Membros André Soares Postado Outubro 29, 2012 Membros Postado Outubro 29, 2012 (editado) Africa do Sul Africa do Sul Após uma primeira semana em Maputo, decidimos conhecer uma outra realidade. Viajar até a Àfrica do Sul. De Maputo até a fronteira sul africana são cerca de 2 horas, numa estrada com algumas portagens (e até um género de via verde !!!!!). Ao entrarmos no novo país, deparamo-nos com uma nova realidade. Novo idioma (africaanse ou inglês), novas pessoas, enfim...não parece que estamos em Àfrica, não fosse pela paisagem de savana africana ou cor das pessoas. O principal objectivo desta visita a este país foi visitar o Kruger National Park e zonas circundantes. 1º dia, Sabado – Após chegarmos de Maputo, procuramos um local onde pernoitar. Komantipoort, uma pequena vila/aldeia com acesso praticamente directo ao Kruger Park. Neste local, encontramos o Kruger View Backpackers (termo usado para alojamento barato, estilo pousadas da juventude).Preço por noite 17.65€. Uma casa de madeira, muito bem aproveitada com alguns quartos, uma sala, uma cozinha e principalmente uma vista fantástica sobre as planicies do Kruger Park. 3 pequenos caes também faziam as delicias dos hospedes. Estes locais para Backpackers dispoem de uma zona de barbecue, que permite que os varios hospedes troquem impressões sobre as diferentes experiências. Neste primeiro dia provámos pela primeira vez a carne de vaca sul africana, suculenta e saborosa. Após o jantar, e todo o dia em viagem, novas realidades, etc...o cansaço ocupou-se de nós. Kruger View Backpackers 2º dia, Domingo – Kruger National Park Alvorada as 5h da manhã. Iriamos pela primeira vez entrar no Kruger Park. Eu pouco dormi, tal era a vontade e excitação! Após um excelente pequeno almoço a contemplar um magnifico nascer do sol, dirigimo-nos para a Crocodile Bridge Gate (o Kruger Park devido á sua dimensão – 2/3 do tamanho de Portugal Continental – disponibiliza várias portas de entrada/saida). Antes de sair do “hotel” fiz um pequena maldade. Fazia-nos falta um par de binóculos e haviam 3 ou 4 exemplares disponiveis, como tal...levei emprestado! Continuando... Preço: 18€ por pessoa, um bilhete válido entre as 6 da manha e as 6 da tarde.(Pequena curiosidade: o Badoca Park e o Zoo de Lisboa praticam preços semelhantes!!!!) Na porta de entrada preenchemos um formulário com o numero de pessoas que entram, bem como o veiculo. Nota: é expressamente proibida a saida dos veiculos em todo o parque (excepto zonas seguras, como são o caso das pequenas vilas existentes no interior do parque). Quando entramos somos avisados de todos os perigos existentes (afinal de contas estamos no habitat natural de alguns – muitos – animais selvagens não domesticados). A partir daí entramos num infinito numero de estradas (alcatrão e terra batida) devidamente assinaladas e com instruções de navegação, mas a palavra de ordem neste ambiente é: “vamos! qualquer direcção é uma boa direcção”. Foi o que fizemos e constatamos. Desviamo-nos na primeira estrada de terra batida (convém usar-se um todo o terreno nas visitas ao Kruger Park) e “olha...brutallllllllll...girafas a comerem”. Pois sim, após termos avistado não mais que impalas ou springbok’s (juntamente com os bambis, são o maior numero de população existente/visivel.Concluo que poderá ser porque são um excelente prato para qualquer crocodilo, leão, abutre, hiena, etc etc etc) e depois de cerca de 10 minutos após inicio da visita (deveriam ser 6:30h da manha), avistamos um dos animais que a mim pessoalmente me provocam uma alegria imensa. A sua forma, caracteristicas, comportamento, tamanho, coloração, são algo fascinante de se observar e ter esta oportunidade tão perto e tão natural à frente dos meus olhos (não mais que 10 metros), é algo magnifico. Aqui