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Travessia do Baixo Guacá... a pé!


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A TRAVESSIA DO BAIXO GUACÁ

Com nascentes brotando entre Casa Grande e a Serra do Juqueriquerê, o Rio Guacá é composto por três setores bem definidos: o Alto Guacá, q é o trecho mais extenso e vai da beirada do planalto até suas nascentes; o Médio Guacá, q compreende a parte mais acidentada e vai do Poço das Antas até a Mogi-Bertioga; e o Baixo Guacá, o pedaço restante do ribeirão q, sendo o menor de tds, se estende da SP-98 até sua foz, no entroncamento com o Rio Sertãozinho, pra juntos formarem o majestuoso Rio Itapanhaú. Pois bem, o Alto Guacá é uma incógnita total q merece longa e planejada exploração. As cascatas e remansos do Médio Guacá já foram descortinados a pouco numa travessia respeitável. E enfim, neste último domingo matamos a curiosidade de palmilhar o tortuoso caminho de pedras q domina o Baixo Guacá, num circuito q incluiu tb parte da famosa “Trilha do Itapanhaú”. O q resultou disso foi mais um programa adrenado (e bem puxado) prum domingo de sol na região serrana de Mogi das Cruzes.

 

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Com a Cissa dando + atenção à sua pós e a Carol, à sua filhota, o quarteto originalmente envolvido na trip terminou subitamente numa dupla. Pronto, tinha q ser agora. A maledita descida de rio, adiada vezes sem conta por varias razões, desta vez não tinha desculpa pra não rolar principalmente pela ótima previsão alentada pela meteorologia p/ aquele domingo. Coincidentemente, meu único parceiro (e pau-pra-td-obra) era o Ricardo e q tb me acompanhara na exploração do Médio Guacá. Portanto, assim como eu, sua curiosidade em se embrenhar pelo resto do rio era tão gde qto sua voltade de desenferrujar as juntas. Eu q o diga, pois assim como ele jamais havia estado tão inativo e descondicionado fisicamente por tanto tempo. Mesmo q o “tanto tempo” em questão, no meu caso, se resuma a ficar duas semanas sem cair no mato.

Dito e feito, desembarcamos do latão “Manuel Ferreira” exatamente as 8hrs no posto da Balança. Sim, 8hrs! Nunca havia chegado tão cedo ali, no exato km 77 da Mogi-Bertioga. Mas como a trip proposta era uma descida de rio cujo terreno (e obstáculos) a encontrar eram totalmente incertos, o mais sensato foi de fato levantar mais cedo pra garantir o retorno ainda naquele dia. Mal pisamos no lugar, arrumamos as coisas e nos pirulitamos rodovia abaixo, sob um firmamento totalmente isento de qq nuvem e q prometia ser bastante ensolarado, embora naquele horário fizesse um frio considerável q nos obrigou a trajar anorakes.

 

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A passos rápidos e ligeiros fomos vencendo a kilometragem do caminho, sempre atentos ao trânsito da rodovia, principalmente o de motoqueiros transloucados se exibindo com suas possantes maquinas de duas rodas. E foi somente na descida da serra, após o km 81 (q coincide na entrada da famosa “Trilha do Rio Itapanhaú”), q o sol começou a dar as caras lançando seus aconchegantes braços sobre as encostas verdejantes da serra, fazendo a pequenina cidade balneária de Bertioga reluzir, ao longe. Já desci (e subi) varias vezes esta rodovia e me chamou a atenção a menor qtidade de lixo a beira de estrada, o q ao menos não deixa de ser um bom sinal.

Pois bem, mas foi somente após quase hora e meia de pernada q, numa curva fechada, descortinou-se diante nos aquele verdejante e profundo vale cavando a serra em “V”. Era o Guacá, cujas águas trovejantes eram já audíveis do asfalto e tornavam ainda mais instigante aquela aventurinha de fds onde desvenderiamos , enfim, parcialmente seus mistérios. O único q maculava paralelamente o verdejante contraforte serrano era o rasgo retilíneo e acizentado da SP-98, q a partir dali acompanha aquela enorme crista montanhosa sentido litoral, tocando pro sul.

 

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Finalmente a exatas 9:30hrs q alcançávamos a famosa ponte de concreto sobre o Rio Guacá, situada no km 84,5, num local sugestivamente chamado de “Curva da Onça”. Nos embrenhamos na mata encharcada pelo orvalho e num piscar de olhos já nos víamos sob o viaduto, na margem pedregosa do caudaloso rio, ignorando a misteriosa velha moradora-andarilha-mendiga q encontramos alojada no inicio da trilha e q provavelmente deve ser a autora das varias macumbas espalhadas pelo lugar. Foi aqui onde tropecei certa vez com a galera dos “Funiculeiros” acampada e q depois me torrou a paciência por somente mencionar o incidente num relato.

