Colaboradores os caminhantes Postado Julho 29, 2012 Colaboradores Postado Julho 29, 2012 (editado) Parte técnica (Chato, mas necessário) A idéia inicial (e como ela se modificou até o final) Ventilamos a possibilidade de visitar o Peru (a primeira coisa que vêm a mente: Trilha Inca, Machu Picchu, clichê) há cerca de um ano e meio em uma viagem (para variar), e entre assombros e comentários de alguns (“-é muito arriscado!!!,” “muito perigoso, vocês têm coragem de levar a Júlia numa loucura dessas”, mas vocês têm coragem de pegar aquele trem da morte???”) a idéia ficou meio que adormecida, até que a viagem para o Parque Beto Carrero, em julho do ano passado e o nosso desgaste físico nos alertou para o fato de que já não temos mais vinte anos de idade, e estes sonhos que necessitam de um pouco mais de nosso físico devem ser feitos enquanto ainda temos um pouco mais de resistência. E também ainda, para compensar os velhos aqui, do programa turismão padrão a que vamos nos submeter no final do ano, precisávamos de uma coisa bem diferente, para contrastar e surgiu essa idéia. Começamos a ver alguma coisa em janeiro deste ano, mas aí, veio o Carnaval, nos distraímos com o planejamento, e mais o planejamento da outra viagem do final do ano, o tempo foi passando e quando acordamos em março e entramos em contato novamente com a agência, já não havia mais vaga para a Trilha Inca tradicional. Vimos alguns comentários e depoimentos sobre esta trilha alternativa, (alguns falando bem e outros falando bem mal), concluímos que as informações eram bem desencontradas , mas ainda com muito receio, resolvemos encarar. Agência (contratar ou não) Já falei isso várias vezes, mas para nós, é de extrema importância a contratação de uma agência, ou pelo menos o contato com um guia local (e que tenha referência), ou um ponto de referência, com mapas ou um contato pelo menos, seja aqui ou no exterior, salvo situações em que ninguém contrata e a trilha é altamente conhecida, organizada, demarcada e auto-guiada (como o W em Torres del Paine no Chile, por exemplo). Para começo de conversa, ninguém entra na Trilha Inca tradicional sem ter marcado com uns 6 meses de antecedência e sem um guia credenciado. O limite de pessoas são de 500 pessoas por dia, incluindo guias, cozinheiros, porteadores e os turistas, do mundo todo, e se uma agência não tem mais vaga, mais nenhuma outra terá. Para a Salkatay, não existe este número limite. Li vários relatos de pessoas que fizeram a trilha de Salkantay sem guia. Na verdade, depois de tê-la feito, posso falar que o caminho, em si, não tem erro, pois é só acompanhar todos os turistas e guias pela trilha, mas a estrutura e o conforto que você terá, são proporcionais a agência e de quanto está disposto a pagar. Definido isto, por qual agência, afinal fervilham agências em Cusco... Bom, todos sabem das minhas pequenas pesquisas e planilhas que faço para o Planejamento, e cotei algumas no Brasil e um pouco no Peru. Optamos por uma agência brasileira com sede em Cusco, pois o preço não tinha muita diferença e um dos parâmetros que usamos para a cotação é a agilidade e a precisão nas respostas a nossas dúvidas. Não muito aqui nesta viagem em específico, (só um desabafo, mas que serve para todos os casos), agência que não responde e-mail de cotação, não consegue entender uma pergunta simples formulada e responder um simples sim ou não, termos que ligar para implorar uma cotação de preço, já vai saindo da seleção... Dito isto, mais algumas coisas que vimos e ouvimos: vimos muita gente na trilha sim, inclusive bastante brasileiros, muito mais do que nós imaginávamos encontrar. O que deu para perceber, é o que o pessoal da nossa agência falou: as agências ao redor de Cusco fazem o mesmo tipo de serviço, ou seja, guiam, fazem as refeições, montam as barracas, têm o serviço dos cavalos e tudo o mais, o que é diferente é a qualidade. Comento depois, no dia a dia, como foram a prestação dos serviços. Normalmente juntam vários grupos, formando um grande grupo. Ótimo se você é jovem, está com a sua turma, quer fazer novas amizades e tudo isso. Talvez tenhamos pago relativamente um pouco mais caro, em comparação às agências locais (nem me dei ao trabalho de comparar) mas o serviço foi sempre exclusivo, ou seja, sempre somente nós três (mais o pessoal do apoio, lógico) pois tivemos de considerar alguns fatores: a Júlia que havia saído de uma pneumonia, eu ando muito devagar, normalmente não consigo mais acompanhar os jovens. Vou citar dois exemplos que ouvi e utilizo aqui para ilustrar: um caso (que deve ter sido o pior), onde o guia inescrupuloso dopou todo o grupo e roubou os pertences dos turistas e deu no pé. Outro, na vôo de volta para São Paulo, uma turista atrás da gente comentando que havia feito também a Trilha de Salkantay, que passou fome e frio demais... [picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120729171515.JPG 375 500 Nós, os "quase idosos" e a half brazuca]Guia impresso Sei, com o advento da internet e os zilhões de blogs de turismo, relatos de viagens em n sites, fóruns de discussão em twitter, facebook e assim vai, ainda não abro mão de um bom guia de viagem impresso, pois as opiniões e indicações são normalmente isentas e abrangem mais do que um relato específico de onde estivemos. Comprei e recomendo fortemente o guia do Peru do Frommer’s, que tentei absorver por “osmose” as partes que iríamos visitar. O Soroche ou Mal de altitude Todo mundo já falou, não vou ficar falando de novo, mas é verdade: como dizem os peruanos, nós brazucas, acostumados com altitude de ... praia, invariavelmente vamos sentir os efeitos da altitude. Sentimos dor de cabeça, falta de ar, quando se esforça um pouco, parece que o coração vai saltar da boca, e para todos os males, um produto, logo anunciado no Aeroporto de Lima. Pesquisei antes de ir, e não consegui obter o conteúdo da tal pílula. Minha porção farmacêutica, normalmente adormecida nas viagens, teve que ver o que tinha na tal pílula, e mais a porção hipocondríaca do Ogro, que acreditou que era a pílula do milagre teve que comprar. Quais são os princípios ativos: ácido acetilsalicílico: 325 mg, salofeno: 160 mg e cafeína: 15 mg. Básico, seguir o conselho de todo mundo: tome bastante chá de coca, quanto você conseguir, descanse nas primeiras horas, e se puder nos primeiros dias, não saia andando rápido como você está acostumado, tenha uma alimentação mais moderada nos primeiros dias, pois pode ficar nauseado. Nosso analgésico usual foi o suficiente para a dor de cabeça. A falta de ar demora um pouco mais mesmo, depois com o tempo, aos poucos, você vai se acostumando....