existe a vantagem de se poder observar um animal sem restrição de tempo, apenas existindo a vontade do animal em querer estar naquele local, já que de um momento para o outro pode caminhar no sentido oposto. Já que este parque é famoso por nele residirem um pouco de todas as especies selvagens, continuamos a nossa aventura. Ao percorrer o parque observamos planicies, montanhas, ladeadas por mato. Zonas secas, seguidas de imenso pantanal verde até ao mato tipico que todos imaginamos que é a selva africana, tudo isto observamos e maravilhamos através deste primeiro dia de Kruger Park. O self-safari (safari efectuado com viatura propria) é uma aventura. Entra nesta estrada, agora naquela, vamos passando por varias pequenas especies. Bambis, SpringBok, Impala, alguns gnus! Todas estas especies vamos observando em grande numero através de todo o parque, juntamente com outras especies que pessoalmente não conhecia, mas que são da mesma “familia” dos anteriores, e como tal excelentes refeiçoes de grandes predadores. “Olha...que é aquilo?È grande! Não...são 2!Rhinos!Não são nada!São, são.Pára Pára”. Estas são as palavras que mais se usam num self-safari “Pára, pára”. Com estas infinitas planicies e matos, é imprescindivel ser-se um bom observador já que nem sempre os animais estão perto de nós e algumas/muitas vezes só os vemos com uma grande pericia (“olho de lince”) ou um par de binóculos (percebe-se bem porque os trouxe “emprestadados”). Neste caso, um pouco longe, mas visiveis estavam 2 grandes rinocerontes tomando o pequeno almoço. (Curiosidade: os animais selvagens a meu ver apenas comem e dormem, já que sempre que os vemos estão ocupados com uma dessas tarefas). Já que estavam distantes decidimos fotografá-los (obrigado ao mestre das lentes com zoom, Carl Zeiss) e esperar por nova oportunidade para os ver mais perto. Antes desta minha estreia no Kruger National Park, na Àfrica do Sul, informei-me (via web, claro está) sobre o que poderia esperar desta visita. Obviamente que estamos entre animais selvagens no seu habitat (somos nós os estranhos, apesar do grande numero de visitantes por dia) e os azares podem ocorrer. Não se assustem, apanhamos só um susto. A partir de certa altura, e atravessando um mato escuro mais denso e alto, numa estrada de terra batida, deparamos com um corpo cinzento. Pensamos que seria uma pedra. Aproximamo-nos e era um elefante, depois outro, depois outro, imenso barulho de arvores a partirem (divertimento dos elefantes em manada nestes matos). Haviam elefantes dos 2 lados da estrada. Fotografias e mais fotografias. Adultos e bebés. “Tira fotos, tira fotos”. Continuamos a subir uma pequena “rua” e um elefante começa a desce-la (a cerca de 30 metros do nosso pequeno toyota rav4), no meio da estrada (literalmente), a alguma velocidade com as orelhas a abanar (medo!!!!!), seguido de outro companheiro igualzinho a ele.”recua, rapido, rapido”.Tensão instalada, pequeno momento de pânico. Sorte que atrás deles vinha um outro veiculo e os dois amigos decidiram acabar com a brincadeira e entrar no mato, permitindo assim que a estrada ficasse desimpedida e a normal circulação de carros continuasse. “UFFFFF...!!!!”. Um suspiro de alivio, mas saudável, já que estes momentos também se tornam engraçados. Após nos safarmos deles, obviamente. Foi tema de conversa durante todo o dia. Primeira paragem numa vila dentro do Kruger Park. Skukuza. Estas vilas dispoêm de restaurante, wc, alojamento (normalmente pequenas casinhas ou palhotas), loja de souvenirs (claro!!!), zona de camping, loja de informação turistica da zona. Skukuza tem uma zona de esplanada com uma paisagem incrivel, com um rio e uns caniços gigantescos onde observamos uma imensa manada de novos elefantes comendo e brincando (os elementos mais jovens do grupo). Seguimos viagem para Lower Sabie, outra vila, onde almoçariamos.