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11/06/2012 Décimo oitavo dia:

Leon > San Martin

 

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Acordamos todos juntos por volta das 6am. A Megy ficou, fez só um trecho do Camino. Aliás, parece que os peregrinos estão sendo abduzidos, vejo cada vez menos as pessoas que venho fazendo amizade.

 

Depois de dar uma volta imensa pela cidade, conhecer a catedral, a praça san marcos e outros monumentos, uma parada para desayuno. Uma coisa eu e o Alfonso concordamos, o café ruim.

 

Hoje também vi poucos peregrinos. O Camino segue próximo a estrada e fazia muito frio, choveu um pouco, saiu sol... fez de tudo hoje. Alias, pela primeira vez me perdi, fui seguir uma flecha que passava por cima de uma cerca e sai numa autoestrada, creio que havia saída, mas atravessando ela. não quiz arriscar e voltei para o mesmo ponto.

 

Caminhei um bom tempo com o Alfonso, depois ele foi ficando para trás. Em Valladangos parei para comer e vi passando, continuei e não vi mais.

 

Eu andei mais 5km e cheguei a San Martin. Muito frio e vento. Banho, lavei roupas, escrevi o diário de ontem e claro, tomando uma garrafa de vinho, muito barato e bom por aqui. Fiz outra amizade com outro italiano, o Sposito e tambem com a Ixi e a Nerea de Madrid. Arrisquei e fiquei num quarto mais caro, 7 euros e só para 4 pessoas. Como ninguem chegou, fiquei sozinho no quarto.

 

Jantamos todos juntos a 7 e as 9 estava dormindo.

 

Gastos

Desayuno 3.20euros

Albergue 7euros

Jantar 9 euros

Vinho 2euros

 

Observações By Raffa: As flechas em Leon faz você dar varias voltas pela cidade para ver os monumentos, se você já viu no dia anterior não precisa segui-las. Em San Martin tem outros albergues mais estruturados, mas o que eu fiquei, logo no começo, o casal de donos são super simpáticos, comida boa e tem uma mercearia próxima ao bar do povoado onde voce pode comprar uns beliscos para fazer lanche.

 

Detalhe da Etapa By Manoel de Brasilia

Leon a San Martin - 25,5km

Os trechos de aclives e declives são suaves e sem muita dificuldade. A longa saída da cidade de León pela estrada N-120, e a monotonia de caminhar muito tempo em acostamentos e andaderos sem lugares sombreados são os pontos relevantes da etapa. Até a entrada de Villadangos del Páramo foram adaptados novos andaderos de peregrinos.

 

Perfil da Etapa: http://images.raffasp.multiply.multiplycontent.com/attachment/0/T-RnnAooCyAAAEqO5t41/Etapas%20caminho%20frances.pdf?key=raffasp:journal:53&nmid=580767816

 

Fotos desse dia: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10151037846939812.456330.576754811&type=3

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12/06/2012 Décimo nono dia:

San Martin > Astorga

 

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Depois de dormir no Albergue do Acácio, a noite anterior, foi a melhor. Dormi sozinho no quarto, espalhei todas as tranqueiras pelo quarto, acordei sem barulho, acendi a luz, coisas que são um luxo no Camino. Não é uma reclamação, mas curti.

 

Sai por volta das 6:30, não estava muito frio como nos dias anteriores. Pensei que o caminho hoje seria pela estrada, porém no povoado de Villares de Óbigo, o caminho se divide, voce pode escolher ir pela estrada (15km) ou por outro povoado e uma pequena serra (16km). Claro, escolhi o maior.

 

Passei por fazendas, reencontrei a Tríssia (que conheci em Roncesvalles), conheci mais 4 brasileiros, sendo que uma delas, retirou a credencial em SP no mesmo dia que eu, muita coincidência.

 

Hoje não ventou muito, não fez muito calor, ótimo para caminhar.

Faltando 6km para Astorga, conheci o David, mora num sofá coberto, construiu uma tenda que oferece sucos, salgados e outras coisas, tudo por donativos. Está ali naquele pedaço tem 3 anos.

 

O caminho de descida da serra é muito bonita, ali conheci outro brasileiro e um alemão amigo dele que falava portugues.

