Membros eliezer_mello Postado Julho 17, 2012 Membros Postado Julho 17, 2012 (editado) AVENTURA MARINGA.ATACAMA UM DOS PERCURSOS MAIS INTERESSANTES DESSA VIAGEM... VEJA NO VÍDEO DOS AMIGOS REGINA E HERBERT LIRA, ABAIXO: Pesquise no youtube: TRILHA AVENTUREIRA e veja outras aventuras... Pesquise no youtube: TRILHA AVENTUREIRA e veja outras aventuras... Pesquise no youtube: TRILHA AVENTUREIRA e veja outras aventuras... Viagem realizada em Maio de 2012 com um Gol G5 1.0, saindo de Maringá, passando por Foz, Corrientes, Presidente Roque Saenz Pena, Tilcara, Purmamarca, San Pedro de Atacama, Antofagasta, Iquique, Arica, Tacna... Em breve postaremos mais fotos e informações... Caros mochileiros, esse tópico continua em construção. Aceito sugestões para melhorá-lo... Números da viagem Dias de viagem....................... 19 dias N° de pessoas........................ 2 adultos e 1 criança de 3,5 anos Km rodados........................... 7.350 Litros de Gasolina gastos........... 520 Consumo médio de gasolina........ 14,1 km/litro Preço médio de gasolina............ R$3,05 Preço total gasolina................. R$1.586,00 Pedágios.............................. R$110,00 Alimentação.......................... R$1.140,00 Hospedagem......................... R$1.034,00 (10 diárias). Os outros 9 dias ficamos na casa de amigos. Passeios turísticos.................. R$320,00 Total de gastos.................. R$4.190,00 Obs: Viagem realizada de maneira econômica. Buscando sempre as opções de hospedagens e alimentação mais baratas. Estava adicionando várias fotos aqui no mochileiros.com, porém as fotos deixam o tópico mais lento. Tenho diversas fotos da viagem publicadas no Face. Quem quiser acessar, o link é o seguinte: http://www.facebook.com/eliezer.fariasdemello" onclick="window.open(this.href);return false; UM SONHO DE 5 ANOS COMEÇANDO A SE TORNAR REALIDADE. PARTICIPANTES: Ione, Lucas e Eliézer. 1º dia - 28-04-12. Começamos a viagem as 18hs desse dia. Fomos de Maringá até Foz do Iguaçu. Nesse dia já nos deparamos com um inconveniente: era final de semana com feriado prolongado e quase não havia hotéis disponíveis em Foz. Os poucos que haviam cobravam preço muito elevado. Felizmente temos um grande amigo que mora lá. Adivinha onde pernoitamos?... 2º dia - 29-04-12. Domingo agradável, ensolarado e temperatura amena. Saimos de Foz por volta das 8:30hs. Passamos pela aduana rapidamente. Antes da viagem eu havia enviado um e-mail ao consulado Argentino em Curitiba, perguntando sobre quais documentos e equipamentos precisaria para ir de carro a Argentina. A resposta, também por e-mail, foi exatamente a seguinte: Para viajar com carro para a Argentina em relaçao a documentos você precisará: - Cédula de Identidade (Atualizada - com menos de 10 anos) - Carteira de Habilitaçao - Documento do Veículo - Caso o automóvel nao esta no seu nome, uma autorizaçao do proprietario com firma reconhecida em cartorio. - Seguro Internacional contra Terceiros (Carta Verde). Em relaçao aos equipamentos: - 2 triangulos - 1 extintor - 1 macaco - 1 cambao - 1 kit de primeiros socorros. Além disso alguns conhecidos que já haviam feito a viagem recomendaram que seria necessário levar um lençol branco para cada ocupante, ou uma mortalha plástica (espécie de saco plástico grande). Alguém poderá pergundar para que tais itens... Dizem que "o lençol brando e para usar como bandeira de paz em dia de jogo entre Brasil e Argentina, visto que se alguem descobrir que você é brasileiro no dia do jogo e se você não estiver portando a bandeira branda, poderá sair de lá espandado. Já a mortalha plástica é para ser usada somente em caso de acidente com vítima fatal. Nesse caso aquela expressão - foi pro saco - será literal. Em todo caso eu levei tres lençois brancos. Felizmente não foi preciso utilizar. Na aduana ainda, fomos a casa de cambio e compramos Pesos Argentinos. Cada R$1,00 era equivalente a AR$2,17. Também havíamos habilitado previamente o Cartão de Crédito para uso internacional. Logo nos primeiros 300 kilometros fomos abordados 3 vezes pela Polícia Rodoviária Argentina. Na primeira vez o policial somente me orienou a andar com o farol ligado o tempo todo. Eu estava viajando somente com a meia luz ligada. Na segunda vez o policial pediu para abrir o porta malas e o bagageiro