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Aracaju e mediações


Zulu1982

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Segue um relato de minha viagem à Aracaju e redondezas – 16Dez à 22Dez12:

 

Dia 1 (domingo), São Paulo > Aracaju (SE): Apenas caminhamos no final da tarde pela Orla de Atalaia.

 

*Orla de Atalaia: Certamente um das principais atrações de Aracaju. Mais do que um belíssimo calçadão, conta com muitas quadras esportivas, bares, restaurantes, lagos artificial (cheios de patos...) e o Oceanário. Estrutura bem desenhada, construída e mantida. Bom para o passeio noturno - bem movimentada todos os dias e pareceu segura. A praia propriamente dita é uma extensa faixa de areia fina e dura, sem morros/montanhas/pedras/piscinas naturais/lagoas. A areia infelizmente é suja, vide comentário abaixo sobre limpeza.

 

*Em Aracaju se pode caminhar com muito mais tranquilidade, sem o assédio e pressão de donos de barracas, vendedores de bugigangas e desafortunados pedintes. Enorme vantagem sobre outros destinos mais badalados.

 

 

Dia 2 (segunda-feira), Praia do Refúgio e Oceanário: Seguindo a Orla de Atalaia pela Av. Santos Dumont, que depois continua como Rodovia José Sarney, por aproximadamente 9,5Km (de acordo com as a placa na avenida), chegamos à Praia do Refúgio, onde ficamos no famoso e bem estruturado restaurante/bar Praia Parati. Fomos de taxi – má ideia, vide comentário abaixo sobre transporte em Aracaju.

 

*Praia do Refúgio/Aruana/geral sobre praias de Aracaju: Pode-se dizer que todas as praias de Aracaju são continuações da mesma faixa de areia, pois não há divisão entre as mesmas (como mencionei, não há morros/montanhas/pedras/piscinas naturais/lagoas). Assim, em geral, as praias recebem os nomes de seus respectivos bairros. Consequentemente, todas as praias são praticamente iguais, variando apenas detalhes como a concentração de barracas e a distancia da estrada até a água.

 

 

Dia 3 (terça-feira), Passeio pelo Canion do Xingó: Saímos 7:00, chegamos à Canindé onde fica o Canion 10:00 depois de aproximadamente 200Km de estrada, cruzando o estado de Sergipe e passando pelo sertão. Fizemos o passeio no catamarã de 11:30. O passeio parte do restaurante Carrancas (pelo que entendi não há outro ponto de saída). O catamarã retornou 14:30. Almoçamos no local (self-service R$30/pessoa – fraco – recomendo optar pelas opções à la carte). No retorno, parada para fotos da hidrelétrica de Xingó, chegando ao hotel quase 19:00.

 

* Canion do Xingó: Belíssimo e exótico – uma experiência única. Muito melhor do que se pode imaginar pelas fotos na internet. De todos os passeios que fizemos em Sergipe este é o mais imperdível. A menos que se pretenda passar mais de um dia em Canindé, recomendo ir com a agência, o que inclusive é mais barato do que ir por conta. (Nota: Atualmente o passeio de catamarã no Xingó só aceita pagamento em dinheiro ou cheque).

 

* Hidrelétrica de Xingó: A estrada para o Canion passa pertinho da mesma, que é gigante. A vista por fora já impressiona. E para quem tiver tempo, aparentemente há possibilidade de visitá-la por dentro.

 

 

Dia 4 (quarta-feira), Praia de Atalaia e Mercado Municipal: Pela manhã fomos à Praia de Atalaia. Ficamos em uma barraca próxima da Passarela do Caranguejo, em uma região da praia mais frequentada por moradores locais. Simples, mas muito agradável, não havia ‘muvuca’ e ainda pudemos desfrutar de módicos preços. De tarde fomos de transporte público ao Mercado Municipal (15 min de ônibus, partindo de Atalaia/Av. Santos Dumont e saltando na porta do Mercado). De noite fomos retornamos para jantar na Passarela do Caranguejo.

 

*Mercado Municipal: Estrutura típica dos mercadões que se pode encontrar geralmente nas capitais. É uma oportunidade de conhecer melhor a cultura gastronômica de Aracaju. Aproveitamos para comprar iguarias e castanhas por preços que seriam inimagináveis em São Paulo...