(A alimentação no Kruger Park não é cara, podendo uma pessoa ficar satisfeita por 8/10€). Esta foi a zona visitada em que mais variedade de animais vimos. Nesta zona e durante toda a tarde observamos Hipopotamos e crocodilos a dividirem o mesmo lago, também ocupado por macacos nas margens. Esta zona é bastante verde e com muitas zonas de agua, daí que é ocupada por um grande numero de especies. Uns porque precisam de agua, outros porque caçarão os que bebem agua. Durante toda a tarde ouviram-se “pára pará” e “brutallllll” muitas vezes, sendo o ponto alto a visualização de um leão (o rei da selva, sim!). Embora não estivesse na posição perfeita para fotografias, é impressionante como um animal pode ser tão expressivo (mandão) e despertar tanta curiosidade (também ás leoas). Estava bem acompanhado de uma leoa, debaixo de uma arvore, junto à estrada. Ao terminar o dia, e ao deslocarmo-nos para a porta de saida, deparamos com outro casal desta especie, e mais à frente outras duas leoas numa faixa de rodagem duma estrada de alcatrão. São realmente animais impressionantes e bonitos de se observar. Não é o mesmo que vê-los em series da National Geographic, no Zoo ou em Circos, já que ali não conhecemos as vontades, apetites ou disposições dos animais. Até ao final da visita, ainda podemos avistar mais elefantes, duas hienas em vigia (benditos binoculos) e imensas girafas – algumas até no meio da estrada, atrasando assim a saida. Nota: o parque encerra as 18h, e quem não conseguir sair, ou tiver uma reserva hoteleira numa das vilas existentes, arrisca-se a dormir no meio da savana africana. Há quem o faça, com veiculos devidamente equipados com material camping para safari (tendas no topo dos veiculos, pelas razoes obvias – não serem atacados). Nas visitas ao parque não se recomendam pressas para fazer seja o que for, já que se houver algum amigo selvagem que se lembre de estar no meio da estrada durante 45 minutos ou mais, não há outro remédio que esperar, no entanto é pouco provável. Destino White River. Tinham-nos recomendado já que se trata de uma zona perto do Kruger, mas completamente diferente. Andamos cerca de 80kms, depois de um dia de self-safari desde as 6 da manha. Coragem! Viagem ok, pernoitamos num local dificilimo de chegar ( Lion Head Backpackers) 3º dia – Segunda-feira – Panourama Route Ao acordar deparamo-nos com uma paisagem de filme. Estávamos no topo de uma montanha, rodeados de floresta sul africana. A casa, uma grande vivenda, super bem aproveitada, com imensos quartos (ao estilo backpackers), piscina, trampolim, jardim, zona de barbecue (muito comum em qualquer unidade hoteleira desta zona), enfim...estavamos muito bem instalados mas teriamos que “nos fazer a estrada”. Preço: 17€ por pessoa. Recomendaram-nos a Panourama Route. Começando em White River e terminando nos Three Rondavels, no topo da montanha. A viagem começa com uma paisagem fabulosa de plantações de pinheiros (plantados ao pormenor e por parcelas). À medida que vamos atravessando a zona, percebemos que se trata de um exclente negócio local, devido ao grande numero de plantações. O nome dado a esta rota, Panourama Route, surge devido as imensas paisagens que deslumbramoss, tais como cascatas naturais (Lisbon e Berlin Falls – fantasticas), vilas estilo texas (Pilgrims Rest) ou mesmo o topo da montanha “ The Three Rondavels”, considerado o 2º maior canyon do mundo. Vistas impressionantes, grandes lagos,enfim...a Natureza está bastante presente nesta zona da Àfrica do Sul. Após esta visita, e já que os dias por estes lados são muito curtos (noite cerrada as 18h), decidimos pernoitar em Nelspruit. Local: Funky Monkeys Backpackers. Preço: 13€ por pessoa. 