de teto, perguntou se estávamos levando algum aparelho eletronico comprado no Brasil e também perguntou se tinha mata fuego (extintor) no veiculo. Na terceira vez foi mais desagradável. Em uma cidadezinha na beira da rodovia eu estava dirigindo a 60 km por hora. As placas alertavam para conduzir a 40 km por hora. Nem me atentei para isso. De repente surge um policial esbaforido na minha frente dando sinal para encostar. Destacou que eu estava transgredindo as leis do transito por estar dirigindo acima da velocidade e iria me multar. O inocente aqui tentou argumentar dizendo que era a primeira vez na Argentina, que não estava acostumado com os limites de velocidade lá, etc. Sem sucesso. O malandro do policial teve a capacidade de me dizer que eu havia cometido uma infração e portanto ele precisaria me multar. Destacou com a maior cara de pau que os policiais na Argentina recebem metade do valor das multas que aplicam... Que comentário sugestivo... O desfecho desse episódio foi que tive que... Bem, continuando o assunto, é necessário andar de acordo com as placas de limites de velocidade, inclusive as de 40 km por hora. As rodovias argentinas estão repletas de radares. O limite máximo lá é de 110 km po hora. Detalhe importante: Depois que rodamos uns 100 km na RN 12, paramos para abastecer em um posto YPF. Pagamos o equivalente a R$3,00 no litro de gasolina. Eu havia saído de Maringá pensando que a gasolina estava mais barata na Argentina. Mais o pior, em termos de preço de combustível estava por vir... Obs: Runa Nacional 12 (RN12) é uma rodovia em ótimas condições e repleta de radares. Atente para as placas com limite de velocidade. Chegamos as 21hs em Presidente Roque Saenz Pena. Uma cidade com uma infraestrutura razoável... Alguns hoteis e alguns postos de combustível. Ficamos no Hotel Aconcágua. Chegamos sem fazer reservas... Pagamos R$105,00 (diária com um bom café da manhã. 3º dia - 30-04-12 De Presidente Roque Saenz Pena a Tilcara – AR – Percorremos aproximadamente 800 km de reta! Isso mesmo 800 km de reta... Uma estrada com bastante animais soltos - burros, cavalos, cabras, porcos, galinhas, etc. A pista é toda simples – uma mão que vai e outra que vem em todo o percurso e tem acostamento sim. Há um percurso de aproximadamente 100 km, nas proximidades de Pampa del Infierno que tem bastante buraco. O restante todos está em bom estado. Alguns chegam a dizer que rodar aqui é mais problemático que o deserto do Atacama, para onde fomos. Os postos de gasolina são escassos. Ficam a pelo menos 200km um do outro. Em muitos postos de combustível, a gasolina acaba durante a semana e ficam sem até a chegada do próximo caminhão tanque para reabastecer. As vezes o combustível chega no outro dia. Outras vezes so na segunda feira. Alguns sugerem que: Quem viaja em um carro só, é bom levar uma galão cheio no porta malas também. Hotéis aqui são raros. São 800km de reta. Muito cansativo. Parece que vc está dirigindo o carro sobre esteira gigante, e do lado tem uma imensa paisagem fixa, sempre igual (cerrado). Almoçamos, aproximadamente as 11hs numa cidadezinha chamada Monte Quemado. Havia um restaurante simples na beira da rodovia. Parece que é o único da cidade. Comemos um costela assada na parrilha (uma espécie de grelha sobre a brasa). A refeição era composta dessa carne e um pouquinho de salada. Pagamos R$35.00 por pessoa depois de dar uma choradinha. Não tinhamos outra opção e sabíamos que dali para frente certamente não haveria mais restaurantes. Nesse percurso da Ruta 16, passamos pela “Planície Del Chaco”, onde fica a Pampa Del Infierno e é quente como o nome diz. Moleza, sono, cansaço serão nossos companheiros. Caminhões agrícolas, asfalto ruim em alguns trechos. Nada pra fotografar. A dica aqui é encher o tanque. Se andou 90km e tiver outro posto de combustível, pare e complete novamente, fazendo assim até chegar em Salta. Sempre pergunte a quantos km fica a próxima “Estación de Servicio” e assim sucessivamente. Como disse, pode ter gasolina somente na segunda. Inclusive fizemos mesma coisa no deserto do Atacama, onde também é comum durante todo o trajeto, trechos de 150 a 200 km sem uma “Estacíon de Servicio” qualquer. Depois do retão sem fim uma serra “de leve” leva até Salta. Detalhe, já nessa serra “de leve” você vai ter a sensação de nunca ter visto uma serra de verdade no Brasil. É Incrível. Decidimos não passar por Salta e fomos até a cidadezinha de Tilcara. 