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Dia 14 – Estrada sem fim

 

No décimo quarto dia de viagem, saímos tarde de Puerto Madryn. Já eram quase meio-dia quando finalmente conseguimos colocar tudo dentro do carro para seguir viagem. E o atraso na saída não ajudou muito o restante do dia. Dirigimos o dia inteiro tentando chegar a Rio Gallegos para passar a noite mas não conseguimos. E assim chegou nosso segundo perrengue na viagem.

 

Seguindo a Ruta 3 sentido Ushuaia não há lugares para dormir na estrada. As únicas ‘cidades’ no cominho eram Caleta Olivia (muito perto de Puerto Madryn) e Puerto Deseado (muito fora da rota). Dirigimos até chegar a Puerto Julián mas já passava da meia-noite e não encontramos nenhum lugar para dormir. Luiz continuou a dirigir tentando chegar a Rio Gallegos mas o sono e o cansaço já batiam e tivemos que parar no meio da estrada para dormir. Paramos em uma pequena hospedaria no meio do caminho entre Puerto San Julián e Rio Gallegos. Não havia quartos disponíveis então dormimos no carro, no estacionamento da hospedaria. Foi sem dúvida a pior noite da viagem.

 

Não sei dizer ao certo a temperatura que pegamos mas creio que estávamos bem perto de 0º grau. Nosso carro não tem aquecimento então dormimos no frio, apenas com 2 cobertas que levamos para qualquer emergência. Claro que o efeito dos cobertores foi nulo mas ajudou o psicológico. rs

 

Dia 15 – Chegamos a Ushuaia!

 

Acordamos com o sol nascendo por volta das 7 da manhã e tomamos café da manhã em mais um YPF (♥). Seguimos viagem pela Ruta 3, sentido Ushuaia até cruzar a fronteira Argentina – Chile. Quanto mais nos aproximamos do sul do Continente, menos construções e menos pessoas vemos pelo caminho. As estradas são boas mas não há uma alma viva!

 

Chegamos ao Estreito de Magalhães onde pegamos a balsa da Transbordadora Austral Boom (http://www.tabsa.cl) cruzando o Estreito de Magalhães. São apenas 20 minutos de balsa, super rapidinho. O frio já estava pegando e tivemos que nos agasalhar, afinal em poucas horas estaríamos chegando finalmente a Ushuaia!

 

Cruzamos a fronteira Chile – Argentina e já era possível ver neve em alguns pontos isolados. As estradas de rípio são boas mas é preciso dirigir com calma. Mais uma vez, não há nada nem ninguém no caminho. Não achamos seguro pegar essas estradas à noite. Muitos caminhões passam por essas estradas porém isso não as faz mais seguras. Antes das 5 horas da tarde já estávamos na Província de Tierra del Fuego. YAY! Fomos direto para o hostel descansar, dormir numa cama confortável e tomar um banho quente. O jantar foi no próprio albergue.

 

Dia 16 – Conhecendo Ushuaia

Durante o período em que visitamos Ushuaia, ficamos hospedados no Antactica Hostel (http://www.antarcticahostel.com/). A localização é bacana, a área comum e a cozinha também são boas. No café da manhã, há ovos para quem quiser cozinhar do seu próprio modo. Os pontos negativos são: o fato dos quartos serem externos e não ‘dentro’ do hostel; há apenas 1 banheiro coletivo para mulheres e 1 banheiro coletivo para homens; você sai do banho quentinho e tem que pegar o frio antártico para chegar ao quarto. Também não há TV! rs Os funcionários são simpáticos e nos ajudaram dando várias dicas, principalmente sobre esqui.

 

Tiramos o primeiro para dar uma volta pela cidade, fazer aquele reconhecimento básico. Aproveitamos para pesquisar os preços dos passeios de barco pelo Canal Beagle e para a Antártica. Os passeios são bem carinhos, viu! Como acabamos gastando mais no trajeto até o Ushuaia do que planejávamos, tivemos que dispensar os passeios de barco dessa vez. Passamos também no centro de atendimento ao turista onde você pode carimbar seu passaporte com o carimbo do Fim do Mundo. São vários modelos para escolher e você mesmo pode carimbar o passaporte quando e onde quiser. Muito legal. Andamos pra cima e pra baixo mas o frio estava demais. Então depois do almoço, já de tarde, voltamos para o albergue e passamos a tarde e noite organizando nossas coisas, descarregando a câmera e etc.

  • 1 mês depois...
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Dia 17 - Esquiando em Ushuaia

 

Sabe quando a "ficha cai"? Pois é... a ficha só caiu para nós quando brincamos com a neve. Só aí percebemos onde tínhamos chegado. Quem poderia imaginar que nós conseguiríamos chegar no fim do mundo com um carro ano 98, 1.0, sem ar nem aquecimento. Acordamos super animados com o passeio que programamos. Finalmente iríamos esquiar no Ushuaia! Eu já tinha visto neve na Escócia em 2010 mas para o Luiz tudo era novidade e a animação dele foi tanta que me contagiou. Parecia tudo novo para mim também. Nós nunca tínhamos experimentado qualquer esporte na neve e foi muito legal.

