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ROTEIROS EUROPA: Dicas baseadas em dúvidas recorrentes


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  • Membros

Pessoal

 

Eu sempre quando viajo uso a seguintes estratégias:

 

Nunca mudo o roteiro por causa do custo, eu sempre procuro pesquisar o máximo possível o lugar, então primeiro eu peço umas dicas basicas no próprio site do Mochileiros, do tipo: Se o pais é caro, temperatura média do período que planejo viajar (principalmente qdo estou com criança) e a questões basicas de transporte público e as vezes segurança do lugar.

Uma vez extraida essas informações eu parto para as fontes de pesquisas: Mochileiro, Google e guias de viagens o que mais gosto são os da Folha, até porque nesta fase de pesquisa é a mais gostosa pois é como se a viagem já tivesse começado.

Faço uma pesquisa dos preços do lugar onde vou visitar: hoapedagem, restaurantes, atrações turisticas e lojas para compra de presentes e souvenirs.

O próximo passo então é montar o roteiro e compartilhar opiniões dos colegas Mochileiros.

Durante a viagem procuro sempre levar um valor fixo na carteira para usar durante o dia (é um dos meios para evitar extrapolar os gastos).

E anotar em uma cardeneta o preço e o que vi de interessante e o lugar onde eu encontrei o que eu quero, de preferencia citar alguma estação de metro ou trem mais próxima para depois eu poder ir buscar, as vezes pode acontecer de eu encontrar a mesma coisa por um preço menor em outro lugar, assim eu consigo compara os preços e economizar uma grana.

 

Enfim um dos prazeres de viajar e poder pesquisar e as vezes uma boa pesquisa pode demorar (no meu caso) até um ano.

 

Abs.

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  • 2 semanas depois...
  • 3 semanas depois...
  • 1 mês depois...
  • Colaboradores

Super bom esse tópico,

gosto mais do hostel world para pesquisar estadia, acho o booking.com muuuuuiiiito

mais caro...hehe

mas estou com uma dúvida...

estou aqui pesquisando, vou fazer uma trip grande pela Europa, e gostaria de

saber como faço para escolher o melhor lugar em cada cidade...

porque na França e no Chile achei péssimo ficar no centro...

tudo é abandonado depois das 18 horas e finais de semana....

estou indo para

Paris e Normandia

Bruxelas e Bugres

Luxemburgo

Munique e Berlim

Amsterdam

Dublin

Tem uns hostels justbed superbaratos, mas como ainda não conheço o

movimento de algumas cidades, gostaria de opiniões sobre melhores

áreas...valeu!!!

Abraços, Lucianna

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  • Membros de Honra

Após 2 mil posts, resolvi fazer mais uma compilação dos erros mais comuns que noto nos roteiros dos viajantes pela Europa. Ainda escrevo um livro.

 

Clique nos links a seguir se desejar mais informações:

 

1 - alocar pouco tempo para cada local, superestimando sua própria capacidade física e ignorando imprevistos e tempo perdido em deslocamentos

 

2 - entupir o roteiro com deslocamentos de avião, ou trens noturnos. Agravante – fazer isso tudo e ainda focar na vida noturna.

 

3 – contar o roteiro em termos de dias, não noites. Se deslocar de dia, nas hipóteses em que isso pode ser evitado

 

4 - pensar em "países" em vez de "regiões" e "cidades"

 

5 - achar que capitais ou cidades que mais ouviu falar são mais interessantes do que o resto

 

6 - ignorar que, diferente do Brasil, as estações na Europa são bem definidas e afetam o roteiro. Ignorar, ainda, que determinadas datas comemorativas na Europa não funcionam da mesma forma que aqui.

 

7 - acrescentar destinos só porque as cidades do roteiro estão próximas de outros locais interessantes, ignorando o local onde já está

 

8 - incluir os dias de chegada e saída da Europa na conta do roteiro, ignorando a influência do jet lag e os imprevistos com a imigração.

