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  • Membros de Honra
Postado (editado)

No final de semana dos dias 30 de junho e 01 de julho eu, o Augusto e mais 4 amigos: Marcelo, Rodrigo, Rosana e Renan fizemos uma travessia de Pindamonhangaba até Campos do Jordão em São Paulo subindo a Serra da Mantiqueira e retornamos para Pinda por outra rota, ou seja, na verdade fizemos um circuito e não exatamente uma travessia.

O caminho foi previamente analisado por todos, mas principalmente muito bem estudado pelo Augusto, incluindo uma ida de moto até Pindamonhangaba na semana que antecedeu nossa caminhada para esclarecer algumas dúvidas e informações contraditórias que ele obteve através de relatos e em um grupo de discussão de trilheiros na internet.

A princípio nosso plano consistia em subir pela Trilha do Morro da Pinga, basicamente seguindo os caminhos percorridos pelo Divanei NESTE relato, porém devido a uma torção ocorrida alguns dias antes em um dos tornozelos do Augusto, um dos joelhos de outro integrante não estar 100% somado a uma possibilidade em termos que efetuar dois pernoites na mata devido a dificuldade de varar muito mato no primeiro trecho optamos por começar por outra trilha, bem batida, menos acidentada e com bastante pontos de água: A Trilha das Borboletas.

 

30 de junho de 2012 - Sábado

Com todas as informações necessárias em mãos nos encontramos na ensolarada manhã do dia 30/06 (sábado) no Terminal Tietê em São Paulo de onde partimos as 7:45h em um ônibus da Viação Pássaro Marrom que segue direto para Pindamonhangaba.

Após 2 horas de viagem chegamos na rodoviária de Pinda de onde seguimos pela Avenida Nossa Senhora do Bom Sucesso ao longo de 1 Km e passando ao lado do Viaduto Central viramos à direita na Rua Barão Homem de Mello que passa por baixo do viaduto, seguimos mais alguns metros até um ponto de ônibus situado em frente a antiga Estação Pindamonhangaba da Estrada de Ferro Central do Brasil (E.F.C.B) e alí pegamos o ônibus que faz a linha: Ribeirão Grande que partiu exatamente as 11:00h.

O ônibus segue por algumas ruas centrais e logo atravessa o grande Rio Paraíba deixando a zona urbana e adentrando a rural onde ao longo do percurso vão se alternando plantações variadas com pastagens e vez por outra passando por pequenos aglomerados de casas.

Por volta das 11:40h saltamos no nosso ponto que tem como referência o Bar do Edmundo no Bairro Ribeirão Grande. Eu e o Marcelo aproveitamos para tomar uma gelada, pois o momento e o belo dia pediam.

[mostrar-esconder]Rodoviária de Pindamonhangaba

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Avenida Nossa Senhora do Bom Sucesso

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Chegando ao Bar do Edmundo

02-Pindamonhangaba.JPG?et=2vw4JEWLIlUT2vWokXE9lg&nmid=589626324[/mostrar-esconder]Confirmamos algumas informações com alguns presentes no bar incluindo o próprio Edmundo e começamos nossa caminhada cruzando por uma passarela o grande ribeirão que dá nome ao bairro e seguimos 4 Km por uma estrada de chão firme ladeando pela esquerda um córrego e um grande morro, respectivamente o Córrego do Cachoeirão e o Morro dos Macacos sempre vislumbrando a nossa frente a grande extensão de serra que iríamos subir e o Pico do Itapeva, nosso objetivo para a manhã seguinte.

Ao longo deste trecho passamos por uma pequena capela do lado direito, uma placa do lado esquerdo anunciando entrada na área da APA da Serra da Mantiqueira e logo chegamos na Fazenda das Borboletas também do lado esquerdo da estrada onde começa a trilha.

