Feriado em Diamantina-MG (passando também por Sete Lagoas, Cordisburgo, Serro)

[mcm]

Diamantina é uma cidade histórica brasileira, uma das pontas da Estrada Real, era, se não me engano, de onde saíam os diamantes que eram escoados até Paraty-RJ. É também a cidade onde nasceu o ex-presidente Juscelino Kubitschek e a famosa (ex-)escrava Chica da Silva. É famosa também por suas serestas e cachoeiras. É um lugar que há tempos estava na minha lista de lugares a conhecer, mas eu precisava de mais que um fim de semana. Fomos para lá neste último feriado de 7 de setembro.

 

A ideia da viagem era não apenas curtir a cidade de Diamantina, havia alguns lugares e atrações pelo caminho e nos arredores que eu queria conhecer, como Lagoa do Paulino e Gruta do Rei Mato, em Sete Lagoas, e Gruta de Maquiné e Casa de Guimarães Rosa, em Cordisburgo. Acabou sobrando tempo ainda para esticarmos até Serro.

 

Planejamos a viagem com boa antecedência, como de hábito, o que nos permitiu comprar as passagens aéreas Rio-BH-Rio a um custo menor do que se fôssemos de ônibus.

 

Chegamos cedo em Confins na sexta-feira, dia 7, pegamos o carro alugado e partimos direto para Sete Lagoas. Queria conhecer ao menos uma das sete lagoas que dão nome à cidade, então paramos na Lagoa do Paulino. Era bem cedo, havia pouca gente. Pelo que li, é um local de agito noturno, e realmente há bares, restaurantes e hotéis no entorno. Demos uma volta completa pela Lagoa e seguimos para a Gruta do Rei Mato.

 

Gruta Rei do Mato (R$ 10) - A visita é guiada, você precisa esperar um determinado horário para um grupo sair. Acho que esperamos coisa de 20 minutos, se tanto. As formações são realmente surpreendentes, há estalagmites, estalactites e colunas monumentais. Parece feito pelo homem, mas é tudo natural. E pensar que são necessários anos e anos para aquilo crescer um mero milímetro. Fora isso, há também outras curiosidades bem interessantes nas formações rochosas. Gostei muito.

 

Interiores da Gruta do Rei do Mato (com showzinho de luzes)

 

De lá, seguimos para Cordisburgo, nossa próxima parada.

 

Cordisburgo estava bem vazia, acho que por causa do feriado e por ser próximo da hora do almoço, não sei. Conhecemos a Casa de Guimarães Rosa (R$ 2) -- escritor que, vergonhosa e infelizmente, ainda não li. É uma visita rápida pelos aposentos da casa onde ele morou, com cada aposento contando um pouco da história dele e fazendo referência às suas obras.

 

Casa de Guimarães Rosa, em Cordisburgo

 

De lá, seguimos para a Gruta de Maquiné (R$ 14). A sinalização até a gruta é boa (fica a uns 5 km da cidade). Tal qual a Gruta do Rei do Mato, a visita à gruta é guiada e você precisa aguardar a saída de algum guia com um grupo. Demos uma relativa sorte porque chegamos num horário de almoço e, por isso, nosso grupo foi bem pequeno -- havia grupos enormes (dezenas de pessoas) saindo da gruta. A área visitada de Maquiné é mais extensa que a do Rei do Mato, com salões bem mais amplos e também é bem bacana – mas as estalagmites e estalactites da Rei do Mato são mais impressionantes.

 

Interior da Gruta de Maquiné

 

Terminada a visita a Cordisburgo, o próximo destino era o final, chegar em Diamantina. Havia a opção de dar uma longa volta para seguir pelo asfalto ou cortar caminho pela estrada de terra que segue até Curvelo. Cortamos pela estrada de terra mesmo. Vidros fechados pra não engolir (muita) poeira, derretendo no calor que fazia, 40 km depois chegamos a Curvelo. A estrada é de terra, mas não é ruim, dá pra andar de 4ª marcha.

 

Chegamos a Diamantina no fim da tarde. Largamos as coisas na pousada e fomos passear pela cidade. Foi possível passar por todos os pontos mais famosos antes de a luz do dia acabar, mas voltaríamos a todos eles no dia seguinte.

 

No início da noite, já cansados, curtimos o burburinho da Rua da Quitanda, que é onde se concentram os bares com mesinhas nas ruas. Bebemos e jantamos por ali.