Bem, o comecinho de descida é relativamente tranqüilo sob o viaduto, bastando apenas se manter sempre na margem esquerda e avançar desecalaminhando rochas sem gde dificuldade. Basta só atentar pisar cuidadosamente nas mesmas devido a enorme qtdade de limo esverdeado visguento depositado, o q as torna lisas feito sabão. Mas não dá nem 5min de descida q subitamente o vale se fecha, estreitando suas íngremes encostas nos dando poucas opções de rota. Não bastasse isso ele verticaliza consideravelmente, e logo as pequenas pedras q eram percorridas transformam-se em gigantescos blocos rochosos desmoronados impossíveis de (des)escalar na unha devido a altura envolvida. Não sem corda, ao menos.

 

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Logicamente q aqui a única saída e opção viável é seguir pela íngreme encosta, varando mato, onde pelo menos existe vegetação firme e forte pra se segurar. E la vamos nos, tocando em meio a vegetação arbustiva e arbórea de tamanho reduzido, avançando ate q sem gde dificuldade. Minto, o único porem deste trecho são as urtigas, existentes aos montes! A medida q perdemos altitude vamos estudando a possibilidade de descer rente o rio, chance esta q surge em poucos minutos. Novamente as margens do rio, prosseguimos desescalaminhando rochas numa boa, ate q outra vez nos deparamos com um enorme bloco de pedra no caminho. Curiosamente ali havia um automóvel (ou o q restou dele) td espremido e prensado entre as rochas, feito papel. Dali não nos restou opção senão bordejar a colossal pedra pela base, pra depois rastejar feito calando pela sua superfície porosa e aderente ate cair no patamar sgte, logo abaixo.

A partir de então a descida prossegue aparentemente sem problemas, na base da simples desescalaminhada íngreme. No caminho, mtos poços e piscinões represados entre as pedras, lajes e ravinas do trajeto do Guacá, q aqui ainda mostra-se bem verticalizado. Mas não tarda a surgir nova alto patamar no caminho q nos obriga outra vez a desviar pelo mato da íngreme encosta, o q é repetido mais uma vez sem gde problema. Perdendo altitude e transpondo o obstáculo, da mata basta encontrar acesso novamente ao rio, q geralmente se dá ou pela vegetação mais firme (pra segurar) ou por algum caminho dágua transversal.

 

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Outra vez na margem pedregosa do Guacá basta tocar atraves dela a aprtir de agora, sempre pela esquerda. As cachoeiras aumentam em altura e número, o q nos obriga a varias pausas pra fotos e contemplação. A partir daqui o vale aparenta se abrir aos poucos, e o terreno consequentemente suaviza junto com ele, permitindo mais desenvoltura ao caminhar. Mais poços e pequenas quedas despertam atenção no caminho, assim como os restos tanto de estruturas de concreto repletas de ferro retorcido (ponte?) espalhadas e outro carro antigo mimetizado pela folhagem no barranco á esquerda, veiculo este q quicá tb resolveu matar sua sede no cristalino regato compelido pelo mesmo desejo nosso. Mas a cereja do bolo dos destaques deste trecho pertencem a duas pedras colossais lado a lado, a meio caminho, q parecem se equilibrar no rio de forma impar, desafiando as leis da fisica.

A pernada agora mantem num ritmo mais ágil e compassado. É, parece q o trecho mais difícil e q separa “meninos de homens” havia já sido deixado pra trás, pq agora a caminhada transcorria dentro do previsto. Era caminhada misturada a lances de escalada, e eventualmente algum desvio curto pelo mato. E enqto cada vez mais íamos perdendo altitude, havia sempre uma parada estratégica pra clicar a paisagem q descortinava sempre uma surpresa a nossa frente, fosse na forma de uma cachu ou de um enorme piscinão. Pena q era quase inverno e a água tava gelada, impossibilitando tchibum. Mas ao menos nessa época a estiagem possibilita uma descida segura de rio, pq no verão esta trip seria impossível. E isso se reflete nas varias carcaças de bichos espalhadas pela margem do regato, relembrando o perigo real das súbitas trombas dágua q ocorrem em época de chuva.