O acesso pela fazenda ainda é permitido pelo proprietário, pois a trilha é uma “Servidão” - antigo caminho utilizado pelos moradores da região para subirem e descerem a serra que já existia com a demarcação dos limites da fazenda e ainda hoje é importante para atender a comunidade.

Cumprimentamos um garoto que passou por nós a cavalo e seguimos já atravessando o caudaloso Córrego da Borboleta. Eram 12:30h e o Sol em seu ápice nos castigaria durante as primeiras horas de subida; segundo informações que tínhamos deveríamos seguir passando por uma cerca de arame farpado e tocar em frente, só que ao passarmos por baixo dos arames caímos em outra trilha que segue paralela a cerca para o lado direito (subindo), para o lado esquerdo (descendo), mas também bifurca subindo um pequeno morro a nossa frente. Decidimos então seguirmos morro acima esperando que essa trilha fosse guinando para a direita que era a orientação que deveríamos seguir, porém ao chegarmos ao topo do morrote a trilha acaba entre a vegetação alta e percebemos que havíamos pego um trilho feito pelo gado.

Tínhamos duas opções: descer de volta até a bifurcação ou seguirmos cortando para a direita até encontrarmos uma trilha que viesse ladeando o morro. Decidimos ir varando a vegetação para tentar alcançar a trilha que viria pela direita e logo vimos que a encosta do morro ali era bem íngreme, mas também avistamos a trilha correta que deveríamos ter pego bem marcada no fundo do vale chegando até um charco.

Descemos com cuidado a encosta que além de íngreme tem muito espinho e ao atravessarmos o charco seguimos definitivamente na Trilha das Borboletas que para a Nooooooossa Alegria! sobe sombreada pelas árvores e pela vegetação alta.

[mostrar-esconder]Morro dos Macacos adiante

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APA da Serra da Mantiqueira

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Córrego da Borboleta

13-Renan.JPG?et=it1KT9iHuuYzx6VmS2zffg&nmid=589626324[/mostrar-esconder]Do lado direito ouvíamos um forte e delicioso som de água corrente oculta pelo mato, mas logo um pequeno acesso apareceu e paramos para nos refrescar e abastecer nossas garrafas; resolvemos nos abastecer aqui já incluindo água para o jantar, pois não sabíamos se iríamos encontrar outros pontos acima.

Um pouco mais pesados tocamos trilha acima que segue bem aberta, limpa, alternando trechos de aclives leves com trechos planos. Alguns pontos já sofrem com a erosão provocada pelas motos que por aqui passam desprendendo pedras e terra fazendo surgir com as chuvas grandes canaletas no meio da trilha.

Acabamos passando por mais dois ou três pontos de água corrente que cruzam a trilha, mas como estávamos com as garrafas cheias apenas paramos para darmos uns goles na água fresca.

A tarde corria pelas 16:00h quando chegamos ao término da Trilha das Borboletas que finaliza numa estradinha no alto de um selado entre o Morro da Pinga e os contrafortes da serra; esta estradinha também mencionada pelo Divanei em seu relato nos faz pensar que deva vir do Bairro de Piracuama ou da Fazenda da Pinga situada aos pés do morro de mesmo nome.

Após alguns minutos de descanso tocamos pela estradinha acima a procura de alguma trilha que surgisse dela para alcançarmos uma crista em um “braço” da serra adiante.

Seguimos em passadas fortes, pois a estradinha parece forrada por um tapete de capim baixo, também porque ainda tínhamos muito que caminhar naquele dia e já era bem tarde.

Passamos uma nascente que corta a estrada e logo a estrada acabou, adentramos uma grande área de plantio onde alguns meses antes houve uma colheita de milho, mas por hora a terra descansava para nova semeadura.

Como eu e Rosana chegamos antes dos demais nos adiantamos vasculhando os limites da mata no entorno a procura de alguma trilha, mas apenas encontrei vestígios de uma picada que apontava no rumo que precisávamos seguir. Paramos alguns minutos para lermos alguns relatos para ver se encontrávamos alguma pista da trilha e nenhum deles mencionava este grande roçado, sinal que devíamos ter passado pela trilha em algum ponto.