4º dia - 01-05-2012. Amanhecemos em Tilcara e rodamos um pouca pela Quebrada de Humauaca... A Quebrada de Humahuaca é um vale bastante profundo, com cerca de 155 Km de extensão que fica rodeado por cadeias de montanhas imponentes na província de Jujuy no noroeste argentino. A região rica em belezas naturais e com suas coloridas montanhas é habitada segundo os historiadores, há mais de 10 mil anos, quando uma pequena aldeia de aborigenes se estabeleceu no local. No século XV passou a ser rota das caravanas do Império Inca, tornando-se uma ligação importante entre os Vice-reinos do Rio da Prata e do Peru, além de ter sido palco séculos depois de algumas batalhas pela independência da Argentina. Ao longo de seus 10 mil anos de história, a Quebrada de Humahuaca foi cenário de culturas ancestrais diferentes e conservou muitas de suas crenças religiosas, seus ritos e suas festas, tornando-se um importante centro de comunicação econômica, cultural e social, que fez com que a UNESCO a declarasse como Patrimônio mundial no ano de 2003. O que encontramos na Quebrada de Humahuaca? Quando o turista resolve visitar e conhecer a Quebrada de Humahuaca com certeza é porque já ouviu falar sobre suas belezas exóticas e seus encantos, mas com certeza mesmo assim não estará preparado para o que vai encontrar. A Quebrada de Humahuaca é diferente de qualquer outro lugar, a paisagem, a cultura, o povo, os costumes e o clima, que sofre grandes variações entre o dia e a noite, o que faz com que muitos moradores construam suas casas em buracos no chão, como forma de se proteger do calor. O grande atrativo da região são as belezas naturais, os povoados de Purmamarca, Maimará, Tilcara, Púcara, as ruínas indígenas, as feiras artesanais, construções antigas, Museu Arqueológico Dr. Eduardo Casanova, a Garganta do Diabo, as ruínas de Titiconte, o Jardim Botânico de Altura, e no povoado de Humahuaca os turistas podem ver belíssimas construções de adobe, visitar a Igreja de Nossa S. da Candelária, construída em 1641, um estranho relógio que movimenta a imagem de S. Francisco Solano em tamanho natural, as ruínas arqueológicas da Coctaca e muitas outros pontos turísticos, alguns inusitados e outros belíssimos. E Turismo na Quebrada de Humahuaca? A infra-estrutura hoteleira e de restaurantes na região é boa. Pode se chegar ao local de avião até Salta ou Jujuy, ou ainda ir de ônibus desde Buenos Aires. Vale ressaltar que na Argentina os transportes são de excelente qualidade e existem várias linhas diárias para Humahuaca. Para conhecer os pontos turísticos também são organizados passeios, safáris fotográficos, caminhadas, cavalgadas e passeios de bicicleta. Vale a pena conhecer a Quebrada de Humahuaca, um lugar impregnado da sua cultura milenar, uma viagem inesquecível e bem pertinho do Brasil. De carro é possível visitar quase todos os pontos turísticos daquela região. Tilcara. Tilcara, vista do alto do morro. À direita e ao fundo, podemos ver o leito pedregoso do Rio Grande, quase seco nessa época do ano (mês de Maio). Às margens do Rio, em toda sua extensão, está a Ruta 09 e também existe em todo o vale, ás margens do rio, uma agricultura de subsistência, onde é cultivado batata, cebola, acelga, tomate, milho, entre outros. Ruta 09. Entre Tilcara e Purmamarca. Estacionamos o carro no acostamento da Ruta 09, entre Purmamarca e Tilcara. Ao Fundo podemos ver o vale às margens do Rio Grande e ainda mais ao fundo o morro chamado Paleta del Pintor, um dos cartões postal da Quebrada de Humauaca. Purmamarca com o Cerro de los Siete Colores ao fundo. Paseo Colorado - Cerro del siete colores - Purmamarca. Passeio que pode ser feito a pé ou de carro. Optamos por fazer de carro. Teria sido melhor se o carro fosse 4X4. As 15hs já haviamos conhecido um pouco da Quebrada de Humahuaca. Decidimos começar a atravessar a Cordilheira dos Andes. Apartir de Purmamarca já começamos a percorrer uma estrada serpenteante, ascendente, emocionante e indescritível. O trecho que vai de Purmamarca até a aproximadamente 37 km chama-se Cuesta del Lipán é mais sinuoso do que os Caracoles próximo ao Paso de los Libertadores. No final desta etapa estávamos