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Falai galera, acabei de chegar da Chapada dos Veadeiros.

Cheguei de avião em Brasília dia 28 de Outubro por volta das 2 da manhã. Fui tentar alugar um carro e só encontrei a localiza aberta. O atendente foi super atencioso, porém os preços eram um pouco salgados (100,00 um Uno sem ar nem direção a diária, mesmo eu indo ficar 8 dias). Resolvi que iria voltar na manhã seguinte e ver as outras locadoras.

Como não estava afim de dormir no aeroporto resolvi tomar um táxi para um hotel ali perto, a cerca de 8 KM do aeroporto tem os hotéis "mais baratos" da região que custam cerca de R$ 60,00 a diária, sem café da manhã e sem ar condicionado.

De manhã voltei ao aeroporto (tomei um ônibus em um ponto em frente ao corpo de bombeiros que fica na região bandeirantes que era aonde estava o hotel em que passei a noite. Não lembro o número mas ele tem escrito em cima Aeroporto), a locadora mais barata era a Hertz que ficava R$ 75,00 por dia um palio com direção, mas mesmo assim ainda estava fora do meu orçamento. (Eu tinha visto os preços da Local Car que cobrava R$ 30,00 a diária, fora o seguro, por um Uno 1.0, porém após conversar com uma atendente e enviar um formulário preenchido que eles haviam pedido ninguém mais me respondeu). Resolvi então tomar um ônibus para São Jorge e me virar por lá. A rodoviária aonde saem os ônibus para lá é a rodoviária velha de brasília, comprei minha passagem pela viação Santo Antonio por R$ 39,00 ( eles tem ônibus diários para Cavalcante, São Jorge e Santo Antonio). O ônibus sai ás 13:30, como ainda eram 10 da manhã, resolvi tomar o metro para a rodoviária nova e comprar logo minha passagem de volta para o Rio de Janeiro (comprei somente passagem de ida de avião, pois como comprei a passagem em cima da hora paguei R$ 300 só na passagem de ida pela GOL). Comprei por R$ 130,00 a passagem para dia 05/11 as 20:30. Comi um lanche por lá mesmo e voltei para a rodoviária velha. Como me restavam umas 2 horas antes do embarque para o ônibus, resolvi dar uma volta ali por perto. Fui no Museu do Niemeyer, aonde estava acontecendo uma exposição, depois fui até a Catedral de Brasília e tomei o ônibus para São Jorge.

Cheguei lá no Domingo a noite e fui cair no Albergue Casa da Sucupira. O lugar é muito bom, com preços bastante acessíveis. O preço em feriados é R$ 45,00 com café da manhã, mas caso você va ficar uns dias a mais, o valor total pode ser negociado. Os donos são o Dyogo e a Nina, um casal muito atencioso e super gente boa que estiveram o tempo todo preocupados em suprir minhas necessidades e me ajudar com tudo, principalmente pois eu estava sozinho e precisava arranjar grupos para fazer os passeios. (os guias cobram R$ 100,00 independente do número de pessoas, portanto um grupo é fundamental por lá).

Acordei na segunda-feira logo cedo para tentar arranjar um grupo, porém a cidade estava vazia, e na segunda o parque não funciona, restando somente as opções fora da cidade. Pedi um conselho para Nina que me recomendou ir para o Vale da Lua, são 4 km de trilha para que vai a pé de São Jorge, embora a trilha do Vale em si sejam somente 700m. Comecei a andar em direção ao caminho indicado, quando um coroa me parou e perguntou para aonde eu estava indo. Falei que ia para o Vale da Lua e ele perguntou se eu me incomodava que ele viesse junto, prontamente eu disse que não e começamos nossa caminhada. Esse coroa se chama Ramirez, é um boliviano que mora em Brasília e estava la para passar a semana. Após a trilha que é de nível fácil (tem somente um morrinho que é mais puxado mas ainda assim não é nada demais), chegamos ao Vale(R$ 10,00 para entrar). Muito legal as formações rochosas, parecem realmente com a superfície da lua. O local possui 2 piscinas para nadar, porém só mergulhamos na última. Voltamos novamente para a cidade e almoçamos na Nenzinha. Ramirez me contou que tinha um carro e perguntou se eu não queria seguir com ele para o Portal da Chapada para conhecer a cachoeira de São Bento. Consenti e partimos em seguida para lá. O Portal da Chapada, possui uma gama de passeios de eco-turismo que incluem Canoismo, Tirolesa e arvorismo. O preço é de R$ 10,00 a entrada e te da direito a fazer a trilha suspensa de arvorismo, além de visitar a cachoeira. Não fiz a tirolesa nem o canoismo portanto não sei como fica o valor.