Voltamos mais atentos pela estrada e finalmente encontramos a trilha. E aqui é o ponto que considero mais crítico nesta caminhada, pois é fácil passar por essa trilha de ligação sem perceber sua entrada, visto que ela está praticamente coberta pelo capim alto.

Como referência: Fica a uns 300 metros após o encontro da Trilha das Borboletas com a estrada, logo após ela fazer uma leve curva para esquerda em subida ficar atento ao lado esquerdo para uma grande árvore que se destaca na vegetação.

Essa trilha faz a ligação entre a Trilha das Borboletas e a Trilha do Oliveira que percorre por toda a cumeeira do braço de serra que precisávamos seguir. A trilha tem alguns trechos mais íngremes e acidentados que a das borboletas além do mato já estar obstruindo bons pedaços, mas nada que seja grande empecilho, ela também não passa por nenhum ponto de água.

[mostrar-esconder]Parada para descanço

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Curtindo o visual - Pico do Gomeral no alto da serra

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Bora caminhar porque tem muita trilha pra subir

18-Renan.JPG?et=yl9hmVb0h9nMY1E4aMC3Kg&nmid=589626324[/mostrar-esconder]Ás 17:00h alcançamos a Trilha do Oliveira, trilha larga e bem batida que sobe do Bairro do Oliveira margeando o Ribeirão do Oliveira e que começa vejam vocês: Na Fazenda do Oliveira.

A trilha segue pela crista do braço de serra tornando-se mais inclinada a medida em que subimos e quanto mais íngreme mais erodidos ficam alguns trechos, aqui também muito detonados pelos caras que praticam Motocross dentro de uma Área de Preservação Ambiental difícil de se legitimar.

Logo o Sol se pôs e não pudemos vislumbrá-lo, pois mesmo percorrendo sobre a crista ela é envolta pela mata densa. Após duas horas em que havíamos pego a Trilha do Oliveira ainda não tínhamos encontrado um local que fosse plano e amplo o bastante para comportar cinco barracas.

A exaustão física já tomava conta de todos, mas não abalava a animação e o entusiasmo do grupo, fizemos várias paradas de descanso e cada um seguia num ritmo que lhe era confortável. Enfim por volta das 19:30h alcançamos o topo deste braço de serra onde uma pequena área forrada por capim rasteiro nos permitiu armarmos nossas barracas numa bela noite de lua cheia, com temperatura agradável e sem previsão de chuva.

Dalí deste ponto quase no cume da serra podíamos ver o perfil negro de sua silhueta acima e as luzes amarelas de algumas fazendas que pontilham aqui e ali nos sopés da majestosa encosta da Mantiqueira. Ao longe a vista alcançava quatro ou cinco cidades no vale do Paraíba contrastando suas difusas luzes com o branco cintilar das estrelas.

Barracas montados tratamos de preparar nossos jantares e depois de um breve bate-papo todos se recolheram para dormir, combinamos de acordar pouco antes das 6:00h para ver o nascer do Sol e já nos prepararmos para retomar a caminhada.

[mostrar-esconder]Final da tarde

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Guaratinguetá ao longe

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Na Trilha do Oliveira

19-Renan.JPG?et=8D5UcH%2CshsxTYkjiR8SyYw&nmid=589626324[/mostrar-esconder]01 de julho de 2012 - Domingo

Todos acordaram no horário combinado, mas confesso que a preguiça foi mais forte que eu e não sai da barraca, preferindo dormir mais uma hora naquela manhã extremamente fria, mas não chegamos a ter temperaturas negativas durante a noite.

Todo alvorecer é belo e semelhante, nunca igual a outro e nesta manhã, visto do ponto em que nos encontrávamos o Sol despontou bem atrás da Pedra Grande do Gomeral, outro belo pico da Serra da Mantiqueira já nos limites de Guaratinguetá.