4º dia – Terça-Feira - Nelspruit Tinhamo-nos informado acerca desta cidade e confirmamos que se tratava de uma cidade pró-shopping. Imensos centros comerciais enchem esta pequena cidade, que pouco mais tem que se faça ou veja. Por esta cidade passou o Mundial de Futebol em 2010, e esta zona tem ainda muitas alusões a esse grande evento que revolucionou toda a Àfrica do Sul. Depois de umas horas de compras, decidimos voltar para junto do Kruger a fim de aproveitar mais dois dias junto de animais selvagens (que se viriam a revelar optimos dias). Hazyview foi o destino. Hazyview é uma pequena aldeia (ou avenida) de acesso ao Kruger Park, com um grande numero de lodges disponiveis para os visitantes do parque. Hotel Numbi (3 estrelas) : 19.95€ por pessoa, sem pequeno almoço. Decidimos que iamos ficar 2 noites 5º dia – Quarta-Feira – Kruger Park Entrar no parque (18€) pela Naphebi Gate foi outra novidade. Parecia que já nos sentiamos em casa. Olhar para o mapa (existem à venda, por pouco mais de 1€) já não era um “tiro no escuro”, já que havia zonas já visitadas e outras com um grande desejo de conhecer. Embora os mapas refiram que em certas zonas há mais probabilidade de ver este ou aquele animal, isso não é verdade, já que, repito...este é o habitat natural dos moradores destes matos, e vão para onde lhes apetece. Agora obviamente que qualquer pessoa consegue concluir que onde haja por exemplo agua por perto – um lago ou rio, seja um excelente sitio para encontrar presas e predadores. Voltamos a ver muitos dos exemplares que já haviamos avistado no primeiro dia, mas claramente que estavamos na procura incessante dos chamados BIG FIVE. O leão, o bufalo, o leopardo, o elefante e o rinoceronte pertencem ao grupo dos priveligiados, dos mais procurados, ferozes, selvagens, audazes, curiosos, enfim...uma serie imensa de adjectivos que os caracterizam como “o grupo”. Qualquer animal, no seu habitat natural, é um bom animal de se ver, por mais vezes que por nós se cruze num só self-safari durante as 12h que o bilhete permite os visitantes estarem dentro do parque (excepto se possuir reserva hoteleira, ou deseje pernoitar “for your own risk” - mensagem muitas vezes lembrada aos visitantes em varios mupies de informação e regras do parque). Momento do dia: Estrada fora na busca e visualização de animais, sejam eles de que especie forem, de esquilos, a galinhas africanas, a aves, javalis, bambis, zebras (sempre julguei que fosse ver manadas gigantes de zebras, mas afinal...), um ou outro gnu, antilopes variados de especies que desconhecia. Chegados a certo ponto de uma estrada de alcatrão, um carro parado. Quando vemos um carro parado, convém pararmos também. Visto ser proibido sair dos veiculos no interior do parque, um carro parado significa não mais que “ali há alguma coisa.vamos ver”.Sempre com movimentos lentos e a baixa velocidade ( velocidade máxima permitida no interior do parque: 50kms/h – existem radares em algumas zonas, e reza a “lenda” que quem for apanhado, á saida do parque paga uma multa). Aproximamo-nos, questionamos os vizinhos sobre o que veem, e ficamos pasmados quando nos dizem “Leopard!”. “Where?” perguntamos. Apontam-nos na direcção, e uma vez mais graças as lentes das camaras fotograficas e do par de binoculos, observamos, fotografamos, comentamos, rimos, maravilhamos, enfim...deliciamo-nos com um lindo leopardo deitado sobre uma pedra, por entre alguma vegetação, mas perfeitamente visivel. Que cores, que padrão. Observa na direcção oposta à nossa, mas conseguimos admirar cada detalhe seu. Após uns instantes, levanta-se e segue caminho em direcção ao horizonte. Cada vez que observamos algum destes grandes predadores, desligamos do que se passa à nossa volta. Neste caso, e durante o tempo em que estivemos a conhecer