríamos para São Jorge, mas, como ainda tinha um resto de tarde, resolvemos tomar mais um banho em uma cachoeira no caminho. Não me lembro o nome dela. Pagamos 10 reais por pessoa e foi um fim de tarde bem agradável. Depois desse último banho, chegamos em São Jorge e fomos olhando as pousadinhas. Quando gostamos da cara de uma, entramos para perguntar e, para nossa surpresa, fomos informados de que havia acabado a água na cidade inteira e que por isso eles não estavam aceitando hóspedes. Então mudamos os planos de ficar em São Jorge e fomos para Alto Paraíso. Lá, encontramos uma pousadinha bem decente, chamada Pousada dos Guias, por cem reais a diária. Soltamos as malas e fomos jantar em um restaurante vegetariano, chamado Oca Lila. A comida é boazinha, mas achamos o restaurante caro para a região. Saiu em torno de 55 reais por pessoa, sem sobremesa.

 

Na quinta-feira, acordamos cedinho e fomos para o Vale da Lua, onde se cobra uma taxa de 10 reais para entrar. As fotos falam por si.

 

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Depois do Vale da Lua, fomos para o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Antigamente era obrigatório o acompanhamento de guias. Hoje, apesar de eles recomendarem, não é mais obrigatório e a entrada é franca. Fomos sem guia mesmo, com um mapinha que eles entregam na porta. Escolhemos fazer a trilha dos cânions. É uma paisagem incrível, incrível mesmo, grandiosa, linda. Eu não conseguia parar de me espantar em pensar que isso existe tão perto da gente. E só ficava pensando que eu já me enfiei no meio do nada no norte da Austrália pra ver paisagem semelhante. Foi uma sensação surreal. Depois dos cânions, continuamos a trilha para a cachoeira Carioquinhas, também dentro do Parque. É uma cachoeira fantástica também, parece cenográfica, de tão bonita. Foi um dia absurdamente lindo. Na volta comemos uma pizza na Pizzaria 2000, na frente da Praça dos Turistas. A pizza de lá é deliciosa e o preço é justíssimo.

 

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No terceiro dia, fomos primeiro para a Cachoeira dos Cristais, em que se paga uma taxa de 15 reais. Há vários pontos interessantes ao longo da trilha, cada qual com um nome diferente, de acordo com sua característica. Um espaço zen, um canto da massagem. No final da trilha, chegamos ao véu de noiva. Lindo. Lindo. O bom é que na volta, que é subida, dá pra parar e fazer um último mergulho em qualquer daqueles cantinhos. É uma delícia. Quando íamos embora, o moço que nos recebeu perguntou se não íamos à outra cachoeira, chamada Cachoeira Águas Frias. Como tínhamos outros planos, hesitamos um pouco, mas fomos, ainda bem. Mais uma cachoeira deslumbrante.

 

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Saindo de lá, fomos para Almécegas. Lá, há três cachoeiras: Almécegas I, Almécegas II e Cachoeira São Bento. A primeira é magnífica, a segunda é bem agradável e a terceira é comum. Nossos padrões foram ficando elevados. No meio do caminho para a primeira cachoeira há um mirante, de onde já podemos ver sua beleza. Saindo de lá ainda queríamos visitar a cachoeira Loquinhas, mas já tinha passado de 17h30, o horário de seu fechamento. Ainda assim foi um dia muito bem aproveitado. Jantamos no Jambalaya. O ambiente é super astral, lindo, e a comida também é muito boa. Cada um pediu um prato, mas, quando eles chegaram, vimos que cada prato servia muito bem duas pessoas. Fechamos muito bem a última noite e na manhã seguinte partimos, já planejando voltar muito em breve.

 

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No final das contas, os três dias, que eu pensei serem poucos, valeram muitíssimo a pena. Aproveitamos muito bem cada um deles e sem pressa, sem correria. A ideia de irmos depois do Carnaval foi ótima, pois pegamos quase todas as cachoeiras completamente vazias, e acordar cedo também contribuiu muito para isso. Fiquei completamente deslumbrada com o lugar. Tenho familiaridade com muitas cachoeiras e acho que nem de longe essas são cachoeiras normais. É realmente uma energia muito especial. Eu já havia conhecido a Chapada dos Guimarães e a Diamantina, mas preciso dizer que a dos Veadeiros foi pra mim a mais surpreendente.

 

PS: Sou aluna de doutorado em Comunicação Social na Universidade Federal Fluminense. Minha pesquisa é sobre relatos de viagem na internet, o que inclui relatos em sites, blogs, redes sociais, enfim, os instrumentos na internet que cada um utiliza para compartilhar sua viagem. Trabalho com este tema inclusive porque também sou mochileira, blogueira e me interesso tanto por viajar quanto por compartilhar e entender esse fenômeno. Estou à procura de pessoas dispostas a contribuírem para minha pesquisa, tanto concedendo entrevista quanto permitindo que eu acompanhe seus relatos variados de viagem. Adoraria se você pudesse ajudar. Posso ser encontrada pelo e-mail liantai@hotmail.com , ou pelo Facebook como “Lian Tai”, através do mesmo e-mail. Também tenho um blog, que, apesar de não ser específico sobre viagens, também uso para relatá-las: http://www.bolhinhasdalian.blogspot.com . Caso tenha interesse em contribuir ou queira mais informações sobre a pesquisa, por favor entre em contato pelo meu e-mail, com RELATOS DE VIAGEM como assunto, para que eu não confunda com o lixo eletrônico. Desde já agradeço! =)

  • Amei! 1
  • Colaboradores
Postado

Parabéns pelo relato!!

 

vou conhecer a Chapada em Julho e fiquei ainda mais ansioso depois de ler seu relato!! ::otemo::

 

No lance da sua pesquisa, estou disposto a ajudar no que for possível mas a partir de Julho que é quando me formo na faculdade, ultimo semestre.. já viu como é né..rs

 

Meus contatos seguem no rodapé, não consegui te achar no face ::hãã2::

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