As 7:00h tomamos nosso café, em seguida desmontamos acampamento e começamos a caminhada por volta de 8:40h com vista nítida para as muitas torres que sustentam antenas de telefonia, emissoras de Rádio e TV situadas junto ao Pico do Itapeva. Daqui a trilha segue muito fácil alternando trechos planos, com leves subidas e descidas até alcançarmos uma tronqueira do lado direito, ponto em que a Trilha do Oliveira encontra a Trilha da Onça que liga o Pico do Itapeva ao Pico do Diamante.

[mostrar-esconder]Aurora

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Sol nascendo por detrás do Pico do Gomeral

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Galera curtindo o alvorecer

20-Renan.JPG?et=AkRbGrpOn56g2%2CHf8abCTA&nmid=589626324[/mostrar-esconder]À nossa esquerda diante da tronqueira um grande morro forrado por capim rasteiro por onde a Trilha da Onça sobe destacada até seu cume.

Atravessamos a tronqueira e passamos a caminhar por uma estrada bem definida em um amplo e raso vale pontilhado por araucárias, também por um curral e algumas construções típicas de uma fazenda do lado esquerdo, logo fomos interceptados por dois grandes cachorros que não vieram nos atacar, apenas latiam ameaçadoramente para nos intimidar e fomos seguindo devagar; o dono dos cachorros os chamou e ao passarmos por ele paramos para cumprimentá-lo e para um breve bate-papo.

A partir dali já caminhávamos sobre asfalto que cobre o acesso a fazenda e poucos metros nos separavam da estrada que vem da cidade de Campos do Jordão subindo até o Pico do Itapeva.

Mais uma breve parada em um riacho que corre pelo nosso lado esquerdo, riacho que ao se juntar a outros mais abaixo irão dar corpo ao Rio Piracuama no vale das araucárias que havíamos passado a pouco.

Após aproximadamente 40 minutos desde que deixamos nosso local de acampamento chegamos na estrada asfaltada que sobe de Campos do Jordão até o Pico do Itapeva. Saímos bem em frente ao lago (Represa Itapeva) local turístico muito visitado já que aqui chegam os carros e os ônibus, e naquela manhã não estava diferente.

Seguimos estrada acima passando pelo primeiro conjunto de torres e em seguida paramos para admirar a grandiosidade da paisagem que nossos olhos alcançavam, descendo completamente pela encosta da Mantiqueira cruzando toda a extensão do Vale do Paraíba até alcançar a Serra da Bocaina do outro lado. Podíamos também visualizar boa parte do caminho que tínhamos feito no dia anterior.

Mais alguns metros e paramos na feirinha de malhas e artesanatos que tem no Pico do Itapeva para tomarmos um rápido café; não subimos até o mirante construído no pico, seguimos em frente, pois aqui começava nosso retorno, tínhamos muito que caminhar e não queríamos terminar muito tarde.

[mostrar-esconder]Trilha da Onça subindo o morro de frente a tronqueira

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Trilha da Onça rumo ao Pico do Itapeva

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Feirinha de malhas e artesanatos no Pico do Itapeva

25-Renan.JPG?et=xxCYoD%2BzNQV2e1qr0DEYtA&nmid=589626324[/mostrar-esconder]Seguimos adiante e após a feirinha a estrada passa ser de terra com cascalhos seguindo sinuosa pelo alto da serra, mas se afastando da sua borda para o vale, depois de aproximadamente 40 minutos a estrada faz uma forte curva à esquerda e tomamos uma trilha bem larga que se destaca do lado direito e adentra por uma floresta de Pinus. Esta é a chamada Trilha dos Hare Krishnas.

Passamos por uma porteira e a trilha segue suave ainda sobre o alto da serra até encontramos 30 minutos depois uma bifurcação na qual nos despedimos do Augusto, eram aproximadamente 11:20h.

