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Índia e Nepal com fotos - 15 dias - Nov/2012 - Roteiro "Delhi to Kathmandu"


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ÍNDIA E NEPAL COM FOTOS: ROTEIRO “DELHI TO KATHMANDU ADVENTURE” PELA GADVENTURES

 

Cidades visitadas na Índia: Delhi, Jaipur, Agra, Orchha, Varanasi

Cidades visitadas no Nepal: Lumbini, Chitwan, Pokhara, Kathmandu

 

 

Este é meu primeiro relato de viagem. Desculpem-me por qualquer erro de formatação. Devo dividir em várias postagens! Fico feliz em poder dar alguma contribuição aos viajantes, retribuindo um pouco o tanto que aprendi aqui!

 

Fiz essa viagem em 15 dias de férias do trabalho (logo após o feriado de 15/11/2012). Devido a questões de um curso que estava realizando, somente decidi no final de setembro. Por alguns motivos, a parte terrestre foi realizada em excursão organizada pela empresa canadense GAdventures (http://www.gadventures.com)

 

Tinha a vontade de fazer um roteiro mais “exótico”, diferente de Américas ou Europa, e a viagem pela Índia e pelo vizinho Nepal pareceu encaixar-se bem no que eu queria.

 

Índia e Nepal possuem muitos atrativos, mas também vários problemas (existem inúmeras postagens a respeito). Não são para o tipo de turista que quer, apenas, ir a um país rico, visitar parques temáticos e fazer muitas compras de roupas de grife e de eletrônicos.

 

Meu objetivo principal era conhecer os lugares e, mais ainda, as pessoas, nativas e viajantes, e como elas se relacionam com o meio onde estão, o que é uma das minhas intenções em todo tipo de viagem, dentro ou fora do país, em lugares ricos ou pobres. Um dos meus maiores prazeres é ler bons livros através dos quais possa viajar, algo como o tipo de “viajar” que pretendo em minhas viagens.

 

Posso estar um pouco filosofando, mas acredito que o período em que estamos no lugar é apenas a parte central da viagem, que começa antes (quando passamos a pesquisar sobre o local) e prossegue depois (quando revivemos nossas lembranças e imagens e escrevemos e lemos a respeito, desta vez com novos olhos, de quem já esteve no lugar).

 

Nesse sentido, minha viagem começou ao ser planejado, lendo muito a respeito neste site e em outros. O único guia escrito que eu tinha era um livreto sobre a Ásia da revista Viagem e Turismo, que até sintetiza bem as atrações mais importantes.

 

Como de praxe, quis um guia do tipo Lonely Planet ou Rough Guides sobre os países, e queria para pronta entrega em inglês (para me familiarizar mais, ainda mais por ser língua falada nos locais). Como não poderia ter os impressos em pouco tempo, comprei, com desconto, versões digitais da Lonely Planet, que passei a ler no computador e pus no smartphone que levaria.

 

Na verdade, de impresso em inglês, encontrei e comprei um livrinho da Berlitz sobre a Índia, bem útil. Comprei também, em um sebo, por R$ 10,00, “A Índia que eu vi”, um livro muito interessante sobre o país, de João Avelar Lobato. Também peguei informações esparsas em livros e revistas que tinha.

 

Nutria alguma curiosidade pela Índia e pesou o fato de ser um dos poucos lugares na Ásia com inglês como língua oficial (além do hindi). Quando decidi ir que passei a pesquisar mais sobre o lugar, e meu interesse aumentou, juntamente com vários receios. Como sou basicamente vegetariano, a comida estaria bem do meu gosto. Embora mantenha convicções independentes, também acho interessantes correntes de pensamento indianas que pregam a paz de espírito e a não violência. A Índia é um país como nenhum outro. É também uma potência econômica emergente do BRIC, ao lado de Brasil, Rússia e China.

 

O Nepal, que também passei a pesquisar mais, me atraia por ter 8 dos 10 maiores picos em seu pequeno território, incluindo o maior do mundo (Monte Everest). Para fazer algo em montanhas (nada a nível de Everest, claro...) precisaria de pelo menos uma semana só para isso, mas com o tempo que eu tinha disponível poderia visitar cidades selecionadas e, do ar, pelo menos conhecer montanhas em um voo turístico. Em geral, muita coisa tinha a ver com a vizinha Índia.

 

Fizera várias viagens de forma independente, como a maioria dos frequentadores desse fórum provavelmente prefere. Mas lugares como Índia e Nepal possuiam vários desafios adicionais para quem estivesse viajando sozinho (existem vários relatos a respeito).

 

Fiquei sabendo que existem operadoras que procuram agradar quem gosta de viajar do tipo “mochileiro”, vivenciando mais (e não apenas vendo) os locais, como a canadense http://www.gadventures.com e a australiana http://www.intrepidtravel.com.

 

Pensei então em viajar assim, pois a proposta deles costuma ser parecida com a minha. Além disso, não teria que me preocupar com transporte e hospedagem, e tampouco em planejar roteiro para todo o trajeto (bastaria encontrar o roteiro que mais me agradasse). Sendo a excursão gringa, teria companhia também de colegas estrangeiras, e acabaria conhecendo coisas do modo de vida deles e desenvolveria mais o inglês. Existem também excursões de empresas brasileiras, com a http://www.viaindia.com.br, onde não haveria essa vantagem e o preço costuma ser bem mais alto.

 

Escolhi o roteiro “Delhi to Kathmandu Adventure” começando em 17/11/2012 e terminando em 01/12/2012 (combinando com minhas férias), pela GAdventures, conforme http://www.gadventures.com/trips/delhi-to-kathmandu-adventure/AHDK/. Paguei 1399,00 dólares por esta parte terrestre, e mesmo viajando sozinho não precisei pagar o extra de single (eles permitem assim, desde que se aceite dividir quarto caso necessário). A maioria das excursões sairia mais cara, algumas (especialmente do Brasil) muito mais.

 

Quem vai independentemente pode gastar menos, mas, especialmente nestes países, terá vários trabalhos adicionais e precisará fazer umas concessões de conforto e comodidade.

 

Um trajeto bom para quem vai pela primeira vez (foi meu caso), pois permite conhecer e vivenciar o essencial dos dois países. Uma limitação foi o programa da excursão reservar pouquíssimo tempo para a primeira cidade (Delhi, capital da Índia) e para a última (Kathmandu, capital do Nepal). Se possível (não foi para mim), é bom chegar antes e/ou terminar depois.

 

Para quem tem mais tempo, existem roteiros mais longos. Quem vai pela segunda vez (ou terceira, quarta...), pode ser melhor se aprofundar nos lugares de que goste mais...

 

Comprei passagens aéreas do Rio para Delhi, ida e volta, pela British Airways (http://www.britishairways.com), com conexões em Londres, pois o preço estava melhor e tinha boa impressão deles. Foi, com as taxas, 1893,59 dólares, bem razoável para 40 horas de viagens tricontinentais, com apenas um mês e meio de antecedência.

 

Acho que é difícil economizar em site de compra coletiva, por ser um destino pouco comum.

 

Para a volta, de Kathmandu para Delhi, comprei passagem pela companhia indiana IndiGo (http://www.goindigo.in), por 126,45 dólares, com as taxas.

 

Como talvez precisaria de permissão especial de reentrada na Índia, tive alguns contratempos ao solicitar o visto indiano, conforme já narrei neste site, em india-perguntas-e-respostas-t19020-255.html. Acabou não sendo necessária.

 

O primeiro encontro da excursão foi no hotel de New Delhi (Nova Deli).

 

O guia era um simpático indiano, usando um curvilíneo bigode rajastanês. Seu complicado nome era abreviado para KV (pronuncia-se Kei-Vi). A língua oficial era o inglês, of course!

 

O grupo era reduzido, com 15 pessoas, incluindo solteiros e casais. Éramos 7 homens e 8 mulheres. Havia 4 pessoas dos EUA, 5 da Inglaterra, 4 da Irlanda, 1 da Alemanha e apenas eu do Brasil.

 

Além da hospedagem e do transporte entre as cidades, também tinha muita coisa incluída, como transporte local e as principais atrações. A proposta da empresa organizadora era proporcionar experiências mais autênticas, além do turismo convencional. Incluía viagens de ônibus, trem, metrô, taxi, tuk-tuk, riquixá etc.

 

Os hotéis tinham boas condições de conforto e higiene, e todos forneciam conexão wi-fi. Eram até acima do que eu imaginava, considerando o que a GAdventures advertia (de que as condições poderiam ser inferiores ao que o hóspede tem em casa) e o que tanta gente fala da Índia e do Nepal. Havia até (in)conveniências com carregadores de mala. Creio que uma pessoa ou casal que, por contra própria, reservasse os mesmos hotéis e fizesse os deslocamentos e programas incluídos na excursão provavelmente gastaria mais.