[/picturethis] Trilha Salkantay- distâncias e horas referenciais (fonte: Machu Picchu Brasil) Cusco- Mollepata (bus) 90 km 2:40 hs Mollepata- Soraypampa 19 km 8:00 hs Soraypampa- Chaullay 21 km 10:00 hs Chaullay- Playa 13 km 5:00 hs Soraypampa-Santa Teresa (bus) 20 km 1:30 hs Santa Teresa- Hidro 14 km 2:30 hs Santa Teresa- Hidro (bus) 14 km 0:35 min. Hidro-Águas Calientes 11 km 3:00 hs Altitudes Mollepata 2.900 m Cruzpata 3.400 m Soraypampa 3.900 m Salkantaypampa 4.100 m Ponto mais alto 4.650 m Huayracpampa 4.000 m Colpapampa 2.800 m Playa 2.400 m Aguas Calientes 2.000 m Machu Picchu 2.400 m Informações diversas Trem VistaDome US$ 78,00 por pessoa o trecho Horários: 15h48 ou 16h22. Banõs Temales Cocalmayo (em Santa Teresa) S 5,00 Boleto Turístico del Cusco (compre na Prefeitura, na Av. El Sol) S/ 130,00 S/ 70,00- estudante Oferece visita opcional a 16 lugares e é válido por 10 dias. .Museu histórico Regional .Museu Municipal de Arte Contemporâneo .Museu de Sitio de Qoricancha (para o Convento de Santo Domingo, comprar ingresso por S/10,00 adulto e S/5,00 estudante)- faz parte do tour Cusco Arqueológico .Pikillacta .Tipón .Saqqsayhuamán-faz parte do tour Cusco Arqueológico .Q’enqo .Pukapukara .Tambomachay- faz parte do tour Cusco Arqueológico .Chinchero- Valle Sagrado .Pisac- Valle Sagrado .Ollantaytambo- Valle Sagrado .Moray .Centro Qosqo de Arte Nativo .Monumento Pachacuteq .Museu de Arte Popular Boleto para a Catedral de Cusco S/ 25,00 S/12,50 para estudantes Boleto para o Museu Inka (obrigatório) Segunda a sexta: 8:00 às 19:00 hs Sábados e feriados: 9:00 às 16:00 hs S/ 10,00 (gente, perdi o boleto, mas acho que era isso) Ônibus para Machu Picchu Subida ou descida: US$ 9,00 Para crianças (subida ou descida): US$ 5,00 Boleto de acesso para Machu Picchu S/ 76,00- estudante S/152,00-adulto Para subir para Huayna Pichu R$ 30,00 por pessoa e reservar com antecedência Existem duas subidas: uma às 7:00 e outra às 10:00 hs. Câmbio R$1,00 equivale a aproximadamente S/0,8. Quase a mesma coisa. [picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120729171912.JPG 500 375 A Catedral de Cusco]A chegada,o reconhecimento e a aclimatação Pegamos o vôo SP-Lima às 19:40 hs, chegamos em Lima depois de cerca de 4 horas de vôo e já havíamos nos preparado psicologicamente e fisicamente em passar a noite no Aeroporto, pois o vôo para Cusco estava marcado para as 05:50 somente, um tempo que não era suficiente para pernoitar em um Hotel. Para completar a espera, 2 horas de fuso horário, fazer o que... Por que será que acabamos repetindo sempre a mesma rotina... A surpresa foi ver um monte de gente dormindo pelos corredores do Aeroporto. O pessoal simplesmente esticava confortavelmente seu isolante e seu sleeping bag, se acomodava e pronto, a melhor cama do mundo... Pena que já havíamos feito check in e despachado nossas bagagens... O jeito foi pegar um pedaço de chão mesmo e esperar, pois na área antes do embarque, as cadeiras são muito escassas. Depois que entramos na área do embarque (deveríamos ter pensado nisso antes), haviam cadeiras de sobra e todos acabamos tirando um cochilo lá mesmo, do jeito que deu... (minha mãe e minha sogra que não saibam disso,coitada da Júlia... hehehe) Chegamos às 7:10 hs em Cusco e preciso dizer que sentimos duas coisas logo de cara: o frio, pois a temperatura em Lima é praticamente como São Paulo, e não fez tanta diferença, e a falta de ar, que seria nossa companheira constante, a partir daí. A Magaly, da nossa agência escolhida, Machu Picchu Brasil http://www.machupicchubrasil.com.br/, (recomendamos fortemente, pelo profissionalismo e atenção) já nos esperava para o translado (privado) ao Hotel Dom Bosco http://www.donboscohotel.com/. A diária ficou em R$ 180,00 para nós três, com desayuno incluído. O Hotel fica na Calle Suécia, teoricamente a 200 m da Plaza de Armas, mas a subidinha... no mais, é um hotel bem agradável, tem água quente a toda hora (isso parece besteira aqui no Brasil, mas creia-me, no frio de Cusco faz toda a diferença), os funcionários são extremamente atenciosos e também recomendamos. A Magaly fez conosco uma breve reuniãozinha, nos servindo das garrafas térmicas sempre cheias no Hotel, de chá de coca, nos deu um mapa da agência com os pontos principais de visitação no centro da cidade,como os museus, restaurantes, com indicações do que fazer e visitar e alteramos o briefing anteriormente marcado para o dia seguinte para este mesmo dia às 15:00 hs. Tomamos o desayuno (muito bom, por sinal), sempre três tipos de pães, geleias, queijo branco, presunto, frutas, manteiga, sempre dois tipos de pratos quentes, como ovos, ou salsichas, ou uma casquinha de pastel, às vezes guacamole (uma delícia), iogurte, dois tipos de sucos, cereais, leite e café. Chegamos, subimos com a bagagem e pela noite “muito bem descansada”, desabamos os três na cama até por volta das 13:00 hs. Tomamos um banho bem demorado cada um e saímos para bater perna, de leve, lembrando do compromisso às 15:00 hs. Com o mapa na mão, mais a leitura do guia Frommer’s que eu “comi”, descemos em direção á Plaza de Armas e fomos andando e descobrindo em cada Calle, lojinhas inúmeras, fervilham todos os tipos de serviços: agências de turismo oferecendo passeios, lojas vendendo artesania local, roupas em lã, alpaca, prata, lojas de artigos para trekking para comprar e aluguel de equipamentos, ATMs, casas de câmbio (um monte), restaurantes, cafés, hotéis, hostels, boticas, gente oferecendo massagem, gente com roupa típica oferecendo-se para tirar uma foto, uma loucura! Além disso, todas as línguas e tipos de gente que você pode imaginar (sendo os trilheiros a esmagadora maioria). Imagina, mal de altitude ou soroche que nada! O chamado das lojas e desta diversidade, foi maior para nós do que tudo isso! Engraçado que o assédio aqui, acabou não me incomodando como me incomoda normalmente. Sei lá, como já sabia, acabei achando normal. (Além da diversidade de gente transitando ser um atrativo a parte). Rapidinho chegou o horário do nosso encontro, e fomos para a agência, na Calle Garcilaso, 265. Conhecemos o Fredi e o Ricardo, o dono da agência. O Fredi nos explicou quase que quilômetro por quilômetro o percurso e como seria a trilha, detalhadamente e tiramos todas as dúvidas que ainda tínhamos e nos esclarecendo, nos deu uma segurança muito grande, pois apesar de sabermos o que encontraríamos pela frente, ainda restava em mim um resquício de medo... o fato de termos uma equipe (o guia, o cozinheiro e o arriero-o moço que cuida dos cavalos) exclusivamente para nós, ou seja, não teria a preocupação de ter que seguir o ritmo de jovens (ainda mais europeus, que andam numa velocidade impossível para mim) um cavalo extra disponível, caso eu ou a Júlia precisássemos de auxílio na trilha, nos momentos mais complicados, me deixou bastante tranquila. Nos despedimos e como havíamos pulado o almoço, justamente para evitar o enjôo, típico do soroche, fomos jantar no El mesón de Don Tomás, fica no centro, em frente ao Convento de Santa Catalina, Santa Catalina Angosta # 169, fone: (51) (084) 241-757. Pedimos o nosso básico de sempre, quando ainda estamos nos aclimatando em qualquer lugar: frango grelhado com papas fritas, S/ 30,00. Credo, vai num lugar assim e não entra de sola no cuy?- o famoso porquinho da índia. Não, no primeiro dia, nem pensar... O legal é a entrada, (grátis), com pisco sour, chica morada, (a bebida feita do milho, que nós adoramos e lembra muito suco de uva) milho típico cozido, com aqueles grãos grandes, pãozinho quente, manteiga, vinagrete e o molhinho picante que nos acompanhou em toda a estadia, acho que se chama molho rocoto (ou alguns dos inúmeros ajis- pimentas) que eles usam muito. Demos mais umas voltas pelos arredores da Plaza e iniciamos nossa lenta subida para o Hotel para descansar.