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Extremistas islâmicos destroem mausoléu em Timbuktu


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Fonte: O Globo

 

BAMAKO - O grupo extremista islâmico Ansar al-Dine, ligado à rede terrorista al-Qaeda, destruiu, neste sábado, o mausoléu em homenagem ao sufista Sidi Mahmoud e outros marcos históricos na cidade de Timbuktu, considerada patrimônio cultural universal. O ataque aconteceu poucos dias depois de a UNESCO ter colocado a região em sua lista de patrimônios em perigo.

 

O Ansar al-Dine quer a imposição da Sharia (a lei islâmica), e considera os santuários uma forma de idolatria, o que seria não seria permitido. No ano passado, mausoléus sufistas também foram atacados por salafistas radicais no Egito e na Líbia.

 

— Eles disseram que, ao longo do dia, iriam destruir todos os 16 mausoléus da cidade — disse o jornalista local Yeya Tandina, por telefone, referindo-se aos mais valiosos santuários de Timbuktu. — Eles estão armados e cercaram os locais com caminhões. A população está apenas olhando, impotente — acrescentou.

 

Ansar al-Dine conquistou a supremacia no norte de Mali junto com os bem menos armados rebeldes tuaregues - chamados de “os homens azuis, por suas vestes”. Os dois grupos separatistas se uniram para derrubar as tropas do governo e tomaram o controle, em abril, de dois terços do norte de Mali. Mas logo entraram em conflito.

 

— O mausoléu não existe mais, e o cemitério está tão vazio quanto um campo de futebol — disse a professora Abdoulaye Boulahi sobre o local de sepultamento de Mahmoud. — Há cerca de 30 deles quebrando tudo com picaretas e enxadas. Eles estavam com as armas em punho, apontadas para baixo. São cenas muito chocantes para as pessoas em Timbuktu.

 

Um membro do Parlamento local, Sandy Haidara, também confirmou que os ataques estavam ocorrendo:

 

— Parece que é uma reação direta à decisão da UNESCO.

 

Localizado em uma rota de comércio antiga subsaariana, Timbuktu foi um importante entreposto comercial e foi lar de sacerdotes, escribas e juristas. Nos últimos anos, Mali procurou criar uma indústria na região, mas, mesmo antes da rebelião de abril, muitos turistas já estavam sendo desencorajados a visitar o lugar devido a uma série de seqüestros de ocidentais que vinha acontecendo na região reivindicada pelos grupos islâmicos ligados à al-Qaeda.

 

Vizinhos do Mali estão buscando o apoio da ONU para uma intervenção militar para estabilizar o país, mas os membros do Conselho de Segurança dizem que precisam de mais detalhes sobre a missão que está sendo planejada.

 

 

* * *

 

Comentário: uma perda irrecuperável para a humanidade e mais um exemplo de um fanatismo religioso que destrói, segrega e mata. O turismo na África, já bastante precário e sofrido, sofre mais um golpe - um que dificilmente poderá ser remediado.

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