 

Chegando em Astorga, tambem passou por mim um grupo de bikers de Portugal e cantaram para mim garota de ipanema, dei risada, agradeci, mas falei, sacanagem, tem que cantar para mulher, todos riram.

 

Para chegar no albergue, tem que subir uma ladeira bem chatinha, mas bem no final da subida, é o albergue.

 

Fiz os afazares de todos os dias, dei uma volta na bela cidade de Astorga com a Tríssia e depois com Alfonso. Fizemos um jantar coletivo, comi chocolate, visitei um palácio de Gaudi, a igreja e vi os sinos tocarem.

 

Gastos

Albergue 5 euros

Donativo 1.50euros

Desayuno 3,20euros

Supermercado 8euros

Compras: 10euros

 

Observações by Raffa:

Em Astorga tem loja de equipamentos de trekking. Tambem é a cidade dos chocolates, coma muito. A Igreja e o Palacio de Gaudi valem visitas. O Albergue tem cozinha e próximo tem supermercados. Os sinos da plaza são diferentes, é um casal de bonecos que batem no sino.

 

San Martin > Astorga = 21,4km

Detalhes da Etapa by Manoel de Brasilia

O trecho de aclive mais significativo é de Puente de Órbigo ao Crucero Santo Toribio (10,2 km), e a entrada de Astorga. Os trechos de declives são suaves e sem muita dificuldade. Caminhos com muitas pedras na região de Vilares de Órbigo e Santibañez de Valdeiglésias que requerem paciência. A famosa Puente de Órbigo, o Crucero de San Toríbio, o Museu das peregrinações e Catedral de Astorga são os pontos relevantes da etapa.

 

Fotos desse dia: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10151037906284812.456337.576754811&type=3

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13/06/2012 vigésimo dia:

Astorga > Rabanal del Camino

 

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Para compensar a noite de ontem, hoje foi a pior. Quarto cheio e cercado de motosserras muitos altas. Nada contra, normalmente eu capoto e as vezes ronco, mas hoje dormiu um cara embaixo de mim, que era alto.

 

Levantei da cama as 6horas, arrumei a mochila, fui na cozinha esquentar meus x burguers, acostumei compra los, mais barato e gostoso que comprar jamon e pão.

 

Sai por volta das 7horas, parei na praça para ver os bonecos baterem no sino e segui adiante. Passei novamente pela catedral, o palácio de Gaudi, com sol, ficam muito mais bonitos.

 

O caminho hoje foi o mais bonito das ultimas semanas, uma serra com montanhas ao fundo, florestas, flores e céu azul. Quando o caminho fica paralelo a estrada, dava para ver um monte de peregrinos.

 

Estou andando menos, porém continua numa velocidade boa, alcancei os espanhóis que conheci dias atrás e lanchei o meu outro x burguer(eles tinha saído as 6h)

 

A maioria seguiu para Foncebadon, eu preferi ficar um povoado antes, Rabanal. Tinha uma tenda e alguns bares, para mim ótimo.

 

Fui o primeiro a chegar no Albergue, quando você é o primeiro, tem umas regalias, banheiro limpo, escolhe a cama e de quebra, a hospitaleira, muito simpática, lavou minhas roupas na maquina e sem fila.

 

Fiz um lanche, comprei comida na tenda para o jantar. Tambem deixei um recado para a Tríssia, caso ela passasse por ali. No final das contas ela não apareceu e foi a ultima vez que a vi no Camino.

 

Depois fui tomar uma cerveja na entrada do povoado, o dono conhecia o Brasil, tambem conheci a Laura, uma italiana. Tirei altas fotos com passarinhos.

 

No albergue tambem conheci o Jamil, frances que mora em quebec e tem dois pubs por lá. Estava fazendo o caminho com um violão. Tomei um vinho com ele e fui dormir.

 

Gastos

Lavar roupas 2 euros

Mercado 7euros

Albergue 5euros

 

Astorga > Rabanal = 20km

Detalhes da Etapa by Manoel de Brasilia

 

Os trechos de aclives e declives são suaves e sem dificuldade, e com destaque para o trecho de El Ganso até a entrada de Rabanal Del Camino (6,0 km). Os pontos relevantes da etapa são os monótonos andaderos ao longo de todo o trecho e o reaparecimento dos bosques nas proximidades de Rabanal del Camino. No entroncamento de Rabanal Viejo uma nova trilha leva até ao Roble Del Peregrino na entrada de Rabanal del Camino. Aos poucos novos andaderos estão tirando o peregrino da estrada sem acostamento.