[/picturethis] [picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120729172448.JPG 500 375 Legenda da Foto]Segundo dia Descobrindo Cusco Teríamos o dia livre, pois o briefing marcado para este dia já tinha acontecido no dia anterior, e descansados da noite não dormida anterior, e o breve vislumbre do que havíamos visto, depois do desayuno fomos correndo bater perna. Era domingo, a Plaza estava repleta, e para a alegria do Ogro, que adora tudo o que se refere a Forças Armadas, estava acontecendo uma Parada Militar, cheeeio de gente. Lógico que tivemos que parar para assistir um pedaço, e depois percebemos que não era só de militares, mas também haviam várias escolas participando do desfile. Guardadas as proporções, lembrava bem os desfiles de 7 de setembro a que estávamos acostumados quando éramos criança, e na verdade (pura ignorância), nem sei se isso acontece hoje em dia. Se acontece, não é mais tão celebrado como eu me recordo, pelo menos...começamos aqui a ver como o povo peruano é patriótico, e tem orgulho destas comemorações. Saudades do tempo em que vivíamos isso aqui no Brasil... melhor nem comentar ... Enquanto o Ogro se deliciava com o desfile militar, entramos na Catedral onde ocorria uma missa. Também percebemos uma coisa que percebemos ser constante durante nossa visita: durante o culto, sempre fica alguém na porta da entrada e proíbe os turistas de entrar para bater fotos. Permitem assistir ao culto, claro, mas dizem que fotos, só depois do culto. Um sinal de religiosidade e respeito. Entramos, assistimos um pedaço da missa, na Catedral que é deslumbrante, e tenho que contar que enquanto estava maravilhada,olhando o interior da Catedral, o coral começou a cantar os hinos, bem atrás de onde estávamos, senti um arrepio, de tão bonito! Foi um momento bem bonito, e acredito que qualquer viajante sentiria a mesma coisa, independente da sua religião ou crença. :'>[/picturethis] Depois, fomos trocar o dinheiro por nuevos soles, existem inúmeras casas de câmbio, mas as recomendadas de acordo com a Machu Picchu Brasil http://www.machupicchubrasil.com.br/, são a Lac Dolar, na Av. El Sol, e como estava fechada, pedimos indicação e o Ricardo nos indicou uma vizinha a esta (não consigo lembrar o nome), mas fica umas duas portas depois da Lac Dolar, numa loja de artigos fotográficos. Andamos todas as lojinhas que vocês podem imaginar, almoçamos na Tratoria Adriano. Comemos para variar, Pollo saltado (filé de frango a milanesa) com legumes por S/21,50 e a Júlia foi de Espaguete a bolonhesa, por S/17,00, acompanhados da incomparável Inca Cola. Depois, fomos conhecer o Mercado Central, sempre acho que é um passeio obrigatório, pois você tem contato com os verdadeiros cheiros, temperos, gastronomia e costumes locais. Siga a Plaza de Armas em direção a Calle Mantas, segue em frente, passa a Igreja de Santa Clara, é uma reta só. Vimos bancas com coisas que não tínhamos idéia do que pudesse ser, a parte de carnes sem refrigeração embrulhou um pouco nossos frescos estômagos, uma banca com artigos parecendo de bruxaria, bem surreal, a parte de gastronomia local, que nos encheu de curiosidade, mas não deu coragem o suficiente para experimentar nada e a parte de roupas. Já tinha lido que era bom pechinchar nas roupas e é verdade. Alguns dos melhores preços (e barganhas) encontramos aqui no mercado. Você pergunta, o dono da banca te fala o preço, você faz que pensa, faz que vai embora, então o dono insiste, abate uns S/5 ou S/10, dependendo da quantidade de peças que vai levar e pega um bom desconto final. Assim também vale na Feira Artesanal de Produtores, um pouquinho antes de chegar ao Mercado, parece uma viela, mas lá dentro, existem inúmeras barracas com (teoricamente, não sei se é só o nome gente) produtos direto do fabricante, e também rendeu algumas boas pechinchadas. Com algumas comprinhas na mão, felizes da vida, voltamos ao Hotel para arrumar a mochila para a Trilha de Salkantay a partir do dia seguinte. Ficamos com preguiça de descer de novo, para jantar e como bons paulistanos preguiçosos, pedimos para o Hotel pedir uma pizza para comer por lá mesmo. Gente, não lembro o nome da pizzaria, mas acho que foi a pior pizza que comemos na vida ...o interessante (também vimos isto na Tratoria Adriano) foi que vieram torradinhas, acompanhadas de dois tipos de molho, o rocoto e um molho branco, que tinha gosto de alho. [picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120812190637.JPG 500 375 Antes da Trilha]Início da Trilha Salkantay De Mollepata para Soraypampa O pessoal da agência veio nos buscar às 5:30 hs, com o Fredi para apresentar o guia Osgel http://www.akllaymachupicchu.com/index.php e o chef Roberto. O Fredi saltaria logo nos deixando na van que seguiu para Mollepata, a 90 km de Cusco, numa estradinha sinuosa que para variar a Júlia teve que dar uma paradinha antes do desastre iminente... Chegamos por volta das 8:30~9:00 hs em Mollepata por causa da paradinha e tomamos o desayuno no Restaurante Turístico La Casona de Mechita, (o único no local, me pareceu e que todos vão tomar o café da manhã). Estava cheio de turistas tomando o desayuno e fomos de café continental, S/ 10,00, pão, manteiga, geléia, café, chá de coca e suco de laranja, básico. O Osgel perguntou se gostaríamos que o carro seguisse com nossas mochilas e sugeriu que só um ficasse com algumas coisas básicas, como água e alguns snacks, se fosse o caso, o que acatamos de imediato e a partir daí, o Osgel apelidou o João de “serviço delivery”. A caminhada começou tranquila, um clima agradável, até um calorzinho gostoso e fomos cortando o caminho pela longa estrada. (Depois no final é que descobri que esta estrada levava praticamente até o nosso destino final, pertinho do chiquetê Montain Lodge http://www.mountainlodgesofperu.com/2010/index.html. Os guias falaram que a mesma trilha que fazemos em 4 dias é feita em 6 dias, parando em todos os Lodges http://www.mountainlodgesofperu.com/2010/pdf/2012_mlp_fixed_departure_brochure.pdf, isso se você quiser gastar a bagatela de US$ 2.500~US$ 3.000,00, dependendo da temporada. Almoçamos aos arredores de Cruzpata, já estávamos famintos e foi aí que percebemos o nível que teríamos nas refeições: primeiro, um suco, depois de entrada uma sopa de maiz-milho, depois arroz, coxa de peru, salada (alface, tomate, cebola) e papas-batatas cozidas (para nós, acostumados a não almoçar e dar uma paradinha para comer sementes, barrinhas de cereais, chocolates, bolachas, enfim, porcarias, foi um banquete). A fome era tanta que ninguém lembrou de tirar uma foto... Para finalizar, chá de muña, um arbusto que vimos no caminho, e o Osgel nos mostrou, mascamos um pouquinho e parece muito com menta, uma delícia, além de ser digestivo, segundo eles. Não deu para descansar muito, pois como éramos muito lerdos, deu tempo só de comer e prosseguir. Na nossa lerdeza, chegamos já anoitecendo no acampamento, em Soraypampa, tendo vencido portanto 1.000 metros de altitude e 19 km de trilha. Como bem o Osgel disse para nós, logo no começo da caminhada após o almoço, mostrando nosso destino final do dia “-parece estar cerca (perto), pero no es...”