 

9 - montar roteiro sem definir bem qual o próprio perfil de viajante, o que mais gosta de ver, o que menos gosta, as experiências anteriores e compatibilizar isso tudo com o perfil dos demais acompanhantes

 

10 - ser impulsivo e/ou preguiçoso, menosprezando a importância do planejamento bem feito

 

11 - deixar de pontuar ou ao menos agradecer quem o ajudou, pessoas que não recebem absolutamente nenhuma outra contraprestação por investirem seu tempo ajudando os outros.

Editado por Visitante
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  • Membros de Honra

[t3]1 - alocar pouco tempo para cada local, superestimando sua própria capacidade física e ignorando imprevistos e tempo perdido em deslocamentos[/t3]

 

Erro “campeão” nos roteiros de viajantes, acho que uns 90 % fazem isso e a gente acaba repetindo como papagaio para não fazer. O fórum é composto de muita gente jovem, alguns deixando a adolescência. Muitos pensam que são incansáveis. Não importa quem você é, qual é o seu preparo físico. Todo mundo se cansa. Muito. Você tem que caminhar se quiser ver as coisas, não é num ônibus ou num metrô que se vê decentemente uma cidade. Dentro das atrações você também caminha horrores. E o pior, sem perceber.

 

Por fim, shit happens, já dizia o famoso ditado. Aqui no fórum a Joyce escreveu um relato sobre isso, mostrando por experiência própria como imprevistos podem tomar tempo considerável do roteiro mesmo quando você já aloca tempo livre para eles. É aquele temporal que caiu e melou os planos (muito comum), alguém que passou mal, a atração, que fechou naquele dia por algum motivo que você esqueceu, ou não previu, o carro que quebrou, o ônibus ou trem errado que pegou, as coisas que te furtaram ou roubaram e você teve que correr atrás, o cansaço acumulado, que te fez dormir mais do que gostaria, a dificuldade de adaptação ao local, você sempre perdido até achar as coisas, enfim. Não dá para evitar nenhum tipo de imprevisto. Eles SEMPRE acontecem, não importa o quão experiente você seja. Num roteiro apertado, isso pode arruinar a viagem por completo.

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  • Membros de Honra

[t3]2 - entupir o roteiro com deslocamentos de avião, ou trens noturnos. Agravante – fazer isso tudo e ainda focar na vida noturna.[/t3]

 

Uma coisa que nunca entendi é por que as pessoas quando se deslocam de avião na Europa se esquecem de tudo que enfrentam num vôo internacional no Brasil. Você não tem que pegar um transfer, ou algo similar, até o aeroporto ? Não tem que chegar com bastante antecedência ? Se despachar mala, não tem que esperar pra pegar ? E o transfer até o hotel de destino ? E o tempo para se localizar, achar o hotel, fazer o check-in ? Soma isso tudo e você é quem me diz se isso é tranquilo.

 

Repita esse procedimento 5, 10, 15 vezes numa viagem. Some todo o tempo perdido. Analise se valeu a pena. Enquanto isso, outro viajante resolveu montar um roteiro com tudo próximo, feito de trem. Não precisou chegar com tanta antecedência à estação. As viagens duraram 1h, no máximo 2h e muito provavelmente viu belas paisagens, ao passo que quem voa só vê nuvens. As estações são centrais, de modo que saiu do seu hotel, ali pertinho de uma, e já chegou na outra, onde havia hotel pertinho. Esse viajante viveu muito mais experiências, tem muito mais o que contar.

 

Os trens noturnos parecem uma ideia excelente e, em alguns casos, realmente são. Mas não é algo para ficar se repetindo no roteiro inteiro. Muita gente não se adapta e acha desconfortável. Em alguns países, como no Leste Europeu, você tem que acordar a cada vez que passa numa fronteira, para ter o passaporte carimbado. No dia seguinte, você estará um caco, mal humorado e sem energia para aproveitar a cidade. Adiantou a economia ? Pra que, se você gastou tanto dinheiro para viajar para a Europa e agora não tem pique.