 

Observações by Raffa: Foncebadon é mais alto, porém não tem tendas e sem nada para fazer. Rabanal, tem tenda e os bares e restaurantes não são tão cheios como Foncebadon. Acho que vale a pena ficar ali, dia seguinte saia mais cedo.

 

Fotos desse dia: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10151037952484812.456344.576754811&type=3

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14/06/2012 - Vigésimo primeiro dia:

Rabanal del Camino > Ponferrada

 

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Lembram do motosserra de ontem ? sim, ele dormiu novamente no mesmo quarto que eu, adivinha ? outra noite mal dormida.

 

Hoje madruguei, sai do albergue ainda estava escuro. Foi muito bom, céu estrelado e depois foi ficando azul. O caminho hoje é uma subida, mais bem que é aos poucos, você não sente muito. Quase chegando em Foncebádon, encontrei outro espanhol que madrugou mais cedo que eu.

 

Quando cheguei em Foncebadon, vi que tinha escolhido bem ter ficado em Rabanal, o local não tem muita estrutura e muita gente.

 

Cheguei na hora que o sol nascia e os peregrinos estavam saindo. Depois de Foncebadon, o caminho da uma nivelada e você passa por Manjarin, onde fica o Tomas, figura muito conhecida que se proclama o último templário e vive num albergue bem rústico. Alguns escolhem ficar ali. Na hora que eu passei estava lotado de pessoas, resolvi continuar.

 

Depois o percurso do Camino tem uma elevação, quase na sequência vem a Cruz de Ferro. Um poste com uma pequena cruz no alto, mas com muito significado, dizem que cada um tem que carregar uma pedra do tamanho dos seus pecados e ao passar na cruz, tem que deixa-la. Haviam muitas pedras e recados no local. Muitos peregrinos emocionados.

 

Depois da Cruz, é uma longa descida, alternada com poucos momentos, numa reta. Tinha planejado ficar em Molinaseca, porém revi o Alfonso, José, Ixi, Nerea, Ruben e resolvi segui los até Ponferrada. Deu 33km, mas a diversão e o jantar com amigos não tem preço.

 

Chegamos por volta das 13h, horário que os albergues municipais abrem, Os hospitaleiros aqui tambem foram muitos simpáticos.

 

Aquele procedimento de sempre, banho, lavar roupa, compras e depois comer. Ainda assisti ItaliaxCroacia no bar com Alfonso e José.

 

Jantamos em 9 pessoas, o quarto era grande, ainda bem que o motosserra que me acompanhou nos dois últimos dias não estava.

A porta do albergue só abria as 7h, poucos acordaram antes das 6h. Perfeito.

 

Gastos

Albergue Donativo: 2euros

Cervejas: 5euros

Almoço/jantar: 3euros

Compras supermercado: 6euros

 

 

Rabanal Del Camino > Ponferrada =33 Km

Detalhes da etapa By Manoel de Brasilia

 

Uma nova trilha bem sinalizada saindo do povoado de Rabanal Del Camino evita andar pelo asfalto até a entrada de Foncebadón. Após Manjarin uma nova trilha tira o peregrino da estrada até a entrada de El Acebo. Os trechos de aclives com maior dificuldade são de Rabanal Del Camino até Foncebadón e de Manjarin a Estación Militar. Os trechos de declives com maior dificuldade são de Estación Militar até entrada de El Acebo e de Riego de Ambrós até a entrada de Molinaseca. Os pontos mais relevantes da etapa são a passagem pelas ruínas dos povoados de Foncebadón e Manjarin e pela emblemática Cruz de Ferro. Em Ponferrada destaque para o Castillo dos Templários na entrada da cidade.

 

 

Fotos desse dia: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10151038093024812.456378.576754811&type=3

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15/06/2012 - Vigésimo segundo dia:

Ponferrada > Villafranca del Bierzo

 

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Uma noite quase perfeita, pena que o beliche era pequeno e toda hora batia a mão, a cabeça e acordava. Acordei as 6h, um luxo para qualquer peregrino. Sai do albergue e já tinha sol. muito bom.