O Augusto tomou a trilha da esquerda sentido Horto Florestal, pois como não iria trabalhar na segunda por estar de férias pretendia acampar mais uma noite no alto da serra junto a Represa Santa Isabel.

Os demais seguimos pela Hare Krishna que a partir daqui começa gradativamente descer a serra e logo que a plantação de Pinus termina a descida se torna mais íngreme, alguns trechos com grandes canaletas provocadas pelas motos que aqui passavam até pouco tempo e outros com a vegetação crescida e árvores caídas já obstruindo a passagem.

Como na maioria dos relevos com inclinação acima dos 45º a trilha segue durante a primeira hora serpenteando a encosta passando por alguns trechos de bambuzal e após aproximadamente mais 40 minutos paramos em um córrego que cruza a trilha.

Seguimos por mais alguns minutos e alcançamos uma cerca nova que vai margeando a trilha pela direita sempre nas curvas que ela faz em seu sinuoso traçado até alcançarmos uma crista de braço de serra por onde seguimos propiciando vez por outra vista para o vale e da encosta que ia aumentando atrás de nós e a Pedra Grande do Gomeral se destacando do nosso lado esquerdo. Logo avistamos do lado direito uma grande cascata que desce por outro braço de serra e próximo a ela o telhado de uma pequena casa, sinal que nos aproximávamos do final da nossa trilha.

Chegamos em uma placa informando: “Fazenda Cristalina – Propriedade particular, proibido a entrada”, já sabíamos desta notificação e que passar por ali seria arrumar encrenca, deveríamos encontrar uma trilha saindo à direita desta placa seguindo para a fazenda dos Hare Krishnas.

Eu e Marcelo vasculhamos a mata e não encontramos sinal de outra trilha, então descemos a encosta agora já em área de pastagem sentido a sede da Fazenda Cristalina e nos preparando para enfrentar problemas, ao terminarmos um primeiro lance da descida vimos alguns caminhos feitos pelo gado seguindo na direção da fazenda Hare Krishna e resolvemos seguir. O caminho me parecia muito promissor, pois nos levou até a cerca que limita a Fazenda Cristalina e descia paralelo nos levando para o fundo de um pequeno vale, mas logo a trilha se desfez em meio a mata fechada e numa pirambeira antes de chegar ao fundo do vale.

Já era por volta das 14:20h, avaliamos as condições do local, da situação e resolvemos voltar passando próximos a sede da fazenda mesmo, retornamos até o ponto que pegamos o caminho feito pelo gado e cruzamos uma tronqueira onde a partir daqui seguimos por um capim que chegava na altura das coxas e cobria qualquer vestígio de trilha.

[mostrar-esconder]Estrada após o Pico do Itapeva

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Trilha dos Hare Krishnas na floresta de Pinus

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Parada no córrego que cruza a Trilha dos Hare Krishnas

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Pico do Gomeral no alto da serra

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Placa da Fazenda Cristalina

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Descendo primeiro lance de encosta na Fazenda Cristalina

33-Renan.JPG?et=0W54ZFTzfsESdje2089XYw&nmid=589626324[/mostrar-esconder]Do nosso lado esquerdo não muito distante, víamos uma estrada que segue até a sede da fazenda e do nosso lado direito enormes touceiras de bambu formando o que parecia uma grande muralha.

Alcançamos a estrada e logo estávamos nos deliciando em um generoso córrego ao seu lado, poucos minutos depois ouvimos latidos de cães e com eles chegou o caseiro da fazenda muito bravo nos botando pra correr. O Marcelo foi o primeiro a ir se desculpar com ele e explicar porque estávamos ali, mas o senhor não queria saber de papo, só pedia que nos retirássemos imediatamente. Tratamos de colocar nossas mochilas e ele nos escoltou com os três enormes cães até duas cercas de arame farpado que deveríamos passar para chegar na fazenda vizinha dos Hare Krishnas.