 

Tem gente que faz isso tudo e ainda cai na night. Quer fazer isso, blz. Mas lembre-se de somar o cansaço disso ao que descrevi nos parágrafos anteriores. Deixe de megalomania, você não é um super herói. Uma hora o seu corpo vai cobrar descanso e isso pode acontecer nas piores horas possíveis, nos dias que deixou para fazer as coisas mais legais da viagem, por exemplo.

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  • Membros de Honra

[t3]3 – contar o roteiro em termos de dias, não noites. Se deslocar de dia, nas hipóteses em que isso pode ser evitado[/t3]

 

“dia” é uma medida muito variável, depende da hora que você vai efetivamente estar pronto para explorar a cidade, após todos os possíveis atrasos e imprevistos. Tem gente que chega 14h num lugar e conta como um dia. Tem gente que ia chegar 7h e acaba chegando 12h por conta de imprevistos. Certa mesmo é a noite no lugar.

 

Outro ponto importante de se deslocar de noite é que é na luz do dia que você vê muito do que a cidade tem a oferecer – a arquitetura, os parques, as praças e as atrações, que costumam funcionar de 9h às 18h. Se você se desloca de dia, perdeu muito tempo útil para visitar castelos, palácios, museus, enfim, coisas que a Europa costuma oferecer de melhor.

 

Por fim, se deslocar de manhã significa acordar bemmm cedo para dar tempo de fazer tudo. E acordar cedo numa viagem, momento de lazer, quando você já ta cansado de tanto ter andado no dia anterior ... isso é um saco. Sem falar que é capaz de você dormir a viagem toda e não aproveitar a bela paisagem, o possível pôr do sol visto da janela do trem, iluminando tudo com a melhor luz possível para a fotografia, os chamados raios dourados.

 

Essa regra pode se excepcionar, é claro. Em determinados casos, o deslocamento de noite pode ter mais conexões, ou ser feito com trens muito lentos. Nesse caso, não tem jeito, se desloque de dia.

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  • Membros de Honra

[t3]4 - pensar em "países" em vez de "regiões" e "cidades"[/t3]

 

Para o brasileiro esse erro é mais comum até mesmo pela nossa história. Tivemos governos centrais, que sempre massacraram com mão de ferro as desigualdades regionais relevantes. Isso significa que, desde o descobrimento, sempre fomos um país, uma nação, uma língua. Quando vamos lá pra fora, achamos que é igualzinho.

 

Na Europa é diferente. Países como a Espanha na verdade são vários, veja os movimentos separatistas. Em algumas regiões, o idioma é mais parecido com o português do que o próprio espanhol. No sul da Itália, mesmo quem é italiano pode ter dificuldades de se comunicar. No sul da Alemanha se fala o “Bávaro”. Na Inglaterra, há o cockney, de difícil compreensão até mesmo para quem é proficiente em inglês britânico.

 

Registra-se, portanto, diferenças culturais muito significativas. São, ainda, reforçadas pelas diferenças geográficas. O extremo norte da Itália, como Lugano, tem muito mais em comum com a Suíça do que com o sul da Itália.

 

Como se não bastasse, há a influência de bilhões de guerras. Não é chamada de “velho continente” à toa. A segunda guerra mundial, em especial, causou mudanças significativas em alguns países, como a Alemanha. Disso deriva, por exemplo, o fato de algumas cidades serem modernas demais, enquanto outras parecerem que ainda estão na idade média. Dresden foi muito bombardeada e teve que ser reconstruída. Bamberg, em contrapartida, ficou intacta. Isso leva a duas experiências completamente diferentes para o viajante. Berlim, então, sofreu ainda a influência da Guerra Fria. Uma mesma cidade dividida em duas e que se reinventa numa velocidade muito grande.

 

O viajante que escreve no roteiro que quer ver Alemanha, França, Espanha e Grécia, ignora tudo isso. Ele, quando fala em Alemanha, está se referindo a Berlim, ou Munique. Aí pensa o sujeito, “já vi a Alemanha, quero mudar de ares, vamos para a Grécia”. Terminado esse pinga-pinga, ele mal sabe o que viu, misturou um monte de culturas radicalmente diferentes e perdeu muito tempo e grana com deslocamentos.

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