 

Viagens em excursão, como esta, tem prós e contras. Entre os prós estão a hospedagem, o transporte e tiquetes para atrações reservados (não perdemos tempo da viagem com isso), a experiência de quem conhece o local, o convívio com pessoas do grupo e a economia de escala (nem sempre) conseguida em hospedagem e transporte. Entre os contras está menor interação local, o direcionamento para locais mais caros e uma certa inflexibilidade do roteiro, não podendo nos estender nos melhores lugares.

 

Algumas coisas eram extras, como aula de culinária e vôos de parapente e de avião sobre o Himalaia.

 

As refeições também eram a parte, e nós costumávamos ser levados para lugares de moderados a caros, para os padrões indianos, pois é comum organizadores de excursões receberem comissões dos restaurantes... Mas como os custos na Índia são geralmente muito abaixo do que estamos acostumados, o caro lá era normalmente preço normal no Brasil. O lado positivo é que comemos muito bem e sem riscos (não passei nem um pouco mal). E para vegetarianos é realmente o paraíso...

 

Algumas comidas são suspeitas (especialmente na rua), mas com bom senso é possível se alimentar com segurança. Se tivermos receio da alimentação, é sempre possível recorrer a comidas industrializadas e a bebidas conhecidas, lacradas. Mas, felizmente, existem muitos lugares onde podemos, sem medo, apreciar os sabores da culinária local. Cheguei a experimentar comida de rua nos locais que o guia conhecia e recomendava.

 

É possível viajar dentro da Índia com várias faixas de preço. Por valores médios é possível comer bem e se hospedar em boas condições de conforto e higiene, sendo que opções luxuosas também não faltam para quem paga mais.

 

Os preços na Índia, embora normalmente bem baixos, variam muito, e isso depende bastante do conhecimento e da barganha de cada um. Acontece de algumas vezes a gente pagar mais caro que o normal e nem perceber, pois seria pouco em reais. Resta este consolo e a consciência de que fizemos algo para eles, que em média ganham tão pouco, apesar do atual crescimento econômico do país.

 

Em geral, como a viagem não foi “on a shoestring”, as dificuldades foram menores do que eu imaginava, e, mais importante, a viagem foi inesquecível pelo tudo que teve de bom!

 

BAGAGEM: apenas 7,5 Kg + bagagem de mão

 

Procurei bastante economizar peso, pois assim a gente aproveita muito mais, fica bem mais livre, inclusive para vários tipos de transporte, sem depender de taxi, e se cansa muito menos.

 

Uma reflexão: viajar é para mim e para muitos de nós um dos melhores momentos da vida, e na viagem somos felizes com muito menos do que temos, deixando a maior parte das nossas coisas em casa, ficando apenas com o essencial. Claro que fora de viagem também temos outras necessidades, mas um dos caminhos para a felicidade não seria abdicar de supérfluos e ficar com menos coisas, bem escolhidas? Faz sentido?

 

A minha escolha começou pelas roupas, todas de materiais leves (nenhum jeans), e geralmente que amarrotam pouco e fáceis de lavar e de secar, pois algumas seriam lavadas em banheiro de hotel (levei sabão e corda de varal), como a camisa do Brasil (usei para me identificar como brasileiro, pois não sou muito ligado em futebol).

 

Uma das 2 calças (leves e fáceis de lavar) era conversível em bermuda, que não cheguei a usar. Levei 10 camisas, 8 de meia manga e 2 compridas, todas leves (a maioria esportiva de poliéster) e comprei umas poucas de recordação, que também fui usar. Quem quiser lavar mais roupa e não se incomodar de aparecer repetido em fotos pode ainda reduzir bem as camisas...

 

A viagem foi em época de boas temperaturas, pois o período de verão é quente demais na maior parte da Índia. Em quase todos os dias, uma calça e uma camisa de meia manga estava na medida, sem sentir frio nem calor. Em algumas noites, um casaco Fleece leve foi suficiente. Levei apenas esse casaco e um outro que isola do vento e da chuva, o “Abrigo Parkha” da Trilhas e Rumos, que valeria como uma camada externa para uma ou outra ocasião mais fria no Nepal.

 

De calçado, apenas um superconfortável par de tênis preto de corrida (limpei um pouco algumas vezes) e outro de chinelo de dedo (levado na mochila maior e retirado nos hotéis).

 

A bagagem maior foi, sem encher, em uma mochila Deuter Quantum 55+10, com Transport Cover (bolsão azul) que usei sempre que não precisava levá-la nas costas, pois assim ficava melhor embalada e protegida da poeira. Antes de despachar nos voos, mandei também plastificar, para melhor proteção. Na saída do Brasil, a balança do aeroporto acusou apenas 7,5 Kg (já com uns 2,7 Kg da mochila sozinha)!

 

Para o dia a dia, não levei a minúscula mochila de 18 litros que acompanha a Deuter 55+10, mas uma Eagle Creek de uns 28, com abertura superior, muito útil para tirar e colocar coisas facilmente, como equipamento fotográfico ou eventual agasalho.

 

Quando precisei carregar as duas mochilas, levei a menor na frente e a maior nas costas. Com o peso contido e distribuído, dava para andar tranquilamente, com pouco cansaço. Mas, na maioria das vezes, o grupo ainda foi de uma cidade para outra em micro-ônibus, e nesse caso a mochila maior ia no Transport Cover, se transformando em uma bolsa.

 

Gosto muito de fotografia, como uma ótima forma de expressar o que vimos e aprendemos na viagem. O equipamento é secundário, apenas uma ferramenta, mas faz parte da bagagem. Para conciliar o tipo de foto de que gosto com a contensão de peso, levei uma Canon EOS 5D Mark II com apenas 2 lentes: uma 16-35mm 2.8 e uma fixa 85mm 1.8. Nenhum flash, sendo que tampouco a câmera possui flash embutido!

 

Prefiro a luz natural, assim como o mestre Izan Petterle da National Geographic (gosto do estilo de foto da revista e de outros, como do economista e fotógrafo Sebastião Salgado). Não senti muita falta de flash e tampouco de teleobjetiva: preferia chegar mais perto e usar a discreta 85mm, ou mesmo a 16-35mm utilizada na maioria das vezes. Se não pudesse chegar perto, usaria a 85mm com resolução máxima e faria o recorte, mas quase não precisei disso. Levei também uma pochete, onde podia deixar a lente não utilizada, estando sempre pronto para alternar entre elas.

 

Usei também uma câmera compacta Canon S100, de bons recursos e útil para muitas ocasiões.

 

As câmeras foram usadas também para pequenas filmagens, em 640x480 mesmo (os arquivos MOV ocupam muito espaço). Cada uma foi com 2 baterias. A menor foi com cartões SD de 16 e de 8 GB (este não chegou a ser usado). A maior com 3 cartões CF de 16 GB (um comprado em Jaipur) e uns antigos de 4 e de 2 GB, não usados. As fotos mais importantes foram feitas em JPEG e também em RAW, este o maior devorador de espaço, que usei mais por precaução, para eventuais JPEGs fora do ponto.

 

Não levei notebook (contensão de peso), mas o smartphone Android permitia usar conexão Wi-Fi nos hotéis e outros lugares, para acessar Internet. Para possíveis backups de fotos e vídeos, comprei um HD externo de 1 TB em Jaipur. Levei também um leitor de cartões para isso. Qualquer eventual edição ficaria para depois, no lar brasileiro.

 

Sobre a segurança de andar com objetos de valor, o guia Berlitz afirmou que não se deve esperar reencontrar uma câmera perdida em um banco de praça, assim como em qualquer lugar no mundo (já seria querer demais), mas que os objetos provavelmente estariam mais seguros na Índia que na maioria dos lugares do ocidente.

 

Foi realmente uma impressão que eu tive e senti na Índia e no Nepal, de que, mesmo sendo lugares pobres, existe pouca violência e mais respeito ao que é de cada um (o hábito dos comerciantes querer levar vantagem é em diferente de roubo). Acredito que seja por influência cultural e certa religiosidade do povo. Mas cuidados sempre devem ser tomados, claro.

 

Após conselhos diversos, levei vários remédios para emergências, que acabei não usando... Não passei mal em nenhuma ocasião, felizmente...

 

Também não precisei usar o papel higiênico, pois, ao contrário de algumas previsões alarmistas, havia banheiros de padrão ocidental em todos os hotéis e restaurantes onde comemos, e em quase todos os outros lugares onde passamos... Mas é importante levar, pois a pessoa pode realmente precisar em certos locais públicos ou em alguns lugares simples onde queira ir.

 

Para os gastos, levei cartões de crédito Visa e Master, desbloqueados para uso no exterior, e capazes também de realizar saques internacionais em ATM, o que normalmente é mais vantajoso. Levei também alguns dólares em espécie, que consegui no Banco do Brasil do Aeroporto (sou cliente e a cotação deles estava melhor)

 

A seguir, vou relatar resumidamente o que fizemos nos 15 dias da excursão. Vou postando... Vai demorar uns dias para escrever e colocar tudo. Podem comentar, perguntar... pois o objetivo do fórum é interagir!