. Eu já cheguei quase me arrastando, sem ar, o ar ficando cada vez mais gelado, pois além da altitude, o ar que soprava era generosamente resfriado pelos picos nevados ao redor...o João bem cansado também. A única que conseguiu prosseguir sem tanto atraso foi a Júlia. O acampamento é dividido em vários locais, como tendas rústicas, cada grupo fica no seu cantinho, e no nosso caso, havia uma casinha que era banheiro, e outra estrutura também que era a cozinha e o refeitório, bem rústico, mas qualquer coisa é melhor do que ficar ao ar livre, naquele frio!!! Uma alegria ver a barraca já montada, dentro de uma cobertura e o chão todo coberto de feno, então a nossa quase certeza que iríamos passar bastante frio já ficou para trás. Banho de lencinho, claro, e depois fomos para o refeitório para o que o Fredi chamou de “happy hour”. Nos matamos eu e a Júlia, com as galletas- bolachinhas, café, té- chá, e até palomitas-pipocas!!! quem diria!. O João estava cansado demais e nem quis participar do happy hour e já quis logo a cena-jantar. Nem bem saímos da mesa e voltamos, com sopa de entrada, arroz, frango e salada, mas como nos empanturramos antes, infelizmente aproveitamos pouco. Dali, gostaríamos muito de ter ficado olhando as estrelas, naquele tempo gelado, e sem luz elétrica nenhuma, para atrapalhar a visão. Foi o céu mais bonito que já vimos, tentamos bestamente tirar fotos e só apareceu um borrão preto, vai ter que ficar na memória de quem visualizou este céu. A idéia romântica que o João teve de levar uma mantinha que estava na mochila dele, para vermos o céu estrelado a noite, se dissolveu completamente ante o frio e o cansaço do dia e fomos nos recolher no aconchego da barraca... [/picturethis] [picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120812191407.JPG 500 375 Legenda da Foto]Segundo dia da Trilha Salkantay De Soraypampa para Colpapampa- o encontro com a Montanha Selvagem O Alex veio nos acordar com a garrafa térmica de água quente e o folhas de coca. Depois de previamente aquecidos pelo chá, bem importante para que ainda mantivéssemos o calor do sleeping bag, juntamos nossa tralha e descemos para o desayuno, que surpresa! Nem em sonho pensei em acordar num acampamento com panquecas de banana cobertos de doce de leite no café da manhã, mais café e té. Saímos meio atrasados e por conselho do Osgel e do Roberto, invertemos a mochila, pegando a mochila da Júlia, e deixando do João-delivery com menos peso, só o essencial, por volta das 7:00 hs, mas como o Osgel havia falado que neste dia usaríamos o cavalo revezendo na subida, eu e a Júlia, acho que ele nos deu esse luxo, da saída tardia. Passamos pelo Montain Lodge, aquele do trekking luxuoso e o Osgel nos mostrou. A subida no começo parecia leve, mas a falta de ar persistia, comecei a ficar muito para trás e o Osgel mandou eu subir no cavalo e lá fui, descansando. Na subida desgraçada em zigue zague, lá vou eu para o cavalo de novo... Confesso que a sensação é de alívio, lógico, mas dá um certo ar de fracasso, vendo todo o povo sofrendo e principalmente eu deixando a Júlia e o João para trás, e falando para o Osgel, “-deixa eu aqui no meio, para a Júlia pegar o cavalo”, e ele não se convenceu e falou que não, só quando chegássemos lá em cima eu descia... E assim fomos, conforme descrito na programação, atravessando o estreito de Salkantaypampa para ir ao lado esquerdo do nevado Umantayblanco. Acabando a subida, conforme o combinado e para não atrasar muito continuei a caminhada, enquanto o Osgel esperava os dois. Tirando a falta de ar, tudo é de uma beleza diferente para nós, que não estamos acostumados com esse tipo de paisagem... tudo branquinho, coberto pelo gelo, o azul intenso, impossível descrever, mais aquela vastidão branca, pontuados com pontinhos negros, e como todos os turistas estão cansados, acaba aquele falatório do lado e foi ótimo para passar um tempão sozinha, caminhando... Na reta final da subida, aparece o Osgel de novo, me oferece o cavalo novamente, pergunto sobre a Júlia, ele disse que ela usou o cavalo um pouco lá atrás e subo de novo. Chegamos ao ponto mais alto, a passagem Salkantay Umantay por volta das 11:45 hs, e lá o Osgel explica mais um pouco sobre as formações colocadas lá, (vou tentar lembrar como ele falou, mas não tenho certeza absoluta, gente)... As apachetas, onde se acreditava (e acredita-se ainda), que quem coloca uma pedra no topo da montanha e crê do fundo do coração, tem seu desejo realizado. A ligação do povo inca com sua religião e sua influência na vida cotidiana dos campesinos-os camponeses,que os incas cultuavam este lugar e outros apus-montanhas como um lugar sagrado, pois representava a ligação com Inti-Sol, a PachaMama-a Mãe Terra e os picos nevados, que após o derretimento da neve, traria água, e seria um local para pedir as bênçãos para uma boa colheita. :'> Esperamos a chegada do João e Júlia, que chegaram por volta das 12:30 hs, bem cansados. Enquanto pegávamos emprestado a bandeira brasileira dos rapazes Guilherme, Rodrigo e Felipe, de Porto Alegre, que conhecemos nesta trilha e que voltaríamos a nos encontrar em diversas vezes para tirar a foto clássica, vi uma coisa que em todos estes tempos não tinha visto ainda, que foi o João desatar a chorar em uma trilha... Ele me contou depois que foi um misto de sentimento de conquista, mais do cansaço, mais toda a história que o Osgel contou para ele que não conseguiu segurar. Contou também que durante a subida em zigue zague viu gente chorando, achando que não ia conseguir, e também que a Júlia desabou a chorar depois que acabou a subida. Disse que todos os guias que passavam por ele e pela Júlia perguntavam se estava tudo bem, e também aconselhavam, diziam palavras de incentivo e até de simpatia, onde uma guia falou que era para eles pegarem qualquer pedra da trilha e esfregarem no corpo, pedindo para levar o cansaço embora. É, esta trilha foi punk. Começamos a descida, achamos que seria perto, mas ainda teve muito chão até o almoço. Almoço de novo bem farto, suco para nos esperar, arroz, bife, um refogado com um feijão verde local e outras vegetais locais ardidos, mas saborosos, batatas com um creme bem picante e salada. Não deu para descansar de novo, porque acabamos nos atrasando para variar, e fomos lá, descendo, descendo, e percebendo que a paisagem ia mudando, conforme íamos descendo. Passamos no segundo Lodge do Montain Lodge e a Júlia disse que gostaria muito de ter ficado por lá mesmo... Durante o caminho encontramos algumas habitações, duas menininhas no meio da trilha, cerca de 6~7 anos, bem bonitinhas, com aqueles uniformes que achamos o máximo, de saia pregueada, casaco com brasão e meias até os joelhos, que brincaram conosco sobre contas de somar e multiplicar e a cada resposta que fornecíamos à pergunta formulada era recebida com sonoras gargalhadas pelas duas, e fomos nós,descendo, descendo... Nos encontramos num pequeno povoado e muitos daqueles que havíamos visto lá no alto, já estavam ensaiando uma pelada nos acampamentos... é, jovem é outra coisa... O Osgel, com o “mais 25 minutos” eternos dele, já escurecendo, atravessamos uma ponte sobre o rio, o cavalo se soltou dele, ele foi atrás, nós 3 sem saber o que fazer por um breve momento, até que ele nos encontrou e fomos seguindo, por um caminho que já não dava para ver direito, porque tinha sobrado uma lanterna bem fraquinha, que por acaso tinha ficado na mochila da Júlia, as 3 restantes estavam lá no provável acampamento, já montado, esperando por nós. Quem quase ficou com vontade de chorar nesta hora fui eu, de cansaço, da escuridão, de um lugar que o Osgel falou que tinha desabado e que era para a gente passar correndo, imaginando no cansaço da Júlia e do João que deveriam estar muito maiores do que o meu... Não sei direito quanto tempo, que para mim foi um tempão, chegamos ao segundo acampamento, num camping mesmo, estava ainda bem frio, mas menos frio que o primeiro dia, pois estávamos a 2.800 metros. Cumprimos neste dia 21 km, e descemos 1.000 m de altitude. Seguimos a mesma rotina, pulamos o happy hour e fomos direto ao jantar: a sopa como entrada, macarrão e salada. Vimos durante o jantar e o Roberto nos chamou a atenção para isso, para olharmos como as crianças estudavam lá: a menina na beira da fogueira, com uma lanterna iluminando seu caderno e explicando toda orgulhosa para o irmão mais novo o que havia aprendido na escola. Ele ainda riu: “-É, igualzinho as crianças do Brasil devem estudar, na sua mesinha, com sua luminária particular...” (pensei, é bem assim mesmo, e ainda assim, elas reclamam da vida, por aqui... Daí, para a barraca, descansar.