a uma altitude de 4170msnm e já víamos, ao longe, algumas montanhas cujos picos estavam nevados. Veja abaixo o esquema de distâncias e altitudes. Uma preocupação que tínhamos antes de fazer a viagem era relacionada ao Mal da Altitude. Alugamos até um torpedo de oxigênio e levamos no porta malas. Minha preocupação principal era com meu filho de 4 anos que foi conosco. Na foto de satélite acima. Extraída do Google Earth, podemos ver parte da Ruta 09, entre as cidades de Humahuaca e Purmamarca, na Quebrada de Humahuaca e também parte da Ruta 52 que cruza a Cordilheira dos Andes em direção ao Chile. No início desta última está a Cuesta del Lipán e logo m seguida, à esqueda podemos ver essa imagem branca, que é Salinas Grandes. Uma imensa depressão, de 12000 hectares repleta de sal. A Rura 52 passa pelo meio deste grande salar. Obs: Algumas das fotos mostradas a partir daqui são de nosso amigo Rafael Moraes. Um carioca que ficamos conhecendo no Chile, naqueles dias que estivemos lá. Suas fotos foram tiradas com máquina profissional, portanto ficaram bem melhores que as nossas. Cuesta del Lipam. Foto de Rafael Moraes. Salinas Grande. Salinas Grande. Veja informações sobre Salinas Grande no link abaixo: http://www.welcomeargentina.com/jujuy/salinas-grandes-jujuy.html" onclick="window.open(this.href);return false; Depois que passamos por Salinas Grande, já quase no por do sol, seguimos até Susques. Uma aldeia de 600 habitantes que fica na beira da RN 52 a 3700msnm. Chegamos lá aproximadamente as 20 hs. Tudo lá é muito simples. Ficamos em um Hostel construido com adobe (uma espécie de barro). Apesar da simplicidade, era tudo bem limpinho. Ficamos em uma suíte. Pagamos o equivalente a R$45,00 (pernoite sem café da manhã). Durante a Madrugada eu comecei a sentir uma leve dor de cabeça. Imagino que poderia estar relacionada ao Mal da Altitude. Susques Felizmente ninguém teve problemas mais sérios com a altitude. O torpedo de O2 não foi utilizado, nem na ida e nem na volta. Eu e minha esposa apresentamos uma leve dor de cabeça após atravessar pela Cordilheira, quando chegamos em San Pedro de Atacama. Um Amigo ofereceu alguns sachês de Mate Coca, segundo ele é vendido até nos mercados lá em caixinhas como qualquer outro chá e não tem contra indicação. Preparamos o chá e tomamos. Sentimos melhora da dor de cabeça logo em seguida. Para maiores informações sobre o Mal da Altitude, veja o que Juliano Paes, nosso companheiro de Mochileiros.com, postou no link abaixo: soroche-mal-de-altura-ou-mal-da-altitude-t24338.html" onclick="window.open(this.href);return false; 5º dia - 02/05/2012. Acordamos em susques e continuamos nossa travessia da Cordilheira dos Andes. A 2 km de Susques havia um posto de combustível, que aceitava abastecer somente em dinheiro. Completamos o tanque ali para continuarmos mais tranquilos. Ficávamos cada vez mais maravilhados com as paisagens que víamos. Ainda no início da manhã encontramos um bando de lhamas pelo caminho. Havia dezenas delas. Algumas atravessavam a pista correndo de um lado para o outro. Meu filho Lucas ficou encantado com os animais. No vídeo abaixo estávamos descrevendo a travessia da Cordeilheira dos Andes e fomos surpreendidos por um bando de Lhamas: Neste vídeo continuo descrevendo o percurso e comento sobre o Mal da Altitude: Construção na beira da rodovia. Lucas e as lhamas. Lhamas. Passamos pela aduana argentina para registrar a saída do país por volta das 12hs. Sem problemas. Nós éramos os únicos que passavam por ali naquele momento. Depois de alguns poucos kilometros cruzamos a fronteira entre Angentina e Chile conforme a foto abaixo... Fronteira entre Argentina e Chile. Vicunha. Depois que entramos no terrtiório chileno ainda continuamos subindo a Cordilheira. Chegamos, de acordo com o GPS a uma altitude de aproximadamente 4.800msnm. Ficávamos cada vez mais surpresos com tantas paisagens lindas. Volta a destacar que infelizmente nossas máquinas não eram muito boas, portanto as fotos deixaram a desejar. Naqueles lugares até uma excelente máquina deixaria a desejar, pois haviam paisagens com 360 graus de beleza. Nenhuma máquina fotográfica mostra isso plenamente. Somente estando lá pessoalmente para apreciar plenamente as paisagens que contemplamos. Picos Nevados. Já em território Chileno. Vulcão