o leopardo, nem nos apercebemos que a estrada estava agora repleta de carros, carrinhas, caravanas, jeep safaris, que obrigou a uma ginastica para retomarmos a marcha. Foi um dia em que também nos cruzamos com imensos macacos. Aquele tipico do rabo vermelho (que parecem feridas). São realmente um animal fenomenal. Tão igual a nós. Podemos perfeitamente encontrar uma familia enorme desta especie. Os mais novos com as habituais brincadeiras, como se de crianças se tratassem. Os mais velhos, podemos conseguir excelentes polaroids se os encontramos em mutuos trabalhos de higiene (vulgo “catar-se”) ou mesmo a transportar as suas crias mais novas (na barriga, pescoço ou mesmo costas). È portante impossivel, não haverem comparações entre macacos e seres humanos. Outro momento do dia: Faltava cerca de 1h para o encerramento do parque. Tomamos caminho em direcção à Paul Kruger Gate a fim de sair do parque. Uma placa despertou-nos a curiosidade. “Panic Hide Bird Lake”. Pelo nome...algo a ver com passaros. “Vamos lá, ainda temos tempo, vira vira”. Estrada de terra batida até uma zona de estacionamento. Julgo que foi a 2ª vez que pisei solo selvagem do Kruger (as cidades estão protegidas, e a unica vez que o fiz no exterior, foi num genero de miradouro tipo filme Lion King, e fi-lo por “my own risk”). Entramos para um genero de um caminho engaiolado (era impossivel sermos atacados) com chilrar de passaros. Placa “Be Silent”. Passando a placa, um genero de um abrigo de madeira, sobre a agua. “Aixxxxxxx...tantossssss!Brutallllllll!”. Um lago gigante, povoado por hipopotamos, imensos, sem exagero uns 25. Adultos, bebes, enfim...algo inimaginável naquela altura, já que há uns minutos era nosso objectivo sair do parque. Momentos kodak obviamente. Para mim um dos melhores sitios que tive em todo o parque. O nome do “spot” devia-se ao grande numero de especies de passaros (qual deles o mais bonito!!!!) existentes. Depois de controlar os minutos ao segundo (faço-me entender?!), lá nos dirigimos para a saida. O dia infelizmente não acabou bem. Nos ultimos kms do parque reparamos que a terra parecia queimada, e à medida que fomos avançando constatamos que efectivamente se tratava de um incêndio. Tudo queimado, certaz zonas ainda a fumegar, e alguns troncos de arvore ainda a queimar. Um parque com esta beleza não merece tal crueldade. Ali não há outra razão que não seja o ser humano como culpado. Qualquer cigarro, papel ou vidro pode ser a causa de uma grande catastrofe num local como estes. Quantos animais se terão perdido naquele “pequeno” incêndio. As formigas e insectos, e outros, por mais pequenos que sejam, não deixam de ser animais que estavam no seu habitat natural. Pessoalmente revoltou-me acabar um excelente dia com tal imagem. Saimos do parque as 17:58h (uffff!!!!!!) com a missão de no dia seguinte voltar com disposição de procurar o BIG 5 que nos faltava: o bufalo. Choveu durante toda a noite, o que a nós não nos fez confusão nenhuma (afinal de contas uma chuva tropical nunca fez mal a ninguém) e ainda ajudou com certeza a extinguir por completo o cenário que se vivia à saida do Kruger, há umas horas atrás. 6º dia – Quinta-Feira – Kruger Park 22 de Setembro. O dia do meu aniversário. Celebrar 27 anos neste sitio foi algo que nunca mais irei esquecer. Se Àfrica é um continente de sonho e o Kruger Park um local de sonho, este é com certeza um aniversário de sonho, ficando apenas a faltar 1 ou 2 detalhes (e que grandes!!!!). Abandonamos o Hotel Numbi novamente em direcção à Naphebi Gate a fim de entrar e disfrutar do ultimo dia de Kruger National Park. O dia nasceu escuro e fresco, clima esse que se manteve durante todo o dia, o que permitiu a meu ver o melhor dia de safari desde que tinhamos chegado. Sem sol e calor, permitia que