 

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Um cânion se interpõe a nossa frente, bem no momento em q o Guacá faz uma curva pra esquerda. Logicamente q aqui cortamos ora pelo mato ora por algum leito seco de pedras q deriva do rio principal. Novamente no Guacá, agora cada vez mais aberto e largo, a perada nivela por um bom tempo. Pequenos afluentes despencam de ambas margens, aumentando aos poucos o volume de águas do referido regato. Mas de repente um imponente paredão ergue-se na margem palmilhada, nos obrigando a chapinhar pela água e cruzar pro outro lado, pra bem mais adiante retornar á margem esquerda outra vez, diluindo de vez nossa esperança de voltar pra casa com os pés secos.

A descida prossegue então nesse ritmo imutável. Piscinas, mini-canions, ravinas e cachus são vencidos com facilidade neste trecho de terreno suave e bem convidativo. Os desvios pelo mato tornam-se cada vez mais raros, quase inexistentes. O som do rasante dos andorinhões e as pequenas pererecas saltando diante nossa passagem são o testemunho da vida pulsante deste rincão verde e borbulhante de nossa belíssima Serra do Mar.

 

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E após o rio fazer nova curva fechada pra direita, passar um enorme (outro, pra variar) piscinão congelante, acompanhar um delicioso toboágua, e tocar rumo sudoeste, a vista se abre de tal modo q é certo q nos encontramos ali num dos mais mirantes privilegiados de td curso do rio. Um enorme, senão interminável toboágua cuja declividade beirando os 45 graus despenca rio abaixo, pra depois culminar no trovejar de uma enorme cachoeira, esta invisível de onde nos encontramos. Uma coisa é certa: se escorregou no toboábua já era, razão pela qual nos mantemos a uma distancia segura do mesmo, cujas lajes se encontram lisas feito sabão. Td isso emoldurado pelo verde da mata e os contrafortes serranos.

E ali, no topo daquele bucólico lugar nos prostramos pra descansar sob o sol do meio dia e meia. Sentados numa larga lajota seca e aderente, deixamos nossas meias e botas secando, descansamos um tanto, mastigamos sandubas recheados de sardinha e bebericamos sucos. Eu aproveito o momento pra espremer feito espinha uma pereba no joelho q já me incomodava há semanas e q, no esforço dos trepa-pedras, estava sangrando. E qual minha surpresa q do ferimento brotou uma enorme lasca de vidro q sabe-se-lá como foi parar! Bem, espero q agora não incomode mais.. Mas se isso não tava incomodando, havia outra coisa q incomodava ambos: moscas no sol e pernilongos na sombra! E não havia repelente q desse conta, motivo pelo qual nossa pausa não se estendeu alem das 13hrs.

 

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Retomamos a marcha pela mata as 13:15hrs, já q a forte declividade do tobogazão desaconselhava qq tentativa pelas pedras. Mas por incrível q pareça, a desescalaminhada pela mata foi bem mais facil q o previsto, bastando apenas perder altitude diagonalmente ao rio. A medida q perdíamos altitude era possível ouvir o rugido ensurdecedor do Guacá despencando furiosamente quiçá por enormes quedas bem ao nosso lado, porém ocultas pela mata. Mata, alias, q forrava o chão do caminho com folhas e raizes, as vezes ocultando fendas traiçoeiras em q mais de uma ocasião enfiei o pé. Com sorte, sem danos maiores ao tornozelo. A vontade de visualizar as cachus ao lado era gde mas nossa prioridade ate então era a descida, já q afinal não sabíamos o qto ainda tínhamos pela frente de pernada. Portanto, a exploração daquele trecho fechado e estreito do vale fica pruma próxima ocasião.

Após ladear a pirambeira encosta, varar mato, cruzar com mais alguns afluentes do Guacá e perder altitude considerável, eis q as 13:40hrs desembocamos novamente as margens calmas do rio, mais precisamente dum mirante. Dali, na boca de um enorme cânion, pudemos divisar os paredões espremendo o rio numa imponente desfiladeiro rochoso, tal qual a famosa “Garganta do Diabo”. Com a diferença q no final havia uma cachu gigantesca enfiada num buracão q apenas vimos de longe! Essa era a ensurdecedora queda onde termina o tal mega-tobogã e cujas dimensões superavam a famosa “Cachu do Buracão”, no “Vale da Morte”; e mto maior q a “Cachu do Elefante”, mas q permanece desconhecida por ser totalmente “invisível” da rodovia. Acredito q seu acesso se dê pelo cânion, mediante trechos de nado, ou pela íngreme encosta, na base do escala-mato ou cordada. Vontade de conhecê-la não faltou mas, como mencionei antes, nosso cronograma era enxuto e quem sabe numa próxima ocasião a gente retorne lá somente pra dar nome a essa fantástica queda. Um rapel nessa cachoeira seria algo fantástico! Mas, claro, essa ai será uma nova aventura com logística totalmente diferenciada.