[/picturethis] [picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120812191706.JPG 500 375 Legenda da Foto]Terceiro dia Salkantay De Colpapampa para Santa Teresa e os Baños Termales de Colcamayo Depois do chá de coca na barraca, mesma coisa, guardar os sleepings bags, isolantes, trocar de roupa e desayuno, dessa vez com omelete, salada uma aveia já previamente preparada para misturar com café ou chocolate. Aqui foi o ponto onde nos despedimos do arriero, Alex, e não obrigatório, mas vale a propina-gorjeta, de praxe. Começaram a passar pelo camping várias pessoas já iniciando a descida, inclusive várias vans para descer o pessoal. Sugerimos ao Ogro esssa opção, mas ele disse que tinha vindo para caminhar, não para andar de bus, então, fazer o que... O Osgel disse que deveria ser cerca de S/ 10,00 para cada um. Nosso alento era o fato de ser descida, e... para descer, todo santo ajuda. Também era estradão, então não tinha muito problema, e ainda o fato de que estávamos descendo mesmo, e a diminuição da altitude ajudava muito a respirar... No começo da estrada, há a opção de atravessar o rio e seguir por uma trilha, só que do outro lado, margeando o rio. Optamos pelo estradão mesmo. Conforme descrito no programa, a paisagem vai mudando mesmo, e da vegetação de altitude, passa para a tropical, e se nos distraíssemos por um momento, era como estar caminhando em qualquer lugar aqui do Brasil. O caminho vai passando por várias cachoeiras do lado direito e o rio sempre do lado esquerdo. O Osgel ainda ia de vez em quando parando e apontando a vegetação e nos apresentou a granadilha, que comemos, com aspecto de maracujá mas dentro bem docinha, e ajudou meu estômago já avariado. Saímos de Colpapampa à 2.800 m e chegamos, 13 km depois e cerca de 5~6 hs, à Playa, que fica a 2.400 m. Nunca imaginamos que isso iria acontecer, considerando o frio de Cusco, que ficaríamos só de bermuda e camiseta. Começamos todos paramentados e fomos descascando ao longo do trajeto. O lugar fica no fim do vale mesmo, é cheio de barracas para todos os lados e têm alguns pontos de comércio e vários locais que devem funcionar como restaurante. Sinceramente, se você puder pegar o bus para descer esta parte, vale a pena, afinal, é estradão, e mesmo com o avistamento das cachoeiras e tudo, não é lá, uma caminhada imprescindível. O Roberto já nos esperava com o almoço pronto em um destes, com o suco, sopa, arroz, guacamole, salada de legumes, frango e mandioca cozida. Comemos e pegamos um bus até Santa Teresa, nosso acampamento desta noite, 20 km depois, sacolejando numa van, junto com mais 10~11 pessoas por uma estrada poeirenta, por cerca de 1:30 hs. Santa Teresa é grande até, tem vários comércios, a plaza principal e o pessoal comentou depois que tem até balada à noite. Já havíamos comentado com o Osgel sobre as Termas de Santa Teresa, mas ainda haviam informações que não era possível visitar, pois na enchente do rio Santa Teresa em 2010, tinha sido destruído. Ficamos muito contentes quando disseram que estava reformado e que poderíamos visitar o lugar, e ele combinou com o mesmo bus que nos levou até o acampamento, por S/ 10,00 cada a ida e volta até as Termas. Nos trocamos bem rapidinho e seguimos para os Baños Termales de Cocalmayo. Imprescindível, não deixe de ir quando for a Santa Teresa. Todo mundo fala das termas em Aguas Calientes, mas o que vimos não nos apeteceu, digamos assim, naquele piscinão com azulejos verdes e águas marrons, mas o de Cocalmayo, mesmo sendo piscinões, têm a água cristalina, e cada piscina tem uma temperatura diferente. Você pode começar da ducha natural que cai mais para baixo da área das piscinas, e vir subindo, da mais fria para a mais quente, foi o que o Ogro fez. Nós tomamos a ducha normal, obrigatória, logo depois da entrada e já fomos para a mais quente. Uma delícia!!!! Uma pena que na pressa, nós esquecemos de levar a máquina, então, enquanto o Osgel não manda as fotos dele, vou anexar de outros lugares, só para se ter uma idéia: Achei um blog sobre Cocalmayo, mas ainda achei meio incompleto: http://www.facebook.com/media/set/?set=a.119728654815424.20165.100003348716976&type=3 http://www.youtube.com/watch?v=pSI_ZhABcs4. Este vídeo, um tanto antiguinho, de 04 anos atrás, mostra como era o lugar antes. Agora está com uma configuração um pouco diferente. Aqui as opiniões do pessoal da Tripadvisor: http://www.tripadvisor.es/Attraction_Review-g1756261-d2452011-Reviews-Banos_Termales_de_Cocalmayo-Santa_Teresa_Loreto_Region.html Chegamos aos Baños por volta das 15:30 hs e teríamos 2 horas mais ou menos para desfrutar do lugar. Na sua visita, aproveite para chegar o mais cedo que você puder. Lá pelas 16~16:30 hs, começam a chegar gente de todo lado: o pessoal que faz o Inca Jungle termina aqui, mais um monte de bus chegando de Santa Teresa, faz o lugar mais tarde ficar parecendo um piscinão público. Por volta das 18:00 hs o bus veio nos buscar e voltamos ao acampamento. O jantar foi marcado por um banquete de despedida. Detalhe: tinha comentado com o Osgel para deixar o jantar sendo apenas a sopa e o Roberto poderia nos acompanhar às Termas, o que foi veementemente negado pelo Roberto, dizendo que ele estava lá era para cozinhar, o que ele iria fazer com toda aquela comida de volta para Cusco???? Assim, seguido do banquete, com a sopa depois arroz, macarronada, frango, salada e papas releñas, seguimos conversando com o Osgel e o Roberto um tempão, “papo chato”, na convenção da Júlia, sobre a política local, entre eles saúde, educação, economia, os planos de governo, tudo explicado com muitos detalhes e muito orgulho, e parênteses aqui, eles tinham comentado da grande festa que rola neste acampamento, da moçada que se reúne depois do jantar em torno da fogueira e ao som de muita música alta, e que nós nos poderíamos nos reunir a esta confraternização. Se tivéssemos 25 anos, faixa etária média, (ou bem menos) acredito, da grande maioria dos frequentadores da trilha, estávamos lá embaixo, mas preferimos conversar com os guias sobre essas coisas, inadmissível para os jovens, ao passo que ficamos também surpresos, pois o nível de esclarecimento, o patriotismo é bem diferente dos jovens que encontramos no nosso país, não generalizando, mas a conversa usual que ouvimos, sobre futebol, novela, Big Brother ou coisas do gênero como A Fazenda faz pensar sobre os rumos que estamos tomando. Ou não, é coisa de gente velha e chata, como a gente... Fomos dormir com essas reflexões, ao som de Michel Teló, Macarena, e outras músicas de igual qualidade e cansados pelo dia, mas satisfeitos pela conversa, nem a “música boa” atrapalhou o sono.