 

Rua da Quitanda, a parte mais agitada da cidade

 

No sábado saímos para caminhar pelo centro histórico da cidade. Passadiço da Glória, o Mercado Antigo, a Catedral, as belas igrejas (regra geral, todas as fachadas nos pareceram recentemente reformadas/pintadas),

 

O Mercado, num dia agitado de sábado de manhã

 

Entramos na Casa de Juscelino Kubitschek (R$ 3) e no Museu do Diamante (R$ 1). Fora a Catedral, infelizmente todas as ouras igrejas mais famosas estavam fechadas. Uma delas abriu de noite, para um casamento, e então pudemos verificar um pouco seu belo interior. Faltou apenas a Casa de Chica da Silva, que estava fechada no mês de setembro.

 

Casario e igrejas de Diamantina

 

De tarde pegamos o carro e fomos conhecer a Gruta do Salitre, que fica no caminho para Curralinho. A estrada é de terra depois que você sai da cidade e a sinalização para lá, a partir da cidade, não é das melhores, sugiro ir se informando pelo caminho. O lugar é muito bacana, o visual na chegada é bem diferente. As pedras parecem pontudas, enfileiradas. É o tipo de lugar que as fotos não traduzem o esplendor do que você vê quando está lá.

 

Entrada da Gruta do Salitre

 

De lá fomos conhecer o Parque Estadual de Biribiri. O acesso também não é lá muito bem sinalizado a partir da cidade, melhor se informar. O parque tem guarita, na qual o guarda florestal lhe dá um saquinho de plástico para que você recolha o lixo, e no saquinho há as instruções para você curtir o parque. Nosso foco era conhecer a Cachoeira dos Cristais e a Vila de Biribiri. Ambas as atrações ficam a uns 14 km de estrada de terra da entrada do parque -- e a estrada tem alguns trechos bem ruins (buracos), onde você tem de passar bem devagar. No meio do caminho tem também a Cachoeira da Sentinela, mas não paramos lá.

 

A Cachoeira dos Cristais, além de muito bonita, foi um alívio! Depois dos kms de vidro fechado e derretimento sob o sol, nada melhor que uma água gelada num belo lugar como aquele!

 

Cachoeira dos Cristais

 

O lado negativo do lugar, ao menos naquele momento em que estivemos lá, é aquela coisa bem brasileira. Lembram-se do saquinho para trazer seu lixo de volta? Ainda assim, é claro que você vai encontrar facilmente lixo largado pelo chão nos arredores da cachoeira. Mas tinha mais: proibido entrar com animais domésticos? Uma galera levou um cachorro. Proibido fazer churrasco? Tinha churrasco. Proibido pular do alto da cachoeira? Tinha gente pulando.

 

Depois de curtir a cachoeira e secar ao sol, seguimos viagem para conhecer a Vila de Biribiri. Eu não sabia exatamente do que se tratava, e nos pareceu que é uma área de uma fábrica desativada, para onde as pessoas vão curtir um pique-nique, ou mesmo um almoço (há um restaurante na região). O lugar é bem amplo, simples, agradável e bonito. Tem um rio passando logo ao lado, mas havia bastante gente (e muitos carros) naquela tarde. Parece ser um programa família de fim de semana.

 

Vila de Biribiri

 

Retornamos à cidade para curtir a noite de sábado. Era a Semana JK, em homenagem aos 110 anos do nascimento do ex-presidente, então havia atrações naquela noite de sábado. Às 19hs sairia uma serenata da Praça JK, mas acabamos vendo de longe, de um restaurante que escolhemos para jantar. Às 20hs houve uma bela apresentação da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, na praça ao lado do Mercado. Bem legal, estava bem cheio.

 

Espetáculo da Orquestra Filarmônica de MG, na Semana JK

 

Infelizmente não rolou a tradicional Vesperata de sábado, que foi transferida para quarta-feira por conta da programação da Semana JK. Ficou para uma próxima vez.

 

No domingo, acordamos cedo para dar uma última volta pela cidade. Foi só uma caminhada final pelas ruas mesmo. Uma outra forma de ver Diamantina, bem mais vazia, com a galera ainda dormindo. Partimos então para conhecer Serro, outra cidade histórico a 80 km de Diamantina.