 

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Voltando à descida de rio, após um ultimo trecho com declividade desembocamos finalmente as margens placidas e quase horizontais do Guacá, por volta das 14:15hrs. O borburinho de gente escutado ao longe logo anunciou q nossa jornada havia terminado. E cinco minutos depois alcançamos a foz do Guacá, mais precisamente onde suas águas se juntam às do Rio Sertãozinho pra dali em diante formarem o famoso Rio Itapanhaú, q por sua vez deságua no mar.

A travessia do rio ali foi bem tranqüila, à diferença da ultima vez q ali estive, evidenciando a estiagem da ultima semana. Na confluência dos rios encontramos uma galera q tava ali de bobeira, procurando a “Cachu do Elefante”, aquela bela queda q se vê da Mogi-Bertioga e palmilhada vezes sem conta. “Eu te conheço da net! Vc não é o Jorge Soto?”, disse um de seus integrantes pra mim, “Sabe onde fica a Cachu do Elefante?”. Acenei com a cabeça afirmativamente emendando q íamos pra lá, e q se quisesse sua galera poderia nos acompanhar. Logicamente q o pessoal topou a idéia na hora. Entretanto, ao perceber q uma de suas integrantes bem menos condicionada havia recém-torcido o pé e já sentia dores, aconselhei q esta nem sequer fosse na cachoeira e já emprendesse imediato retorno pra rodovia pois a subida seria longa e cansativa, e ela fatalmente atrasaria o ritmo do grupo deles. Disse q o acesso mais rápido seria pela “Trilha do Mirante”, mas eles insistiram em retornar pela “Trilha do Itapanhau”, q era por onde haviam vindo.

 

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Dessa forma, enqto uns seguiam trilha acima os demais me acompanharam pra “Cachu do Elefante”, onde fui la apenas pra bater ponto. A trilha continua em boas condições, apesar de algumas arvores novas tombadas no caminho, mas nada q atrapalhe o senso de direção. O q indigna mesmo é a enorme qtodade de lixo no caminho, assim como lonas e até barracas deixadas apoderecendo nas clareiras ao lado da trilha. Alias, no sentido contrario topamos com uma galera de quase 20 pessoas voltando da queda! Num piscar de olhos desembocamos na famosa cachoeira, q maravilhou seus novos visitantes. Eu e o Ricardo apenas batemos algumas fotos e emprendemos a volta. Antes, porém, perguntamos pro pessoal se eles saberiam retornar sozinhos (e q não demorassem mto ali pq logo escureceria) e diante da afirmativa deles nos mandamos.

Iniciamos a longa e íngreme subida piramba acima exatamente as 15hrs, e foi a subida mais cansativa e interminável q tive ultimamente. Poderiamos ter retornado em menos de meia hora pro asfalto pela “Trilha do Mirante”, mas isso significava um retorno sacal de mais de 2hrs pela estrada ou desembolso de resgate numa lotação, o q tava fora de cogitação. E la fomos nos, subindo lentamente mesmo, com a primeira engatada. O Ricardo tb sentiu o tranco e parava a cada 10min. Eu não ficava atrás não, pq pela primeira vez senti uma subida cobrar seu tributo. Bastaram apenas duas semanas sem pernadas pro corpo já moído pelo Guacá quase entregar os pontos em mais de uma ocasião. Os joelhos q o digam. Pois é, o avanço inexorável da idade é implacavel com td mundo, incluindo este q vos agora escreve. Mas felizmente não havia pressa alguma naquele momento, razão pela qual fomos ganhando altitude lentamente, mesmo q devagar-quase-parando. Ainda bem q tivemos o bom senso de iniciar a trip mais cedo q o costumaz, do contrario seriamos pegos de supresa pela escuridão ainda na mata.

 

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Alcançamos, enfim, o Rio das Pedras a duras penas por volta das 16:40hrs, onde encontramos o pessoal q havia saido antes q a gente. A “moça do pé torcido” aquela altura reclamava de dor, sem contar em cãibras q a acometiam em ambas pernas. Se serivsse de consolo, disse q o pior já havia passado e q não faltava nada pro asfalto. Nos despedimos e seguimos nosa jornada, pois em breve escureceria. E do pessoal q ficou na “Cachu do Elefante”? Sem sinal deles, mas torcia pra eles estarem munidos de lanterna pq certamente pegariam a subida no escuro.