 

*Passarela do Caranguejo: Alta concentração de bares ‘sem frescura’. Um dos principais pontos de encontro para tomar uma cerveja bem gelada e comer caranguejo com os amigos. Também continuação da Orla de Atalaia/Av. Santos Dumont - basta seguir caminhando pela orla no sentido sul.

 

 

Dia 5 (quinta-feira), Passeio à Mangue Seco: Saímos 8:00 chegando à divisa com a Bahia quase 10:00. Cruzamos o Rio Real de Catamarã (15 min) e então pegamos um buggy até Mangue Seco. O translado de buggy direto para Mangue Seco sairia por R$80/4 pessoas, porém optamos por fazer um passeio mais extenso, passando pelo povoado de Coqueiro antes de chegar ao povoado de Mangue Seco propriamente dito (total = R$160/4 pessoas). Ficamos em Mangue Seco até 15:00, chegando de volta ao hotel 17:30.

 

*Mangue Seco: Exuberante paisagem, deliciosa praia. Também melhor do que se pode imaginar pelas fotos na internet. Como contratamos o passeio de buggy mais extenso, passamos por várias locações usadas na novela (e no filme) Tieta, incluindo a casa da protagonista e a igreja de sua irmã carola, Perpétua. No povoado de Coqueiro paramos para uma cervejinha em no Bar da Aurora, que mantém uma exposição permanente de fotos da produção da novela, e dos artistas que frequentaram seu estabelecimento durante as filmagens. O passeio de buggy não tem acrobacias, muito menos a opção de ir “com emoção”, como há em outros destinos do nordeste (ex. Genipabu, Cumbuco, Canoa Quebrada etc). Provavelmente porque as dunas são menores e a areia mais dura.

 

 

Dia 6 (sexta-feira), São Cristóvão/Centro Histórico: Partimos bem sedo para a cidade histórica de São Cristóvão. Aventuramos-nos a ir de transporte público partindo de ônibus da praia de Atalaia (3 ônibus na ida e 2 na volta, pagando apenas 1 passagem na ida e outra na volta – trajeto de aproximadamente 1h30min). Na volta ainda deu tempo de curtir o final de tarde na praia de Atalaia.

 

* São Cristóvão/Centro Histórico: Particularmente aos interessados em história e arte este passeio é imperdível. Caminhando pelas ladeiras do patrimônio histórico de São Cristóvão pode-se visitar um conjunto de igrejas do período colonial e pelo menos 2 museus: o Museu Histórico de Sergipe, e o Museu de Arte Sacra (esse é fantástico, o 3º maior acervo do gênero no Brasil). Todas as igrejas, e principalmente os museus, contam com passeios guiados. Aproveito para parabenizar a cidade pela organização de tais museus/igrejas. Creio que está faltando para o turista descobrir este passeio. Fica a dica para que as agências façam melhor aproveitamento do potencial deste passeio.

 

 

Dia 7 (sábado), Aracaju > São Paulo: Escolhemos um voo no início da tarde, como o aeroporto é próximo ainda deu tempo de aproveitar a praia pela manhã.

 

 

Obs e Info úteis:

 

- Programe-se para iniciar suas atividades bem cedo. No verão em Aracaju o sol nasce antes das 6:00, porém se põe entre 17:30 e 18:00. Por volta de 10:00 o sol já está forte. Sergipe não tem horário de verão (ou pelo menos não aderiu este ano).

 

- Bancos/Dinheiro: Os bancos que são comuns no Sudeste não são tão fáceis de encontrar em Aracaju (atualmente o mesmo cuidado vale para toda extensão do nordeste/norte). O Itau, por exemplo, tem pouquíssimos caixas eletrônicos na cidade. Em Aracaju a maioria dos Bares/Restaurantes/Agências de Turismo/Hotéis/Pousadas/Farmácias aceitam cartão de crédito, mas há gastos para os quais se deve ter dinheiro em espécie (ex. barracas mais simples ou afastadas, o próprio passeio de catamarã no Xingó). Portanto, recomendo pesquisar onde o turista poderá sacar dinheiro em caso de necessidade.

