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Como convencer seu pai a deixar você fazer um mochilão


Doug_Ju

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  • Membros de Honra

Texto adaptado do post no nosso blog (http://www.turismobackpacker.com)

 

Esse tópico foi intitulado “Como convencer seu pai a deixar você fazer um mochilão”, mas poderia ter sido “Benefícios pessoais e profissionais de fazer um mochilão”. Se fosse o segundo título, provavelmente você não iria ler, certo?

 

Então, você quer muito fazer um mochilão, mas seus pais não deixam?

 

O que você falou para o seu pai? Simplesmente que você quer? Que toda a galera faz?

 

Não culpe seu pai por não deixar, pois ainda há muitos preconceitos sobre as viagens de mochilão.

 

E se ao invés de pedir, você conversar com seus pais e argumentar sobre os benefícios pessoais e profissionais que fazer um mochilão pode trazer a você? Muito melhor, não é?

 

Benefício número 1 de fazer um mochilão: Aprender a criar projetos

 

Ser mochileiro é planejar as etapas da viagem. Nada de comprar pacote pronto, pois dessa forma você perderá o benefício número 1, que se aprender ao planejar uma viagem.

 

Ao planejar uma viagem você desenvolverá algumas habilidades muito apreciadas pelas empresas e empregadores: a habilidade de criar projetos.

 

Sim, seu mochilão é um projeto, que precisa ser muito bem planejado do início ao fim para que seja um sucesso.

 

O que é um projeto?

 

Levando em conta o universo da Administração, ‘projeto’ é: utilizar de forma coordenada os recursos humanos, financeiros e materiais, em um período de tempo predeterminado e limitado para alcançar objetivos tangíveis e únicos.

 

O que isso tem a ver com mochilão? Vamos lá…

 

 

Os recursos humanos

 

Você é o recurso humano, você precisa planejar como você se utilizará de você mesmo, como cuidará de você mesmo durante a viagem. Quais vacinas é preciso tomar para entrar no país? Como é a alimentação nos outros países? Quanto seu corpo agüenta de caminhadas por dia pelos pontos turísticos? Seu corpo agüenta noites mal dormidas em ônibus ou trens noturnos? Você precisa se conhecer e planejar seu projeto baseado no seu ‘recurso humano’. Pode parecer que não, mas isso é gestão de recursos humanos!

 

 

Os recursos financeiros

 

Em um projeto, é preciso saber como obter os recursos financeiros necessários e como esses recursos serão gastos durante a execução do projeto. Como você vai obter recursos financeiros? Quanto você consegue juntar por mês? Quanto você vai gastar por dia em cada cidade? Quanto custa a documentação para ir ao país escolhido? Quanto custa a passagem aérea, os transportes e a hospedagem? É melhor economizar nos restaurantes ou dá para experimentar restaurantes mais caros?

 

Essas são algumas perguntas de um mochilão que desenvolvem habilidades de planejamento financeiro, importantes também à gestão de projetos empresariais.

 

 

Recursos materiais

 

Os projetos empresariais dependem muitos dos recursos materiais. Não se pode desperdiçar os recursos nem deixar faltar. No primeiro caso haverá desperdício de recursos e, conseqüentemente, de dinheiro. E no segundo, o sucesso do projeto pode depender dos itens que faltaram.

 

E no mochilão? Você precisa planejar bem o que levará na mochila! Não existe resposta pronta, tudo depende do seu projeto, da sua viagem.

 

Só para citar um exemplo, vale a pena levar guias de viagem? Será um peso desnecessário? Depende para onde você vai e o que mais você precisará levar.

Planejamento de viagem

 

Planejamento de viagem

 

Período de tempo

 

Projetos também se caracterizam por ter período de tempo predeterminado. Claro que você pode mochilar por meses ou anos sem data para ir de um país a outro, mas nesse caso a viagem não é mais um projeto, e sim um estilo de vida. Há diferenças.

 

Os projetos empresariais precisam ter o período pré-estabelecido para que possa ser calculada a necessidade de recursos humanos, financeiros e materiais, e para que se possa estabelecer objetivos e metas. Planejando um mochilão, é possível desenvolver essa habilidade de equilibrar os componentes no espaço de tempo pré-determinado, para melhor atingir os objetivos.

 

Cria-se para isso um cronograma (muito importante em projetos empresariais), ou seja, um roteiro do mochilão, prevendo dia a dia onde você estará, quanto gastará e o que fará. Claro que esse cronograma pode ser flexível.