Depois desse momento um pouco tenso foi só alegria e tranqüilidade. A Fazenda Nova Gokula é a maior comunidade Hare Krishna da América Latina, local sagrado para a cultura védica, centro de estudos, meditação, terapias, massagem e alimentação baseadas na Medicina Ayurvédica. Além disso é local de moradia para muitos adeptos e como toda fazenda possui criação de animais, cultivo de vegetais e produtos orgânicos (entre eles o leite, o mel e compotas de frutas).

O nome Nova Gokula significa em sânscrito, “lugar onde as vacas são protegidas”, mas não somente elas, pois nenhum dos animais criados são abatidos, afinal a cultura védica é vegetariana e a maioria dos animais representam alguns dos seus muitos deuses.

Chegamos na fazenda as 15:00h passando primeiro por um viveiro de soltura de pássaros e animais silvestres regulamentado pelo IBAMA que desde 2008 envia animais apreendidos para a fazenda. O viveiro surgiu numa área de 300 metros quadrados que havia sido destinada para proteção dos pavões que vivem na comunidade, como não se adaptaram ao cativeiro mais de 40 pavões foram soltos novamente.

Os animais apreendidos e levados à fazenda pelos técnicos do IBAMA ficam confinados no viveiro para se recuperarem por 10 a 15 dias, depois, vão saindo do viveiro lentamente. Esta é chamada soltura branda, que possibilita a readaptação gradual dos animais em seu habitat natural.

Paramos num quiosque vendendo Caldo de Cana com Capim Santo e depois experimentamos numa lanchonete uma famosa coxinha recheada com jaca, realmente muito saborosos.

Conhecemos alguns membros da comunidade, visitamos o belo templo onde Krishna, principal deus para os védicos é venerado diariamente, vimos também um pequeno templo onde crianças da comunidade pintavam lindas telas com imagens dos seus deuses ou animais.

Alguns visitantes meditavam silenciosamente no grande templo, enquanto outros do lado de fora apenas relaxavam ouvindo o canto dos passarinhos sob os já fugidos raios de Sol que se despediam sobre a Mantiqueira naquela tarde gostosa.

Se não precisássemos partir pernoitaríamos muito satisfeitos no camping que há na fazenda, há também uma pousada com preços muito bons.

[mostrar-esconder]Pequena Venda de produtos Ayurvedas e lanchonete

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Grande templo Hare Krishna

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Grande templo Hare Krishna

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Grande templo Hare Krishna

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Grande templo Hare Krishna

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Pequeno templo Hare Krishna

47-Pindamonhangaba.JPG?et=p9rvq%2Bf1wSkK%2BrIsQOLG8w&nmid=589626324[/mostrar-esconder]Mochilas aos ombros deixamos a Nova Gokula as 16:10h e seguimos pela estrada ao longo de 2 Km até o ponto de ônibus; ponto final da mesma linha que havíamos pego no dia anterior - Ribeirão Grande.

O Sol se pôs por detrás da imponente Serra da Mantiqueira e contrapondo-se surgiu resplandecente a Lua Cheia dominando a noite. Ainda fizemos amizade com Raul, um morador vizinho ao ponto de ônibus, adepto da cultura védica e que nos contou muitas histórias inclusive nos mostrou que o formato do alto da serra que se estende do Pico do Itapeva ao Pico do Gomeral bem acima do templo se assemelha ao arco de batalha do deus Rama sendo os picos as pontas do arco voltadas para o céu.

O ônibus chegou as 18:10h, ajudamos Raul embarcar suas caixas de batatas,nhames, bananas, e verduras que ele cultiva em seu pequeno sítio e vende na cidade.

Chegamos no centro de Pinda por volta das 19:00h e seguimos para a rodoviária chegando lá as 19:20h onde partimos no ônibus das 19:45h para São Paulo.

Chegamos no Terminal Tietê as 22:00h e assim finalizamos mais uma bela viagem pelos exuberantes caminhos da Mantiqueira (Montanha que chora) que nos propiciou fortalecer não só nosso equilíbrio físico, mental e emocional mas também conhecer um pouco mais uma cultura indiana que assim como nós respeitam e veneram a natureza.

