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1 de Agosto: Dia de sair de Riga e viajar até Vilnius, novamente pelo ônibus da Ecolines (a linha toda vai de Riga a Bonn, na Alemanha, mas Vilnius é a segunda parada). Saída marcada para as 10:40h, mas saiu quase meia hora depois. Quatro horas e quinze depois, estava em Vilnius. Na chegada, novamente uma perdida básica até achar o ponto do tróleibus (número 7 para ir até o B&B que eu tinha reservado: pesquisado no site www.vilniustransport.lt). A rodoviária de Vilnius fica em frente à estação de trem, onde tem um centro de atendimento a turistas, e lá comprei o Vilnius Card de 24 horas (e foi lá também que consegui descobrir o ponto do tróleibus). Tinha reservado o Alzana B&B, que fica numa das ruas principais da cidade (Gedimino Prospektas), mas demorei bastante para achar. No fim, quando consegui encontrar, desisti de ficar lá: o prédio era muito sujo, fica na realidade numa travessa da Gedimino, e quatro andares para subir (sem elevador), sem contar que não tinha ninguém lá na hora em que cheguei (fiquei uns 10 minutos apertando a campainha e nada). Voltei uma quadra e fiquei num hotel mesmo (Ratonda Centrum Hotel): a diária era o dobro do que eu ia pagar no B&B (80 euros, em vez dos 40 programados), mas não me arrependi, principalmente porque no dia 3 eu teria que sair de madrugada e no hotel seria mais fácil arranjar um táxi para este horário. Como nessa época demora a anoitecer na região báltica (só anoitece por volta das 22:30h), deixei minhas coisas no hotel e fui conhecer uma parte da Cidade Velha de Vilnius, que é bem maior que a de Tallinn e a de Riga. Como fã de rock criativo e de qualidade, o primeiro ponto a ser conhecido tinha que ser mesmo o único busto do mundo de um dos melhores músicos que esse planeta já conheceu: Frank Zappa. Logo após a morte dele, em 1993, um grupo de artistas locais quis testar os limites da democracia e, por provocação, sugeriu construir um busto do músico, e, para surpresa geral, a ideia foi aprovada! Já se tornou um ponto de peregrinação em Vilnius. Após tiradas as fotos de Zappa, uma caminhada pelo barroco centro velho de Vilnius. Várias igrejas, algumas lembrando as que existem em cidades históricas mineiras como Ouro Preto e Congonhas do Campo. A mais bonita é a de São Casemiro, com a característica coroa em evidência (para lembrar a origem nobre do santo). Ao contrário da Estônia e da Letônia, a Lituânia é um país majoritariamente católico (a Lituânia possui forte afinidade com a Polônia, outro país católico). Abaixo, fotos do busto de Zappa e das igrejas visitadas neste dia (a que apresenta a coroa é a de São Casemiro; as outras, não me lembro o nome).

 