 

 

Objetivos tangíveis

 

Projetos são criados para atingir objetivos tangíveis que façam a empresa lucrar mais ou fortalecer sua marca. E no mochilão, quais são os objetivos?

 

Se você não tem um objetivo bem claro e só quer tirar foto nos pontos turísticos ou ir a todas as baladas, talvez seus pais continuem não deixando você fazer um mochilão.

 

Pense em algum objetivo que possa ser alcançado durante a viagem e que tenha utilidade para seu futuro pessoal ou profissional, assim ficará mais fácil convencer seus pais.

 

Que tal objetivos como: Quero aprender a me virar sozinho. Quero treinar meu segundo idioma. Quero me auto-conhecer para poder descobrir minha vocação profissional.

 

Depois de você ler tudo isso, o que você acha? Será que dá para melhorar os argumentos para convencer seus pais a deixarem você fazer mochilão?

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  • Membros de Honra

Benefício número 2 de fazer um mochilão: Adaptabilidade

 

Viajar, por si só, já traz um enorme aprendizado de adaptação às condições antes desconhecidas, como as novas culturas, novos costumes, novos hábitos alimentares, novas situações causadas pelo idioma, entre outras.

 

Porém, se for uma viagem independente, auto-planejada, o viajante poderá se beneficiar ainda mais da experiência de viajar e de se adaptar.

 

O mochileiro planeja todas as etapas da viagem, portanto, caso aconteça um imprevisto, precisará se adaptar e resolver a situação de alguma forma. Normalmente é necessário encarar de forma ativa ou procurando alguém que possa auxiliá-lo (diferente de apenas telefonar para o agente de viagem).

 

No caso de uma viagem feita com pacote, ao menor problema, a tendência é que o turista telefone para alguém (normalmente a agência de viagem) para resolver o problema, seja simples ou complicado.

 

Por um lado isso é ótimo, você não precisa se preocupar nem se estressar com os problemas, mas se você chegou a este post por ter se interessado pelo título, consideramos que você é um jovem dependente dos pais, por isso acreditamos que um pouco de adversidade pode ensinar muitos valores a você.

 

Além disso, os turistas que viajam com pacotes, também chamados de turistas institucionalizados, tendem a buscar situações mais conhecidas e a evitar experiências realmente autênticas. Dessa forma não precisam se adaptar às novas situações tanto quanto os mochileiros.

 

Adaptação à alimentação

 

Em um mochilão é muito provável que você se alimentará em restaurantes populares e terá que escolher entre os pratos normalmente consumidos pela população (sim, existem restaurantes turísticos que servem a mesma comida que você tem em casa). Mas se você só come arroz, feijão e bife, terá que se adaptar a comer outros pratos com outros temperos. Talvez você não goste, mas será um bom argumento para você convencer seus pais.

 

Adaptação aos meios de transporte

 

É muito provável também que você terá que usar vários tipos de transporte, que pode ser desde um táxi normal a uma bicicleta adaptada com uma cabine para passageiro ou transportes coletivos. Se você está acostumado a depender de alguém para te levar de carro, é uma grande adaptação. Seus pais vão gostar de saber que você vai aprender a se virar.

 

Adaptação à comunicação

 

Talvez você encontre pessoas que não falam perfeitamente as mesmas línguas que você fala. Para alguns pode ser péssimo, mas há aprendizado nisso. A adaptação, nesse caso, é aprender a fazer mímicas, encontrar outra forma de explicar as coisas, pensar em frases mais simples.

 

Adaptação à cultura local

 

Para não ‘dar bola fora’ nem ofender a cultura local, você terá que prestar atenção aos costumes e se adaptar a eles. Sim, você é que tem que se adaptar ao lugar e não o contrário, como muitos turistas pensam. Isso é muito positivo, você aprende a se adaptar a qualquer situação e você cresce com isso. Na Índia, por exemplo, viramos vegetarianos temporariamente. No Japão, nem pense em usar o jeitinho brasileiro.

 

Adaptação à outras condições de conforto

 

Pode acontecer de você não encontrar nos hotéis e hostels o mesmo conforto que você encontra na sua casa. Talvez o colchão não seja do jeito que você prefere, o travesseiro seja alto demais, o banheiro seja diferente, não haja no quarto o espaço a que você está acostumado.

 

Aprendizado

 

Parece bobeira e muitos não ligam para tudo o que uma viagem pode ensinar sobre adaptabilidade, mas ela trás muitas coisas positivas para a vida pessoal e profissional. Leia com atenção novamente, reflita e comece a juntar outros exemplos da sua vida pessoal para melhorar seus argumentos para poder conversar melhor com seus pais sobre o assunto.

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