Licancabur a esquerda. Chegamos em San Pedro de Atacama por volta das 15:30hs. A aduana chilena está na entrada da cidade. Gastamos uns 30 minutos ali com os tramites burocráticos, mas tudo tranquilo. San Pedro de Atacama é uma cidadezinha feia de 3 mil habitantes, tombada como patrimônio da humanidade, que em compensação tem aproximadamente 40 pontos turísticos interessantíssimos nas proximidades. Uma cidadezinha, que apesar de feia, é muito interessante, localizada próximo a fronteira do Chile com a Bolívia e como o próprio nome já diz, bem no Deserto do Atacama. Estima-se que os primeiros pueblos do extremo norte do Chile habitaram a região a 11.000 anos atrás. Os Atacameños deram origem a “Cultura San Pedro” e chegaram a ser o pueblo pré-colombiano mais desenvolvido do Chile e se apresentaram como um povo pacífico diante das chegadas das expedições espanholas lideradas por Diego de Almagro e Pedro de Valdívia. Atualmente com cerca de 2.500 habitantes dedicados à agricultura e ao turismo, foi um centro de parada dos colonizadores espanhóis e originou-se a partir de sua Igreja de San Pedro, construída pelos jesuítas espanhóis no início do século XVIII. San Pedro do Atacama foi o principal centro da cultura atacameña e atualmente é considerada a Capital Arqueológica do Chile. Entramos na cidade e fomos procurar um restaurante. Outra surpresa não muito agradável que tivemos foi o preço das refeições. Existem restaurantes caríssimos na cidade. Nós, como havíamos planejado uma viagem mais econômica e não estávamos focados na gastronomia dos lugares que visitávamos, fomos procurar os restaurantes mais baratos. Nesses os preços variavam, em média, entre 10.000,00 e 15.000,00 pesos chilenos. Algo em torno de 40,00 a 60,00 reais. Restaurante self service não vimos por lá. Encontramos um restaurante que funcionava todos os dias da 10 às 24 horas. Servia somente pollo assado com papas fritas. Isso mesmo, somente Frango assado com batatas fritas. O preço da refeição era de 3.000,00 pesos chilenos, ou seja, 12 reais. Ali mesmo almoçamos e jantamos algumas vezes. Posteriormente ficamos vários dias sem querer saber de frango com batata. Após o almoço fomos caminhar um pouco pela cidade. Passamos em uma das diversas casas de cambio existentes lá e trocamos todos os pesos argentinos que tínhamos, por pesos chilenos. Visitamos diversas agencias de turismos especulando sobre passeios e preços. Caminhamos por toda Calle Caracoles, uma rua peatonal (somente para pedestres), onde está concentrado a mair parte dos estabelecimentos comerciais e restaurantes da cidade. A noite nos encontramos com um grande amigo chileno, Alejandro Remo, que é de Antofagasta é havia ido lá somente para nos receber no chile. Infelizmente seu tempo era escasso e ele teve que voltar no dia seguinte cedo para sua cidade. Naquela noite jantamos juntos. Comemos um churrasco. Ah, churrasco lá é uma espécie de sanduíche de pão com carne, parecido com um X salada, sem salada, só com carne. Nessa ocasião ele nos deu algumas dicas e orientações para aproveitar o tempo em San Pedro. Tínhamos planejado ficar lá por somente 4 dias. Destacou quais pontos turísticos poderíamos fazer com o nosso carro e quais seria interessante ir através das agências de Turismo. Ele também havia reservado um hostal (http://www.lickanahostal.cl/" onclick="window.open(this.href);return false;), para nós permanecermos 4 dias naquela cidade. Havíamos combinado tudo isso antes da viagem. Vale lembrar que o Remo viveu em Maringá aproximadamente uns 8 anos e fomos visinhos por uns 4 anos, além de sermos membros da mesma comunidade. 6° dia - 03/04/2012. Uma quinta feira. Após o café da manhã combinamos com o Remo de nos encontrar com ele, juntamente com sua família, no domingo à noite em Antofagasta. Nos despedimos dele e fomos passear mais um pouco pela cidade. Passamos pela praça central. Uma praça pública que tem até internet Wi Fi à nossa disposição. Ao lado da praça existe um importante museu do norte do Chile, onde existem diversos instrumentos utilizados pelos índios que viviam naquela região (os Incas). No museu vimos como eles aproveitavam os recursos vegetais, minerais e animais. Além de ver uma réplica da casa e escritório do Pe Gustave Le Paige, um colonizador espanhol que foi um influente