 

1º DIA: DELHI (Deli)

 

Após umas 10h de vôo para Londres, 3h na capital inglesa e umas 9h para Delhi, com uma diferença de 7,5h de fuso horário, cheguei na Índia. Já no terminal de Londres, começara a percepção de choque cultural, com vários homens de turbante e mulheres de véu.

 

Ao chegar em Delhi, mais precisamente em New Delhi (Nova Deli), na manhã de 17/11/12, a primeira impressão foi a de um aeroporto luxuoso, com piso de carpete e decoração caprichada. Uma prévia do que ainda viríamos no país: lugares de alto luxo com pobreza em volta, um sinal terceiromundista que não considero nenhum motivo de orgulho.

 

A fila de imigração andou devagar, com funcionários sem nenhuma pressa. Fui atendido por um que analisou meu passaporte muito vagarosamente, para então bater o carimbo. A burocracia deles é excessiva, especialmente em aeroportos.

 

Após retirar minha bagagem na esteira (até que não demorou), fui para a única casa de câmbio que vi no local, uma Thomas Cook que apenas vendia a moeda local. Minha idéia era cambiar inicialmente apenas 100 dólares, mas com a morosidade do processo troquei logo 200 dólares. Em outras ocasiões saquei em ATM.

 

A Índia é um dos países com preços mais baixos do mundo. Mas em muita coisa precisa pechinchar, pois o primeiro preço é bem mais alto. Temos que fingir pouco interesse, começar a ir embora, colocar um preço bem mais baixo. O vendedor vai abaixando e a gente vai aumentando o preço devagar, até chegar em um acordo.

 

Havia taxis pré-pagos (um pouco mais caros) e outros com taxímetro (frequentemente adulterado), sendo que é praxe local barganhar preço com taxistas, que como em outros países são famosos por aplicarem alguns golpes.

 

Como eu vi um ônibus bem na minha frente, com assentos livres, resolvi entrar no mesmo. Era um Leyland velho, com umas décadas de uso. Começava uma autêntica experiência indiana!

 

Creio que o preço do aeroporto para o centro era 75 rúpias indianas, cerca de 1 dólar e meio. O trocador era um menino de uns 14 anos, de chinelo. Paguei com uma nota de 100 rúpias e só depois de andar pelo ônibus inteiro ele me entregou o troco (notas pequenas são preciosas na Índia, devemos procurar tê-las sempre que possível).

 

Já comecei a ver o caótico trânsito indiano, onde, junto aos carros, motos, ônibus e caminhões, andavam diversos tuk-tuks, rickshaws (a pedal) e uma ou outra vaca sagrada. Boa parte dos veículos nem tem espelho retrovisor externo. Buzinam o tempo todo para avisar onde estão, o que vem até a substituir as setas. A poluição sonora chega a incomodar, pelo menos enquanto a gente não se acostuma um pouco.

 

Desci do ônibus em um terminal, onde, segundo o mapa, bastava pegar um metrô para chegar ao hotel, mas as coisas estavam tão confusas e com uma forte poluição no ar que fui barganhar com um dos muitos motoristas de tuk-tuk uma corrida para o local. Fiz uns vídeos nesse precário taxi.

 

Cheguei então no Hotel Perfect (http://www.hotelperfect.co.in), o primeiro reservado pela excursão, por volta das 10h. Embora minha diária só começasse às 12h, deixaram eu ir para o quarto numa boa, sem cobrar nada (se não pudesse iria dar mais umas voltas).

 

Após descansar um pouco (cansado do jet lag) e almoçar, o grupo teve a primeira reunião às 14h, no hotel, onde todos se apresentaram, o guia falou sobre o passeio e deu uma lista de todos os hotéis onde ficaríamos (somente nesta data tivemos essa informação completa, pois a organizadora mantém certa flexibilidade).

 

Mais tarde, em certo horário, nos reunirmos para sair.

 

Cabe notar que nessa excursão de estrangeiros todos cumpriam os horários...

 

Um guia contratou uns 4 taxis para que todos saíssem.

 

O guia tinha muita autonomia para contratar transportes locais, como taxis, riquixás, tuk-tuks e para organizar como faziam as atividades, e não poderia ser diferente, dada a natureza informal de muitas das coisas.

 

Fomos para um lugar, do qual não me recordo o nome, que tinha um templo e, como de hábito local, entramos descalços e com lenço na cabeça. Não gostei tanto dessa foto que tirei de mim, mas na falta de outra vai essa mesmo:

 

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Em um prédio ao lado, fomos a um local onde eram feitos pães artesanais.

 

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Fomos depois ao Connaught Place, onde havia um comércio bem vivo.

 

Comprei um guia Lonely Planet “Discover India”, não tão largo quanto ao tradicional do país, e um Rough Guide do Nepal, pois não sentia tão confortável em ver os pdf's Lonely Planet tradicionais no meu celular. O vendedor era muito gente boa.

 

Já era noite e fomos ao lugar onde fica a India Gate, onde tinha muita gente e vários ambulantes, como na foto.

 

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Os vendedores são muito insistentes, ainda mais se a gente começar a perguntar. Quem não interesse de comprar deve evitar.

 

Nesta primeira noite perdi a tampa 82mm da lente 16-35mm, e somente fui encontrar outra com o difícil tamanho no final, em Kathmandu. Não estava com parassol (para ficar mais compacta), mas felizmente a lente é mantida com filtro UV de proteção, que apenas precisou ser limpo com mais frequência.

 

Dentro da proposta da GAdventures de conhecer os locais, utilizamos o metrô para voltar. Ali, existe segurança como em aeroporto, temos que colocar bagagem em uma esteira para verificação e nós mesmos passamos por uma inspeção. Havia filas separadas para homens e para mulheres. O trem estava praticamente cheio, mas sem apertar.

 

Fomos jantar em um restaurante perto do hotel, onde havia vários pratos desconhecidos para escolher. Na condição de semivegetariano (também consumo ovo, leite e um pouco de carne branca) sempre escolhia pratos sem carne nesta viagem, e gostei de todos. Porém, alguns eram pimentados demais, pelo que passei a pedir pratos “less spicy”. As refeições, claro, também eram uma oportunidade do grupo se conhecer mais.

 

Voltamos a pé para o hotel. O comércio ficava aberto até bem tarde. Como já falei, a excursão reservou pouquíssimo tempo para Delhi. Mas ainda havia muita coisa boa nos esperando pela frente...

 

2º E 3º DIA: JAIPUR

 

O roteiro original (do site) previa que iríamos para Jaipur, a capital do Rajastão (Rajasthan) em um famoso trem, que eu acharia interessante. Mas, por motivo do qual me recordo, o grupo utilizou um micro-ônibus para tanto. Realmente, no contrato da viagem, a empresa se reservava ao direito de efetuar algumas modificações...

 

Andar nas estradas no Rajastão foi uma experiência inesquecível! Vimos, em plena rodovia, lerdos veículos como riquixás e tuk-tuks convivendo com motos, carros, ônibus e os reis da estrada, os caminhões. Nota-se a desigualdade social também nos veículos...

 

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Andar nas estradas no Rajastão foi uma experiência inesquecível! Vimos, em plena rodovia, lerdos veículos como riquixás e tuk-tuks convivendo com motos, carros, ônibus e os reis da estrada, os caminhões. Nota-se a desigualdade social também nos veículos...

 

Os caminhões são muito decorados e, dentre muitos escritos, costumavam ter atrás o pedido “please horn”: por favor buzine, como se fosse necessário pedir... A maioria dos caminhões era da Tata, uma poderosa empresa local com várias frentes de negócios e que, só no ramo de veículos, produz caminhões e carros e é dona da Jaguar e da Land Rover, me fazendo perguntar por que o Brasil não tem uma empresa assim.

 

Outra grande marca local é a Mahindra, que fabrica jipes (levam muita gente) e se tornou o maior produtor mundial de máquinas agricolas. Existem empresas locais que se associaram a multinacionais para produzir veículos: caso das motos Hero (Honda) e dos automóveis Maruti (Suzuki).

 

As motos também são um caso a parte. Levam cargas que até Deus duvida! E frequentemente transportam toda a família, sendo que as mulheres, de sári, viajam atrás, de lado.

 

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Almoçamos no meio do caminho. Em Jaipur, onde chegamos no início da tarde, nos hospedamos no Bissau Palace (http://www.bissaupalace.com). Na frente, havia um novo BMW M3 branco, provavelmente dos donos do hotel, que contrastava bastante com a pobreza existente nas ruas.

 

Saimos para andar nas redondezas, onde havia fotogênicas feiras de legumes e o comércio geral, com muita comida local e outras coisas.

 

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Fizemos um passeio de riquixá, passando por ruas estreitas, com muita movimentação e diversas lojas.