 

- Principais passeios que não fizemos: (1) Croa do Goré: Passeio de catamarã pelas escuras águas do rio Vaza-barris até o banco de areia que dá nome ao passeio (não nos interessou). (2) Passeio de Catamarã pelo rio Sergipe: Tour pelo Rio Sergipe, passando pela Ponte Aracaju Barra dos Coqueiros (Tb não nos interessou). (3) Passeio pelo Delta do São Francisco: Tal título já descreve bem o passeio. Tirando a inquestionável importância do São Francisco, a julgar pelas fotos que encontramos na agência e na internet, não há muito que se ver por lá. Além disso, esta é mais uma atração distante de Aracaju, com mais tempo de deslocamento na estrada do que de passeio propriamente dito. (4) Gostaríamos de ter ido à Praia do Saco, porém nenhuma agencia faz passeios que a contemplem. Cogitei ir de taxi (não alugamos carro), mas o preço dado pelos taxistas foi proibitivo. Tampouco encontramos meios de chegar até lá de transporte público. (5) Também gostaríamos de ter ido à sede do Projeto Tamar em Pirambu, porém nos foi informado que o acesso era difícil e que dependeria da contratação de um buggy na Praia de Pirambu. Desistimos por falta de maiores informações.

 

- Transporte: Não alugamos carro e este é meu maior arrependimento. O transporte público não cobre todos os pontos de interesse. A lista de passeios oferecidos pelas agências tb é pequeno. Portanto recomendo aos turistas alugar um carro para se ter maior autonomia. **Passeios por agências: Para os passeios tradicionais (Xingó, M. Seco, S. Francisco) eu recomendo ir com alguma agência, independente de ter alugado carro, pois é mais prático e barato (sim, mais barato), comprar o pacote completo, que ir por conta própria até os locais de saída dos respectivos catamarãs. ***Taxi: Só utilizei o taxi para ir à Praia do Refúgio. Por esta pequena corrida de ~9,5Km o taxímetro indicou R$35 (!!!). Cada um que tire suas conclusões, mas aos bons entendedores ‘turistas’, aproveito para reforçar minha recomendação para que aluguem um carro.

 

- Aeroporto de Aracaju: O aeroporto é muito próximo da Praia de Atalaia (aproximadamente 10 minutos). A estrutura é digna de uma rodoviária de pequeno porte. Não há restaurantes, apenas bares com preços exorbitantes.

 

- Hospedagem: Ficamos em um bom hotel na Praia de Atalaia. Provavelmente é o melhor bairro para se hospedar. Neste bairro o turista poderá caminhar tranquilamente aos vários bares e restaurantes da orla e da Passarela do Caranguejo, ao Oceanário, e pela Orla de Atalaia. Há muitas opções de hotéis e pousadas, em sua grande maioria com estrutura nova e preços convidativos. Fiz a reserva pela internet com muita facilidade.

 

- Alimentação: Mesmo os restaurantes da Orla de Atalaia são relativamente simples, porém bons e baratos. Em geral, ótima relação custo/benefício. Os que se aventurarem nas barracas de praia mais simples encontrarão preços irrisórios (ex. em uma barraca frequentada por moradores locais encontramos uma porção de carne seca para 2 pessoas por apenas R$12!!!). Não chegamos a procurar por restaurantes mais requintados – nossa viagem não passava por este objetivo.

 

- Breve nota sobre a limpeza: Contrastando com a beleza de Aracaju, infelizmente presenciei muitos moradores jogando lixo descaradamente nas praias e mesmo nas ruas. Esse mau hábito me pareceu ainda mais comum em Aracaju do que em outras capitais do nordeste. Como resultado, a areia das praias urbanas está bem suja.

 

 

Volto para casa com uma impressão positiva de Aracaju. É sempre um grande prazer visitar o nordeste e desfrutar de seu maravilhoso clima - o azul do céu já vale a viagem. Entretanto, senti falta de maior quantidade e diversidade de passeios e atrações turísticas. Obviamente há muitas atividades para se fazer em Aracaju, porém poucas delas merecem o status de “atração turística” (vide comentários acima sobre passeios que não fizemos). Portanto, aos que pretendem conhecer Aracaju e mediações, creio que uma estadia de 4 dias é suficiente (****ou 5 dias considerando uma visita a São Cristóvão).

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