pioneiro daquela região. Ao lado da mesma praça está também uma feira de artesanatos, onde podemos encontrar, roupas tipicas da região, bonés, tocas, chapéus, enfeites, lembranças e etc. A eira é bem diversificada. Vale a pena passar por lá para trazer uma lembrancinha. Na praça ainda existem alguns restaurantes e estabelecimentos comerciais. Lá está o escritório dos Carabineiros do Chile. Também se encontra alí a Catedral de San Pedro de Atacama. Ainda ali naquela praça, fomos a uma agência de turismo e acertamos os detalhes do passeio daquela tarde (Vale de la Muerte com algumas dunas onde praticamos Sandbordng e Vale de la Luna onde vimos um pelo por do sol). Depois desse passeio pela praça, pegamos o carro e fomos ao único posto de combustível da cidade. Tivemos outra surpresa desagradável. O preço da gasolina lá estava em R$3,50. Foi esse o preço que pagamos durante todos os dias que ficamos no Chile. Às 14 hs iniciamos o nosso passeio. Estávamos em 3 brasileiros (eu, a Ione e Lucas), 3 chilenos e diversos americanos e europeus. Fomos em duas Vans. Cada um levando sua prancha de Sandbordng. Foi uma tarde bastante agradável. Pagamos 15.000,00 pesos chilenos pelo passeio (aproximadamente R$60,00). Vale a pena. Os percursos dentro dos Vales de La Muerte e de La Luna são pouco sinalizados. Facilmente podemos ficar lá desnorteados, com dificuldade para encontrar saída. Sugiro que não entrem lá com o carro próprio, mas com as vans das agências de turismo. Esta excursão inclui um percurso pela impressionante Cordillera de La Sal onde se pode observar um fenômeno geológico que deu origem às impressionantes esculturas minerais modeladas pelo vento e pela chuva. O Vale de la Muerte está situado a 2 km de San Pedro de Atacama. A sua origem geológica é um lago emerso, onde as antigas capas horizontais de sedimento e rochas foram empurradas e dobradas pelos movimentos da Terra que levantaram a Cordilheira dos Andes, deixando algumas capas em posição vertical. A Cordillera de La Sal foi moldada através do tempo pela chuva e pelo vento, surgindo assim, impressionantes formas e brilhos minerais compostas pelos morros de sal, gesso e argila, espetaculares esculturas naturais de variadas colorações como resultado dos minerais que conformam esta atração. O Vale de la Luna, lindo por sua conformação semelhante à superfície lunar, encontra-se na Cordillera de La Sal e à margem do Salar de Atacama. É um surpreendente espetáculo geológico de grande beleza situado a 2.550 metros acima do nível do mar, formado quando se originaram formações e dobras de capas de sedimentos horizontais de um antigo salar, que convergiram em forma horizontal por causa de constantes movimentos e dobras da crosta terrestre. Sobre estas dobras, depositaram-se camadas de rochas e cinzas por causa da atividade vulcânica do passado. Atualmente, está constituído de rochas sedimentárias com intercalações de sal, gesso, clorato, borato e argila. O vento e a ação de outros agentes atmosféricos talharam formas esculturais com cristas pontudas, pequenos montes e depressões que criaram uma paisagem extraordinária, única no país. A ausência de vida animal e vegetal e a falta de umidade tornam o lugar o mais inóspito da Terra. Nesse dia, ficamos conhecendo o Wellington, um chileno, engenheiro de segurança do trabalho da Chuquicamata em Calama. Ele estava turistiando sozinho. Como iríamos realizar o passeio do dia seguinte (7° dia de viagem), de carro próprio, convidamos ele para ir conosco. Ele aceitou prontamente o convite. Ficamos mais tranquilos, pois estávamos programados para rodar uns 240 km no dia seguinte, visitando diversos pontos turísticos. Um chileno conosco proporcionaria mais segurança... 