 

A noite, fomos a um restaurante onde havia música e dança típica. Não sou muito fã dessas coisas direcionadas para turistas, pois acho que falta a autenticidade dos costumes espontâneos, mas de qualquer forma o mais importante era aproveitar o clima e a convivência das pessoas.

 

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No segundo dia, fomos a alguns lugares de Jaipur, com muitos prédios rosa em homenagem à visita do Príncipe Albert em 1853. Na foto a seguir, temos o Hawa Mahal, ou Palácio dos Ventos.

 

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Fomos de jipe ao Amber Fort, no alto de um morro. Era um forte destivado parecido com vários outros. Não me atraiu tanto. Era possível fazer passeio em elefante. A imagem que mais gostei foi de uma revoada de pássaros que apareceu.

 

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Tivemos um período livre no início da tarde para andar pelo centro da cidade. Diante das oportunidades fotográficas que a Índia apresentava, decidi comprar mais um cartão CF de 16 GB para a câmera principal. Comprei também um HD externo Seagate de 1 TB, com conexão USB 3.0, por 5500 rúpias (cerca de 100 dólares). Embora a Índia seja um país de baixo custo, eletrônicos lá não são baratos como nos EUA, mas custam menos que no Brasil.

 

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Andando por aquelas lojas, verifiquei uma faceta importante da Índia, a da alta tecnologia convivendo com hábitos medievais. O país é um dos grandes centros de inovação em informática, para o que a fluência em inglês proveniente da colonização britânica ajuda muito.

 

Fomos assistir a um filme local no cinema Raj Mandir. A indústria indiana de cinema, apelidada de Bollywood, está entre as maiores do cinema. Possui produções de custo relativamente baixo, utilizando em certos casos câmeras DSLR adaptadas. Apresentam poucas variações na estória, mas o mais interessante é normalmente o alto astral e a cativante simplicidade dos filmes.

 

Ver o filme no cinema é ainda mais interessante ao perceber como o público local vibra em até alto som com algumas cenas, especialmente dos atores locais mais admirados. Foram cerca de 3 horas com um intervalo no meio.

 

Após, o grupo teve encontro com uma família local, para a qual pudemos perguntar coisas diversas da vida indiana. O principal adulto afirmou que era engenheiro mecânico e que trabalhava em uma indústria automotiva. A educação é valorizada na Índia (maior número de PHDs do mundo, depois dos EUA), apesar da miséria e do alto analfabetismo nas classes mais pobres.

 

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A Índia é o segundo país mais populoso do mundo, mas os indianos gostam de falar orgulhosamente que são "a maior democracia do mundo", alfinetando o país da grande muralha. O guia falava várias vezes "India is a free country!". Apesar disso, a divisão por sexos está enraizada na cultura local e chega a aparecer nas famílias (como nas fotos).

 

A família nos serviu comida local e depois voltamos para o hotel.

 

No dia seguinte, iríamos para Agra, onde está o Taj Mahal. A viagem continua nas próximas postagens...

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4º DIA: AGRA

 

Viajamos para essa cidade no mesmo micro-ônibus que estávamos usando (a previsão inicial era de trem), também almoçamos no meio do caminho e chegamos a tarde. Como o pessoal que faz essa excursão comenta, boa parte do tempo é gasta nas viagens terrestres. Mas está longe de ser tempo perdido, pois vemos muita coisa interessante na estrada e nos vilarejos por que passamos, que muitas vezes o turista comum não vê. O percurso também pode ser aproveitado para ler um livro ou coisa parecida. Tinha colega com livro bem grosso.

 

Agra, onde está situado o Taj Mahal, provavelmente é a cidade indiana que mais recebe turistas, não só estrangeiros como do próprio país. Achei muito interessante ver os turistas indianos. Vinham caravanas de várias partes do país. Para alguns poderia ser uma das poucas viagens que fariam na vida... Tinha também muitos grupos de estudantes uniformizados, que possivelmente tinham o incentivo de não pagarem ingresso, que já eram bem mais baratos para os nativos do que para os estrangeiros.

 

Fomos primeiro no Agra Fort, que inicialmente fora uma estrutura militar de defesa, foi adaptado para um palácio e depois para uma prisão. O forte tem uma cor avermelhada e havia também muitos indianos visitando. Boa parte era muçulmana, com uma docilidade que nada tem a ver com o preconceito que fazem deles. Não vi nenhum sinal de intolerância religiosa no país, que também têm hinduístas (maioria), budistas, cristãos e outros.

 

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Do forte ainda podia se avistar o Taj Mahal, para onde fomos em seguida.

 

Havia filas separadas para indianos e estrangeiros. Recebemos nossos tíquetes de 750 rúpias e um protetor descartável, tipo touca, para colocar nos pés. Os nativos pagavam apenas 20 rúpias (uns 80 centavos de real), porém tinham que entrar descalços. Até achei aceitável pagarem preço mínimo, mas a desigualdade de tratamento na proteção dos pés, nas filas e em outras ocasiões é meio chocante, não parece democrático...

 

Não gosto da valorização excessiva do Taj Mahal pelo turismo, esquecendo de tanta coisa única da Índia, mas ele realmente é bem feito e com muitos detalhes. Muda de cor conforme a hora do dia e naquele fim de tarde estava muito bom...

 

Mesmo quem acha que a construção não é tudo o que falam se contagia pela aura simbólica do lugar, que fora construído por um imperador muçulmano como mausoléu para sua esposa preferida. Um dos casais da excursão celebrou noivado em frente ao Taj Mahal...

 

Achei muito interessante ver o quanto os indianos gostam do lugar. São comuns lá as fotos dos locais com os estrangeiros, e eles também costumam pedir para ficar na foto com a gente... Para eles, nós é que somos os “exóticos” (não gosto muito desse termo).

 

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As mulheres ocidentais desacompanhadas são geralmente consideradas pelos homens indianos como mais “liberais”, e por isso costumam receber uns olhares maliciosos. O incômodo para as mulheres varia de acordo com o lugar, mas não costuma ir muito além disso. Casos de violência são raros e nesse ponto acredito que não chega a ser mais perigoso que no Brasil não. Aconteceram casos recentes de estupro contra duas indianas que chocaram todos, mas acredito que foram exceção. A cultura deles trata a mulher de forma diferente, mas normalmente até no sentido de dar mais proteção, o que explica a comoção pública e a repulsa aos agressores que houve no país.

 

Em regra, o povo indiano é bom, respeitoso e muito amigável, com um calor humano que não se vê nos países ricos. Não sei até que ponto “o melhor do Brasil é o brasileiro”, mas creio que com certeza o melhor da Índia são os indianos...

 

Para quem gosta de retratar isso em fotos, o Taj Mahal é máximo, e todos ali têm prazer de demonstrar sua alegria espontaneamente. Alguns até pedem para ser fotografados e estão longe de querer cobrar como acontece em vários lugares do país (não sou de pagar para tanto, e existem inúmeras oportunidades de conseguir fotos espontâneas, que são também melhores).

 

Ao sair da área do Taj Mahal, comprei uma camisa de recordação em uma das muitas lojas. O preço inicial de 1200 rúpias foi reduzido para 300 após a habitual barganha.

 

Somente a noite nos hospedamos, no hotel Bhoomi Residency (http://www.bhoomiresidency.com).

 

Tomei banho e saímos para jantar em um restaurante. Teve comemoração de aniversário de um colega e do noivado de um casal. O guia fez uma surpresa de fogos de artifício.

 

Tivemos a primeira queda de energia do passeio e o guia falou “Welcome to India!”, porque os blecautes são muito comuns na Índia e no Nepal, com estrutura bem deficiente nisso. Um gerador foi acionado e acendeu as luzes. A energia ainda oscilou e caiu várias vezes no passeio, mas nada demorado demais.

 

No dia seguinte iríamos para Orchha, destino menos comum entre os turistas.

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5º E 6º DIA: ORCHHA

 

Fomos para a estação de Agra no microônibus (que agora não seria mais utilizado) e pegamos o trem para Orchha. Comprei em uma lanchonete uns biscoitos para comer, baratíssimos. É oficialmente proibido fotografar e filmar nas estações, mas não há muito controle. O guia, indiano, falava que podia ser discretamente (não fui eu que falei...).

 

O sistema ferroviário começou no tempo da colonização britânica, é bem difundido e atende a contento, pelo menos de acordo com o que vi. Pegamos um trem convencional (não o "sleeping"), que parece com um europeu, só que mais simples, com bagageiro para colocar bagagem em cima, algumas mesas... Dei uns biscoitos para um garoto que estava curioso com a gente.

 

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Chegando em Orchha, típica pequena cidade indiana, carregamos nossa bagagem por um trecho: levei a mochila maior nas costas e a menor na frente, numa boa. Depois embarcamos nos tuk-tuks que o guia arranjou na hora.

 

No caminho para o hotel, paramos em Tarragram, uma fábrica artesanal de papel, que também vendia várias coisas do que produzia.