 

Passei por um castelo muito bonito, uma pena não ter ido visita lo, estava um pouco cansado e uma bolha me incomodava.

 

O caminho hoje no começo foi urbano, depois de um sobe e desce sai numa trilha com visual e serra ao fundo. Lindo.

 

Fiz uma parada para lanchar em um das paradas que existem para os peregrinos. Tem mesa, agua e local coberto.

 

Como saí tarde, o sol castigou mais. Nesse trecho, parei muitas vezes para comer cerejas diretamente das cerejeiras. Em uma, eu pulei a cerca e o Alfonso, o italiano ficou com medo ou vergonha, falou para não fazer, mas ao ver que não tinha ninguem, foi e pegou mais do que eu.

 

Porcausa do sol, o finzinho do trecho foi um pouco cansativo. Eu e o italiano fomos os primeiros a chegar ao albergue. Sem filas, limpo e tranquilo.

 

O lugar é muito bonito, lembra Monteiro Lobato no interior de SP. Até tirei um cochilo escrevendo o relato, raridade.

 

Tambem vi o cara que faz o camino correndo.

 

Observações By Raffa: Em Ponferrada não façam como eu, visitem o Castelo. Em frente ao albergue tem um bar legal e o supermercado é próximo. Antes de fazer as compras, sempre veja nos albergues, na maioria sempre tem, sal, oléo e outras coisas que os peregrinos deixam.

 

Ponferrada a Villafranca Del Bierzo= 21,2 Km

Detalhe da etapa By Manoel de Brasilia

A saída de Ponferrada mais curta e indicada pelos guias antigos é por Cuatro Vientos.O trecho de aclive mais significativo é de Cacabelos até Pieros (1,6 km). Os trechos de declives são suaves e sem muita dificuldade. Os pontos relevantes da etapa são os trechos do caminho passando pela zona industrial de Cuatro Vientos saindo de Ponferrada pela Avenida del Castillo e depois pela Avenida Camino Santiago. Existe uma alternativa do caminho passando por Columbrianos e Fuente Nuevas, mas aumenta o percurso em 3 km e não possuem pontos relevantes de importância. Em Villafranca Del Bierzo destaque para igreja de Santiago na entrada do povoado e em frente do albergue municipal

 

Fotos desse dia: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10151038131264812.456385.576754811&type=1

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16/06/2012 - Décimo Terceiro dia:

Villafranca del Bierzo > El Cebreiro

 

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Hoje amanheceu chovendo. Demorei um tempo para me arrumar, aproveitei e fiz um desayuno bem lento. Só fui sair as 7h e pouco.

 

Caminhar com chuva não é legal, você transpira mais, não dá para ficar tirando fotos e para ajudar, sentia dores de uma bolha no pé esquerdo. Pensei em ficar no Albergue do Brasil em Vega de Valcarce, o trecho até lá era curto, menos de 20km.

 

Fui tranquilo e mais devagar que o costume, cheguei bem cedo no Albergue do Brasil, eram 11h da manhã e ainda chovia um pouco. Só abriria as 13h. Pouco depois os amigos italianos e espanhóis, passaram por mim e me convenceram a ir até o Cebreiro. Mais uns 14km adiante.

 

A chuva caiu sem parar até o meio dia, foi bom, porque foi a hora que começamos a subir o Cebreiro.

 

Subida de 400m com um visual lindo e cheio de lama porcausa das chuvas. Subi devagar porcausa do pé.

 

O pessoal me esperou em Laguna tomando cerveja, adoro essas paradas. Alguns km depois chegavámos ao Cebreiro. Albergue grande, 140 pessoas. Frio e muita gente andado nas ruas do povoado. Muito comércio também.

 

Gelei quando vi o motosserra que me acordou dois dias seguidos, novas caras, antigas caras, tudo junto. Fomos jantar em umas 10 pessoas, comi o famoso Pulpo (polvo) e um caldo, pratos típicos da Galícia. Muito bom.

 

Falando nisso, os galegos falam com sotaque de português e muito parecido tambem. Deitei por volta das 11h.