7° dia - 04/05/2012. Saímos às 8:00hs da manhã e passamos pela praça central para nos encontrar com o Wellington, conforme havíamos combinado. Nossa primeira parada foi no Salar do Atacama, perto do povoado de Toconao, onde encontra-se um dos lugares mais impressionantes da região. A Lagoa Chaxa, está localizada no Setor Soncor do salar e dentro da área da Reserva Nacional Los Flamencos. A 2300msnm são mais de 320 mil hectares onde podemos observar os cristais de sal formados pela evaporação das águas salgadas subterrâneas. Todo o setor é alimentado pelas águas de lençóis freáticos andinos, que infiltram nas montanhas mais altas e afloram nessa baixada formando a Lagoa Chaxa. Os cristais de sal possuem diferentes formas, sendo predominante aqui as “crostas de cloruros”, que são aflorações rugosas e de até 70cm de altura. Essa morfologia varia conforme os componentes minerais do sal e da velocidade de evaporação da água. Todo esse ambiente não é muito propício ao desenvolvimento de uma flora variada, entretanto existem alguns tipos de gramíneas e arbustos nos seus arredores. O horário preferido dos tours para este passeio é o final da tarde, pois além do espelho d´água proporcionar um colorido espetacular, é o horário de alimentação da principal atração do parque: os flamingos. Infelizmente passamos por ali no início da manhã e vimos somente alguns poucos flamingos. Dali fomos em direção ao povoado de Peine. Havíamos sido informados de que lá existem alguns geoglifos interessantes. Fomos imaginando encontrar "desenhos" gigantes feitos nas montanhas. Para nossa surpresa, depois de procurar bastante, encontramos uma pequena pictografia de aproximadamente 20 cm de diâmetro desenhada na rocha. Tempo perdido. Havíamos rodado uns 30 km por uma estrada de ripio para chegar lá. Não valeu a pena. Voltamos os 30 km rodados novamente e pegamos a rodovia em direção a Socaire, que fica a 90 km de San Pedro. Até lá existe rodovia. Nosso objetivo era chegar até as Lagunas Miscanti e Miniques. Para chegar até as Lagunas Altiplanicas mencionadas temos que rodar mais uns 30 km em estrada de ripio depois de Socaire. Mas vale a pena! Ficamos maravilhados ao chegar nas lagoas. Cada uma dessas lagoas tem um grande morro com o mesmo nome ao fundo. Logo na chegada vimos primeiro a lagoa maior, Miscanti, com o Cerro Miscanti com seu pico nevado ao fundo. Percorrremos mais um pouco chegamos a lagoa Miniques, também com um cerro chamado Miniques ao fundo. São paisagens indescritíveis. Compensa rodar 120 km desde San Pedro para visitar esse local. Lembrando que é um local frio, que venta bastante e está a 4300msnm. Portanto leve agasalho. Na volta passamos pela Laguna Cejar, O Mar Morto Sul Americano. O sol estava quase se pondo e estava bastante frio. Mas eu não resisti... Tive que entrar na água e tirar umas fotos flutuando. Devido a elevada concentração de sal na água, não afundamos. De lá também pudemos contemplar os Vulcões Licancabur e Juriques. Quando olhávamos através da lagoa, esta refletia os vulcões de "cabeça para baixo" como num espenho. Uma imagem única. Cada um dos pontos turísticos que visitamos pagamos em média R$10,00 pela entrada. Chegamos em San Pedro de Atacama de volta às 19hs. Um dia intenso que valeu a pena! No dia seguinte ficamos na cidade e descansamos. 9° dia - 06/05/2012. Já revigorados. Acordamos às 3:30hs da manhã, pois tínhamos que esperar a van que ia passar as 4:00hs na frente do Hotel. Estávamos programados para visitar o Geyser Del Tatio, que fica a 90 km ao norte de San Pedro. Veja no vídeo abaixo imagens e comentário sobre o Geyser del Tatio: Outro lugar interessante para visitar nas proximidades de San Pedro de Atacama é o Parque Nacional de Los Flamingos, onde se encontra o Salar de Atacamao. Veja o vídeo abaixo que contém diversas informações sobre geografia, fauna e flora daquela região. Em breve concluirei a edição deste tópico. Quem quiser mais dicar sobre essa aventura e outras mais, veja abaixo os link dos nossos companheiros do moxileiros .com: http://atacamadecarro.wordpress.com/" onclick="window.open(this.href);return false; atacama-santiago-bs-as-montevideo-31-dias-de-peugeot-206-t32761.html" onclick="window.open(this.href);return false; chile-sao-pedro-de-atacama-salar-de-uyuni-pucon-dicas-e-sugestoes-t53620-30.html" onclick="window.open(this.href);return false; salta-andes-atacama-de-carro-dez-2008-t36073.html" onclick="window.open(this.href);return false; http://atacamadecarro.wordpress.com/" onclick="window.open(this.href);return false; Editado Outubro 14, 2013 por Visitante Citar
Colaboradores hlirajunior Postado Julho 19, 2012 Colaboradores Postado Julho 19, 2012 Show de bola, estou acompanhando o relato. Em Outubro pretendo ir de Floripa até Arica via Paso de Jama e voltar por Santiago e Mendoza, seu relato irá ajudar bastante Citar