 

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Chegamos ao hotel Orchha Resort (http://www.orchharesort.com), onde as acomodações seriam tendas. Mas o negócio era "light", porque tinham a estrutura de um quarto convencional. Tanto que havia até uma excursão de idosos... Apenas o isolamento térmico era mais fraco, que fazia esquentar de dia e esfriar a noite. De dia não fiquei (tinham AC se precisasse), e a noite dormi tão profundamente que só fui sentir frio ao acordar.

 

Naquele dia, caminhamos até o centro local, e foi a primeira sensação de estar em um vilarejo indiano: a bagunça permanece, mas com mais tranquilidade. Assistimos a uma cerimônia hinduísta. Tivemos um tempo livre, conversamos e fizemos comprinhas.

 

Comprei um lanche na Krishna Tourist Shop, certamente mais barato que no hotel.

 

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No segundo dia em Orchha, andamos pelas redondezas, onde havia tipos indianos muito interessantes.

 

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Fomos ao Orchha Palace Complex.

 

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Visitamos uma escola local e pudemos conhecer um pouco os métodos e conversar com os alunos.

 

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Almoçamos em um restaurante local, com comida boa e barata.

 

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Ao lado, havia duas francesas desenhando um Holy Man que estava próximo, atraindo a atenção de várias pessoas locais.

 

A noite, a maioria do grupo foi a uma "cooking class", uma aula de culinária cobrada a parte, onde a cozinheira descrevia os ingrendientes e procedimentos, que a gente podia anotar em umas folhas que deram. No final, era a hora de comer, mas se alguém pedir não tenho mais a receita...

 

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Como já era escuro, fomos de taxi (incluido na excursão) para a estação de trem, onde embarcaríamos em uma viagem até o dia seguinte. O taxi era um sedã Tata Indigo, cujo motorista sem noção andava o tempo todo de farol alto ligado. Mas, naquele trânsito de pouca obediência às regras, ninguém reclamava mesmo...

 

Na estação de trem, havia salas de espera separadas para homens e para mulheres, mas o guia, como de hábito, conseguiu que todos esperassem na sala masculina. O contrário que não seria possível: homens na sala feminina.

 

O trem dormitório tinha beliches e triliches e a bagagem ia embaixo da cama inferior. Por precaução, pois havia também outras pessoas, era bom trancar com cadeado. Fiquei no último andar e até consegui pegar no sono sem maiores dificuldades.

 

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No dia seguinte, desceríamos do trem em Varanasi: a cidade onde o Rio Ganges é mais que sagrado para os hinduístas...

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7º E 8º DIA: VARANASI

 

Amanhecemos no “sleeping train”. Quando todos já acordaram, as camas superiores foram desfeitas e as inferiores transformadas em sofás. Conversamos um pouco para passar o tempo. Como tantas coisas do país, os banheiros eram divididos em para indianos e para estrangeiros. O que usei, como outros banheiros públicos, não era muito limpo não, mas já vi coisa pior no Brasil... Acredito que nossa classe de passagem era intermediária, e que uma superior teria instalações melhores. Felizmente, como falei no início, os banheiros eram bons nos hotéis em que ficamos...

 

Chegamos quase na hora do almoço em Varanasi, também chamada de Benares, a cidade que, para mim, melhor sintetiza a Índia, dentre as que visitei. Se tivesse que escolher apenas uma, ficaria com ela!

 

Considerada uma cidade sagrada onde o Rio Ganges é venerado, lá se manifestam a religiosidade e a cultura do povo. Se a Índia é um país do tipo ame OU odeie (ou mesmo ame E odeie), estes sentimentos batem mais forte para quem visita o Rio Ganges na cidade! Além disso, é uma metrópole regional, com quase 1 milhão e meio de habitantes, onde podemos ver o trânsito e as típicas ruas da Índia, e temos boa variedade de comércio, alimentação, hospedagem etc.

 

Depois de sair da estação fomos a pé para o Hotel City Inn (http://www.hotelcityinn.org), a algumas centenas de metros. O trânsito estava bem movimentado e foi preciso paciência para andar e atravessar ruas, em meio a carros, veículos maiores e menores, tuk-tuks, riquixás e pedestres. Foi o maior trecho que andamos a pé. Dentro da proposta da GAdventures, cada um teria que ser capaz de transportar a própria bagagem, e na minha avaliação qualquer pessoa em forma física razoável seria plenamente capaz, bastando não exagerar no que leva.

 

Almocei no hotel mesmo e tivemos um tempo livre, que aproveitei para tomar banho (que não tomara na noite passada no trem), exercitei meus limitados dotes domésticos lavando umas poucas roupas e descansei um pouco.

 

No fim da tarde, o guia providenciou uns riquixás para que fôssemos visitar o Rio Ganges e as cerimônias noturnas que aconteceriam.

 

No trajeto, algumas ruas um pouco mais cuidadas e outras tipicamente indianas, algo sujas, com lixo em alguns lugares, trânsito caótico, casas sem pintura definida, alguns postes de fiação elétrica desordenada e tudo mais, a mesma situação no lugar onde descemos. Usava uma camisa amarela do Rajastão, em meio às cores e à falta de cores da Índia...

 

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Experimentamos uns petiscos locais que o guia indicou e fomos às “Ghats” do Rio Ganges, que são basicamente escadarias à beira do sagrado rio, onde os fiéis ficam para celebrar ou para ter contato com a venerada água do rio.

 

Claro, estamos lá para conhecer e não para interferir na cultura local, mas, numa análise imparcial, a adoração deles pelo Rio Ganges chega a nos deixar perplexos, conforme afirma João Avelar Lobato no livro “A Índia que eu vi”. O autor afirma que chegam a abastecer garrafas com a água do poluído rio para entregar de beber aos doentes terminais que não podem se deslocar.

 

Dentre as coisas mais comuns que fazem no rio, está realizar os “pujas” (rituais de adoração), se banhar e, em certos lugares, cremar os mortos. Os hinduístas realmente acreditam que se purificam com as águas do rio, mesmo com o tudo que é colocado nele...

 

Andamos pelas “Ghats” e já começava a anoitecer. As primeiras eram bem movimentadas mas outras eram mais desertas naquele horário.. Muitos pequenos barcos também eram usados no rio. As construções a margem faziam parte da “cidade velha”.

 

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Os devotos, que vinham de todo lugar do país, traziam oferendas e vários símbolos religiosos.

 

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Dentre as atividades incluídas na excursão, estavam os imperdíveis passeios de barco, nesta noite e no amanhecer do outro dia. Naquela noite, fomos de barco a remo para o meio do rio assistir à “Candle Flower Ceremony”. Embora ninguém do grupo fosse seguidor do hinduísmo, contribuimos com as práticas colocando pequenos barcos com vela acesa no rio e assistimos à bela cerimônia. Nos barcos, havia tantas pessoas assistindo que pareciam estar em terra.

 

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Após sair do barco, presenciamos outras manifestações de fé locais.

 

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Já era bem tarde quando fomos jantar em um restaurante para só depois ir para o hotel.

 

No dia seguinte madrugamos e fomos assistir o Rio Ganges ao nascer do sol. No caminho, tomamos um gostoso chá na rua.

 

Havia também muitos turistas, incluindo um grupo de japoneses que, dissoando de todos, vestiam máscaras de proteção respiratória...

 

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Fomos para o novo passeio de barco, presenciamos um belo nascer do sol e vimos outros acontecimentos no rio.

 

De dia, havia muito mais pessoas se banhando no rio e lavando suas vestes...

 

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Presenciamos, do barco, a cremação de corpos ocorrida em um “ghat”, um dos atos que não se podia fotografar...

 

No barco, dois músicos tocaram instrumentos musicais típicos. Depois venderam CDs. Havia também um barco vendendo vários tipos de coisa. Uma prova de que, ao lado da fé, o comércio também é importante para muitos...

 

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Descemos do barco em outro ponto e andamos pelas apertadas ruelas da cidade antiga. Além dos estabelecimentos destinados a atender aos fiéis, havia também centros de Ioga, prática da qual o lugar é bem conhecido, além de Rishikesh.

 

Depois de almoçar, tivemos tempo livre, passei no comércio, procurei umas coisas que tinha interesse, conversei com algumas pessoas e andei por ruas sem destino definido. Tem hora que precisa...

 

No final, comprei uns biscoitos e 1 ou 2 garrafas de água (o padrão deles é de 1 litro) para o dia seguinte, quando faríamos uma longa viagem de ônibus até o Nepal, cruzaríamos a fronteira e chegaríamos a Lumbini...

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9º DIA: IDA AO NEPAL

 

Madrugamos pelas 4 horas neste dia, e fizemos a demorada viagem terrestre ao Nepal, onde iríamos nos hospedar na cidade de Lumbini.