No São Bento fizemos os 3 km de trilha suspensa que é nível de dificuldade 0, possui belas plantas, tucanos e araras e chegamos a cachoeira do São Bento. Ela é muito bonita e tem a água preta que vem do rio de Couros. Há um local para pular de mais ou menos 7m de altura. Se você for até embaixo da queda d'agua é possível ver um arco-iris numa quedinha menor que fica a direita de quem olha para a cachoeira. Ficamos lá até o final do dia e voltamos para São Jorge. Quando cheguei no Sucupira, Nina me informou que um de seus irmãos, Jociê, que é guia, estava com um grupo de 5 pessoas indo para o parque da chapada no dia seguinte e que ela já havia arranjado um lugar para mim neste grupo. Isso me foi de grande ajuda, pois como a cidade estava vazia, era preciso estar no lugar certo e na hora certa para ver um grupo e conseguir vaga antes deles entrarem no parque.

No dia seguinte, antes de sairmos duas pessoas desistiram, reduzindo nosso grupo a somente 4 pessoas, eu, um americano chamado Mark, muito gente boa, e um casal, Eduardo e Carol, que eram duas pessoas fenomenais. Além de fazermos uma amizade muito bacana, mais a frente na viagem eles vieram a me ajudar muito, espero um dia poder retribuir.

Decidimos fazer o passeio dos saltos e das corredeiras lá no parque. O passeio é muito legal, tem 2 locais de banho, um na cachoeira de 80m e um nas corredeiras. O nível de dificuldade é médio e pessoas mal preparadas podem ter algum problema. (no caminho encontramos um casal no qual a mulher estava passando mal e eles tiveram de voltar) Encontrei também no parque com Ramirez que estava em outro grupo e chamei ele para se juntar a nós no passeio do dia seguinte.

Após os 12 km de trilha (6 ida e 6 volta), chegamos novamente a entrada do parque e acertamos com nosso guia(não se paga entrada para o parque). Recomendo este cara a todos, muito gente boa, com um bom humor que parece não ter fim e que conhece muito da região. O nome dele é Jociê.

No dia seguinte voltamos para fazer os Canions e as Carioquinhas, a trilha é bem mais tranquila, mas ainda assim para quem não tem preparo pode ser um pouco puxada. Dessa vez estavamos eu, Mark, Carol e Edu, Ramirez e Ingrid, Renata e Vitor que eu havia conhecido na noite anterior no Buriti (um restaurante tipo Spoleto que cobra R$ 14,00 pra vc comer massa com 21 ingredientes e pode repetir uma vez, é literalmente o melhor custo benefício que eu vi em toda a viagem). A trilha é de 10 km, e embora não tenha toda a beleza da primeira, você aproveita muito mais as piscinas naturais que são maiores. Voltamos no final do dia e seguimos para as águas termais. São aproximadamente 15km seguindo em direção a colinas, fomos na Morro Vermelho. O lugar fica aberto até 10 da noite apenas, e eles são irredutiveis quanto ao horário.9:45 já apagam a luz para você saber que seu tempo acabou e ainda haviam cobras AO LADO da piscina. Deveria ter tentado as Águas do Eden que fica ao lado. (O preço de ambas é R$ 10,00).

No dia seguinte Edu e Carol foram embora logo cedo, e eu e o restante do grupo partimos para Loquinhas, em Alto. Havia chovido muito e as águas de Loquinhas estavam muito barrentas. Lá custa R$ 15,00 para entrar e a trilha é suspensa na altura da copa das árvores passando por 7 quedas de água diferentes. Elas são muito tranquilas e pode se nadar em todas, embora só tenhamos entrado na última. Saimos de lá e fomos comer uma galinhada no Valdomiro. O Rancho do Valdomiro tem diversas cachaças e licores que são muito bons, e eles servem a famosa Matula. Porém após comermos a galinhada eu, Ramirez e Mark passamos muito mal. Os outros 3 colegas que estavam conosco voltaram direto para brasília e ainda não falei com eles, então não sei como ficaram.

Na sexta, como estava baqueado cancelei meu plano de ir para Cavalcante e resolvi ficar pela cidade. Mas há males que vem para o bem... Durante a madrugada chegou um grupo de 8 paulistas no Sucupira que tinha exatamente os mesmos planos que eu, para os outros dois dias a seguir. Era um grupo excelente com uma energia muito boa e muita disposição. Eles foram para o parque e fizeram os dois passeios em um dia. Enquanto isso eu fui com Ramirez para Morada do Sol (R$ 10,00) que tem uma trilha nível médio, que, se descontasse a distância (é uma trilha pequena), seria mais difícil do que a do parque. São muitas subidas e descidas e em alguns pontos a trilha está mal conservada dificultando a descida de quem não tem um bom equilíbrio. De lá partimos para Raizama (R$ 10,00), que é um circuito de piscinas e quedas que culimina em um canion, parecido com o do parque mas só que muito menor. Lá é bem legal e a trilha é sem maiores dificuldades.

