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http://jorgebeer.multiply.com/photos/album/296/Represa-do-Tanque-Grande

 

 

A REPRESA DO TANQUE GRANDE

Estes dias quentes e abafados de verão, no geral, são ideais pra encarar um banho refrescante de cachu ou um mergulho revigorante num poço represado dum rio, geralmente situados no curso sinuoso dalgum vale serrano. Como “quem não tem cão caça com gato”, na impossibilidade de maiores deslocamentos deste naipe o jeito é se virar encarando as represas urbanas situadas nos limites municipais de Sampa. Dentre as tantas existentes, a Represa do Tanque Grande surge como alternativa de lazer pra paulicéia. Um passeio breve e tranqüilo, com aquele jeitinho simples e interiorano pelas redondezas de Guarulhos.

 

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Outro dia me perguntaram pq não organizo trips e chamo mais gente abertamente onde quer q seja. Respondi na lata: pq não quero dor-de-cabeça! Já passei da fase de formar grupos na maior boa vontade e disposição pra no final só tomar no rabo! Já teve até um certo“convidado” q ameaçou me processar anos atrás por conta dum perrengue não previsto, como se tivesse furtados seus privilégios dignos de agencia. A partir de então convoco (qdo dá tempo) apenas conhecidos mais próximos pras roubadas q por ventura rolassem. Isso pelo simples fato de já saber o q esperar deles, pois o segredo é minimizar riscos desde o principio. Mas na real o fato é q trip pra mim sempre foi algo prazeroso, e a partir do momento em q fico na responsa de “babá” dos outros a curtição vai pro ralo. Fato.

Mas ainda assim e mesmo chamando gente q mto gosto e prezo, continuo tomando “canos” q não so me dão dor-de-cabeça. Trazem decepção, principalmente. Mesmo remanejando td minha agenda (e desmarcando outros compromissos) pra ter o privilegio da cia de fulano ou beltrano, na hora “agá” o dito cujo vem: “Não vai dar por blábláblá..” Broxante total! Um “cano” até q é digerível; dois a gente regurgita; mas .... um terceiro???? Poxa, se abri mão de compromissos pra ter “sua pessoa” no rolê pq ce tb não pode?? Esse é o ponto! O pior é q isso reflete duas coisas: a falta total de comprometimento e o desrespeito com vc e, principalmente, com seu tempo! Vc se mata tendo a consideração em ter beltrano no trip, pra no final ter a triste constatação q não passou de “segunda ou terceira opção” ao ser sumariamente descartado numa simplória troca de msns. Problemas e imprevistos td mundo tem, mas qdo se quer algo se faz por merecer e vai atrás, se realmente há interesse! Mas se é mais fácil te pôr de escanteio a batalhar pelo contrário, o próprio gesto já fala por si. Resumindo: se fulano realmente se importa, no mínimo vai atrás de (re)colocar td nos eixos. Do contrario, nunca houve nada. E o q vc acreditou ser “consideração” não passou de mais uma lorota-pra-boi-dormir, cunhando de vez o q menos se espera de alguém. Infelizmente ainda acredito nas pessoas, mas ainda assim tem os q teimam em fazer de idiota.

 

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Pois bem, td o desabafo acima é pra deixar claro q o bate-volta deste relato nasceu dum “cano” (multiplo, diga-se de passagem) q me deram pro rolê originalmente proposto, q demandava ao menos uma cia de apoio. Alias, fica aqui o agradecimento à amiga guarulhense Thays Faccin Borazanian (http://www.guarulista.wordpress.com) por esta dica interessante de breve passeio, q salvou a pátria de última hora.

O sol estapeava o rosto e o calor já me derretia por dentro qdo cheguei ao movimentado Terminal São João (extremo norte de Guarulhos), por volta das 10:30hrs daquela manhã ociosa de quinta-feira. Em tempo, o “know-how” inicial é basicamente o mesmo q pro Morro do Nhangussú, portanto não darei detalhes já mostrados noutra ocasião e por este motivo vou direto ao ponto da bodega.

Pontualmente as 11hrs o “483-Marmelo” partiu rasgando o miolo da Vila São João após deixar a Estrada Guaru-Nazaré, pontuado pelo burburinho duma feira numa travessa da avenida principal. Eu, q estava folgadamente acomodado num banco, logo me vi espremido feito sardinha por uma tiazinha com trocentas bolsas e sacolas entupidas de frutas, legumes e td sorte de produto. Não bastasse isso, a dita cuja falava pelos cotovelos com a amiga, bem a minha frente. E alto. Claro q nestas horas o importante é abstrair, coisa q consegui não apenas apreciando a paisagem emoldurada pela janela como tb com possantes fones de ouvido q embalaram a trilha sonora da breve trip daquele comecinho de tarde. Entretanto, o clássico dor-de-cotovelo do “REO Speedwagon” não pareceu ter sido a escolha da vez, inclusive pq relembrou a trip q poderia ter sido, e não foi. Abstração dupla então.