 

Gastos

albergue: 5euros

Lava roupa coletivo: 1 euro

Café: 2euros

Jantar: 17euros

Compras: 6euros

 

Observações By Raffa:

Em Villafranca me falaram super bem de outro Albergue, o Ave Fenix do Jesus Jato, outra pessoa muito conhecida no Camino. Caso não tenha vaga, o municipal, o hospitaleiro tambem foi muito gentil.

Muito cuidado no albergue municipal do Cebreiro. muitas pessoas juntas, me roubaram e tambem soube que pegaram dinheiro de uma inglesa e do Alfonso que estava comigo (explico no relato seguinte)

 

Villafranca Del Bierzo ao Cebreiro (27,9 Km)

 

Detalhes da etapa by Manoel de Brasília

 

Os trechos de aclives com muita dificuldade são da saída de Las Herrerias até La Faba (3,0 km) e da saída de Laguna até entrada do Cebreiro (2,5 km). Os pontos relevantes da etapa são os trechos pelo novo andadero ao lado do rio Valcarce da saída de Villafranca Del Bierzo até Portela de Valcarce, e a subida através bosques fechados de Herrerias a La Faba. Alguns dividem a etapa em duas partes com parada em Trabadelo ou Valcarce.

 

Fotos desse dia: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10151038156054812.456389.576754811&type=3

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17/06/2012 - Vigésimo quarto dia:

El Cebreiro > Samos

 

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Acordei tranquilo por volta das 6:30. Arrumei minhas coisas bem devagar. Depois de tudo pronto, como fazia todos os dias pela manhã, fui separar umas moedas para tomar café no próximo comércio aberto. Ao abrir minha carteira, não tinha uma cédula, ME ROUBARAM 270 EUROS. Não acreditei.

 

Todos os dias durante o Camino, domia com a parte superior da minha mochila junto ao corpo, tá certo que com os passar dos dias, voce relaxa um pouco, mas mesmo assim, a parte superior da mochila, estava do meu lado na cama. O ladrão teve a capacidade de abrir a mochila e depois a carteira, só me roubou o dinheiro, a camera, o ipod e outras coisas de valor ficaram. Do mesmo modo que ele abriu, ele fechou. Para mim, foi alguem que só queria andar com o dinheiro e nada que fosse de outro peregrino e que eu nao percebesse ali.

 

Quando sai o pessoal estava la fora e sem eles souberem que tinham me assaltado, o Alfonso disse que tinham levado 50 euros dele.Depois falei quanto tinham me levado, todos ficaram abismados.

 

Para mim, o Camino estava terminando, não sabia quanto ainda tinha no Cartão. Fui caminhando sem nenhum euro, até o próximo povoado, Triacastela.

 

A paisagem era linda, não tive vontade nenhuma de tirar fotos e muito menos conversar com o pessoal. Depois me despedi deles e comecei a caminhar bem rápido e preocupado.

 

Fui o primeiro a chegar em Triacastela, as 11:30, avistei a Ixi e a Nerea que a dois dias atrás tinham nos abandonado para seguir de bus. Deixei minha mochila com elas no albergue e fui rapidamente ao Caixa Eletronico. Não era um bom dia, o caixa não estava aceitando nenhum cartão ou era eu que não tinha mais dinheiro ??

 

Voltei ao Albergue e consultei o próximo povoado com caixa eletrônico. Era Samos e por coincidência, havia um Monastério que eu podia ficar sem pagar. O Jose ainda me pagou uma tortilla. Me despedi e segui pela estrada. Em Triacastela o caminho se divide em dois, para Samos é mais comprido e na frente o caminho volta, é como se fosse um desvio.

 

Para Samos, o caminho começa a beira da Estrada e depois você entra no meio da serra, passa por minusculos povoados, sem agua, sem comércio e sem ninguem nas ruas. Estava muito preocupado e puto, não senti nem sede e nem cansaço. Andei 34km somente com uma tortilla e um café no estomago.

 

Quando você chega em Samos, tem uma vista sensacional do Monastério. Mesmo sem ter esse problema com o dinheiro, recomendo vir por esse Caminho.. mas preparado.