[/picturethis] [picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120812193536.JPG 329.285714286 500 One and a half caminhando]Quarto e último dia da Trilha Salkantay De Santa Teresa para Aguas Calientes Considerando o estradão do dia anterior, conseguimos, sem muito esforço, convencer o Ogro a pagar o bus para nos levar até a Hidrelétrica, (S/10,00 cada um) economizando assim uma pernada de 14 km e pelo menos 2:30 hs, o que no nosso caso seria certamente umas 4:00 hs, porque a partir daqui, seria a carga total, com sleeping bag e isolante. Achamos que valeu muito a pena, pois o sol estava castigando e andar naquele poeirão, não é um programão. Tomamos o último desayuno, desta vez bem tardio, 7:30 hs com o Roberto, nos despedimos e perto das 9:00 hs tomávamos o bus, com uma parte do pessoal do dia anterior. Chegamos por volta das 10:15 hs na Hidrelétrica, começamos a caminhar depois de uns 15 minutos nos trilhos do trem. Existia a opção de esperar o trem, que custa US$ 7,00, mas o Osgel nos disse que mesmo que fôssemos devagar, em 3 hs mais ou menos estaríamos em Aguas Calientes, para não ficarmos parados até às 16:00 hs esperando. Almoçamos por volta das 13:00 hs o lunch box no isopor que o Roberto deixou preparado, arroz colorido, palta, papas e atum, que não conseguimos terminar tudo, de tão grande, na beira do rio, com direito a um rápido mergulho nas águas gélidas pelo Ogro e desta vez deu até para descansar um pouquinho. Chegamos ao Pueblo de Aguas Calientes, o Ogro passando mal, alternando a trilha com o matinho, uma caminhada de 11 km, mais ou menos às 15:00 hs. Ficamos no Hostel Tayta, tayta_hostal@hotmail.com, calle Yahuarjucac, 209, MachuPicchu Pueblo, com o Darcy, conversando conosco em... português. Esta hospedagem já estava incluída no pacote da Machu Picchu Brasil. Apesar de muito simples, para nós foi como um 5 estrelas. Tomamos o primeiro banho de verdade, depois do início da trilha, descansamos um pouco e saímos para bater perna, sim, é mais forte do que a gente, o chamado das lojas e do Mercado de Artesanías. Voltamos ao Hostel para o Osgel nos levar jantar, no Chaski restaurante, o menu turístico, com uma entrada, o segundo e um suco. O Ogro foi de sopa de entrada, a Júlia de salpicão de frango e eu de palta a vinagreta. O segundo pediram pollo, os dois e eu de carne de alpaca. Também estava incluído no pacote, não lembro quanto era... Jantamos, passamos na bilheteria para pegar com o Osgel o ticket do bus para subir para Machu Picchu e compramos a descida e voltar ao Hostel para descansar. Chega de estrada!![/picturethis] [picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120921104014.JPG 500 375 vista clássica de MP]Machu Picchu e Huayna Picchu Deixamos a cargueira no Hostel e levamos só uma mochilinha de ataque para Machu Picchu. Saímos 5:30 hs para o ponto do bus que nos levaria pela estradinha. Sai um ônibus atrás do outro, é só esperar na fila. Tem muita gente indo a pé, mas de novo, não nos arrependemos de ter pego o bus. Não tem cenário, são 2.400 m, mais o pedaço do Pueblo de Aguas Calientes até a entrada principal. Chegamos por volta das 7:00 hs, com uma horda na fila de entrada. O Osgel nos levou bem para cima, perto da Casa da Guarda, depois da paradinha básica para a foto clássica, e começou sua explicação (e que aula!) sobre Machu Picchu. A primeira coisa que ele disse foi: “Bienvenidos a Machu Picchu”, dizendo que muitos guias não começam com essa frase, e para muita gente, como no meu caso, é a realização de um sonho de vida, o que já encheu meus olhos d’água, por mais besta que isso possa parecer. No meio da explicação, paramos todos para admirar o nascer do sol, olha o clichê, mas não tem como descrever este momento, com toda aquela atmosfera local, o pessoal da trilha inca chegando ao amanhecer passando pela Ponte Inca e vibrando, mais chororô... O Osgel circulou com a gente pelos pontos principais, explicando tecnicamente tudo, por volta das 9:30 hs, nos despedimos já com saudades, pois o que vivenciamos em pouco tempo, mesmo sendo um cliente ou um turista a mais para os guias, nos marcou bastante, pela intensidade. Vimos e recebemos a explicação do Recinto del Guardián e os chaskis, o setor agrícola, o Templo de las Tres Ventanas, a Plaza principal, as Fuentes, o Templo del Cóndor, o Templo del Sol, com sua torre arredondada e pontiaguda e que no seu interior há um altar esculpido e uma série de nichos, a Rocha Sagrada, onde se acreditam que transmite uma força energética quase palpável, e hoje está cercada por cordas e não é permitido tocar nela. Algumas pequenas dicas: se quiser usar os toaletes, use antes, pois lá dentro, não existem. Não é permitido mochila maior que 20 litros (os trilheiros precisam descer até a portaria e deixar a cargueira, para subir de volta), não é permitido bastões de caminhada e não é permitido fumar. Outra coisa que não parece importante, mesmo lendo bastante antes, é muito diferente receber a explicação ao vivo e à cores de algum guia ao seu lado, mostrando detalhes, na frente de cada monumento. Esperamos a entrada às 10:00 hs da bilheteria para a subida do Huayna (ou Wayna) Picchu, até agora não descobri qual é o certo. A subida é prevista para 1:00 h, e terminei em 2:00 hs, os dois subiram mais rápido e me esperaram lá em cima. A descida é bem mais rápida, em torno de 45 minutos. É mais rápida, mas dá medo, porque as escadinhas são estreitas, qualquer vacilo naquelas pedras escorregadias, não tem corrimão, lógico, causam um acidente sério. A subida foi bem penosa, dá vontade de desistir (vi algumas pessoas desistindo), além das pessoas do turismão padrão, gente com bota de couro de cano alto, por exemplo, mas o visual lá de cima compensa. Encontramos os meninos de Porto Alegre, Guilherme, Rodrigo e Felipe que nos emprestou a bandeira no topo em Salkantay. Neste ponto, uma grande parte fica por aqui, um tipo de plataforma e onde se tem uma vista linda de Machu Picchu bem pequenininha lá embaixo. Continuando a subida mais um pouco, passamos por um estreito túnel escavado na pedra até uma rocha no alto, onde se têm uma vista de 360º. O espaço é pequeno, o Osgel já havia nos alertado, mas como não tinha muita gente, pudemos ficar na rocha um bom tempo apreciando a paisagem. A volta para Machu Picchu depois é feita por uma trilha mais tranquila, e para descer, tudo mais fácil. Passamos de novo por dentro da cidadela, cheeeeia, e mais uma nota mental aqui: mesmo com a emoção, o chororô e tudo o mais, tudo o que eu pensei em relação a parte espiritual e energética de Machu Picchu foi meio decepcionante. O visual é lindo, a história maravilhosa, o exemplo de cultura e espiritualidade impressionante, mas aquele monte de gente,me incomodou. Dá para sentir mais a atmosfera lá em cima de Huayna Picchu mesmo. (ou será a falta de ar e o cansaço que tornam a experiência mais penosa,e por isso mais significante???) Na volta, mais umas fotinhas, pegamos o bus de volta para o Pueblo, comemos um sanduíche tenebroso perto do Hostel, seco, duro e que só desceu a base de muitos goles de chicha morada, pegamos nossas coisas no Hostel e fomos para a estação de trem, pegar o VistaDome das 15:20 hs. O trem vai margeando o rio Urubamba, a paisagem é bem bonita. Não sabíamos que havia serviço de bordo e inocentemente pegamos uma água mineral, pela módica quantida de US$ 5,00. O pior que com o carrinho no meio, entre as fileiras de bancos, eu estava sozinha de um lado e os dois do outro lado, não vimos o que cada um estava pegando, então o João e a Júlia também pegaram outra garrafinha do outro lado, e pagamos portanto US$ 10,00 por 1 litro de água mineral... Quando veio o segundo serviço, com um pratinho bonitinho, decorado com florzinha e tudo o mais, ficamos nos entreolhando, como: “quanto será esta coisa”, mas desta vez fazia parte do serviço. Chamei de amostra-grátis de comidinhas...bonitinho, mas... Depois teve uma “apresentação”, de parte de uma festividade local, que particularmente achamos que demorou um pouquinho demais, e depois um desfile de moda de blusas de lã de alpaca, lógico que com a devida maquininha da tarjeta de crédito no final do desfile. Legal, bacana, mas também achamos meio longo demais e dispensável até. Nestes dois momentos, algumas turistas (alemãs pelo jeito), se entusiasmaram, dançaram junto, pularam, desfilaram alguns modelos e compraram bastante também, e a parte divertida e o resumo da ópera foi o comentário aborrecente e à moda Facebook da Júlia: “As