 

Escolhemos o Glaciar Martial (http://www.escuelaushuaia.com/), uma estação perto da cidade e com um preço mais acessível, justamente por ser dedicada a iniciantes. Há apenas 1 pista e é bem tranquila. Começamos fazendo 1 hora de aula na Escuela de Esqui. Os instrutores foram super atenciosos e simpáticos. A escola também aluga o equipamento.

 

Depois da rápida aula, eu já estava cansada e com dor nos pés. O equipamento de esqui é muito pesado e parece que você está com os dois pés engessados. Subimos então o teleférico pois Luiz queria descer a pista de snowboard. Enquanto ele se aventurava descendo a pista gelada, eu desci de teleférico e fui correndo tomar um chá quente. rs Estava muito frio!! Luiz desceu a pista como um profissional, e repetiu a dose algumas vezes! Eu fiquei quentinha no aquecimento esperando.

 

Depois do dia mais frio que pegamos durante a viagem, voltamos para o albergue para preparar uma sopa bem quentinha e descansar para enfrentar a volta para casa!

Dia 18 - Voltando para casa

 

Quando chegamos a Ushuaia, já era noite e não conseguimos ver praticamente nada no caminho. Estava muito frio, chovendo e muito escuro. Chegou até a nevar! Então ficamos concentrados na estrada e não apreciamos o caminho. Saindo de Ushuaia no décimo oitavo dia de viagem, percebemos como a região é bonita. Infelizmente não tínhamos mais tempo para passear pela redondeza e precisávamos correr para pegar a balsa no Estreito de Magalhães e para chegar chegar a Rio Gallegos para dormir.

 

Paramos para tirar algumas fotos e seguimos viagem até Rio Gallegos. Escolhemos o primeiro hotel que vimos e dormimos por lá mesmo. Não iríamos correr o risco de dormir na estrada no frio novamente.

 

Dia 19 - De volta a Puerto Madryn

Outro dia apenas de estrada. Dirigimos o dia todo até chegarmos a Puerto Madryn. Não tivemos dúvida e voltamos ao Hi Patagonia para dormir no hostel mais acolhedor da viagem. No dia seguinte, iríamos visitar Punta Tombo e a maior colônia de pinguins Magalhães do mundo. Essa história e as fotos incríveis vocês conferem no próximo post sobre a viagem.

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Dia 20 - Punta Tombo

 

Esse dia merece um post especial só para ele porque são muitas fotos! Como estávamos em Puerto Madryn, aproveitamos para conhecer a Reserva Natural de Punta Tombo (http://www.puntatombo.com/), a maior colônia de pinguins Magalhães do mundo. Todo ano mais de 200.000 pinguins migram para Punta Tombo para procriar e ter filhotes. O lugar é incrível! Não sei se por causa da hora ou por ser dia de semana, a reserva estava vazia. Só havia nós e uma outra família. Para conhecer a reserva, basta andar pelo caminho pré-determinado pelos funcionários do local. Não é permitido alimentar ou tocar nos animais, e nem sair da trilha. O lugar é dos pinguins e não seu! Então mantenha-se na trilha e eles virão até você.

 

Dia 21 - Mais estrada

 

Foi só o que vimos no vigésimo primeiro dia de viagem. A estrada é muito boa então foi tranquilo. Almoçamos na estrada e seguimos até chegar a Córdoba. No Ushuaia, eu peguei um guia de bolso de albergues em toda a Argentina. Então escolhemos um aleatoriamente e fomos direto para lá. Só conseguimos achar vaga em um quarto privado para 2 noites depois da terceira tentativa. E ali mesmo ficamos, no Morada Hostel (http://www.moradahostel.com/). Não gostamos nem um pouco desse albergue. A recepcionista não foi nem um pouco simpática. Depois nos colocaram num quarto ao lado da cozinha e bem em frente ao lugar de confraternização do pessoal, onde tinha violão e tudo! Não conseguimos dormir bem com tanto barulho na nossa porta. A cozinha é super pequena e nos 2 dias que ficamos lá, havia uma família de argentinos super espaçosa, cheia de crianças escandalosas. Não conseguimos usar a cozinha em paz nenhuma vez.

 

Depois de um dia inteiro no carro, só queríamos descansar. Demos uma volta de carro pela cidade e só se via prédios e prédios. Acho que depois de vários dias em contato com a natureza e nenhum sinal de prédios altos, nos assustamos quando chegamos a Córdoba! Sério mesmo. Desanimei total quando cheguei lá. Jantamos no albergue mesmo.

 

Dia 22 - Córdoba

Muita gente gosta de Córdoba, é verdade. Infelizmente não chegamos na cidade numa boa hora. E não foi culpa da cidade, não! Foi culpa nossa mesma. Durante os 30 dias de férias, acho que cansamos mais do que trabalhando. A viagem foi corrida e cansativa. Além disso, acabamos gastando mais do que deveríamos ou gostaríamos. O que acabou por reduzir nossos dias de viagem. Ao invés de passear por Córdoba, acabamos ficando no albergue descansando. Rodamos pelas ruas próximas à pé para ir ao mercado e só. Arrumamos nossas coisas e dormimos esperando o dia seguinte, quando chegaríamos ao Brasil.