 

Esta viagem, assim como as outras no Nepal, não era de distância assim tão longa, mas demorava muito pelas condições medíocres das estradas, pela baixa velocidade geral e por frequentes imprevistos...

 

Somente nesta viagem, o grupo utilizou um certo ônibus Tata, um pouco velho, e com suspensão bem desconfortável. No parabrisa havia uma divindade hinduísta para nos proteger...

 

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Após umas horas de viagem, paramos para tomar café em beira de estrada. Algo do que ofereciam acabou e foi necessário alterar pedidos. Faríamos ainda algumas compras em beira de estrada, principalmente de frutas, vendidas em incontáveis carroças e barracas. Todos no grupo compartilhavam os alimentos. O guia inclusive falou que na Índia é uma grande falta de educação comer sem oferecer para quem está ao lado.

 

A viagem, mesmo longa e cansativa, nos trouxe boas lembranças da Índia.

 

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Chegamos somente a noite na fronteira do Nepal. O ônibus retornaria para Varanasi e nossa bagagem foi colocada em carroças do povo que oferecia esse transporte. Antes de sair do país, passamos no posto de controle migratório da Índia, que mais parecia um botequim.

 

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Um oficial primeiramente afirmou que meu passaporte estava errado. Meu passaporte brasileiro, então um modelo antigo de 2008, devia ser muito diferente do que ele estava acostumado... Depois entendeu. Atravessamos a fronteira a pé acompanhando as carroças que levavam nossa tralha. Passamos pelos pórticos de saída da Índia e de entrada no Nepal.

 

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Depois, fomos no posto de controle nepalês de Belahiya, quando obtivemos o visto de 15 dias em um processo sumário, onde pagamos 25 dólares em espécie e grampeavam as fotos nos formulários preenchidos a mão, que ficavam para controle deles.

 

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O visto obtido na hora é sinal de que o Nepal procura facilitar os turistas (melhor seria se nem precisasse de visto). O guia falava que a economia do país era baseada no turismo: "Nepal is a tourism based economy!" Como consequência, o comércio aceitava não apenas a rúpia nepalesa, como também a rúpia indiana e o dólar americano naturalmente. Euro e Libra também não era difícil de usar.

 

Como o pequeno Nepal não possui indústria automotiva, havia grande diversidade de marcas, como ocorre no Chile, no Paraguai e na Bolívia. O veículo que pegaríamos agora era um microônibus Toyota Coaster, que levava a bagagem no teto. Era confortável e com ar condicionado e pouco tempo de uso, e seria usado em todo o trecho nepalês.

 

Não demorou muito para chegarmos em Lumbini, onde nos hospedamos no Hotel Buddha Maya. O nome decorre de Lumbini ser considerado o lugar onde Buda nasceu.

 

Como consequência da internacionalização do Nepal, quando o atendimento aos diversos turistas externos pesa mais que as tradições próprias, pela primeira vez tivemos refeição do tipo "buffet", o popular "self service" muito comum no Brasil. Mas não era a quilo, e sim a preço fixo.

 

No dia seguinte, iríamos ao principal centro budista de Lumbini e prosseguiríamos viagem para Chitwan...

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10º DIA: LUMBINI E CHITWAN

 

Neste primeiro dia amanhecido no Nepal, tive a primeira grande impressão positiva da honestidade nepalesa. Saí em cima da hora do quarto do hotel e na pressa esqueci a câmera principal. Pouco tempo depois, a camareira veio até a recepção me trazendo prontamente a máquina, o que foi uma surpresa inesperada, primeiro porque nunca tinha dado um mole desses e segundo, claro, pela honestidade da humilde moça.

 

O Rough Guide afirma que “Nepal is one of the world’s more crime-free countries”, ou seja, que é um dos países com menor incidência de crimes do mundo. O que é surpreendente ao se saber que também é um dos países mais pobres do mundo, com uma renda média anual de 470 dólares por pessoa (algo como R$ 80,00 mensais), tendo ficado, no Índice de Desenvolvimento das Nações Unidas de 2011, em 157º lugar entre 186 países, conforme o Rough Guide.

 

Apesar da baixa renda, a situação dos nativos é muito facilitada pelos preços das coisas, que também estão entre os mais baixos do mundo. O mais interessante ainda é a alegria e a simpatia do povo nepalês. Embora os indianos também tenhas esses atributos, são algumas vezes muito com espírito de negociante, enquanto o nepalês é muito mais calmo.

 

Li também uma estatística de que em média cada turista é responsável pelo sustento de 9 nepaleses. Fiquei feliz por dar alguma contribuição a este país, que já tem no turismo talvez sua principal atividade econômica, merecidamente agraciado com 8 das 10 maiores montanhas do mundo.

 

Saimos do hotel de manhã cedo. Nossa bagagem ia no bagageiro em cima do micro-ônibus, protegida por um toldo azul.

 

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Fomos ao principal lugar de Lumbini, o “Buddha’s birthplace”, o lugar tido como de nascimento de Buda, no caso Siddhartha Gautama, cerca de 600 anos antes de Cristo.

 

Para os budistas, o líder nasceu em uma família real e ficou isolado dos problemas do mundo até os 29 anos, quando viu um homem velho, um doente e um cadáver e mudou sua forma de pensar e passou a entender que somente a felicidade espiritual pode trazer a felicidade.

 

Conta a doutrina que Gautama considerou que os prazeres do mundo não traziam a felicidade e deixou sua vida anterior, raspou seu cabelo e foi meditar e desenvolver seus preceitos.

 

Na entrada do lugar, havia vários seguidores da religião. A partir de um certo ponto, tínhamos que ir descalços, deixando os calçados em um guarda-volumes. Entramos em um prédio em cujo interior eram realizadas práticas budistas, que não podiam ser fotografadas. Fora do prédio havia um lago.

 

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Ao redor, havia várias manifestações dos seguidores da religião. Embora não seja um, aprecio muitas das posturas que pregam, pelo que também pedi para tirarem uma foto minha...

 

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Após sair do “Buddha’s Birthplace”, visitamos uma feira livre em Lumbini, que vendia objetos usados, alguns alimentos feitos na hora, artesanato, pequenas obras de arte... Havia muita coisa bem feita.

 

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Viajamos cerca de 4 horas e meia para o próximo destino, Chitwan. Andamos por estradas de menos movimento, com mais vegetação em volta, com um pouco mais de morros e curvas. Gosto muito de estradas assim.

 

Ao chegarmos em Chitwan, nos hospedamos no Sapana Village Lodge (http://www.sapanalodge.com), que oferecia várias atividades pela região, que é um grande destino ecoturístico.

 

Chitwan fica em uma região de florestas, que são um outro cenário do Nepal, mais conhecido pelas grandes montanhas do Himalaya. O principal atrativo do lugar é o Chitwan National Park, que visitaríamos no dia seguinte.

 

Naquele primeiro dia para aproveitar o que o lodge oferecia e andar sem compromisso pela região. Havia umas 4 bicicletas livres para empréstimo. Eu e mais 3 colegas do grupo pegamos. Outros vieram logo depois mas tiveram que se contentar em caminhar. Pedalamos pelas amplas instalações do local e depois pelas ruas da localidade, com todo o jeito de cidade do interior, com habitantes muito simples e simpáticos.

 

Em uma esquina de ruas onde passavam elefantes reais, havia um simpático monumento com estátuas de elefantes, muito valorizados em países da Ásia como símbolo de força e sabedoria. Apenas lamenta-se que algum incivilizado arrancou a orelha do elefante maior.

 

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O céu começava a escurecer e não havia iluminação pública. Embora eu e algumas outras pessoas tivéssemos lanterna de cabeça, achamos melhor não arriscar e voltamos para o hotel.

 

Aquela noite no interior, depois, foi de jantar e passar o tempo com conversas e jogos de carta.

 

Havia atividades extras para o dia seguinte em Chitwan e reservei todas: não se sabe quando aparece outra oportunidade de estar em um lugar como aquele...

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11º DIA: CHITWAN

 

Neste dia, levantamos cedo eu e outras pessoas que contrataram o extra do passeio de barco seguido pelo passeio a pé pela floresta. Não me lembro quanto custou o opcional. Sei que foi pago, juntamente com o “elephant ride” e com a consumação do hotel, apenas na hora do check-out, com as rúpias indianas que eu ainda tinha, moeda que, ao lado do dólar americano, é amplamente aceita no Nepal.

 

Por baixo do casaco fleece estava com uma camisa de manga comprida vermelha, que achei que seria adequada para andar no meio do mato. Mas o guia local se apressou para falar que não deveria usar roupa vermelha, pois poderia atrair animais perigosos. Mesmo achando que os animais eram daltônicos (os que não distinguem as cores), preferi não arriscar e troquei a camisa...

 

Fomos umas 10 pessoas na caçamba do jipe Mahindra para um lugar onde pegaríamos uma canoa. Acredito que ela se deslocava com o condutor movimentando uma vara, que tocava o fundo do rio.