 

Conheci o Agostinho, um padre peregrino. Me falou aonde era a entrada do Albergue, enquanto isso fui ao caixa e consegui sacar dinheiro. Uma alegria imensa tomou conta de mim, agora terminaria o camino :)

 

Ai tomei duas cocas, comi e fui contente para a porta do Albergue.

O hospitaleiro bem simpático conhecia pessoas da Associação de SP. O albergue não tinha cozinha, mas fiz outro sanduíche e fui visitar o Monastério por dentro. Conheci tambem 3 brasileiros.

 

Caiu uma tempestade, chuva bem forte, ainda bem que não estava caminhando.

 

Dormi tranquilo.

 

Gastos:

0,50 internet

Comida e refri: 6euros

 

Observações By Raffa: Mesmo tomando cuidado com minhas coisas de valor, conseguiram me furtar. Depois comecei a dormir com a parte de cima da mochila dentro do saco de dormir.

Se for fazer o trajeto até Samos, leve comida e agua. não tem comércio. O Monastério é lindo. vale uma visita

 

Cebreiro > Samos (34 Km)

 

Detalhes da Etapa by Manoel de Brasilia

Os trechos de aclive com maior dificuldade são de Liñares ao Alto de San Roque, e de Hospital da Condesa até o Alto do Poio (2,2 km). Os trechos de declives com maior dificuldade são os da chegada aos povoados de Biduedo e Filloval. Os pontos relevantes da etapa são o caminhar através belas paisagens nas regiões de Fonfria, Biduedo e Filloval, e algumas áreas de bosques em As Pasantes nas proximidades de Triacastela.

 

Fotos desse dia: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10151038211084812.456395.576754811&type=3

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18/06/2012 - Vigésimo quinto dia:

Samos > Barbadelo

 

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Sai de Samos por volta das 6;40 da manhá. Samos é um trajeto alternativo, então andei uns 14km até Calbor.

 

O Caminho é um só, quase deserto, anda por bosques, povoados desertos e muito verde. Hoje a garoa só foi parar as 10am.

 

Há duas bifurcações, a primeira voce segue pela trilha, não pela carretera, anda mais, porém o caminho é solo e tranquilo. A outra é pela carretera (estrada).

 

A outra bifurcação é no povoado de Gorolfe, eu peguei a esquerda. Também não há nada além de pequenos povoados, campos, bosques e nenhum comércio. A chuva fina fez eu guardar a camera, aproveitei e caminhei rápido, havia pouca sinalização.

 

Quando cheguei em Calbor, fui ter a noção de quanto andei e avistei vários peregrinos que nesse dia tinham saído de Triacastela. Revi o Fernando, sevilhando que caminha com a bandeira do bétis na cintura. Inclusive parei com ele em Sárria e fizemos um lanche.

 

Depois de uns 40 minutos, chegamos em Barbadelo. Fizemos um jantar bem exótico. Não tinha nada no albergue, que era super novo. Fomos no povoado atrás de panela grande, talheres e outras coisas. Algumas coisas conseguimos, outras não.

 

Nosso prato, foi uma grande tampa de lixo (era nova), claro, depois de lavar bem. Comemos todos juntos no mesmo pratão. Muitas risadas e fotos.

 

O quarto era pequeno e confortável. Dormimos bem.

 

Gastos

Albergue 5 euros

Café: 5 euros

Lavar roupa: 2euros

 

Observações by Raffa: Os albergues da Xunta de Galicia são todos novos, limpos e bonitos, porem todas as cozinhas não tem nada.

 

Samos > Barbadelos = +ou- 20km

 

Detalhes da etapa By Manoel de Brasilia

O trecho de aclive mais significativo é de Triacastela até Alto do Rio Cabo (5,2km). Os trechos de declives são suaves e sem muita dificuldade. Os pontos relevantes da etapa são os bosques fechados, as trilhas e caminhos com muita vegetação e muitas áreas de sombras. É um dos mais belos trechos do caminho de Santiago. É aconselhável levar lanche, pois a etapa passa por muitas localidades pequenas e sem apoio de bares e similares.

Os trechos de aclives de maior dificuldade são na saída de Sárria e a subida até a velha cadeia.