 

Dia 23 - Cruzando a fronteira de volta ao Brasil

 

Que felicidade! Cruzar a fronteira de volta com o Brasil! Arroz! Feijão! Pão francês! rsrsrs ô maravilha... Chegamos na fronteira Argentina - Brasil na cidade de Uruguaiana já de noite e foi bem tranquilo. Achei meio confuso achar o lugar certo para carimbar o passaporte mas nada que uma conversa rápida não resolva.

 

Fomos direto para o primeiro hotel que achamos pelo GPS. Estávamos super cansados e precisando de uma típica comida brasileira. Claro que não conseguimos pois já eram quase meia-noite. Atacamos o frigobar e fomos dormir para continuar na estrada no dia seguinte.

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Dia 24 a 26 - Voltando para casa

 

Os últimos dias de viagem foram muito tranquilos, apenas estradas e estradas até chegarmos a Macaé - RJ. Não fizemos turismo em nenhuma das cidades onde paramos. Apenas saímos do carro para abastecer, comer, usar o banheiro e dormir. Consequentemente (e infelizmente) não temos muita coisa a contar para vocês! Todos os hotéis e restaurantes foram "beira de estrada" e não recordamos os nomes.

 

A rota pode parecer meio estranha mas eu explico. Quando saímos de Uruguaiana, pensamos em ir ao Parque Beto Carreiro mas quando chegamos lá descobrimos que o parque estaria fechado no dia seguinte. Acabamos desistindo de conhecer o famoso parque brasileiro e partimos para casa.

 

Considerações Finais

 

Tem que ter saco pra dirigir, viu. O Luiz dirigiu 90% do tempo e eu não sei como ele conseguiu. Eu dirigia por 3 horas e já estava cansada, principalmente na Argentina onde as estradas são lisas e retas sem fim. É como se a estrada não te exigisse muita atenção então você acaba relaxando e ficando meio entediado.

 

 

Para não ficar entediado: leve com você vários pen drives e CDs de música. De preferência música brasileira! Imagine passar 12 horas no carro, sem um sonzinho. Tédioooo! Prepare a trilha sonora com carinho.

 

 

Os postos de combustível da rede YPF estão em todo lugar. E são maravilhosos. Todos eles tem Wi-Fi de graça. Se não estiver aberta, basta pedir a senha para a atendente da loja de conveniência. Você não paga nada pra usar. As lojas são ótimas, tem bastante opção de lanches com pães frescos, café e seus derivados, etc. Algumas até serviam almoço. Avistou um YPF? Pare e aproveite!

 

 

Para economizar: é essencial que você pesquise albergues antes de sair de casa. Nós preferimos ir na sorte e dormir no hotel ou albergue que encontrássemos. Não valeu a pena mesmo. Pagamos muito caro! Outra coisa é a questão de quarto coletivo X quarto privado. Nós escolhemos ficar apenas em quartos privados em albergues, o que encareceu bastante a viagem.

 

 

Para economizar 2: por mais que a preguiça te abrace com muito amor, vá ao supermercado e prepare sua própria comida no hostel. Vale a pena. A menos é claro que você consiga (sobre)viver dias a fio comendo sanduíches e miojo.

 

 

Pesquise bastante o que há pra se fazer nas cidades. Se possível, compre um guia impresso para ir lendo no carro já que você tem 12, 14 horas pela frente de estrada!

 

 

A viagem foi corrida. Não adianta dizer que não! Pra mim, ficar 2 dias numa cidade não dá tempo de quase nada. Fazer tudo correndo não é a solução. Planejar e ficar mais tempo na cidade, sim. Por isso, se você está planejando algo parecido, não adianta querer abraçar o mundo. Vá com calma. Conheça BEM o que as cidades tem a oferecer.

 

 

Você não precisa obrigatoriamente ir com um 4x4 para fazer uma viagem dessas. Como vocês já sabem, fomos em um carro ano 98, 1.0. Se você tiver um 4x4 disponível, então aproveite. Há vários lugares acessíveis apenas para esse tipo de veículo.

 

 

Não temos filhos, mas não vimos nem vivenciamos nada impossível para uma família com crianças. Pelo contrário, as crianças amam esse contato direto com a natureza. É claro que cada caso é um caso. Se seus filhos não curtem muito viajar de carro, então talvez seja melhor não forçar a barra. Ou quem sabe uns lanchinhos, jogos, caça-palavras, filminhos no DVD não resolvam?

 

 

Quando se viaja de carro, a vontade é levar a casa inteira com você. Tudo de supérfluo que você normalmente não coloca na mochila, você tenta enfiar na mala do carro. Secador de cabelo, chapinha, ferro de passar, mais pares de sapato, violão, laptop e por aí vai. Controle-se! A tentação é grande mas você não vai usar nem metade do que levar então pense duas, três, quatro vezes antes de colocar aquele vestido longo de festa na mala.

 

 

Este é o final do relato da nossa viagem ao Ushuaia que aconteceu em Setembro de 2011.

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