Num piscar de olhos deixamos a urbe pra serpentear pequenos serrotes forrados de mato, sempre tocando sinuosamente pro norte. Assim como o cinza deu lugar ao verde, não tardou pro asfalto dar lugar a chão e terra. E entre um sacolejo e outro, logo percebi q estavamos na poeirenta Estrada do Tanque Grande, via q interliga o bairro do Bananal (em Guarulhos) ao município de Mairiporã. Visivelmente subindo um morro, já presto atenção ao cruzarmos uma pequena Estação de Tratamento de Água, pela direita. Dito e feito, do outro lado da serra, eis q numa curva a paisagem se abre e consigo já avistar o largo espelho dágua da represa q é meu objetivo naquele dia. Era a represa do Tanque Grande, enfiada num pequeno vale, cercada de morrotes pela direita.

 

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Salto do busunga dois ptos depois, na altura da Estrada das Oliveiras. Poderia ter descido antes, mas quis andarilhar um pouco pela estrada e adentrar na represa pelo seu extremo norte. Sou o único na bucolica via naquele horário (11:30hrs) e não sei se permanecer na estrada seja uma boa ideia, pois a cada passagem de veículos por mim levanta poeira suficiente pra montar uma cópia do deserto do Saara. Por este motivo, ao invés de retornar pela estrada me enfio numa das varias trilhas q dela nascem e vao de encontro a setores do ao norte da represa.

Uma curta vereda cercada de samambaias se apresenta como a melhor opção e por ela me embrenho sem gde dificuldade, pois sei q a represa esta logo ai ao lado. Surgem bifurcações q eventualmente levam pra sítios ou alguma chácara próxima, mas o sentido pra represa é intuitivo e mais q obvio. Dito e feito, logo desemboco numa pequena prainha fluvial deserta, forrada de grama e capim, isenta de lixo, onde posso apreciar os banhados e enorme espelho dágua da abaulada morraria esmeralda q, pela carta, é a Serra do Bananal. Um pássaro sai voando, assustado, com a minha intromissão no seu habitat particular, enqto metralho de cliques a paisagem q se revela, estendendo-se de norte a sul.

Dali basta acompanhar a margem da represa pro sul, sem problema algum. Não há trilha evidente, mas é possivel observar capim pisado nos locais mais firmes do chão. Marcas nas pedras e vegetação denotam a estiagem q tem assolado a região, e por conta disso o volume dagua da represa parece estar abaixo do normal, mas ainda assim não escapo de ensopar totalmente o tênis (q havia recém lavado) q em trechos alagados onde o brejos e banhados tomam conta do q deveria ser, em tese, a “picada”. Portanto fica a dica de vir de bota caso vá refazer este trajeto.

Em pouco tempo alcanço a “praia” principal da represa., situada no centro da mesma, onde apenas uma família parece se divertir naquele comecinho de tarde ensolarada. Mas decido prosseguir margeando a represa rumo sua jusante, ao sul, trajeto mais definido e feito atraves duma trilha (sim, agora sim uma picada mesmo) q segue pela encosta de pasto q se sucede após a “praia” principal. Contornando sinuosamente um morrinho, a represa se afunila e passo no meio desse gargalo, pro outro lado a paisagem novamente se abrir e descortinar outra trilha (q aparentemente deve vir da estrada, logo acima) como uma barragem de concreto q delimita o extremo sul da represa.

 

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Do alto do muro da barragem, com sinais de fogueira e algum lixo, avisto claramente duas opções: descer a jusante mediante uma escadaria de concreto, ou subir uma íngreme picada q galga o morro q abraça a represa, a leste. Decido pela primeira opção, e logo me deparo com o q deve ser uma cachoeira so q seca, confirmando minhas suspeitas de longa estiagem do lugar. Na verdade a tal “cachu” é a primeira queda do q deveria ser a vazante da represa, mas q naquele momento alem de seca, estava repleta de macumbas. Sim, infelizmente a ausência maior de água deixava a mostra td sorte de lixo imaginável no lugar. Uma pena.

Dali é possivel prosseguir rio abaixo ora pelas pedras ou atraves duma trilha q o bordeja pela mata. Uma bela e imponente figueira no caminho chama a atenção por suas raizes se estenderem no chão em tds as direções, como q procurando alcançar setores mais firmes pra se sustentar. E logo me deparo no alto duma pequena queda dágua q pela descrição deve ser a tal “Cachu da Macumba”, q tinha mais água q a anterior pois recebia outras vertentes vindas da represa. De cima da cachu observo q logo abaixo há uma prainha fluvial q nada mais é um enorme tanque de represamento, parcialmente tomado pelo mato e bem seco. Desescalaminho cuidadosamente as pedras q formam a parede lateral da pequena queda e logo me vejo ao sopé da mesma. Não é difícil adivinhar o motivo do nome da simpática queda, já q vestígios de atividades “macumbisticas” estão presentes em td seu entorno. Velas, porcelana quebrada e fitas são apenas alguns adereços deixados ali. O local é mto bonito, mas infelizmente degradado pelos resíduos deixados por estes adeptos da mencionada religião africana. Por sua vez, da parede sul do tanque partem duas trilhas: uma q toca pela encosta direita e subindo a íngreme pirambeira termina dando na estrada; a outra fui fuxicar e, nas mesmas condições de declividade, termina num bosque de pinnus dentro duma propriedade particular. Felizmente, sem cachorros.