[mostrar-esconder]Portal da Fazenda Nova Gokula

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Sol já se escondendo por detrás da Mantiqueira

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Terminando a caminhada

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Ponto de ônibus

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Ponto de ônibus

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Pico do Itapeva

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Lua

57-Pindamonhangaba.JPG?et=S5EHqrKhzTHyeBfli0FwiQ&nmid=589626324[/mostrar-esconder]Hare Krishna, Hare Krishna

Krishna Krishna, Hare Hare

Hare Rama, Hare Rama

Rama Rama, Hare Hare...

Editado por Visitante
  • Membros de Honra
Postado

Considerações sobre a travessia

 

Esta é uma travessia relativamente fácil, muito tranqüila e de trilhas bem marcadas; os únicos fatores complicadores são achar a trilha de ligação entre a Trilha das Borboletas e do Oliveira e locais para acampamento limitados até o alto da serra caso se esteja em grupo, (por pouco não tivemos que bivacar na trilha), isto atrapalha um pouco planejar a logística e o tempo.

Conversando com membros da comunidade Hare Krishna descobri que a Trilha dos Hare Krishnas subia rente aquele bambuzal parecendo uma muralha natural. O que acontece é que o proprietário da Fazenda Cristalina disputa a alguns anos com a Nova Gokula os limites dos terrenos naquela área e estendeu uma nova cerca 200 metros dentro das terras que a Nova Gokula alega pertencer à eles, o litígio corre em justiça.

 

Horários da linha de ônibus Ribeirão Grande em Pinda

http://www.agoravale.com.br/onibus/onibus_m.asp?cidade=1

 

Site da Fazenda Nova Gokula

http://www.novagokula.com.br/

 

Cartas topográficas utilizadas

Pindamonhangaba / Tremenbé / Delfim Moreira

 

+ Fotos dessa viagem

http://docemundodeilusoes.multiply.com/photos/album/185#

  • Membros de Honra
  • 2 semanas depois...
  • Membros de Honra
Postado

Fala Sandro.

Como sempre muito bom seu relato com boas informações.

Só tenho a lamentar o fechamento dessa trilha da Hare Krishna. A única opçao p/ subir a serra agora é a da Trilha das Borboletas.

 

O meu relato demorou um pouco, mas terminei junto com edição das fotos.

 

Em vez de eu descer a serra pela Trilha da Hare Krishna com vcs, eu continuei a caminhada pela crista até a Fazenda Lavrinhas (próximo do Horto Florestal) e de lá desci a serra pela antiga UH Izabel p/ fechar o circuito.

O relato é esse aqui:

Travessia Pinda-Campos do Jordão pelo circuito do Pico do Itapeva

 

 

Abcs

  • Membros de Honra
Postado

Seu relato também ficou ótimo como sempre Augusto, tendo alguns detalhes que não tem no meu porque não lembrei ou passou despercebido. O bom é que se complementam dando uma idéia mais ampla e clara do roteiro.

E como pegamos rotas diferentes na descida também oferecem mais opções pra quem desejar trilhar por lá.

A Trilha dos Hare Krishnas apesar de oficialmente proibida, ainda dá pra fazer na ousadia, nos dois sentidos. Os hare krishnas não implicam, quem não pode ver é o caseiro e os cães da Cristalina, pois aí o bicho pega, a dica é seguir o traçado que postei por trás do bambuzal, passar rápido, com muita atenção e sem fazer barulho.

Abraços. ::otemo::

  • Membros de Honra
Postado

Se der p/ se fazer na surdina, menos pior não é?

O problema são os cachorros. Eles sentem o cheiro de estranhos a kms. ::otemo::::otemo::::otemo::::otemo::

E com isso só sobra mesmo a descida.

 

 

Abcs

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