durante todo o dia avistassemos animais, contrariando assim os “dias normais de calor”, em que quando se avistam mais animais é das 6h as 9h e depois novamente após as 14:30h/15h. Durante todo este dia observamos e observamos, sem cansar, sem parar. Foi um excelente dia. Soube a despedida, admito, mas com um enorme vontade de voltar, a esta ou outra reserva natural, espalhadas por Àfrica. Quiça por estar fresco, vimos muitas girafas,muitas mesmo. Também foi dia de macacos, mas principalmente foi dia de “correria” já que queriamos muito encontrar uma manada de bufalos, bem como percorrer o maximo de zonas possivel, por se tratar do nosso ultimo dia. Encontramos pela primeira vez junto a nós, e por duas vezes, uma familia de hiena. Primeiro uma familia de 3 adultos e 2 recem nascidos. Estavam em viagem, deslocavam-se para algum lado. Aqui não adianta seguir animais. Satisfaz-nos o facto de passarmos alguns minutos a observa-los. Mais à frente, noutra zona, voltamos a encontrar outras duas jovens hienas, acabando de “petiscar” um bambi ou veado, sobrando naquela altura apenas a zona dos chifres. Bonito de se ver! Durante a tarde as visualizações foram acalmando tendo-se apoderado da nossa viatura um sentimento de “então?onde andam os gajos?!”. Algumas ordinarices e asneiras foram ditos com o objectivo de disfarcar um pouco a frustação por estarmos há muito tempo sem encontrar qualquer especie. Repito...pode acontecer. Há casos de pessoas que não conseguem ver quase nenhum grande animal num dia inteiro, embora isso seja muito pouco provável. Atravessavamos uma zona de mato seco, arvores despidas. O ciclo inverteu-se quando encontramos um jovem elefante, parecia perdido (já que os elefantes não são MESMO um animal solitário, deslocando-se por vezes em grandes manadas, também por nós vistas em todos os dias que visitamos o parque). Mais à frente (bastante mais á frente, e após novo “quase desespero”), momento de tensão. 2 rinocerontes no meio da estrada. Um adulto e um jovem. Foi a vez que mais perto vimos rinocerontes. Animais de grande porte, rapidissimos, e com um chifre capaz de causar estragos. Literalmente no meio da estrada, e a uns 30 metros de nós, mas estavamos encurralados já que atras de nós havia uma carrinha, e à nossa frente (depois do rhino) já haviam umas quantas viaturas. São momentos tensos já que nunca sabemos o que aquele animal está a pensar, nem como vai reagir à nossa presença. Aconselha-se que se desliguem os carros quando avistamos algum possivel perigo, já que o ruido dos automoveis “incomoda” os animais (repito...nós aqui somos os estranhos, esta é a casa deles). Devido a um movimento de um carro, os dois rinocerontes saem da estrada, voltando assim os nossos corações a bater de forma normal e estável. Mais um motivo de conversa, risadas, enfim...! A alegria durou pouco, e reapareceram os suores frios. Elefantes. Também no meio da estrada. São tantos. Big Family! Embora já fosse algo normal, nunca nos devemos sentir seguros e à vontade com estes exemplares de toneladas á nossa frente. Tudo corria de feição, até um membro cinzento se enervar/exaltar e virar-se na direcção de todos os carros que os observavam. Um dos grandes perigos destas visualizações de animais de grande porte, são os proprios condutores. Podemos encontrar quem se queira chegar mais perto do animal, quem queira estar em contra-mão, quem fale alte, quem não desligue o motor, enfim...aspectos que se fossem devidamente respeitados, metade do perigo desapareceria, já que os animais apenas atacam quando de sentem ameaçados. Por acaso...o grande elefante “mal disposto” (creio) não quis confusões e seguiu o seu caminho, não querendo assim juntar-se às inumeras historias de ataques de elefantes a viaturas (uma pequena busca no you tube vai confirmar que a maior parte dos ataques a viaturas em parques naturais, são feitas por elefantes). Com tanta intemperie, e devido a hora temprana a que o parque fecha (e que anoitece) fomos obrigados a dirigirmo-nos para a saida. Iamos tristes, ainda não tinhamos encontrado o Bufalo, e como tal não poderiamos completar a polaroid dos BIG FIVE. Teriamos de voltar ao Kruger Park, em nova oportunidade. 