 

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A pequena embarcação balançava lateralmente de uma tal maneira que dava a impressão de que iria virar se todos se movimentassem para o mesmo lado. Portanto, fiquei bem quieto onde estava sentado... Havia uma paisagem muito bonita de raios de sol passando pelas árvores.

 

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Chegando no outro lado, fomos andar pela floresta. Em muitos trechos, havia um rio próximo, e nasciam árvores que causavam um reflexo surreal. Em outros lugares, tinha construções de madeira que lembravam filmes.

 

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Percorremos uma trilha na floresta, por trechos ora de mata mais aberta, ora de mata mais fechada. O verde das folhas variava conforme a luz que recebia ou não do sol.

 

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Depois daquela manhã, voltamos para o hotel, onde almoçamos e fomos fazer o “elephant ride”. Apesar do nome, a característica principal não era de um passeio em cima de elefante, que ocorria apenas em um trecho de uns 50 metros para o rio e em outro na volta. O principal era entrar no rio em cima do elefante e depois dar banho nele!

 

O elefante, muito prezado na cultura local, me surpreendeu pela grande docilidade: é extremamente manso apesar de toda a sua força, e não se incomoda nem um pouco quando a gente esfrega o sabão em seu vasto corpo.

 

Infelizmente, acabei não pedindo para alguém tirar foto do momento em que estava na água. Após o passeio, fui para o banheiro do quarto, tomei um bom banho e aproveitei para lavar de vez a roupa que tinha usado no rio.

 

Logo depois, fomos para o safari de jipe no Chitwan National Park, já incluído na excursão. O jipe era uma versão indiana do Suzuki Samurai fabricado pela Maruti. Mesmo estando escrita na caçamba a capacidade de carga de 250 Kg, levava na faixa de 6 a 9 pessoas. Apesar disso, a suspensão era até confortável para um veículo fora de estrada.

 

Paramos em alguns lugares para ver certos animais. Nesta hora que senti um pouco de falta de uma lente maior, mas muito pouco, porque a visão não era nada assim demais. No entanto, o passeio pelas trilhas já valia a pena.

 

Em outro lugar, descemos do jipe para avistar um animal de grande porte no meio do mato. É preciso ver a imagem com atenção para descobrir.

 

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Fomos em uma espécie de zoológico, que além de exibir vários animais, tinha o objetivo de preservar espécies, como dos rinocerontes. O que mais existia no zoo era crocodilo.

 

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Após o safari de jipe, pegamos novamente a canoa para voltar. Anoitecera e a iluminação era escassa: tinha que tomar cuidado onde pisar.

 

Comi um prato diferente e aproveitei um computador livre no hotel para copiar umas fotos para o HD externo e navegar um pouco na internet: mesmo no interiorzão do país asiático era possível estar ligado no resto mundo.

 

No dia seguinte, fomos para Pokhara, a cidade que mais gostei do Nepal

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12º DIA: POKHARA

 

Acordamos cedo, tomamos café, pagamos as despesas do hotel e fomos para Pokhara. Em boa parte do trecho, a estrada margeava um rio. Gostei muito da paisagem, e não havia aquele tumulto indiano, legal mas também cansativo.

 

Em um trecho, havia uma ponte de metal sobre o rio, feita para pedestres. Era até longa e muito bem construída, e o rio tinha belas águas verdes. Eu e alguns colegas fomos até o outro lado e voltamos. Viajar tem alguns desses prazeres que não são explicados pela razão, pois não havia nada de interessante no outro lado e fomos apenas pela vontade algo infantil de andar sobre aquela ponte... Com alegria infantil também estava um simpático garoto local...

 

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Paramos para almoçar no meio do caminho, em um estabelecimento chamado “The Green Park Highway Restaurant”, claramente destinado a turistas em viagem, pois era do tipo “self service” para atender aos diferentes paladares e sem demora. Tem hora que precisa...

 

Pokhara está localizada em um vale, a 827m de altitude, e está não muito distante de picos de uns 7000m de altitude. Seria uma boa amostra do Nepal, que, mesmo pequeno, tem picos deste nível para cima a poucas dezenas de quilômetros de planícies. Esta diferença era algo que me deixava fascinado e curioso! Deveria ser uma sensação parecida à de subir altas montanhas, em poucos espaços, na região ao sul de Interlaken, na Suíça. Dois países tão diferentes em nível de renda e desenvolvimento, mas igualmente com pequeno território e grandes diferenças de altitude...

 

Pokhara foi o motivo principal de eu ter escolhido a excursão pela GAdventures e não pela concorrente Intrepid Travel, que também oferecia, saindo no mesmo dia, um roteiro “Delhi to Kathmandu”, mas com algumas diferenças, dentre as quais a não inclusão da cidade.

 

Chegamos lá e rumamos para o hotel reservado, o Hotel Bougainvillea (http://www.bougainvilleagh.com.np).

 

Pouco tempo após, fomos andar pelas redondezas. Era a bela região de Lakeside, próxima ao lago Phewa Tal. O viajante pode escolher entre diversos tipos de barco para passear neste lago. Outra inesperada semelhança com a Suíça...

 

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Antes de chegar ao lago, passamos pela principal rua do comércio da região. O guia pedia para, se possível, dar preferência às lojas de comerciantes realmente nepaleses (muitas eram de indianos), para dar maior contribuição para o desenvolvimento local.

 

Afirmou também que os nepaleses não têm tradição de comércio como os indianos e que a barganha, mesmo sendo habitual, deveria ser mais suave. De fato, não eram de insistir demais e muito menos de chegar o segurar o cliente, como às vezes ocorre na Índia. Os nepaleses costumam ser calmos e bonzinhos, e os comerciantes também, pelo que vi.

 

Pokhara, especialmente naquela rua, é toda voltada para atender o turista, mas sem perder a autenticidade. O inglês é a língua dominante. Deve ter casa de câmbio ou ATM a cada 30 metros. Rúpias indianas, dólares e euros são em regra aceitos sem dificuldade. Tem quase todo tipo de loja, restaurantes com os mais diversos pratos, lan houses, lugares que fazem chamada internacional etc.

 

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Como o lugar é conhecido pelas atrações ao ar livre, tem incontáveis agências de montanhismo e de esportes radicais. Por influência do montanhismo, lojas de equipamento de trekking existem quase uma ao lado da outra. Muitas fazem qualquer negócio: vendem, compram usado, trocam, alugam...

 

Mas cabe uma ressalva: é um país de terceiro mundo com muitas falsificações. A marca preferida das “réplicas” é a The North Face. Aparentemente, até são bem feitas e para mim eram difíceis de se avaliar se são falsas ou originais. Na dúvida, preferi não comprar nenhum material esportivo.

 

Um caso especial são as várias livrarias, umas 10 só naquela rua, algo que não se vê no Brasil, um país mais rico... E Pokhara tem apenas cerca de 200 mil habitantes. Claro que tem turistas também. Será que os visitantes de lá se interessam mais por livros que o normal? Ou seriam os nativos? Acho que um pouco de cada...

 

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Era comum venderem novos e usados e, com preços inferiores, até cópias de livros. Sem entrar na questão dos direitos autorais, a cultura era realmente valorizada e difundida.

 

Depois de uma tarde livre, o grupo se reuniu em uma pizzaria. Ficamos ao ar livre, com luz de vela, em uma mesa grande que acomodava todos. O guia recolheu dinheiro dos que escolheram o extra de voar de parapente no dia seguinte (meu caso). Como tanta coisa voltada ao turista no Nepal, o preço era na moeda ianque, e lá se foi a última nota de 100 dólares que trouxera do Brasil. Mas compensou!

 

Quando saímos, ainda havia loja aberta. Comprei uma camisa com bordado do Monte Everest e depois fui comprar os biscoitos para levar no passeio do dia seguinte. Havia um grande supermercado (S-Mart) e um mercadinho local (B. S. Provision Store). Escolhi o último.

 

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No dia seguinte, o principal em Pokhara seria ver o nascer do sol no Himalaya e voar de parapente, mas ainda achei um evento local mais interessante...

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13º DIA: POKHARA

 

Acordamos de madrugada para ir ver o nascer do sol no mirante Sarangkot, a 1592m de altitude, 765m acima de Pokhara, uma diferença semelhante à do Cristo Redentor, a 710m do nível do mar. Atividade incluída na excursão.

 

O ônibus parou em um estacionamento e continuamos por uns 10 minutos a pé. Foi a ocasião de temperatura mais baixa que pegamos na viagem, mas nada demais. Para mim, bastou o casaco fleece e mais o “abrigo Parkha” da Trilhas e Rumos. Chegando lá, cada um podia se acomodar e tentar escolher onde ficar para assistir à gradativa mudança de paisagem com o nascer do sol. Na figura a seguir, vemos Pokhara, com o lago Phewa Lake (Phewa Tal) à direita.