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2 de Agosto: Viagem chegando ao fim, este seria o último dia realmente de passeio (o dia posterior seria tomado quase que totalmente por conexões e aeroportos). Logo de manhã, fui até o Parlamento lituano, construído durante o período soviético (com a típica arquitetura vigente durante o regime socialista), bem 'quadrado'. O segundo ponto de parada foi o chamado Museu do Genocídio (mas não entrei; apenas fotografei a fachada do prédio e alguns detalhes). Este museu não poderia ter um nome e local mais adequado: foi neste imponente prédio que funcionou em Vilnius (durante a Segunda Guerra, após a invasão dos nazistas) a Gestapo e depois (no período soviético) a KGB. Nas paredes, nomes de pessoas que morreram ali dentro, vítimas de torturas e execuções, e uma placa escrita em vários idiomas contando a história do museu. Apesar de não ter entrado, já tinha lido que o clima ali era pesado mesmo, até hoje paira um ar ameaçador no interior do museu. Muitos aficcionados na história da Segunda Guerra Mundial procuram fazer roteiros na Alemanha, Polônia e Holanda, mas foi em Vilnius que ocorreu um dos maiores massacres de judeus: só para se ter uma ideia, antes da guerra haviam cerca de 250 mil judeus em Vilnius (e a cidade era um importante centro de difusão da cultura judaica); hoje em dia, só tem 4 mil. Ainda na parte da manhã, dirigi-me novamente à Cidade Velha (agora mais concentrado nas regiões norte, leste e sul, ao contrário do dia anterior, quando me restringi à porção oeste) e visitei, nesta ordem, a Catedral de Vilnius (em estilo bem diferente, mais parece um teatro romano do que uma igreja; ao lado dela, um campanário em forma de torre), o chamado Castelo de Cima (uma torre que foi o que sobrou de um sistema de muralhas que cercava a área; dentro da torre, há um pequeno museu onde se encontra uma maquete do que já foi este castelo), as igrejas de Santa Ana e Santa Bernardina, bem próximas uma da outra (Napoleão, após ter invadido Vilnius, encantou-se com a igreja de Santa Ana e chegou a dizer que a levaria para Paris, se fosse possível), o bairro de Užupis (onde um grupo de intelectuais e ativistas proclamou uma república ali, a Užupio Res Publika, com hino, feriado nacional (1º de Abril) e constituição própria, com parágrafos um tanto quanto nonsense como "Todo cidadão tem o direito de não entender nada"; é uma das atrações mais visitadas de Vilnius), o lindo prédio da Filarmônica de Vilnius e o Portão da Alvorada, um pórtico que guarda dentro dele uma imagem de Nossa Senhora considerada milagrosa (em 1993, o Papa João Paulo II esteve em Vilnius e viu, claro, a famosa imagem). De tarde, dei uma passada em frente ao Palácio Presidencial e saí da Cidade Velha para ir até a Torre de Televisão de Vilnius (fica bem longe do centro da cidade, toma-se o tróleibus número 11 ou 16 para chegar até lá). Do alto da torre, tem-se uma excelente vista da cidade e, em dias claros (como foi este dia), é possível avistar terras de Belarus (ou Bielorrússia), já que Vilnius encontra-se próxima à fronteira (cerca de 40km). Abaixo, uma foto do Parlamento soviético, três fotos do Museu do Genocídio (da fachada, do detalhe da parede com nomes de pessoas que ali morreram e da placa em várias línguas), duas fotos do Castelo de Cima (a torre e a maquete de como era inicialmente), uma das igrejas de Santa Ana (à esquerda) e Santa Bernardina (à direita), uma da entrada da República Užupio (no bairro Užupis), uma da Filarmônica de Vilnius, duas do Portão da Alvorada (a segunda com o detalhe da imagem de Nossa Senhora), uma do Palácio Presidencial e duas da torre de televisão (a última mostrando a vista panorâmica de Vilnius; ao fundo, terras pertencentes a Belarus), nesta ordem:

 

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3 de Agosto: Tive que levantar-me às 4 da manhã para chegar a tempo de fazer o check-in no Aeroporto de Vilnius, para o voo da SAS (companhia escandinava) com destino a Copenhagen. Por vacilo meu, não percebi que no site da Lufthansa é possível comprar passagens multidestinos, e com isso tive que voltar muito cedo para Copenhagen, e depois passar horas e horas esperando até pegar o voo para Frankfurt, e depois para o Brasil. Na noite anterior, havia pedido para a recepcionista do hotel que pedisse um táxi para mim às 4 e 15 da manhã (já que não havia transporte púbico nesse horário). Correu tudo bem e antes das 4:40h eu já estava no aeroporto de Vilnius (o voo estava marcado para as 6:40h). Cheguei em Copenhagen por volta de 7 e meia da manhã, e o voo para Frankfurt só sairia às 16:45h. Menos mal que consegui despachar a mala maior e peguei o trem até a estação central para dar uma última volta pela cidade. Resolvi conhecer dois museus famosos, o Museu Nacional (que tem muita coisa da cultura viking) e a Ny Carlsberg Glyptotek, que fica ao lado da estação de trem e possui uma coleção impressionante de artes grega, romana e sobretudo egípicia. Acabei não tirando fotos dos museus porque a bateria da máquina havia descarregado e eu tinha me esquecido de carregar a outra. Após almoçar num restaurante da Gammeltorv, voltei ao aeroporto e fiquei esperando mais um pouco até chegar a hora do embarque. Cheguei no aeroporto de Frankfurt por volta das 18:30h, e depois esperando o voo para São Paulo (que sairia às 22:15h). Todos os voos, felizmente, saíram no horário e passei o resto do dia viajando, até chegar em São Paulo.