17:45h – “olhaaaaa.que cenaaaaaaaa”. Uma leoa, sozinha, no meio da estrada, caminhava, rodeada de mato seco. Incansável dizer...que lindo bicho. Duma elegancia surreal e comportamento invejável para todos os outros animais, principalmente por de uma femea se tratar. A linda leoa, imediatamente rodeada de carros (aquela hora muitos são os carros que se dirigem a saida). Fotos Fotos! Parecia que pousava para um fotografo da National Geographic. Com uma boa lente fotografica conseguiam-se quadros impressionantes, de um valor elevado. Embora para mim...todas as fotografias que tirei ao longo de todos estes dias (cerca de 2500) não tenham qualquer intenção de venda. Desse momento até à saida foi respirar Africa, respirar savana, observar pela ultima vez (nesta oportunidade) um excelente destino, que recomendo vivamente a qualquer pessoa. A mim limpou-me a alma, parece que estou novo, limpo. Pena que daqui a umas horas esteja de volta a uma grande e poluida metropole como Maputo. “Bye Bye...See you Soon, Thank you”. São estas as minhas palavras ao staff deste parque, e um especial bem haja a Mr. Paul Kruger por em 1841 criar esta reserva natural que obviamente nasceu com o seu nome, Kruger National Park. Dirigimo-nos ao Pestana Kruger Lodge, onde vamos passar esta noite. Um excelente hotel, duma excelente e portuguesa rede hoteleira, a 500 m da Melalane Gate do Kruger Park. Este hotel, um lodge luxuoso, composto por pequenas cabanas, situa-se junto ao Crocodile River. O hotel tem vista sobre um rio repleto de crocodilos, famintos por uma gazela, bambi ou springbok que muitas vezes recorrem a este rio para saciarem a sua sede. Quem ali trabalha, já testemunhou inumeras caçadas desde a magnifica esplanada que o Pestana Kruger Lodge disponibiliza aos seus hospedes. Jantar de aniversario: Salada marinada de calamares, um super bife suculento, uma tabua de queijos e uma salada de frutas. Tudo isto acompanhado de um magnifico Vinho Rosé “Blanc de Noir – Boschendal”. Made, mature and bottled at SOUTH AFRICA. Buenissimo!!!! CONCLUSÕES: Visitar a Àfrica do Sul (a zona onde estive) é totalmente diferente do que estamos habituados a ouvir deste continente. Aquela ideia de pobreza extrema, lixo e desorganização não se aplica à Africa do Sul. Refiro-me sempre a este país, não na sua totalidade, mas apenas a zona que conheci. Sei que Johanesburg não é a cidade mais segura e limpa do Mundo, mas também sei que existem zonas “à europa, ou à americana”, tais como Durban ou Port Elizabeth. Recomendo vivamente uma visita a este país, embora aconselhe que quem ali vá, se prepare para algo muito recorrente em terras sul africanas: o racismo. Ao contrário de Moçambique, o “branco” não é patrão e muitas vezes somos olhados de lado, desprezados e mesmo mal tratados. No entanto não senti insegurança, apenas nos tivemos que adaptar. Se nos falam mal, falamos mal também. “troco na mesma moeda”. Adorei o país e com toda a certeza, uma visita a repetir. Editado Novembro 8, 2012 por Visitante Citar
Colaboradores filipelyrio Postado Novembro 1, 2012 Colaboradores Postado Novembro 1, 2012 Muito bom relato. Em 2010 estive no Kruger, saindo de Maputo tb e fiquei no Skukuza. Pq não coloca umas fotos? Citar
Membros André Soares Postado Novembro 7, 2012 Autor Membros Postado Novembro 7, 2012 Olá Filipe Poderei faze-lo sim! Posso faze-lo agora, mesmo depois do texto estar escrito e publicado? Como? Desculpa, mas novato que é novato ou investiga ou lhe explicam LOLOLOL Citar