Partimos do Raizama e fomos para o mirante do Abismo para ver o por do Sol e tirar fotos. Lá é bem bonito porém tem muitos mosquitos. Enquanto estavamos lá, Ramirez me propos escalar uma antena de transmissão de sinal da OI que fica ali perto. Seguimos direto para lá e subimos na Antena, que deve ter uns 40 M de altura. O visual é muito maneiro porém lá é um pouco arriscado, você tem que literalmente invadir uma área da OI através de um buraco em uma cerca e escalar uma antena com cabos de alta tensão e sem nenhum tipo de proteção. Além disso a subida na escada exige um pouco do braço e um simples escorregão de uma pessoa em cima de você pode ser o suficiente para todo mundo morrer. Mas valeu a pena, o visual é demais!!! 389987_10151222222513901_2145002031_n.jpg

Voltamos para São Jorge e Ramirez foi embora para Brasilia, Mark que estava passando mal ainda da galinhada voltou com ele. Cheguei no Sucupira e os paulistas tinham marcado de no dia seguinte fazer o Vale do Segredo com o Dyogo, que é guia na região. Além disso Nina é filha do seu Vitório que é o dono da fazenda aonde fica o segredo, então o Dyogo organiza bastantes coisas por lá, que vão desde acampar de madrugada para observar animais, até a travessia segredo couros que dura três dias.

No Sábado partimos umas 8 da manhã em direção ao segredo, a trilha é de 16km e é tranquila, com exceção de uma subida na volta. É preciso também atravessar o rio São Miguel 14 vezes em cima de pedras que ficam para fora, há o risco de queda e consequentemente de queimar algum equipamento eletronico (como aconteceu com uma pessoa de nosso grupo). Porém tudo isso vale a pena, o Segredo foi o ponto alto da viagem, aquela cachoeira é algo indescritível! Nunca presenciei uma cachoeira que fosse tão bonita, ela tem uns 120 m de altura e quando olhada de baixo parece ser a entrada para algum lugar sagrado. Além disso ela fica em um vale que esconde a cachoeira, dai o nome de Segredo. A piscina é razoável e o sol bate legal ali. Se tivesse lá, e precisasse escolher somente um lugar para ir, essa cachoeira seria o lugar com certeza.

Voltamos para a cidade, saimos para comprar um artesanatos e fomos logo dormir, pois no dia seguinte partimos as 5 da manhã para Cavalcante. O pessoal do Sucupira, como sempre muito atencioso, adiantou o café da manhã que começa oficialmente as 7, e as 4 e 30 o Dyogo já estava passando o café e arrumando as frutas e pães para que fizéssemos o desjejum.

Tomamos o café e partimos rumo a cachoeira de Santa Bárbara, ela fica a 40 km de cavalcante, entrando em um Quilombo chamado Kalunga. Colocamos os Palios alugados a prova, que atravessaram rios, subiram ribanceiras e fizeram coisas que eu jamais teria coragem de fazer com o meu carro. (esses carros os paulistas tinham alugado em brasília).59658_419747521425889_1232789044_n.jpg

Chegamos em Santa Barbara e ela realmente é muito bonita, porém como estava sem Sol o seu famoso Azul não estava tão forte como falaram. De qualquer jeito ela é uma cachoeira linda, a trilha é tranquila, e lá se paga R$ 10,00 para entrar mais R$ 10,00 para o guia. Seguimos a trilha de volta, pegamos o carro e partimos para a cachoeiras das capivaras que é no mesmo quilombo. A Capivaras é bem legal também e é uma mistura de couros com os saltos. Foi a segunda que mais me impressionou na viagem. ( Na verdade a capivaras são duas que desembocam na mesma piscina). Saimos de lá correndo pois duas pessoas de nosso grupo precisavam pegar o voo das 7 da noite e já eram meio dia. Foram 5 horas e meia do quilombo até brasília e ainda rolou a vistoria no carro, que passou batido com apenas uma limpeza e um pneu furado, pois os Palios aguentaram firme no test drive que pusemos neles e nada os aconteceu.

Assim que chego em brasilia me liga o casal Eduardo e Carol me chamando para dar um passeio pela cidade, me despedi de meus amigos paulistas e fui com eles dar uma volta. Primeiro jantamos na casa de um casal amigo deles, depois fomos dar uma volta por alguns pontos turísticos. Voltamos e eu dormi na casa deles, o que me foi uma baita salvação, pois pude tomar um banho quente e dormir em uma cama muito confortavel com um umidificador de ambiente que é algo essencial em brasília (principalmente para quem mora no rio onde se tem 97% de umidade relativa do ar). No dia seguinte eles me levaram para fazer o restante do tour, conheci praticamente todos os pontos turísticos de brasília, almoçamos e eles me deixaram na rodoviária. De lá comprei uns livros, esperei a hora do meu ônibus e voltei para o Rio de Janeiro 100% renovado.

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