 

O Mercado, num domingo de manhã

 

Interessante que, no caminho para Serro passamos pela cidade de Presidente Kubitschek. O curioso é que, no caminho de Curvelo para Diamantina, existe a cidade de Presidente Juscelino! Overdose de JK!

 

Chegamos em Serro no meio da manhã. Paramos o carro perto da igreja de Nossa Senhora das Mercês, que felizmente estava aberta -- acho que para um batismo. Demos sorte, porque foi fechada logo em seguida. Todas as demais igrejas da cidade estavam fechadas quando passamos. Estava muito calor, as ruas vazias, muito bom. Passeamos pela área histórica, admirando o casario. Subimos a escadaria da Igreja Santa Rita, de onde se tem uma boa vista da cidade. A igreja, ao menos na parte externa, anda precisando de uma reforma.

 

Serro

 

Aproveitamos para comprar o famoso queijo do Serro e ainda experimentar um guaraná Mate Couro (eu não conhecia!) antes de partirmos. Faltou conhecer o distrito de Milho Verde. Ficou para uma próxima vez. Fizemos nosso longo retorno a Confins, parando ainda na Lagoa do Paulino para curtir um fim de tarde e forrar o estômago.

 

A igreja de Santa Rita, de baixo e do alto da escadaria

 

Fim de festa e de mais um fim de semana para guardar na memória.

 

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Clique aqui para ler o relato da Katia sobre as grutas, com muito mais fotos e aqui para ler sobre Diamantina e Serro.

Editado Março 5, 2013 por Visitante

[Leticia Quaresma]

Belo relato!

Minas é um espetáculo!

[radiofonico3]

Que relato maravilhoso!!! Sou suspeito pra falar das deslumbrantes Minas Gerais. Queria tirar dois meses de férias pra conhecer o estado inteiro.

 

Leia Guimarães Rosa! Leia TUDO dele. Não vai se arrepender...

[Pedrada]

oh saudade de minas e, de diamantina, então........ daquela região toda, como as serras do espinhaço, nascente do jequitinhonha, serro, milho verde, são gonçalo do rio das pedras, gouveia, biribiri são locais incrpiveis, que tem sua beleza

valeu pelo relato !!

[Bruna B]

Diamantina é realmente uma cidade maravilhosa, estou tendo o privilégio de fazer faculdade e morar por um tempo aqui!

Ainda não conheço Milho Verde, dizem que é um lugar encantador, espero conhecer em breve !

Gratidão pelo relato, mesmo morando aqui tem algumas coisas que deixamos de visitar por estar no nosso cotidiano !

Abraços

[Fabiorarq]

Excelente Relato. Estou muito ansioso para conhecer essa região. Fiquei na dúvida se o caminho que você fez para chegar em Diamantina era o mais curto ou se você foi no mais longo para curtir mais. Gostaria que você me indicasse a sua locadora para eu ver com eles o carro. Valeu pelo relato!

[Glauber Tymor]

Realmente esse local é lindo.

O seu relato sobre os locais ficou muito bem feito, pois possui detalhes que só tem a acrescentar na bagagem de quem pretende viajar para lá.

 

Bom, vou deixar a minha dica de hospedagem, aqui, para quem se interessou pelo local é pretende visitar.

 

*A primeira é a pousada caminho dos escravos, que fica localizada no centro da cidade, bem próximo ao mercado.

*A segunda é a Pousada Diamond, que pode estar sendo encontrada nas proximidades da rua do cruzeiro. O valor da diária dela pode estar variando entre alta e baixa temporada, no caso vai estar entre R$160 a 200.

 

E Fábio, sobre o aluguel do carro, você pode estar checando no site da rentcars, pois lá você poderá encontrar vários modelos disponíveis.

[Fabiorarq]

Valeu pelas dicas Glauber! Vou conferir.

[mcm]

Fabio, acho que só desviei da rota normal para entrar em Cordisburgo. Não chega a ser uma volta, mas acaba comendo 40km de estrada de terra. Sete Lagoas ficava no caminho.

 

A dica do Glauber sobre carros confere: verifique no rentcars.com, que é lá que eu vejo os melhores preços. E compare com a Unidas, caso vc vá de TAM, que oferece diárias a partir de 82 pratas atualmente pra quem faz reserva via acordo Unidas-TAM. Eu acho que na época usei a Unidas, que tinha acordo com a Gol.

[Fabiorarq]

Muito bom mcm, vou de TAM sim e com certeza farei a comparação. Obrigado!