gringa pira”... Salvou a viagem, mil vezes, além do visual claro, minha conversa com uma senhora simpática que estava do meu lado, chilena, paisagista, que estava de férias com os 4 filhos e ouvir duas americanas no banco da frente, conversando e rindo o tempo todo. A viagem que deveria demorar cerca de 4 horas teve problemas com a troca de locomotiva (daí o prolongamento da dança e do desfile) e atrasamos 1 hora do horário previsto, chegamos às 20:00 hs, com a Magaly e o Gualter nos esperando na estação de Poroy. Mais meia hora de estrada, estávamos em Cusco e de volta ao Dom Bosco. Como não havíamos comido nada, descemos de novo até a Plaza das Armas e fomos de... MacDonald’s. Ai se arrependimento matasse... [/picturethis] [picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120921105648.JPG 375 500 Museu Inca]Cusco- Museu Inca 14/07 Levantamos tarde, depois de uma noite mal dormida, nós dois passando mal, só a Júlia legal. MacDonald’s, os dias de trilha, cansaço, “largar o corpo”, ou tudo isso junto, sabe-se lá o que foi, mas fizemos tudo bem devagarzinho... Tomamos café de volta no Dom Bosco Hotel, fomos bater perna pelas ruelas de Cusco, e conseguimos almoçar mais tarde. Cansados de tanto aji, papas e pollos, para nós foi um alento achar o Kintaro http://www.cuscokintaro.com, na Calle Plateros, 334, 2º piso. Comer um shirogohan-arroz branco com missoshiru-sopa de massa de soja, e horenso-um tipo de verdura, foi divino! Além de ser bem em conta, por S/ 15,00: Teriyaki Don, (frango teriyaki com arroz) Katsu Don (omelete, frango e cebola) com arroz, Kakiage Don (tempura de vegetais com arroz), e vários tipos de Udon (sopa japonesa com caldo encorpado e macarrão). Os acompanhamentos diversos horenso e outras saladas por S/ 8,00 e lógico, vários tipos de sushis. Abre das 12:00 ás 15:00 e das 18:00 às 22:00 hs, exceto aos Domingos e Feriados. Depois fomos ao Museu Inca, fica na Cuesta del Almirante, 103 (esquina de Ataúd e Tucumán). A entrada não está incluída no Boleto Turístico e pagamos entre S/10,00 e S/15,00, não me lembro direito. O Osgel recomendou o museu, assim como várias pessoas e vi indicações no Lonely Planet e no Frommer’s também, e achamos imprescindível a visita ao museu, para você entender um pouco mais sobre a cultura inca, e a própria história peruana. O museu fica no Palácio do Almirante, um palácio colonial do século XVII que pertenceu ao almirante Francisco Alderete Maldonado. O museu conta a história peruana desde as civilizações pré-incaicas e da cultura Inca, e ainda o impacto da conquista e dos tempos coloniais às culturas nativas. Tudo com exposições de peças de cerâmica, tecidos, jóias, crânios (sim, crânios), quadros, maquetes de Machu Picchu, uma visita obrigatória. :'> Infelizmente, tivemos que voltar cedo para o Hotel para descansar, por volta das 16:30 hs, para desespero da Júlia ...[/picturethis] [picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120921110307.JPG 500 375 Qorikancha]Tour Cusco- Sítios Arqueológicos Fizemos este passeio no dia 15/07. Descemos até a Av. El Sol, logo após o café da manhã, na Municipalidad de Cusco para comprar os boletos turísticos http://www.cosituc.com/ para o passeio do City Tour e de alguns Sítios Arqueológicos. Fizemos umas comprinhas, passamos no mercado, compramos umas frutas e chocolates, lanchamos isso e nos preparamos para o pessoal nos pegar no Hotel às 13:00 hs. Nossa guia foi a Angelica, infelizmente não sabemos o nome inteiro, mas achamos o endereço do Facebook http://www.facebook.com/pages/GRUPO-DE-ANGELICA/268736476497696, excelente guia, deixava todo mundo atento à sua explicação, clara, bem feita e envolvente. Tenho que dizer para vocês terem uma idéia que o João achava meio chato estes passeios, mas da maneira como foi conduzido este, ele mudou completamente de idéia e agora acha que é um passeio obrigatório. A primeira parada foi na Catedral de Cusco, que eu e a Júlia havíamos entrado logo nos primeiros dias, nos surpreendemos com o visual mas a explicação que a Angelica deu ofereceu uma visão totalmente diferente do que simplesmente olhar a construção. Também foi a primeira vez que fizemos um passeio com aqueles fones de ouvido, então o que a Angelica ia falando,mesmo estando longe, ouvíamos direitinho e recomendamos o passeio desta forma. A entrada não está incluída no boleto turístico. A Catedral foi construída no sítio do palácio do Inca Viracocha, tem vários quadros da Escuela Cusqueña, que mesclava elementos da pintura espanhola com elementos locais, mestiços e os artistas incorporavam elementos da cultura andina às pinturas. São impressionantes ainda o trabalho de entalhe em madeira, o altar confeccionado em prata e todo o interior dourado da Catedral. Depois fomos a Qoricancha (Templo del Sol) & Santo Domingo. A entrada também não está incluída no boleto. O Convento de Santo Domingo foi construído sobre o Templo do Sol dos Incas. Neste lugar, podemos ver a alvenaria original, ainda intacta, mesmo depois dos terremotos que a cidade sofre a cada 300 anos. Vi fotos que mostram que o Inti Raymi começa por este Templo, na época do solstício de inverno no hemisfério sul. Deve ser um espetáculo deslumbrante... Voltamos ao ônibus e seguimos para as famosas ruínas de Sacsayhuamán A 2 km de Cusco. A Angélica explica que apesar de ser uma área enorme, apenas uma pequena parte do complexo original permanece neste local que não se sabe se era um local religioso ou um tipo de fortaleza. Todo o restante do lindo complexo estaria... lá embaixo, em Cusco, na construção da cidade. Dizem que no layout com forma de puma da capital Sacsayhuamán forma a cabeça do animal e o zigue zague das paredes os dentes. Seguimos em seguida para Tambomachay, um local talvez dedicado a cerimônias de água e adoração, onde a água flui por sistema de aquedutos e canais, e segundo a Angélica explicou, engenheiros mediram o volume de água dos dois canais paralelos e ainda hoje, tanto tempo depois, continua exatamente o mesmo, sinal da superior arquitetura inca. Já escurecendo, passamos rapidamente por Q’Enko, um local onde os Incas construíram um altar em forma de caverna e que alguns dizem que a mesa de pedra no interior desta caverna era usada para sacrifícios de animais, onde podemos chegar. Lá do alto, já anoitecendo, pudemos ter uma vista bonita de Cusco à noite. Já retornando à Cusco, um rapaz sobe no ônibus vendendo um DVD com fotos, música e um guia virtual de Machu Picchu entre outros, e acabamos comprando porque não é permitido tirar fotos de dentro da Catedral ou do Museu Inca. As fotos utilizadas neste post destes locais são deste DVD e pertencem a: Mafer Producciones, que disseram ter autorização dos locais para a publicação e divulgação das fotos. Desembarcamos na Plaza de Armas e jantamos de novo na Tratoria Adriano, de novo Pollo Saltado e a Júlia foi de Trutas ao Limão e voltamos para o Hotel descansar.