As 17hrs caímos na SP-98 pra começar a fase mais tediosa de qq ida pra regiao serrana de Mogi: a longa jornada de volta pelos 3,5km de asfalto restantes! Se já estavamos totalmente detonados de cansaço imagine ter de encarar td essa distancia no escuro, com cuidado pra nenhum veiculo nos trombar de frente? E tome chão interminável. Mas como nada dura pra sempre, as 18:15hrs chegamos na Balança onde desabamos no chão. Totalmente fechada e sem sinal sequer de vida, não nos restou opção senão ficar ali esperando o coletivo ás escuras, jogados no chão. Não sei o q era pior aquela altura do campeonato: se era ter de esperar o busão ou ficar sem minha sagrada cerveja durante essa espera. O coletivo, por sua vez, passou por volta de meia hora depois e assim começou a via-sacra da longa jornada ate Mogi, pegar o trem e depois o blábláblá de sempre. Resultado: so cheguei no aconchego do lar por volta das 22hrs, moído e tremendamente cansado, mas ao mesmo tempo contente por percorrer mais um belo rincão da serra mogiana sem necessidade de se ver obrigado a pernoitar la.

 

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Portanto fica a dica desta curta, breve, porém puxada travessia de rio como alternativa radical à “Trilha do Itapanhaú”. Mas desde já sobreaviso da necessidade (obrigatoriedade) de começá-la bem cedo, afim de sanar qq atraso ou imprevisto, a menos q se pretenda pernoitar na “Cachu do Elefante”. Ou então seguir a sugestão dada alguns parágrafos acima: explorar melhor aquela gigantesca cachu q ta enfiada num buraco, mais precisamente entre o ultimo gde desfiladeiro e o mega-tobogã, uma majestuosa queda q não deve em nada as mais conhecidas e sequer referência ou nomenclatura tem. É quem sabe assim batizá-la com seu próprio nome, pois afinal essas são coisas q ainda é possível fazer dentre tds as maravilhas e segredos escondidos pela verdejante e encantadora Serra do Mar paulistana.

 

 

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É uma aventura incrivel e recomendo a todos que buscam algo mais que uma simples trilha batida pela mata , e algo que faz voce ficar receoso e curioso pelo que esta por vir ao longo da passagem e ao mesmo tempo te faz sentir uma pessoa cheia de vida por estar ali naquele ambiente preservado , pois voce precisa se propor ser tao selvagem quanto o ambiente para poder estar la e aproveitar sua energia e beleza. A aventura é pesada e nao tolera corpo mole e reclamaçao, pois se voce entrou voce tem que sair, lembre-se nesse ambiente somos intrusos.

JORGE PEÇO LICENÇA PARA DEIXAR AQUI UM RECADO PARA OS LEITORES. ::grr::

NUNCA MAS NUNCA MESMO DEIXE NADA PARA TRAS PRICIPALMENTE SEU LIXO NAS TRILHAS, POIS O AMBIENTE DAS COCHOEIRAS E MATAS NAO É O CHIQUEIRO DAS VOSSAS CASAS PARA LEVARMOS O QUE BEM ENTENDEMOS E LARGAR LA. POIS É LAMENTAVEL E DEPLORAVEL O QUE ESTAO FAZENDO NA CACHOEIRA DO ELEFANTE QUEREM TRANSFORMAR TUDO NUMA FAVELA ECOLOGICA ::toma:: , SEJA CONCIENTE QUANDO ACAMPAR NAO DEIXE RASTRO DA SUA PRESENÇA NINGUEM PRECISA PERCEBER QUE VOCE PLANTOU SEU RABO PORCO NA TRILHA E FOI EMBORA . ::carai:: FEZ FOGUEIRA APRENDA A FAZER E APAGAR O VESTIGIO DA MESMA, EDUCAÇAO E INFORMAÇAO E ESSENCIAL NESSE CONTEXTO.OS GUIAS IRRESPONSAVEIS QUE COSTUMAM LEVAR DEZENAS DE PESSOAS DE UMA SO VEZ TAMBEM TEM SUA PARCELA DE CULPA NESSA HISTORIA DE IMUNDICE NAS TRILHAS.

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  • 6 meses depois...
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Majestoso relato Jorge Soto. Me senti dentro de sua própria história trilhada de emoção e coragem. Quantos aí queriam estar desfrutando deste maravilhoso cenário natural que nos trás alegria e nos ensina que também fazemos parte dela e que devemos respeita-la como respeitamos nossas próprias mães. Tem pessoas que só vão se divertir no meio da natureza como se estivessem em um parque temático e tem pessoas que vão contemplar aquilo que estão vivendo naquele momento como se fosse o último. Aproveitando cada canto dela como um único aprendizado de ser um ser humano melhor.

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  • 4 meses depois...

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