 

Impressões gerais sobre os lugares visitados:

Copenhagen: Gostei dos dinamarqueses, são um povo solícito e amável, mas eu esperava que Copenhagen fosse uma cidade mais limpa. Tem monumentos, prédios e praças maravilhosos, mas é um pouco caótica, lembrando às vezes o centro de São Paulo. No entanto, moraria lá tranquilamente. Uma coisa que me impressionou é a quantidade de crianças; estão em toda a parte!

Ilhas Faröe: Sem dúvida, o ponto alto da viagem. Como eu gostei daquelas ilhas! Paisagens cinematográficas, clima do jeito que eu gosto (mais para nublado do que para ensolarado; para quem fica deprimido com tempo fechado e neblina, não aconselho), hospitalidade excelente. Porém, foi por causa deste destino que eu acabei deixando de conhecer o lugar que eu mais queria: a Groenlândia.

Estocolmo: Apesar de não ter planejado conhecê-la no início da viagem (entrou como “prêmio de consolação” no lugar da Groenlândia), gostei muito da cidade e mais ainda dos suecos. Estocolmo, sim, é uma cidade que eu achei bastante limpa, organizada e arborizada. E as mulheres suecas são um capítulo à parte.

Tallinn: O Centro Velho, todo em estilo medieval, é deslumbrante, mas fora dele, a cidade é bastante moderna. Também é limpa, como Estocolmo, mas eu achei os estonianos um pouco secos demais, e com uma certa má vontade em relação ao atendimento aos turistas.

Riga: Das três capitais do Báltico, Riga foi a minha preferida. Extremamente charmosa, elegante, e com um povo mais simpático do que o de Tallinn (apesar da dificuldade de comunicação ser maior aqui).

Vilnius: Passou-me a impressão de ser uma cidade rebelde, contestadora (não por acaso a Lituânia foi a primeira das ex-repúblicas da URSS a proclamar independência, em 1990); qualquer cidade que tenha um busto de Frank Zappa e um “país” funcionando dentro dela não poderia ser mesmo conformista. Os lituanos não são o povo mais simpático que existe, mas são educados, e não notei má vontade em atender turistas.

Com isso, chega ao fim o relato desta viagem. Obrigado aos que leram e desculpem a extensão exagerada do texto.

  • 9 meses depois...
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Ótimo relato Marcos!!

Muito interessante o roteiro, estou pensando em fazer algo parecido agora em agosto/setembro, principalmente focando nos Bálticos e quem sabe finalizando a leste, na Rússia (St. Petersburgo e/ou Moscou).

 

Com relação à vida noturna, tem algo a dizer??? Entre Estônia, Letônia e Lituânia, onde acredita que o agito noturno seria mais intenso?

 

Grato, Willian.

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Oi William, obrigado, não sai por lá à noite, mas percebi que, das três capitais do Báltico, Riga é a mais animada, com mais opções, enquanto que em Tallinn vc vai encontrar as mulheres mais bonitas (isso eu garanto!). O problema nessas duas cidades são turistas ingleses que enchem a cara nos bares e saem procurando confusão; eles têm birra dos ingleses por isso. Quanto a Vilnius, quem gosta de baladas mais alternativas vai se sentir em casa em Užupio.

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