Retornei então pelo mesmo caminho ate a parede da represa pra bisbilhotar a segunda opção apresentada: a trilha q subia o extremo sul da Serra do Bananal. A piramba sobe forte no aberto pra mais adiante mergulhar na mata, mas não sem antes nos brindar com um belo visual da represa. Subindo atraves de degraus formados por raizes, logo me vejo suando em bicas e com a camisa totalmente encharcada! Mas não demora pro terreno nivelar numa bela florestinha sombreada, indicando já estar no alto da morraria. Minutos depois a picada termina dando num terreno aberto, com mais trilhas tocando em tds as direções, mas o melhor é o mirante q parece ser ali com vista panorâmica de td Jardim Fortaleza. Vista inspiradora pra casais, principalmente a noite, dado o numero de preservativos espalhados no chão.

 

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Voltei pra parede do reservatório com sensação de dever cumprido. Represa do Tanque Grande de cabo a rabo! Cumprido de forma simplória, claro, mas era o q tinha praquele dia. Mas não sem antes mergulhar nas águas refrescantes represadas no alto do topo da represa. Dono daquele enorme balneário, mastiquei um sanduba q trazia na mochila e me pirulitei pelo mesmo caminho ate a “praia” principal, onde a mesma família de antes ainda se esbaldava na água. Foi ali q senti uma fisgada no joelho direito, provavelmente decorrência do uso de tênis impróprio pruma pernada de terreno tão irregular qto aquele.

Dei por encerrado oficialmente o rolezinho por volta das 14hrs, onde me prostei pra bebericar uma cerveja gelada no simpático quiosque “Toca do Curupira”, enqto aguardava o mesmo busunga q me levara ate ai. Entre um gole e outro, alem de observar o pacato vai-vem das pessoas naquele fim de mundo, conversei com o falador Seu Ribeiro, q me contou coisas interessantes da represa. Como por exemplo q foi construída em concreto, formato arqueado, funciona por gravidade e capacidade de armazenamento 88 mil metros cúbicos do precioso liquido. Datada de 59, a represa nasceu da necessidade de fornecimento de água pra Guarulhos, onde chegava por dutos até Cumbica - na época uma cidade satélite – pra dali ser distribuída pra setores mais afastados do municipio. Com a construção do Aeroporto, a represa passou a abastecer apenas o Jd São João e seus 23 bairros vizinhos (3% de td Guarulhos), e em 92 a regiao ganhou a Estação de Tratamento logo na jusante da barragem. Sim, aquela visível da Estrada homônima um pouco antes.

 

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Contou tb q em dias quentes de fds ali enche de banhistas e q por mais q desenhe o lixo pra eles, sempre depois sobram toneladas pra ele recolher depois. “Brasileiro é porco mesmo.. não tem jeito!”, lamenta. Diz q so limpa a área central principal do balneário, em frente ao quiosque dele, mas os extremos da represa ele passa longe. Pergunto o motivo e responde na lata: “Uai, ta cheio de cobra-dágua e jararaca no meio do capinzal próximo das margens!”. Falando em bicharada, alem das peçonhentas diz q já viu uma sucuri (!?), e q é possivel encontrar capivaras, macacos e outros animais do outro lado da represa. Já na água mesmo, diz q por conta do lixo nao tem mto peixe a não ser lambarizinhos ou pequenas tilápias. Alertou pro cuidado ao nadar na represa longe das margens, pois embora a superfície do lago demostre aparente tranqüilidade, por baixo circulam forte correntes capazes de puxar pra baixo o mais exímio nadador. “Semana passada mesmo um jovem se afogou assim, do nada.”, alerta ele. Qdo perguntei quais os córregos q abasteciam a represa ele disse q nenhum, pois aquele setor da serra é repleto de nascentes e minas dágua, e por conta disso td agua do lago é, em tese, de ótima qualidade pro consumo. Em tese, não fosse o bicho homem pra emporcalhá-la no ato. Mas qdo indago sobre a questão de segurança e violência por ali, Seu Ribeiro desconversa e faz cara de paisagem, confirmando minhas suspeitas. É, o “tóchico” ta em td parte, infelizmente..

 

Fui embora dali coisa de meia hora depois relativamente satisfeito e o melhor, de banho e alma lavada, literalmente. Mas vai desde já o aviso q aqui so vale a pena vir se puder emendar outro programa próximo como, por exemplo, o Morro do Nhangussú. E com veiculo particular, se possivel. É verdade q a Represa do Tanque Grande não tem o charme inglês do “Tanque do Gustavo” (Paranapiacaba) ou o clima selvagem da “Represa Andes” (Mogi). Mas pra quem curte vida outdoor é trocentas vezes melhor q a piscina aqui do prédio onde resido, q muita gente fica passada ao saber q não utilizo. E nem há necessidade disso. Qdo se tem um enorme piscinão natureba a disposição inteiramente pra si, qq agua clorificada e muvucada é perfeitamente dispensável. E compensa td e qq deslocamento.

 

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