 

Fotos desse dia: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10151038248309812.456403.576754811&type=3

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19/06/2012 - Vigésimo sexto dia:

Barbadelo > Gonzar

 

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O Albergue em Barbadelo é pequeno e bonito, é bom para descansar. Acordei depois das 6, Saí as 7:20. No dia anterior conheci a Belen e a Mar (sobrinha e a Tia), a turma de espanhóis estava cada vez maior.

 

Elas mandaram as mochilas por carro, 3 euros, e conseguiram me acompanhar. A partir de Sárria, muitos peregrinos e excursões surgem do nada. muita gente.

 

Paramos para comer no primeiro povoado com comércio. Chegando em Portomarin, uma bela cidade, várias fotos, fizemos compras no supermercado, já que no povoado que íriamos ficar não tinha nada.

 

O Camino também é muito bonito, bastante verde, rio e tranquilidade. No finalzinho o sol castigou um pouco. Também não tem grandes subidas.

 

O Albergue de Gonzar é pequeno e o povoado bem pequeno, praticamente é uma casa rural. Até apertamos o passo preocupados com as vagas, mas muita gente não fica ali.

 

Jantamos fora e depois ficamos tomando ao lado do albergue, conheci mais espanhóis.

 

Santiago está cada vez mais próximo, queria que nunca acabasse. é um sonho tudo isso !

 

Gastos

Albergue 5euros

Compras 7euros

Café 3.50euros

Menu+cerveza: 12.50Euros

 

Barbadelo > Gonzar = 26km

 

Detalhes da Etapa By Manoel de Brasilia

Os trechos de aclives de maior dificuldade são na saída de Sárria e a subida até a velha cadeia. Os aclives seguem por áreas de bosques até Ferreiros. Após Ferreiros poucos aclives e muitos caminhos asfaltados por pequenas localidades. Os declives são muito poucos, e somente a descida final ao Embalse Belezar requerem um pouco de cuidado com os joelhos. Os pontos relevantes da etapa são as trilhas e bosques na saída de Sárria e a entrada de Portomarin pela ponte do Embalse Belezar.

 

Fotos desse dia: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10151038270014812.456410.576754811&type=3

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20/06/2012 Vigésimo Sétimo dia:

Gonzar > Casanova

 

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Os albergues da Xunta de Galícia são todos muitos parecidos, novos, bonitos e limpos. Mas a cozinha, nota zero, tem tudo, mas falta pratos, copos, talheres, panelas...

 

Sai bem cedo hoje, eram 6:40, o tempo estava fechado, mas não estava frio. A maior parte do trecho era próximo a Estrada. Mesmo assim, muito bonito, vários bosques, pequenos povoados e vales.

 

Parei por volta das 11h para comer em Palas de Rei. Encontrei o Fernando, aproveitei tambem para fazer compras no supermercado, já que no povoado que escolhi, não tinha nada.

 

Cheguei em Casanova as 13h. Hora exata que o albergue abriu. Este albergue é praticamente uma casa rural, quase ninguem fica, a maioria segue para Mélide. Unico comércio próximo e um restaurante a 1.5km. FOmos lá tomar um café.

 

Fizemos um grande lanche coletivo antes de dormir. Hoje não teve sol, a maioria ficou entocado no albergue

 

Gastos

Albergue 5euros

Desayuno 5 euros

Lava roupas 2 euros

Compras 8euros

Bar 5euros

 

Observações by Raffa: De Sárria em diante, o clima entre os peregrinos já não é mais o mesmo, a maioria está ali por turismo e para ter um exemplo, a Belen carregava calça jeans, secador e outras coisas desnecessárias.Mesmo assim voce sempre encontra com alguem que voce viu no começo. As vezes voce nem sabe o nome, mas já se cumprimentam.

 

Gonzar > Casanova = 24km

Detalhes da etapa by Manoel de Brasilia

 

O trecho de aclive de maior dificuldade é de Portomarin até Ventas de Naron (10,8 km). Os trechos de declives não apresentam muitas dificuldades. O ponto relevante da etapa é a grande proximidade entre si de pequenos povoados a partir de Gonzar (sete povoados ao longo de 15 km).

 

Fotos desse dia: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10151038289444812.456414.576754811&type=3

Editado por Visitante

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