Membros eliezer_mello Postado Julho 19, 2012 Autor Membros Postado Julho 19, 2012 Obrigado! Qualquer duvida estarei à disposição. Abraço. Eliézer. Citar
Membros marqueal Postado Julho 19, 2012 Membros Postado Julho 19, 2012 Grande amigo conterrâneo....saudades daquele lugar, nunca vou esquecer, ainda voltarei...parabéns pela viagem...qualquer hora tomamos uma bier e quem sabe formamos uma excurção pra outro destino, tenho alguns interessados em ir para Machu Pichu, meu sonho e de muitos, quem sabe!!! Abraços André Citar
Membros eliezer_mello Postado Julho 19, 2012 Autor Membros Postado Julho 19, 2012 Olá Andre! Visitei seu blog algumas vezes antes de fazer a viagem. As orientações contidas ali com certeza me ajudaram. Interessante o planejamento para Machu Pichu. Um dia também quero chegar até lá. Na próxima aventura que eu fizer, gostaria de ir em direção a Bariloche, cruzar a fronteira em direção ao Chile, visitar a região dos lagos, subir até Santiago pelo lado chileno, Voltar para Argentina até Mendoza e depois retornar para Maringá. Aceito dicas e sugestões. Grande abraço. Eliézer. Citar
Membros marqueal Postado Julho 20, 2012 Membros Postado Julho 20, 2012 Beleza Eliezer Patagônia também é meu sonho de consumo....na verdade estou dividido entre Patagônia e Peru.....de repente até jogo uma moeda e decida na cara ou coroa....rss Patagônia - Bariloche e Vulcôes Chilenos - Carreterera Austral - Torres del Paine - Ushuaia - Bolívia (Uyuni, Estrada da Morte e Titi-Kaka) - Peru (Machu Pichu, Linhas de Nasca, Cordilheira Branca) BOM....essa é a lista de desejos, em 2013 espero que algum desses destinos será desvendado. Abraços Citar
Membros eliezer_mello Postado Julho 23, 2012 Autor Membros Postado Julho 23, 2012 Tudo muito interessante Andre! Qualquer dia desse vamos nos encontrar para trocar uma figurinhas! Abraço! Citar
Membros Alvaro Ferrari Postado Julho 29, 2012 Membros Postado Julho 29, 2012 Olá Eliézer, Vimos o seu relato, esta ficando muito legal, sei o quanto é difícil escrever, mas espero que o conclua para ajudar os outros mochileiros. Gostaríamos de saber alguns detalhes da sua viagem, pois estamos nos programando para fazer essa aventura. - Quais os nomes dos hotéis site se possível; - Vocês foram para Uyuni, estamos pensando em ir, mas acho que vamos deixar o carro no Atacama; - Vocês conheceram os pontos turísticos de San Pedro do Atacama com o próprio carro ou fizeram uma excursão. Vi neste tópico que, assim como você o André também esta em dúvida para a próxima viagem. No final do ano passado estivemos na Patagônia, até o fim do mundo. Temos um site, o viajedecarro.com onde descrevemos esta e outras viagens. Prestigie e quem sabe você já tem um roteiro para a sua próxima aventura. abs, Alvaro e Fernanda viajedecarro.com Citar
Membros de Honra Suelih Postado Julho 30, 2012 Membros de Honra Postado Julho 30, 2012 Olá estou gostando do seu relato! Parabéns pela bela viagem, nós tbem fomos e é tudo isso mesmo que voce descreve! Alvaro, tambem estou lendo seu blog sobre a viagem para a Patagonia, está me ajudando bastante. Estamos na fase de colher dados e planejar..... (mas o link que está aí nao esta abrindo, consegui chegar no blog pelo google_) Olaa André conterraneo tbem!! parceiro dos planejamentos e troca de idéias! Nós temos uma vantagem geográfica, moramos já na porta de saída do Brasil, vamos aproveitar isso e pé na estrada parceiro! Sueli Citar
Membros marqueal Postado Julho 30, 2012 Membros Postado Julho 30, 2012 Olá Alvaro... Recebi seu e-mail e já entrei no seu site...pode deixar que vou degustá-lo assim que tiver tempo, adoro sites e blogs de viagens....a respeito das perguntas vou tenter responder conforme consigo o mais breve possível....mas já adianto que será incrível/espetacular. Aee Sueli e Eliezer olha aí Maringá em peso no Mochileiros.com...legal Sueli e daí quanto tempo não trocamos idéias, como vai a viagens, a ´tultima minha foi ano passado pra Bs. As. , esse ano não vai dar, tem formatura da esposa, mas ano que vem tenho que ir, senão infarto de vontade. Olha tem muito amigos e parentes com vontade de ir pegar a estrada, e muitos aqui de Maringá....vamos ver se ano que vem não fazemos um comboio...quem sabe, não custa tentar organizar, seria muito legal. Até mais Citar
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