[/picturethis] [picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20120921111145.JPG 500 375 O lindo vale]Vale Sagrado dos Incas O Vale é uma bela área a noroeste de Cusco, e depois de Machu Picchu e os Sítios Arqueológicos de Cusco, também é área de destaque para quem está visitando a região. Está situado a 300 m mais baixo que Cusco, conforme os guias, e realmente, sentimos menos os efeitos da altitude nesta região, além de ser menos frio. O bus nos pegou por volta das 09:00 hs no Hotel, e fomos para mais um passeio. Sem dúvida que podem existir outras formas de conhecer as ruínas, mas pelo tempo que nos restava, preferimos fazer o passeio de modo tradicional, excursão com outros turistas. Através do Vale corre o Rio Urubamba (Willcamayu para os incas), e estes acreditavam que o fluxo do rio estava ligado às constelações e aos picos das montanhas e que o rio seria o contraponto terrestre da Via Láctea. Nossa primeira parada foi em um mercado de artesania local, com artesanatos encontrados em todas as feirinhas que passamos antes. O único “atrativo” diferente foi um cercadinho de lhamas, onde as crianças (e adultos) brincavam com os animais bem de pertinho. Depois, seguimos para Pisac e suas ruínas, distante 36 km de Cusco. Chegamos às ruínas de bus, pois do vilarejo até as ruínas, dá um percurso grande, e chegando lá na entrada, um estacionamento de ônibus já nos mostrava qual seria a tônica do passeio... Ainda não se sabe o real propósito deste lugar. Estudiosos acreditam que possa ter sido parte cidade, parte centro cerimonial e parte complexo militar, bem como pode ter sido uma propriedade real do imperador Inca (Pachacútec), e sabe-se certamente que foi um templo religioso. Impressiona aqui os grandes terraços, ainda remanescentes até hoje, que funcionavam para fins de agricultura. No outro lado do desfiladeiro, oposto aos terraços, é possível ver uma série de buracos escavados onde ladrões de tumbas pilharam um cemitério (Tankana Marka) que era o maior cemitério inca. Infelizmente, ao contrário do Osgel e da Angelica, nosso guia (que eu simplesmente deletei o nome) nos largou no começo das ruínas e a única coisa que nos falou foi onde deveríamos estar dentro de ... minutos. O que restou para nós e o grupo foi subir e descer as ruínas, se perdendo por entre elas e no final, um ajudando o outro a conseguir sair do labirinto... Descemos para a cidade com o bus, e haviam bloqueado a entrada por causa de uma celebração local. Partimos à pé mesmo, mas era bem pertinho. Nas ruas estreitas, casinhas de artesania local, exatamente iguais às tantas outras. Depois, uma visita à uma loja que vendia artigos de prata, lindas por sinal, com explicações sobre a fabricação e claro, compre o que quiser, com um belo descontinho de cortesia... Andamos pelas ruelas e fomos procurar o que pensamos que seria um grande atrativo, a famosa feirinha de Pisaq. Andamos uma parte apenas da feira, mas os preços, variedade e qualidade, iguais a todas as outras feirinhas... Corremos, corremos para visitar as ruínas, as lojinhas e a feira e no final acabamos presos por causa da celebração e ficamos nós e todos os outros turistas dos inúmeros ônibus assistindo o desfile, até acabar e liberarem a rua. Daí, nova correria para a região de Urubamba, (78 km de Cusco) o caminho é bem bonito, para o almoço. Como estávamos atrasados com o roteiro pela parada inesperada, o guia fez uma maratona para deixar cada turista de cada agência no seu respectivo restaurante. Então, cada grupo de turista tinha 1 hora a partir do horário que foi deixado pelo ônibus até o guia voltar para busca-los. Uma pena, porque, vocês sabem da nossa rotina lanche de trilha (quando é possível) ou na maioria das vezes, encaramos as sementes de sempre e as barrinhas de cereal andando e comendo mesmo, para não perder tempo. O que a Machu Picchu Brasil nos reservou foi o Tunupa, km 77 Carretera Pisaq- Ollantaytamabo 084-963-0206, uma enorme hacienda, com longos corredores, com ambientes diversos, um mais lindo que o outro, todos com vista para o Rio Urubamba. O sistema é todo bufê. E o bufê era um escândalo: parte de sushi, uma diversidade, inclusive com o famoso ceviche, que claro, experimentamos, depois a parte de frios, com uma variedade de saladas que não dá nem para descrever, a parte quente, onde o destaque foi a carne de alpaca, bem molinha e suculenta, diferente da primeira vez que experimentamos e depois a parte de sobremesas. Viu porque eu falei que era pouco? Além do lugar ser muito bonito, um programa para passar a tarde, se deleitar com a comida vagarosamente e depois ficar admirando o Rio Urubamba, mas, fazer o que...prejuízos de excursão... Logo nosso guia estava nos chamando e seguimos para Ollantaytambo, a 97 km de Cusco. Chegamos já no comecinho da tarde, e chama a atenção, o belo cenário onde está encravada a cidade, num lindo vale e suas ruínas imensas, construídas pelo Inca Pachacútec, numa fortaleza-templo, além da horda de turistas subindo os 200 degraus até alcançar a seção superior. A parte mais impressionante é o Templo do Sol, onde podemos distinguir restos de marcações simbólicas em relevo, e aqui o guia nos mostrou um esboço num papel, do que poderia ter sido grafado e depois saqueado e destruído pelos espanhóis. A arquitetura inca de construção dos seus sistemas de irrigação ainda permanece perfeita, levando água corrente por seus canais. Na volta para Cusco, uma parada rápida em Chinchero há 28 km de Cusco. Já estava escuro, e a grande diferença que percebemos foi o frio, pois a cidade está situada a 3.800 m de altitude. Visitamos um local onde as artesãs já nos esperavam, para uma demonstração da sua produção artesanal, desde a tosquia, lavagem da lã, com cinza, o tingimento da lã com produtos típicos locais, como a cochonilha, que quando esmagada se torna de um vermelho intenso, ou folhas de coca, ou plantas nativas, de diferentes colorações, a arte da tecelagem e... claro, a venda dos produtos acabados... Neste passeio, ficou a vontade de passar devagarzinho por cada cidadezinha, descobrir cada esquina, sentar nas Plazas para ver o tempo passar junto com os locais. Senti que apesar do grande fluxo de turistas, ainda é um lugar menos explorado que Cusco. Chegamos no começo da noite em Cusco e fomos descansar no Hotel. No dia seguinte tivemos um dia livre em Cusco, últimas comprinhas, nos despedir e agradecer o pessoal da agência e rumo ao Brasil de volta, bem de manhãzinha no dia seguinte, com a Magaly vindo nos buscar no Hotel e levando até o Aeroporto.[/picturethis] Editado Setembro 21, 2012 por Visitante Citar
Membros laramagnago Postado Agosto 8, 2012 Membros Postado Agosto 8, 2012 Cadê o resto do relato? Tô curiosíssima! Citar
Colaboradores os caminhantes Postado Agosto 8, 2012 Autor Colaboradores Postado Agosto 8, 2012 Oi Lara! Já, já... Vou colocar, mas um pouquinho mais prá frente... Se vc quiser espiar, estou um pouquinho mais adiantada lá no blog: www.os-caminhantes.com Abraços! Marcia Citar
Membros laramagnago Postado Agosto 9, 2012 Membros Postado Agosto 9, 2012 Ah, li o blog! Muito bom!!! Inclusive sobre todas as outras trilhas!! Ai... me deu um medo de fazer a Salkantay! haha Estou em dúvida entre ela e a Inca! Beijos! Citar
Colaboradores os caminhantes Postado Agosto 10, 2012 Autor Colaboradores Postado Agosto 10, 2012 Oi Lara!!! Muito obrigada pela sua visita lá!! Seja sempre bem vinda!!! Olha, não sei dizer mesmo, porque só fizemos Salkantay... Mas sei que é diferente, o visual tem mais ruínas, parece que tem mais subidas, principalmente no segundo dia, existe a alternativa de cavalos e mulas para ajudar a carregar sua bagagem, já na Trilha Inca não há esta possibilidade. Em Salkantay, existe a possibilidade de transporte a partir do terceiro dia. Na trilha Inca não. No último dia, se for pela trilha Inca, parece que a saída do acampamento acontece por volta das 4:00 hs para quando o caminhante chegar em Machu Picchu chegar coincidindo com a alvorada (o que diga-se de passagem, é lindo!!!). Acho que vou ter que fazer a trilha Inca para dar mais detalhes...rsrs.... Mas só vou pensar nisso daqui a pelo menos 1 ano!!!kkkkk Beijos! Marcia Citar
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