 

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A atração maior era o pico do Annapurna, a 7219m de altitude, que todos ali estavam esperando ver. Ele apareceu, com sua neve branca levemente tingida pelo rosa da luz do amanhecer, meio isolada dos lugares vizinhos que não recebiam a luz do sol.

 

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Foi interessante, mas não é mesma sensação de estar na própria montanha, ou pelo menos vendo a poucos metros... Em uma futura viagem, acho que deveria fazer algo nesse sentido.

 

Depois de algum tempo, voltamos para a cidade e paramos em um restaurante para tomar café da manhã.

 

A atração seguinte foi o vôo de parapente (paragliding), um extra de 100 dólares muito bem compensados. A empresa que organizou foi a Team 5 Nepal Paragliding (http://www.team5nepal.com), que veio nos buscar no hotel. Éramos sete. Jipes Mahindra cabine dupla levaram nós todos, a tripulação e os parapentes (em cima da cabine).

 

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No alto do morro, foram explicadas as cautelas de segurança e o modo de proceder (correr sem parar no início, até perder o contato com o solo, e depois só ficar sentado na cadeirinha).

 

Contratei o opcional de fotos e filmagens que eles fariam, com uma câmera panorâmica GoPro segurada por uma longa haste. Mas depois vi que filmaram pouco, perdendo muitos momentos importantes. Por sorte, usei também a minha câmera compacta e peguei umas fotos e vídeos bem interessantes. Se me proibissem, não iria usar. Mas já que não falaram nada, levei a câmera na mão direita, com a cordinha de segurança em volta do pulso e presa no velcro do casaco. Nós já tivemos que assinar, previamente, um documento assumindo todos os riscos do voo...

 

Nunca tinha voado de parapente e foi uma sensação maravilhosa... Me senti completamente leve, como no comercial da Red Bull... Mesmo as manobras realizadas, com grande inclinação, não alteraram a minha percepção. O único barulho era ocasionalmente o do vento.

 

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Fiquei cerca de meia hora no ar, apreciando a vista da região e dos demais parapentes.

 

A aterrissagem foi bem mais tranquila do que imaginava. Tinha um certo medo dos pés serem “atropelados” quando a gente tocasse o solo. Mas era só ficar sentado na bojuda cadeirinha, que apenas ela arrastou-se pelo chão.

 

Após, comprei um suco numa lanchonete próxima (estava com sede depois de voar com casaco em baixo do sol) e fomos para o hotel. O CD com as fotos e vídeos que eles fizeram seria entregue umas horas depois, apenas com uma capinha de papel, e na volta ao Brasil veria que o vídeo era bem menor do que imaginava.

 

O resto do dia era livre. Me separei do grupo para organizar um roteiro próprio. Inicialmente, andei um pouco pelas ruas locais. Uma das lojas de fotografia tinha afirmado no dia anterior que receberia uma tampa de lente 82mm (estava sem a minha, desde quando a perdi em Delhi) para me vender. No segundo dia em Pokhara, porém, me falou que o fornecedor não tinha a bendita tampa...

 

Depois, pela primeira vez, almocei em um restaurante vietnamita, e escolhi um dos pratos vegetarianos que não era muito pimentado. Gostei muito. Enquanto esperava a comida, pesquisei no Rough Guide o que poderia fazer depois.

 

Estava com idéia de ir aos museus dos Gurkhas (militares nepaleses de elite que serviam aos ingleses) e do montanhismo, preferencialmente de ônibus, não só pela pequena economia como também para passar por uma experiência local.

 

O garçom me informou onde era o ponto e que deveria pegar dois ônibus para ir no primeiro museu, e depois pegar outra condução para o segundo. Pensei em tentar, pois se desse errado pegaria um taxi mesmo. Mas o ponto de ônibus estava meio confuso e me dei conta que, pelo horário de fechamento dos museus, não daria para ir nos dois. Escolhi ir apenas ao museu do montanhismo e negociei a corrida com um taxista.

 

O taxi era do modelo mais comum que tinha lá, um Maruti Suzuki do porte de um Fiat Uno, com bagageiro no teto, para levar malas ou mochilas que não coubessem no pequeno porta-mala. O carro já estava bastante surrado e fazia todo tipo de barulho. Chegando no destino, o taxista se ofereceu para me esperar e depois voltar. Recusei, pois queria evitar gastos extras e de repente iria querer utilizar outra forma de transporte, ou conseguir uma carona, quem sabe...

 

Na bilheteria do International Mountaineering Museum, paguei o ingresso que me era cabível, de visitante estrangeiro, o mais caro, por 300 rúpias nepalesas (cerca de 3,75 dólares). O museu apresenta a história do montanhismo e a vinculação dele com o Nepal e outros países. Não mostrava apenas o montanhismo como esporte, mas também povos das montanhas e características físicas gerais delas.

 

Na parte do esporte, mostrava equipamentos que montanhistas de várias épocas usavam, como botas, roupas, mochilas, luvas, óculos, mosquetões e tudo mais. Havia manequins vestindo algumas roupas.

 

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Havia também vários quadros com fotos do montanhismo. O projeto de iluminação era ruim em muitos lugares, não permitindo uma boa visualização de muitas peças do interessante museu. Parece mal de terceiro mundo, onde às vezes as coisas não são aproveitadas como poderiam.

 

Andei depois na área externa, onde havia até uma rampa de escalada. Iria até voltar de ônibus, mas acabei fechando com outro taxista, que fazia plantão na porta, por um preço similar ao da primeira corrida. Não me lembro exatamente quanto. Desci logo ao chegar na área central de Lakeside, pois queria andar a pé a partir dali.

 

Me chamou atenção uma área fechada com várias barracas e equipamentos de parque de diversão. Tinha um irrisório ingresso de 20 rúpias nepalesas (25 centavos de dólar) e resolvi entrar. Era um lugar frequentado praticamente só por nepaleses que eu nem imaginava existir, mesmo porque parecia algo temporário, como um circo. Acabei achando o melhor daquele dia...

 

As atrações eram bem heterogêneas, uma combinação pouco comum no Brasil.

 

Logo na entrada, havia um corredor com barracas nos dois lados que funcionavam como livrarias: estava ocorrendo uma feira de livros.

 

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O que era visto de mais longe era um parque de diversão, com roda gigante, “pula pula”, carrossel etc.

 

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Perto dali, também tinha umas barracas que vendiam alimentos diversos.

 

Anoiteceu em poucos minutos, e eu já tinha começado a puxar assunto com umas pessoas, e foi muito bom ver como eles eram abertos, espontâneos e simpáticos. Perguntei se podia fotografar, falaram que sim e comecei a tirar retrato de alguns, sempre em seu ambiente natural, sem a interferência de flash, que nem levei. Vieram outros pedindo para ser fotografados. Gostei muito da ocasião. Aquelas pessoas para mim eram o retrato da alegria do povo nepalês...

 

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Havia menos mulheres do que homens, pois, pela cultura local, saem menos de casa, infelizmente...

 

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Um caso especial é o das máscaras antipoluição, muito populares em Kathmandu, que, superpovoada e com infraestrutura deficiente, sofre muito com a qualidade do ar. Uma das contradições do minúsculo país é ter ecossistemas únicos convivendo com desastres ambientais em outros lugares. As máscaras, inicialmente por necessidade, se transformaram também em acessório da moda, usado até na pequena Pokhara.

 

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Um personagem marcante foi o Sr. Saroj Adhikari. Tem muitos homônimos pelo google, mas aquele foi especialmente simpático ao se apresentar, junto com sua mulher e filhos. Tinha uma livraria e uma outra loja ao lado.

 

Depois de um tempo conversando, saímos dali. As livrarias da feira já não estavam mais funcionando, porém permaneciam ali, sem nada trancado, pois não havia receio de furtos...

 

Falei que no Brasil aquilo destrancado não daria certo e outras coisas (boas também, claro) do país. Ele falou coisas do Nepal.

 

Visitei sua livraria e sua loja tecidos, e ele até me serviu um chá sem compromisso.

 

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Comprei dois livros dele, que também pediu para receber as fotos por e-mail. Infelizmente, a mensagem retornou e não consegui mandar para o endereço indicado, mas quem sabe em uma próxima vez...

 

Já era bem tarde e apenas lanchei com biscoitos e uma bebida engarrafada. Fiquei em uma lan house até ela encerrar o expediente. Tentei fazer cópias de fotos, mas estava lento demais: o velho computador devia ter USB 1.0!

 

Tive uma surpresa realmente desagradável: o meu voo de volta para Londres havia sido comprado com conexão em Mumbai, e a empresa “parceira” da British Airways que levaria de Delhi para lá, a Kingfisher Airlines, estava com atividades suspensas. O meu voo foi simplesmente cancelado e no seguinte seguinte, em horário útil, teria que buscar uma solução para o caso, para uma viagem que seria apenas um dia depois.

 

O dia seguinte era de ida para Kathmandu e teria este problema para resolver...

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