Colaboradores filipelyrio Postado Novembro 8, 2012 Colaboradores Postado Novembro 8, 2012 Olá Filipe Poderei faze-lo sim! Posso faze-lo agora, mesmo depois do texto estar escrito e publicado? Como? Desculpa, mas novato que é novato ou investiga ou lhe explicam LOLOLOL Procura a tecla Editar... fica no canto direito de todos os seus posts Citar
Membros arapuca Postado Janeiro 18, 2013 Membros Postado Janeiro 18, 2013 Oi Andre ..estou programando para 2014 a visita ao parque Kruger , pergunto : 1-Que carro voce alugou ? 2-Onde abastecer o carro ? 3-Toda a estrada é de chao batido ?? da pra seguir os animais no mato de carro ?? 4-E se der vontade de fazer xixi ?? Garrafinha ??? 5-Um jipe seria o mais adequado no parque ?? e se o pneu furar ??? abs arapuca Citar
Membros André Soares Postado Janeiro 24, 2013 Autor Membros Postado Janeiro 24, 2013 olá Aparuca Respondendo ás tuas questões: 1 - Alugamos o carro em Moçambique, já que estivemos lá durante um mês e pouco. 2 - o combustivel é mais ou menos o mesmo valor que em Portugal. Cerca de 1€ e tal por litro. 3 - Dentro dos parques nem toda a estrada é terra batida. Existe sim trilhos por onde nos possamos aventurar e descobrir. Aviso: estes trilhos nunca estão sinalizados, nem constam nos GPS. Indo por esses trilhos a aventura é outra, e temos de nos guiar pelo nosso proprio instinto. No entanto, caso lhe aconteça alguma coisa ao carro, fica mais dificil ter ajuda. Agora...se tiver total confiança no carro (eu tive), aconselho a entrar por esses trilhos. Existem muitas boas estradas dentro do Kruger. Aviso: velocidade permitida é 20 ou 30 km/h. No entanto estas boas estradas, é por onde vai todo o mundo, e como tal, pode até haver filas. Fica ao seu critério. Em relação a "seguir" um animal, não é mesmo uma tarefa fácil. Tal como escrevi, eles é que estão no habitat deles, e conhecem o terreno melhor que ninguém. Eles escondem-se, correm na direcção oposta, ou até mesmo podem investir contr si. O meu conselho é: nunca siga um animal. Eles abundam no Parque, e se perder um, mais á frente virão mais. 4 - Dentro do parque existem vilas cercadas aos animais que possuem restaurantes, hoteis, campings, etc. Só aí se pode sair do carro. È extremamente proibido sair do carro dentro do parque. Ninguém se irá responsabilizar. Ouvi histórias de curiosos pelas cobras, que viram uma enorme na estrada, quando sairam, ela cuspiu veneno quando se sentiu ameaçada. Também há historias de elefantes que atacam turistas, etc. Por isso, nunca saia do carro sem estar num local seguro. Se for confortável para si a garrafinha, força, no entanto não há essa necessidade, já que existem muitas areas de repouso. 5 - Para quem quer percorrer e descobrir é melhor um jipe sim. No entanto, dentro do kruger só não verá motociclos. Pode encontrar desde o carro mais pequeno e mais africano de sempre, como também o jipe mais luxuoso que existe. Diferentes formas de encarar a visita ao Kruger. O nosso era um jipe antigo e nunca nos deixou mal. Espero que tenham uma excelente viagem Citar
Membros arapuca Postado Janeiro 25, 2013 Membros Postado Janeiro 25, 2013 Valeu Andre ..este ano vou pra Turquia e 2014 para a Africa !! Citar
Membros luamajer Postado Maio 25, 2013 Membros Postado Maio 25, 2013 Olá, Estou indo a Hong Kong, mas faço escala em Johannesburg. Nao é o destino da minha viagem, pois ficarei 5 meses de mochila pela Ásia. Mas quero aproveitar a escala e conhecer algo da regiao, como parque. Quanto tempo você acha que devo dedicar â essa escala? Qto devo calcular de gastos diários (alimentaçao, transportes, hostel)? Obrigada! Citar
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